segunda-feira, 6 de março de 2017

119 - Devo Buscar os Tribunais de Justiça (Parte 1)

ESTÁS TE SENTINDO INJUSTIÇADO? DEIXE JESUS SER O TEU ADVOGADO

INTRODUÇÃO

Primeiramente, o que é justiça? Quando se fala em justiça, a primeira coisa que vêm à mente é lei. No entanto, veja o que Paulo diz:

 

·         “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;” (Romanos 3.21).

 

Com certeza justiça não tem haver com leis e obras. Afinal, ninguém pode ser salvo pelas obras da lei (Rm 3.20; Gl 2.16; Ef 2.8,9). A princípio isto pode soar estranho, ainda mais considerando que é para guardarmos os mandamentos (Jo 14.15,21; 15.10) e confirmarmos a lei (Rm 3.31). Contudo, é bom lembrar que existem duas alianças: a da lei e a do Favor do Eterno. E elas são opostas. Quem tenta se justificar pela lei, fatalmente rejeita o Favor do Eterno em sua vida (Gl 5.4).

EXEMPLOS DE INJUSTIÇA

Para exemplificar isto, analise as seguintes situações e veja se as considera justas com base na lei:

 

·        O povo elege um presidente e deputados corruptos e, você, que votou com consciência, sofre os golpes de um governo perverso;

·        Alguém espirra sem tapar por completo a boca e todos que estão à volta são contaminados;

·        Alguém joga veneno no reservatório de água da cidade por vingança e milhares de inocentes padecem.

·        Numa sociedade, o que a maioria vota os outros são obrigados a acatar, mesmo que não concordem com o que foi decidido ou não estão em condições de cumprir as exigências deliberadas.

 

Na Escritura Sagrada vemos alguns exemplos interessantes sobre isto:

 

·        O Eterno visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração (Êx 20.5);

·        Quando Acã pecou, o Eterno permitiu que todo o Israel sofresse as consequências (Js 8).

·        Todo povo de Israel na época de Davi sofreu fome por causa do pecado de Saul, o qual foi resultado do erro de Josué centenas de anos antes (2Sm 21.1,2).

·        Por causa do pecado de Davi setenta mil indivíduos morreram (2Sm 24.15).

·        O povo de Israel na época de Mordecai correu o risco de ser exterminado por causa do erro de Saul centenas de anos antes (afinal, Hamã era descendente de Agague, que deveria ter sido morto imediatamente – 1Sm 15.3,8,9; Et 3.1).

JUSTIÇA DO ETERNO É QUESTIONADA

Tanto é assim que, por várias vezes vê-se na Escritura Sagrada alguém questionando a justiça do Eterno:

 

1.      “Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força. Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno. Os olhos deles estão inchados de gordura; eles têm mais do que o coração podia desejar. São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente. Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra. Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem. E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo? Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas. Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência. Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã. Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos. Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.” (Sl 73.2-17).

2.      “Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças...” (Is 49.4).

3.       “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR Deus dos Exércitos. Nunca me assentei na assembléia dos zombadores, nem me regozijei; por causa da tua mão me assentei solitário; pois me encheste de indignação. Por que dura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói, e já não admite cura? Serias tu para mim como coisa mentirosa e como águas inconstantes?” (Jr 15.16-18).

4.      “Naqueles dias nunca mais dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram.” (Jr 31.29).

5.      “Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?” (Ez 18.2).

6.      “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi agora, ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos tortuosos?” (Ez 18.25).

7.      “Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é direito. Porventura não são direitos os meus caminhos, ó casa de Israel? E não são tortuosos os vossos caminhos?” (Ez 18.29).

8.      “Nossos pais pecaram, e já não existem; e nós levamos as suas maldades.” (Lm 5.7).

9.      “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás? Por que razão me mostras a iniqüidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.” (Hc 1.2-4).

