segunda-feira, 6 de março de 2017

119 - Devo Buscar os Tribunais de Justiça (Parte 2)

QUEM ESTÁ SENDO INJUSTO COM QUEM?

Acusamos os outros de serem injustos conosco porque nos roubaram algum bem físico, mas nós estamos sendo muito mais injustos sonegando-lhes o bem espiritual que é de direito deles (afinal Jesus morreu para chamar os pecadores ao arrependimento – Mt 9.12,13). Jesus já ordenou Seu amor por eles em nós (Sl 23.6; Mt 6.44,45) e é isto que toda criação espera dos filhos do Eterno (Rm 8.19-22). Jesus já nos capacitou para ajudá-los nas suas aflições e nos assédios de Ha-Satan (1Pe 5.8,9). Mas, ao invés de nos humilharmos além daquilo que fomos humilhados (1Pe 5.5-7), nos dispormos a dar ao indivíduo mais do que ele esperava arrancar de nós (Mt 5.38-42), ficamos ressentidos e resistimos à bondade e misericórdia do Espírito de Jesus em nós (ver Jo 15.9; Rm 11.22).

O único motivo de Jesus permitir alguém pecar contra nós é porque Ele possa se mostrar à pessoa por meio de nós (ver Mt 9.12,13). Logo, quando nos ressentimos com alguém, estamos, no fundo, nos rebelando contra Jesus. Afinal, foi Ele quem nos deu tal missão. Daí Jesus dizer:

 

·         “E DISSE aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos. Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria. E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” (Lc 17.1-10).

·         “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 5.20).

 

Ao processarmos ou desejarmos o mal a alguém, ainda que estejamos retos, estamos, no fundo, a ministrar a mentira. Como alguém só é liberto quando a verdade é manifesta (Jo 8.32) (a saber, a verdade que é real em nós e que o próximo precisa ouvir e ver), tal postura só deixa o indivíduo ainda mais preso no mal que há dentro dele. Ou seja, por causa da miséria que tomou conta do nosso coração por esperarmos em Cristo apenas nas coisas deste mundo (1Co 15.19), muitos indivíduos têm saído da nossa presença com uma fé ainda maior no poder da maldade.

Inclusive, a razão de dois indivíduos não entrarem em acordo é justamente porque a verdade não foi manifesta. Do contrário as trevas seriam expulsas (2Co 6.14-18) ou iluminadas (não podemos esquecer que Jesus é a verdade - Jo 14.6), vindo ambas as partes a sentirem e pensarem a mesma coisa (1Co 1.10). Não podemos esquecer nosso papel de sermos luz do mundo (Mt 5.14-16) em Cristo (Jo 8.12; 9.5).

O Favor do Eterno nos ensina que somos nós quem devemos pagar pelo mal que o outro fez. Sei que isto parece estranho, já que a Escritura Sagrada diz que a alma que pecar é que morrerá (Ez 8.4,20). Ainda mais considerando que:

 

·         “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um como o outro são abomináveis ao SENHOR.” (Pv 17.15).

 

No entanto, pense: não foi isto que o Eterno fez por nós? Nós pecamos, mas quem morreu foi Jesus. Daí você vê como o modo do Eterno exercer justiça é diferente do nosso. Jesus recebeu o castigo que era para nós (Is 53.4-6) a fim de que pudéssemos confiar Nele a ponto de condenarmos nosso ego à morte e, assim, Ele viesse a viver em nós. Ou seja, ao invés de viver isolado no Seu corpo, Jesus preferiu dar toda riqueza deste mundo em troca de viver nos tabernáculos eternos daqueles que cressem Nele (ver Lc 16.9).

Foi isto que Jesus fez e nos ordenou: que fizéssemos da Sua vida nossa bebida e do Seu corpo maltratado pelos pecadores nosso alimento (Jo 6.51-57; 1Pe 2.21-24), bem como amássemos exatamente deste jeito que Ele nos amou (Jo 13.34-35), que vivêssemos por Ele (1Jo 4.9), que fizéssemos as mesmas obras (Jo 14.12; 1Jo 2.6). Por exemplo:

 

·        “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.” (Lucas 23.34).

 

Por aqui vale a pergunta: existe algo que justifique a prática da maldade? Por que um tem mais direito à vida ou a algum benefício do que outro? Qual é mais importante: as obras, os bens ou os indivíduos?