10. “Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR meu Deus, meu Santo? Nós não morreremos. Ó SENHOR, para juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar. Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele? E por que farias os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm quem os governe? Ele a todos levantará com o anzol, apanhá-los-á com a sua rede, e os ajuntará na sua rede varredoura; por isso ele se alegrará e se regozijará. Por isso sacrificará à sua rede, e queimará incenso à sua varredoura; porque com elas engordou a sua porção, e engrossou a sua comida. Porventura por isso esvaziará a sua rede e não terá piedade de matar as nações continuamente?” (Hc 1.12-17).

11. “As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” (Ml 3.13-15).

12. “E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família, dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia.” (Mt 20.11).

13. “E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. ( E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas. )(Lc 19.24-25).

14. “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.” (At 9.10-14).

RESPOSTA A ESTAS PASSAGENS

Aparentemente, o que temos nestas passagens são inocentes pagando pelos pecados dos perversos. E considerando que os atributos invisíveis do Eterno se entendem e claramente se veem pelas coisas criadas (Rm 1.20), logo tudo isto aponta a justiça verdadeira do Eterno.

Mas que tem uma coisa a ver com a outra? Para entender isto, precisamos analisar a resposta dada pelo Eterno com base no regime legal em cada um dos casos citados:

 

1.      “Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores. Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles” (Sl 73.18-20) – a prosperidade do ímpio o faz ser consumido de terrores e tropeçar em toda expressão de bondade e amor.

2.      “... todavia o meu direito está perante o SENHOR, e o meu galardão perante o meu Deus.” (Is 49.4) – não temos recompensa neste mundo, mas apenas recursos para serem queimados no altar do Eterno, ou seja, para que Sua presença brilhe à nossa volta nos instruindo e aquecendo com Seu amor e presença.

3.      “Portanto assim diz o SENHOR: Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles. E eu te porei contra este povo como forte muro de bronze; e pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo para te guardar, para te livrar deles, diz o SENHOR. E arrebatar-te-ei da mão dos malignos, e livrar-te-ei da mão dos fortes.” (Jr 15.19-21) – nossa felicidade aqui é poder experimentar dentro de nós as aflições de Jesus pelo Seu corpo (Fp 1.29; 3.10; Cl 1.24), bem como a dor do isolamento trazida pelo pecado, o qual impossibilita o Eterno de ter comunhão com os Seus. Considerando que Deus é amor (1Jo 4.8,16), é doloroso para Ele não poder ter relacionamento com aqueles que criou especialmente para se identificar plenamente com Ele (Gn 1.25,26);

4.      “Mas cada um morrerá pela sua iniqüidade; de todo o homem que comer as uvas verdes os dentes se embotarão.” (Jr 31.30).

5.      “Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.” (Ez 18.4).

6.      “Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo iniqüidade, morrerá por ela; na iniqüidade, que cometeu, morrerá. Mas, convertendo-se o ímpio da impiedade que cometeu, e procedendo com retidão e justiça, conservará este a sua alma em vida. Pois que reconsidera, e se converte de todas as suas transgressões que cometeu; certamente viverá, não morrerá.” (Ez 18.25).

7.      “Portanto, eu vos julgarei, cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor DEUS” (Ez 18.30). – pela lei, não há como um ajudar o outro a superar o mal que há em si. Cada um terá que fazer isto sozinho.

8.      Pela lei não há como escapar: todos fatalmente irão carregar as iniquidades uns dos outros. No entanto, se nos dispusermos a levar as cargas uns dos outros com amor e gratidão (Mt 5.39-45; Gl 6.2), seremos livres do cansaço e sobrecarga (Mt 11.28,29) que vem quando tentamos concorrer com os ímpios (1Pe 4.4) ou justificarmos nossas atitudes.

9.    “Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade.” (Hc 1.6,7). – Pela lei, a única forma de combater o mal é com o mal. Logo, pela lei o mal sempre vence e acaba fortalecendo o pecado nos corações (1Co 15.56), fazendo abundar a ofensa (Rm 5.20). Quem perde se enche de ódio e revolta e quem ganha, passa a confiar ainda mais na sua maldade (Is 47.10; Ez 28.16-17; Os 10.13).

10. “Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.” (Hc 2.3,4). a raiz do justo produz seu fruto (Pv 12.12) vivendo pela fé (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Ele não depende dos recursos deste mundo (Mt 6.33; Fp 4.19) e, por isto, não é impelido a usar a rede dos maus para obter pela força os recursos que deseja.

11. “Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram freqüentemente um ao outro; e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.” (Ml 3.16-18). – Aqueles cujo relacionamento se baseia apenas naquilo que agrada ao Eterno e que glorifica Seu nome jamais vão considerar desperdício de tempo e energia usar de bondade e misericórdia para com alguém, pois seu prazer está em servir ao Eterno e ser livre das coisas deste mundo.

12. “Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro? Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti. Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?” (Mt 20.12-15). – A recompensa do justo não está nos bens físicos, mas sim em ver o amor de Jesus alcançando o maior número de indivíduos. Afinal, não tem como ser prósperos se os outros não prosperarem (Jr 29.7).

13. “Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado.” (Lc 19.26). – A riqueza é dada para aquele que consegue fazer melhor uso dela, a saber:

o   “Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória.” (Salmos 112.9)

o   “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre.” (II Coríntios 9.9)

A riqueza é dada (os milagres que só a glória do Eterno é capaz de trazer – Fp 4.19) para quem reparte com quem não tem nada material para nos oferecer em troca (Lc 14.12-14).

14. “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.” (At 9.15). – “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” (1Co 1.26-29).

 

Como você vê, pela aliança da lei, cada um leva o seu próprio pecado (Ez 18.20) e não há nada que possa ser feito a este respeito. Por ela não dá como ver a diferença entre justo e ímpio, pois por ela todos são condenáveis diante do Eterno (Rm 3.19; 11.32; Gl 3.22). Afinal, não há ninguém capaz do bem (Rm 3.9-18; 7.13-21), estando, assim, condenado a tropeçar em toda a lei (Tg 2.10).

QUE PADRÃO USAR PARA DISTINGUIR ENTRE BEM E MAL?

Enfim, a verdadeira justiça não tem haver com leis:

 

·        “Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei.” (Gl 3.21)

·        “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.” (Rm 3.21,22);

·        “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:’ (Rm 4.5,6);

 

Sei que é difícil aceitar isto. A vida toda fomos instruídos na justiça do mundo. No entanto, já reparou como não tem nada que nos fere tanto quanto nosso senso de justiça? Por que insistimos tanto em ocupar a posição de juiz? Vale a pena encher-se de maldade e carregá-la ao longo da vida? Não sei se você já reparou, mas o que chamamos de justiça é, na verdade, o conhecimento do mal dentro de nós. Cogitamos o mal no coração (Mt 9.4) contra o próximo porque achamos que ele não é digno do amor e da verdade.

Na verdade, a vida do ser humano sem o Eterno é constituída do fardo pesado do constante julgamento. Desde que Adão provou o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.17), todos passaram a estar debaixo deste terrível juízo, condenados a manter a balança no perfeito equilíbrio a fim de não incorrerem em iniquidade e alguém sair prejudicado. Mas como, se todos são maus? Por fim, o mundo se acostumou a ver o prejuízo de milhares como algo normal.

Mas afinal: o que é mal? Baseados em que estamos conceituando bem e mal? Se você analisar com calma, verá que nossa decisão é baseada no conforto ou sofrimento material. Com base nisto, o que é mal para um pode ser bom para outro. Por exemplo: pro paciente, a doença é um mal; para o médico, o meio de ganhar dinheiro e ajuntar riquezas.

Se esta questão de bem e mal fosse tão importante, o Eterno não teria proibido Adão de comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Todavia, é justamente nisto que o senso de justiça humano se firma e faz um indivíduo supor que tem mais direito de usar aquilo que está em poder do seu próximo, seja por precisar mais, por ser capaz de fazer melhor uso disto ou porque tal coisa lhe era de direito (pelo menos ele assim pensa) e lhe foi tomada à força.