Muitos vezes passamos por cima dos outros ou os desprezamos porque ignoramos o plano do Eterno e a utilidade deles neste plano. É lógico que ninguém escravo do pecado tem real utilidade (Rm 3.9-18). Contudo, o que poucos sabem é que o verdadeiro mal na nossa vida está dentro de nós e o mal de cada dia (Mt 6.34) visa dar oportunidade para o Favor do Eterno nos dar a confiança correta em Jesus e, assim, nos salvar de nós mesmos. (Ef 2.8,9). Ou seja, ajudamos o próximo, não por causa do que ele tem para oferecer, mas por ser através dele que Jesus opera Sua boa vontade em nós, a qual nos leva a crescer, seja na mente, no sentimento ou no espírito.

TEM SENTIDO VIVER EM UM MUNDO ONDE, PARA NÃO SOFRER O MAL, TEMOS QUE FAZER O MAL?

Além disto, que sentido tem viver em um mundo onde algo só funciona se for movido pelo combustível da maldade? Onde só se faz algo bom por medo da punição? Onde, só se recebe algo do próximo por meio de violência ou sedução?

Pense: que vitória real podemos alcançar se, para acabar com o mal, tivermos que usar de maldade? Neste caso, o que ficou provado foi a eficácia do mal e, com ele, o medo. Considerando que quem teme não é capaz de ser aperfeiçoado no amor (1Jo 4.18), logo tal mundo será formado de obrigações e direitos sem sentido.

E o pior é que, quem se deixa prender por este senso de justiça (que aos olhos do Eterno é trapo de imundície – Is 64.6) se torna incapaz de se sujeitar à justiça do Eterno (Rm 10.3) e acaba se distanciando do Favor Dele (Gl 5.4). Afinal, enquanto Seu Favor visa nos capacitar a entregarmos nossos direitos para que os outros possam ser salvos (e possamos ter direito neles diante de Jesus – ver Is 49.4), a lei visa garantir que os outros não sejam salvos de conceder nossos direitos.

Mas pense: vale a pena viver fugindo do mal ou lutando para mantê-lo afastado (como fazia Jó – Jó 3.25,26)? Não é possível, em Cristo, triunfar sobre o mal? Se não é, então tudo que Cristo fez na cruz não tem sentido e o evangelho que estamos crendo e seguindo é uma grande mentira (ver Pv 16.7; Is 41.17,18; Ap 21.24-27). A verdade é que o mal só prevalece quando permitimos que ele ganhe vida em nós e nos guie (Gn 4.7; Sl 107.33-43), quando desistimos do bem (Gl 6.9).

Por que insistimos em nos posicionar contra Jesus (nos afastando do Seu amor e Palavra – Mt 12.30),  tentando fazer justiça com as próprias mãos ou usando as mãos de outros (daqueles que têm prazer no sofrimento dos outros, tal como se dá com a grande maioria dos membros do sistema jurídico e policial)? Se nem o arcanjo Miguel (Jd 9), um dos primeiros príncipes celestiais (Dn 10.13) ousou pronunciar juízo contra Ha-Satan é porque isto pode comprometer nossa salvação (note que Judas estava tratando deste assunto ao citar o versículo 9 - Jd 3).

E o motivo disto é simples: jamais a ira do homem (Tg 1.20) ou de qualquer outra criatura é capaz de produzir a justiça do Eterno. Mesmo que benefícios físicos possam ser alcançados forçando alguém ao bem, os mesmos não proporcionarão nenhuma transformação espiritual; antes, apenas fé em Ha-Satan e suas armas, a saber: acusação (injustiça) e oposição (autoritarismo).

Para ilustrar o que acontece quando há apenas libertação física, na época que o rei Ciro emitiu o decreto permitindo a todos os israelitas voltarem para Jerusalém para construírem o templo (Ed 1.2,3), apenas uma pequena parte voltou. A maioria preferiu ser escravo na Babilônia a ser livre em Jerusalém. E mesmo os que voltaram, ao invés de se empenharem na missão de reconstruir o templo e restabelecer o culto, preferiram construir suas casas e viver seu egoísmo, usando a oposição dos adversários (Ed 4.4) como desculpa para dizer que ainda não tinha chegado o tempo de construir o templo do Eterno (Ag 1.9). Não pensavam como Davi:

 

·         “Certamente que não entrarei na tenda de minha casa, nem subirei à minha cama, não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras, enquanto não achar lugar para o SENHOR, uma morada para o poderoso Deus de Jacó.” (Sl 132.3-5)

 