Independente de quem está certo ou errado, isto só lhe fará recalcitrar contra os aguilhões (At 9.5; 26.14), ou seja, querer confrontar o Eterno pelo Seu amor para com o próximo (Mt 20.14,15). Seu ódio pelo bem deste se torna algo tão terrível que este se dispõe a se machucar por dentro só para ter o “privilégio” de ver o outro sofrer.

Mas pense: o que é injustiça? Qual realmente é o mal que ela traz consigo? Não pense que a injustiça é fundamentada no mal. Toda atitude é positiva. Ou seja, quando alguém faz algo, está pensando no bem. A questão é: no bem de quem?

De onde você acha que vem as grandes guerras? Elas não são empreendidas por bandidos, mas sim por indivíduos ilustres do povo e do governo (os militares). Com a desculpa que é para combater a injustiça e acabar com de vez com as guerras, eles decidem fazer a guerra, como se a culpa de todos os males estivessem naqueles que eles taxaram de perversos.

Todavia, analise a história de Israel, por exemplo, e verás que, mesmo com tantos inimigos destruídos por completo (amorreus, amalequitas, edomitas, amonitas, moabitas, heveus, perizeus, girgaseus, jebuseus, filisteus, etc. – ver Dt 7.1), até hoje eles não alcançaram a tão desejada paz. Pelo contrário: não existe nação tão conturbada quanto Israel. O Eterno permitiu eles fazerem guerra e vencer para que não tivéssemos dúvidas de que não é pelo uso da violência que alguém se fortalecerá (Is 47.10; Ez 7.13; Sl 56.7; Pv 12.3; Sl 62.10,11; Ec 8.8).

 

LEGALIDADE X JUSTIÇA: A VERDADEIRA FACE DA LEI

Contudo, até hoje os “bonzinhos” não aprenderam a lição. Em nome da lei, decidem em prol da guerra, da separação, do processo judicial, etc., sob a desculpa que o pecador tem que pagar pelo mal que fez. Os policiais, em nome de lei, continuam matando o bandido, roubando os bens daqueles que adquiriram bens de modo ilícito, destruindo casas que foram construídas ou estão sendo usadas irregularmente.

Isto tudo pode parecer legal, mas não é justo. Primeiro: quando é que o policial checa a veracidade das decisões tomadas pelo sistema babilônico? Eles simplesmente chegam sem dó nem piedade, prontos para matar ou morrer tão somente para manter de pé este sistema satânico que rege o mundo.

A verdade é que toda lei é cruel, implacável e sem qualquer misericórdia. Por exemplo:

 

·        Não interessa se você sabe ou não escovar os dentes: se você proceder errado irá sofrer perda dentária;

·        Não interessa se você sabe o modo correto de se alimentar: se alimentares de modo inadequado, poderás ter diabete, pressão alta, AVC, etc;

·        Diante de um quebra-molas, polícia, corpo de bombeiros e ambulância têm que parar. Não interessa se estão a perseguir bandido, indo para apagar um incêndio ou socorrendo alguém com infarto, derrame, etc.

·        Se você participa de uma sociedade e esta votar algo, você tem que cumprir, quer você tenha condições de cumprir ou não.

 

Enquanto estivermos neste mundo, estaremos sujeitos a tudo que nele está ocorrendo, bem como ao juízo do Eterno sobre ele (ver Ap 18.4). Querendo ou não, este mundo como um todo é uma tremenda injustiça, regido por regras tiranas que não perdoam. Por exemplo, quer coisa mais tirana que o tempo? Ele não para, não espera. Simplesmente passa e nós juntamente com ele.

Enfim, pelo regime legal, o ser humano é colocado em segundo plano. Tudo é feito para defender o sistema e os interesses da classe que o domina.

Isto pode ser legal, mas não é honesto.