É bem verdade que Ha-Satan estava se opondo ao sacerdote Josué (Zc 3.1). Contudo, de que adiantava simplesmente repreender Ha-Satan quando não havia amor e zelo pelo Eterno no coração dos Israelitas? Daí a importância do próprio Eterno repreender. A questão não é se temos ou não autoridade, se estarmos ou não certos. A menos que o Eterno faça ouvir Sua voz, mesmo que os indivíduos à nossa volta busquem o Eterno em resposta ao nosso ministério, ainda assim estarão buscando ao deus errado (tendo uma visão errada acerca de quem é Jesus) ou pelo motivo errado (como amante de Cristo, ao invés de noiva). Eles estarão fazendo a nossa vontade, seguindo o nosso Deus, sendo nossa imagem e semelhança ao invés de conhecerem o verdadeiro Deus e, então, seguirem e fazerem o que eles próprios desejam (após o Eterno trabalhar Sua vontade no coração de cada um, eles não estarão mais seguindo um deus alheio, mas Emanuel – Mt 1.23; Fp 2.12,13).

RESISTIR À AUTORIDADE É RESISTIR AO ETERNO

E isto não é tudo! Já parou para pensar que, ao resistir a uma autoridade você está resistindo ao próprio Eterno (Rm 13.2)? Afinal, ninguém pode ter nada que, antes de tudo, não lhe seja dado do céu (Jo 3.27). O próprio Jesus disse a Pilatos que ele só tinha poder para crucificar ou soltá-Lo porque o Pai lhe concedeu tal poder (Jo 19.10,11). Já que TODA autoridade foi ordenada pelo Eterno (Rm 13.1), logo quem resiste à autoridade irá à condenação (Rm 13.2).

Você pode questionar: mas e no caso do anticristo? Temos que nos sujeitar a ele? Ora, se até o arcanjo Miguel se sujeitou a Ha-Satan ao invés de julgá-lo, logo o que sobra para nós? Sei que isto parece estranho, mas pense: quando você se sujeita a alguém que está a serviço de Ha-Satan, indiretamente você está se sujeitando a Ha-Satan também. Logo, se teu patrão ou cônjuge não está servindo a Jesus, indiretamente você está se sujeitando a Ha-Satan (ver 1Co 7.32-35).

Além disto, não esqueça que, antes de tudo, todo o apocalipse foi projetado e mantido pelo Eterno:

 

·        “E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade.” (2Ts 2.11,12).

·        “Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.” (Ap 17.17).

 

Note que os dez líderes mundiais só conseguirão ter a mesma ideia, de modo a darem à besta o seu reino porque o Eterno irá por isto em seus corações. Ou seja, nem o inferno com toda a sua eficácia é capaz de promover tal coesão de pensamento. Em outras palavras, toda a profecia referente à besta não terá como se concretizar, a menos que o Eterno intervenha PESSOALMENTE de modo sobrenatural. E Ele assim faz porque tudo é desígnio Dele para cumprir as palavras Dele. Ou seja, Ha-Satan, nem mesmo com toda sua eficácia é capaz de enganar e seduzir todos ao mesmo tempo.

Enfim, por mais terrível que possa parecer a ação de Ha-Satan, o anticristo e o falso profeta com todos os seus asseclas, ainda assim não poderemos pensar em constituir um exército armado para tentar derrotar estas forças, nem mesmo tentar burlar a marca da besta com a desculpa que é para nos alimentarmos (como mostra alguns filmes evangélicos apocalípticos). Fazer isto é conscientemente lutar contra o Eterno e Sua Palavra (Rm 13.5).

O correto é se submeter ao anticristo abdicando do direito de comprar e vender para viver verdadeiramente pela fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Por mais abominável que seja a obra de Ha-Satan, a Escritura Sagrada diz que nenhum magistrado é terror para a boa obra (Rm 13.3). Logo, a verdadeira boa obra não está relacionada com tranquilidade e bem-estar neste mundo. O Eterno usará as injustiças de Ha-Satan e seus eleitos para nos conduzir ao lugar certo onde o verdadeiro bem poderá se manifestar em nós (Rm 13.4).

Encare as injustiças de Ha-Satan como oportunidades a mais para ajudar o próximo a enxergar a verdadeira bênção do Eterno (2Co 4.10,11). Afinal, como ajudar alguém que não precisa? E que valor há no milagre quando o natural está à disposição? Assim, nós pagamos os impostos e tributos justamente para que as autoridades possam fazer todo mal que planejaram e, assim, dar condições para que os que nos rodeiam tenham mais oportunidades de ver com clareza a diferença que Cristo é capaz de fazer em meio ao mesmo (Rm 13.6).