Para exemplificar isto, suponhamos que um homem, depois de vários anos usando e abusando de sua mulher, resolve, de uma hora para outra, trocá-la por outra só porque ela já não corresponde mais a todas as suas expectativas. Juridicamente falando, tal homem divorciar de sua mulher pode ser algo legalmente correto. Todavia, é justo ele, justamente na hora que ela mais precisa dele (agora que está mais velha), simplesmente trocá-la por outra mais atraente? Esta é uma atitude desonesta do homem para com a esposa, ainda que legal.

A lei foi dada para que cada um tentasse ganhar o céu por seus próprios méritos. Contudo, como cada um só é capaz de falar e fazer de acordo com sua natureza (Mt 12.34,35; Lc 6.45; Tg 3.6-8), o pecador não tem como fazer algo bom (Is 64.6; Rm 3.9-18; 7.13-21). Logo, se ele tentar pagar sua dívida não conseguirá, pois, além de esta ser grande (Salmo 49.7,8), só irá crescer com nossos atos.

A lei só serve para comemorar pecados (Hb 10.3), fazer a ofensa aumentar (Rm 5.20) e tornar cada um culpável diante do Eterno (Rm 3.19). Sei que isto parece exagero. No entanto, quem tenta ser justo com base em leis facilmente é tomado de pensamentos cruéis acerca do próximo (Ec 7.16). Ainda mais quando acha que não precisa dele. Neste caso, afasta de si qualquer possibilidade de reconciliação (a menos que ele implore pelo seu perdão, reconhecendo seu valor – ver 2Tm 3.1-5).

A finalidade da lei é garantir que teremos condições de levar a cabo todos os nossos desejos egoístas, seja nos assegurando a posse daquilo que conquistamos (mantendo os outros afastados dos nossos direitos), seja nos dando autorização para nos voltarmos contra o próximo caso este se negue a cumprir suas obrigações para conosco. Ou seja, de uma forma ou de outra, a lei afasta os indivíduos uns dos outros, seja para assegurar direitos ou pela cobrança dos deveres (um está revoltado por ter tido negado seu direito; o outro, por estar sendo coagido a conceder o que supõe ser seu direito).

O detalhe que todos esquecem é que, com a medida com que nós medirmos, seremos medidos também (Lc 6.38). Quem tenta se firmar na lei cai da graça (Gl 5.4) está obrigado a pagar até o último centavo da dívida (Mt 5.23-26).

Você pode questionar: mas a Escritura Sagrada diz que a lei é santa e o mandamento santo, justo e bom (Rm 7.12).

A lei é boa, se alguém dela usa legitimamente (1Tm 1.8), ou seja, quando a usamos como espada de dois gumes para ferir nosso ego, fazer morrer nossa natureza terrena (Lc 9.23; Cl 3.5). Se você usar a lei para lutar contra o mal (ou mesmo contra Ha-Satan e seus asseclas), o mal já ganhou. Afinal, você estará fazendo o mal contra o mal. O mal que estava vindo contra você pode até perder, mas no final quem ganhou foi o mal que há dentro de você. O mal só é derrotado para o bem encontra lugar em nós para se mostrar a todos (Rm 12.19-21).

POR QUE HA-SATAN É CHAMADO DIABO E SATANÁS?

O Eterno permite a injustiça porque nossos direitos, desejos, vontades, etc. não são para serem permanecidos, mas sim os de Cristo.

Além disto, já pensou no motivo pelo qual Ha-Satan é chamado de diabo (acusador) e satanás (adversário)?

 

·         “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” (Ap 12.9).

·         “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.” (Ap 12.10).

 

Ha-Satan é enganador (mentiroso) porque ele se coloca como adversário dos irmãos acusando-os uns para os outros dia e noite (de modo que uns enxerguem os outros como adversários). E o pior: Ha-Satan os acusam diante do Eterno, seja levando-os a ficarem ressentidos com Jesus por estar favorecendo aquele que lhes fez mal, seja incitando-os a pedir a Jesus (e até exigindo Dele) que faça o mal contra o ofensor ou pior: levando uns aos outros a buscarem no Eterno passar por cima dos direitos dos outros.