Entenda: o motivo de se sujeitar a autoridade não é tanto por causa dela propriamente, mas sim por causa do Eterno que está a usá-la para nos chamar para o Seu propósito (Rm 8.28). Toda a oposição dos perversos visa nos levar ao lugar certo a fim de fazermos a obra certa. Infelizmente, muitas vezes estamos tão apegados ao mundo que só conseguimos enxergar bênçãos no plano físico (ver 1Co 15.15). Isto dificulta de enxergarmos que, de repente, o fato de termos sido resgatados do mundo e chamados para uma determinada obra é justamente para lidarmos com aquele indivíduo chato, injusto, rebelde, mau. Quem sabe foi especificamente para tal hora e tal indivíduo que fomos criados (ver Et 4.14; Jo 12.27)?

NÃO DEVEMOS FAZER USO DA JUSTIÇA DESTE MUNDO

Contudo, o fato de toda autoridade ser constituída pelo Eterno, não significa que podemos fizer uso da justiça do mundo (tentando obrigar o pecador a pagar pelo mal que nos foi feito). Embora seja o Eterno que tenha constituído tal autoridade, vem a pergunta: com que finalidade? Como vingador (Rm 13.4). Eu te pergunto: você quer um Deus zeloso por ti ou vingador do mal (ver Na 1.2,3). Se optares pela vingança, estás, no fundo, a questionar a autoridade e justiça de Jesus. E esta é a essência do pecado.

Pense: se nossa presença aqui fosse para conquistar espaço (fazer e adquirir coisas) e punir todos que ameaçassem esta conquista, qual seria a razão de ser da Igreja? Basta o Eterno se calar e o próprio pecador cava o seu mal (Jó 5.13; Sl 7.16; 94.23; 109.29; Is 59.7,8; Rm 3.9-18). No entanto, Jesus ordenou que amássemos os inimigos (Mt 5.44) e até pôs uma mesa farta para nós na presença deles (Sl 23.5). A única explicação é que eles precisam estar fortes e saudáveis para cumprirem o papel que lhes foi dado na nossa vida. E cabe a nós dar a eles de comer (Rm 12.19-21 - isto lembra a multidão alimentada em Mt 14.16; Mc 6.37; Lc 9.13, composta dos mais diversos tipos de indivíduos, inclusive daqueles que haveriam de cumprir a profecia pedindo a crucificação de Jesus).

O PAPEL DO ÍMPIO NA NOSSA VIDA

Você pode estar se perguntando: que papel algum pecador pode ter na nossa vida? Refinar-nos (ver Ml 3.2,3). Sem eles o plano do Eterno para nós não pode se cumprir. Não te esqueças de que só seremos conduzidos à vida se nos dispusermos passar pela porta e caminho justos, ou seja, onde não tem espaço para nossos direitos egoístas (Mt 7.13,14).

Para exemplificar:

 

·        José, para chegar à presença de faraó teve que ser vendido pelos irmãos (Gn 45.7,8) e acusado injustamente pela mulher de Potifar (Gn 39.18-20). A princípio, poderíamos pensar que o Eterno tinha sido injusto com José. Contudo, se isto não tivesse acontecido, ele teria terminado como mordomo de uma simples casa: não teria voltado a ver seu pai, talvez tivesse ido para o inferno (já que guardava mágoa pelos irmãos), não teria experimentado tamanho poder, riqueza e glória, muito menos iria para a galeria dos heróis da fé (Hb 11.22).

·        Davi não teria ganhado o respeito do povo de Israel se não tivesse um Golias para vencer (analise 1Sm 18.7) e não teria vencido Golias se não tivesse aparecido um leão e um urso para enfrentar (1Sm 17.33-37).

·        Se Hamã não tivesse se voltado contra os judeus, Ester teria terminado seus dias como uma simples rainha (alguém que, embora fosse mais privilegiada do que as outras mulheres, era considerada como mero objeto de entretenimento do rei – ver Et 1.10,11). No entanto, no que Hama se levantou contra os judeus, isto motivou Ester a se aproximar do Eterno e buscar o livramento do seu povo, vindo a arriscar sua vida por isto. Resultado: no final, ela e Mordecai estavam governando a Pérsia ao lado do rei.

·        Foi a lei injusta dos presidentes e sátrapas que permitiu o rei Dario ver o verdadeiro Deus na cova dos leões salvando Daniel (Dn 6.24-26). Sem isto, Daniel não teria prosperado, nem ficado livre dos inimigos.

 

Além disto, pense no caso de Acã (Js 7.11). A princípio, não parece justo todo Israel perder a guerra por causa de um único homem. Contudo, se eles tivessem cumprido o mandamento de amar o próximo (Lv 19.18), buscando o melhor uns para os outros (Jr 29.7), Acã não teria tido espaço para pegar do anátema. Se Israel estivesse orando com sinceridade e intensidade, o Eterno lhes revelaria que havia algo errado. O problema nosso é o de achar que podemos resolver alguma coisa sem Ele (Js 7.3) ou que podemos viver sem nos preocupar com o bem-estar do próximo (Am 6.1,3-6; Ez 16.49; Zc 1.15).