No entanto, se quisermos que a salvação, a força, o poder do Messias e o reino do Eterno cheguem (como sugere a oração de Jesus “venha a nós o teu reino” – Mt 6.10) temos que parar de acusar os outros, como se eles fossem o adversário contra quem temos que lutar. O reino do Eterno só virá a nós (Mt 6.12) quando o acusador sair da nossa vida, ou seja, quando deixamos de acusar os outros (Ap 12.10).

Na verdade, nosso real adversário são principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais (Ef 6.12):

 

·        Os principados – as autoridades que nos permitem governar ou processar os que nos fazem mal.

·        As potestades – as forças deste mundo a nosso dispor (sabedoria, conhecimento, comunicação, etc.).

·        Os príncipes das trevas deste século - aqueles que pregam e defendem seus conceitos e valores morais e espirituais a fim de promover o sistema.

·        Hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais – Ha-Satan e seus demônios que tentam impedir que tenhamos acesso a toda riqueza celestial a nós destinada (Ef 1.3; 2.6).

O MOTIVO PELO QUAL SOMOS VÍTIMAS DE INJUSTIÇA

Reclamamos de injustiça, mas nós é que, muitas vezes, nos envolvemos com aquilo que não devia. Por exemplo, suponhamos que, para colocar o alimento em casa, alguém se disponha a trabalhar no bar com a desculpa que não acha outro emprego. Se, amanhã, uma bala perdida o acertar, ele não pode ficar magoado com Jesus por permitir que tal coisa acontecesse. Ora, o que ele esperava que fosse acontecer num lugar como esse (ver Mt 11.7-9).

Isto não é tudo. Veja o que João diz:

 

·         “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.” (1Jo 5.19).

 

O maior erro que podemos cometer é o de enganarmos a nós mesmos. O que esperamos encontrar de bom num mundo dominado pelo pecado e por Ha-Satan (ver Mt 11.7,8)? Já que Ha-Satan é o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11; Ef 2.1,2) e tudo lhe foi entregue pelo homem (Lc 4.6), porque ainda insistimos em crer no mundo (e o pior: no sistema que o rege)?

Lembra do que Jesus disse: “eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.” (Mt 10.16)? Isto significa duas coisas:

 

1.    Que estamos indo ao encontro de indivíduos maus que nos odeiam por não sermos deste mundo (Jo 15.19).

2.    Que é inútil disputar com o ser humano, com o sistema, pois não temos força para vencê-los. E nem é para ter, já que devemos ser simples e inofensivos como pombas para que Jesus tenha espaço para mostrar Sua verdadeira justiça (ver Tg 1.20) e poder. Sem contar que, para vencer no céu temos que perder aqui (Mt 10.39).

 

Para exemplificar isto, suponhamos que você resolva carregar um gato. Você não pode simplesmente ir pegando nele. É preciso conhecer seus costumes e gostos. Do contrário, ele pode te unhar e, caso isto ocorra, você não pode ficar magoado. Afinal, você sabia que ele tinha garras afiadas, bem com tal costume.

De igual modo, uma vez que você sabe que o ser humano é pecador e mau (Jr 17.5,9; Rm 3.9-18; 7.13-21), como é possível que você fique magoado quando ele falha com você? Enquanto você insistir nesta acusação interior (Ap 12.7-11), o Reino dos Céus não poderá chegar até ti (Mt 6.10) e, obviamente, não poderás ver o suprimento do Eterno na tua vida (Mt 6.33).

Além do mais, você é que está errado por criar um mundo fundamentado na tua verdade e em insistir em buscar alguém que venha a concretizar o mesmo. Para começar, quem disse que teus conceitos e valores são verdadeiros? E já que aqueles com quem convives são maus (bom só existe um, a saber, o Eterno – Mt 19.17; Mc 10.18; Lc 10.18), como esperas receber algo bom deles? A única coisa que eles podem fazer por ti é o mal que entesouraram em seus corações (Mt 12.34,35). Logo, a única coisa que eles podem fazer é consolidar o mal em teu coração:

 

·        Ora cooperando para que você conquiste todas as maldades que abrigaste nele;

·        Ora tentando, de todos os modos, tirar a tua paz e desviar-te de tudo que é bom.

 

Acredite: não há nada bom que possa chegar até você vindo do homem (ver Tg 1.16,17). Contudo, isto não quer dizer que você deve ver todos com maus olhos (Mt 6.22,23). Temos que aceitar a realidade de que todos sãos maus, mas também a realidade que a graça de Jesus é bem maior (Rm 5.20) para quem se liga a Ele (2Co 3.1-3) e está sempre disponível para ser usado por Ele para pregar Sua Palavra (Mc 16.15).

A VERDADEIRA CAUSA DA INJUSTIÇA

Infelizmente a maioria crê que o grande problema da humanidade é o mal existente no coração de cada um.

Contudo, medite nisto: antes do pecado, as escolhas do homem eram baseadas apenas no seu desejo, sendo este inclinado somente para aquilo que era bom (analise Gn 3.6). Se não housesse Ha-Satan e sua semente (palavra), cujo fruto é a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, aparentemente nem precisaria do Eterno para guiar homem e mulher diretamente. Ele poderia agir nos bastidores. No entanto, sem a semente do Eterno (Palavra) não haveria o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22), a saber, a Árvore de Vida.

Em outras palavras, a vida do ser humano seria inútil. Não haveria maldade, mas também não haveria crescimento (ver Jó 32.8). Seria comer, beber, dormir e se divertir inutilmente (com conversas sem proveito e brincadeiras). Seriam eternas crianças (sem malícia, mas também sem entendimento – 1Co 14.20). Não haveria diferença entre um ser humano e outro, já que todos teriam o mesmo conhecimento. Seria como uma sociedade repleta de indivíduos iguais. Seria monótono. Não haveria separação entre ninguém, mas tal comunhão também não teria nenhum sentido.

Após se alimentar da palavra de Ha-Satan, o homem adquiriu a malícia, ou seja, o conhecimento do mal em seu interior. Imagine que não houvesse as consequências do pecado e cada um pudesse ter todo bem material que desejasse. Tudo que o corpo precisasse estaria suprido. Tudo que a alma desejasse teria. Mesmo que houvesse possibilidade de crescimento, qual seria a finalidade do mesmo? O que alguém poderia acrescentar ao outro? Que interesse haveria em uns dominarem sobre os outros?

Sem possibilidade infinita de crescimento, a única coisa que restaria eram diversões malignas (fofocas e jogos cujo objetivo é denegrir a imagem do outro), até cada um ficar isolado no seu egoísmo ou usando o outro apenas para seu mero prazer (o qual é obtido buscando meios de superá-lo).

Todavia, ao entrar o pecado no mundo, entrou também a morte (a deterioração do bens, do corpo, da mente, do sentimento e do espírito). Tudo que o povo hoje chama de tecnologia, progresso, etc. é, na verdade, um pseudo-crescimento. No fundo, é uma tentativa frustrada de tentar vencer de vez todas as consequências do pecado e voltar ao jardim do Éden. É claro que é impossível, já que nada há neste mundo que possa eliminar o mal que se alojou dentro de nós. Se o alimentamos, ele fica mais forte; senão, ele se torna cada vez mais furioso e se volta contra nós, nós obrigando a nos voltarmos contra o Eterno e contra o próximo (Gn 4.7).

Enquanto nossa alma não for suprida com Jesus, ele estará à mercê deste tirano cruel que nos obriga a abrirmos mão da nossa identidade.

E mesmo que fosse possível ficar livre do pecado, o que aconteceria é exatamente o que foi descrito acima.

Tudo isto porque, sem Jesus, não há identidade nem propósito em nada.

AO INVÉS DE OLHAR PARA O MAL QUE AMEAÇA, RECEBA A GRAÇA QUE TRAZ SALVAÇÃO (Tito 2.11)

O nosso problema não é a intensidade do mal que nos rodeia, mas sim nossa falta de fé e disposição para aproveitarmos toda expressão de maldade para mostrarmos o Favor, a Palavra e o caráter de Cristo. Preferimos tentar achar um culpado e puni-lo por nos tirar do conforto, do que multiplicarmos os talentos e minas (Mt 25.26,27; Lc 19.22,23).

É maldade sermos negligentes acerca da nossa identidade (não podemos esconder quem somos - ver Mt 25.26). Vale lembrar que a primeira tarefa que Adão recebeu do Eterno foi identificar cada um dos animais (Gn 2.19).

A boa notícia é que os inocentes não precisam pagar pelos pecadores. Jesus já pagou o preço dos pecados dos outros a fim de que não precisássemos pagar mais por eles; antes tivéssemos os recursos necessários para fazermos toda Sua vontade, atravessando todo mal decorrente do pecado dos outros sem sofrer dano (ver Is 43.1-5). Note como o problema não está na grandeza do mal do inimigo, mas nossa indisposição de buscar no Eterno a manifestação da Sua graça.

A graça e a verdade vieram com Jesus (Jo 1.17) e nos livrou desta maldição que nos rodeia concedendo-nos Sua eterna vida (Jo 5.21; 6.63). Basta crer Nele (Jo 17.3) e o tempo e as calamidades passam a nos favorecer. As calamidades tornam-se oportunidades para Jesus se mostrar através de nós (2Co 4.10,11; Fp 2.14,15), e o tempo, o apressamento de nosso encontro com Jesus.

Se, ao invés de recalcitramos contra os aguilhões (At 9.5) das perdas que os indivíduos nos impõem, nós simplesmente recebêssemos Jesus e Seus dons, talentos e perdão, conseguiríamos nos alegrar e crescer mesmo em meio aos maiores juízos (veja Lc 21.25-28). Junto com a tentação e a tempestade que tem de vir sobre os ímpios, o Eterno dá o escape (Na 1.3; 1Co 10.12,13). Todavia, ao invés de nós recebermos as ricas bênçãos (Fp 4.19) que o Eterno traz junto com a tentação, nós insistimos em querer que Ha-Satan traga de volta a nossa miséria. Nos prendemos a uma miséria que muitas vezes não resolveu nem mesmo nosso problema físico, enquanto Jesus está pronto a suprir TODAS as nossas necessidades (Sl 127.2; Mt 6.11,25,26,33; Fp 4.19).

Nosso coração duro e impenitente (Rm 2.5) insiste em não conhecer o caminho do Eterno (ver Sl 95.10) no meio da tormenta e da tempestade (Na 1.3). Embora Ha-Satan possa ter sido o instrumento da injustiça contra nós, foi o Eterno que tudo operou (1Ts 5.18) para abalar, na nossa vida, tudo vem nos deixando abalados (Hb 12.25-27). E até quando vamos insistir em manter de pé o edifício do velho homem, tentando reparar uma brecha ali e outra aqui?

Até quando permanecerão no meio de ti os pensamentos da tua iniquidade (Jr 4.14)? Não tente salvar teu velho homem. Deixe-o morrer (Mt 10.39; Lc 9.23) para que o novo possa ser formado dentro de ti (Jo 1.12; 1Co 15.36). Quando isto acontecer, você saberá conduzir corretamente teu ódio contra o mal, buscando receber o superabundante Favor do Eterno (Rm 5.20) para vencê-lo com o bem (Rm 12.19-21), com as armas espirituais (2Co 10.3-6; Ef 6.14-18), com vistas a receber dentro de ti o amor maior (Lc 7.47).

Se quisermos os direitos e recompensas do Eterno para nós (Is 49.4), devemos considerar a conversão daquele que nos fez o mal a nossa real recompensa. Afinal, se ele se arrepender, além de ele não mais prejudicar ninguém, ainda poderá vir a ser teu amigo. Mas, para isto, é necessário renunciarmos nossos direitos e recompensas aqui, considerando elas como bens do Eterno a serem trocados por riquezas espirituais na medida que as usamos para alargar nosso caminho perante o próximo (Pv 18.16).

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