O poder do Favor do Eterno aparece justamente quando conseguimos, pelo amor de Jesus, “con-firmar” a lei, ou seja, firmar tudo aquilo que Jesus é junto ao pecador. Por isto Judas foi escolhido como apóstolo: para mostrar que, mesmo havendo um diabo no meio (Jo 6.70), mesmo sendo este possuído por Ha-Satan (Jo 13.27), ainda assim toda Escritura Sagrada não deixaria de se cumprir (Sl 41.9; Jo 13.18).

Isto é a segurança para nós de que os planos do Eterno não podem ser frustrados (ver Jó 42.2; Is 43.13), de que não precisamos fazer força para manter todas as circunstâncias favoráveis. Embora os inimigos tenham liberdade para fazer o que desejam e, muitas vezes, até logrem êxito, ainda assim nem mesmo toda a astúcia e perversidade de Ha-Satan e seus asseclas é capaz de frustrar o que é de Jesus em nós.

Para ser mais exato: além disto alimentar nossa confiança na soberania de Jesus, permite que os pecadores possam visualizar o que sai de dentro deles quando têm liberdade para fazerem aquilo que está em seus corações (Sl 81.12; Pv 1.19; Rm 1.23-28), bem como o que a glória de Jesus é capaz de fazer em meio a tanta maldade na vida de quem se submete a Ele (Rm 5.20; 9.22,23), servindo isto de testemunho para quando Ele vier para julgar vivos e mortos (ver 2Ts 1.4-8).

Assim, se você fosse livre de toda oposição, não conheceria dentro de ti mesmo toda eficácia do amor do Eterno. Considerando que o pecado entrou no mundo por conhecerem dentro de si uma sabedoria desnecessária (Ec 7.29), agora, a única forma de ser liberto disto é conhecendo a verdade dentro de si (Jo 8.32), ou seja, vivenciando-a internamente.

Daí o Eterno não arrancar o joio (Mt 13.28,29), mas até mesmo permitir que eles prosperem (Jó 21.7-20; Sl 73.1-19,27). Do contrário, como a misericórdia do Eterno poderia ser exercitada dentro de nós e purificar e fortalecer a fé nossa e dos que nos cercam (1Pe 5.8,9)? Mais ainda: como todos poderiam ver que a prosperidade dos ímpios nunca os satisfaz (ver Sl 56.7; 62.10,11; 73.17-20; Pv 12.3; Ec 8.8; Ez 7.13)?

O VERDADEIRO PROBLEMA É CRER EM JESUS SEM CONSIDERARMOS NOSSA SITUAÇÃO ESPIRITUAL

Entenda: o problema não está em crer em Deus (no fundo, até os ateus acreditam). O problema é enxergar o Eterno sem pensarmos nas nossas fraquezas, limitações, desejos, necessidades, etc. O que muitos fazem é colocar Jesus no centro de suas vidas, ao invés de entregarem Suas vidas para que Jesus as coloque no lugar adequado do Seu corpo e da Sua vida.

Embora, por algum tempo, as coisas aparentem funcionar bem, quando vier a tempestade (e ela virá – Jo 16.33) a ruína será grande (Mt 7.24-27). Afinal, tudo aquilo que construímos baseado no conhecimento errado que assimilamos do Eterno irá desmoronar e o pior: por ação Dele (Mt 3.10; 15.13; Hb 12.25-27). Nesta hora, nossa confiança no Eterno irá vacilar, podendo até desmoronar. Por construímos nossa fé com base nas nossas expectativas acerca dele ao invés de vê-Lo como Ele é, tudo certamente fracassará. E quanto mais tempo demora para vir a tempestade, maior é o tempo e os recursos perdidos.

E mesmo que o indivíduo consiga superar a tempestade, isto não melhora a situação dele: o tal não terá oportunidade de enxergar a miséria na qual ele vive (Is 57.10), estando condenado a ficar aprisionado nela (sem a menor capacidade de se livrar dela) e a trazer destruição para si e aos que o cercam indefinidamente (Sl 69.22-28; Pv 1.18,19).

Daí ser bem-aventurado quem é repreendido pelo Eterno (Sl 94.12,13).

PARECE INJUSTO O ÍMPIO SER ABENÇOADO, MAS NÃO É

Medite no Salmo 37 e você verá que, no final, o real lucro do ímpio vai para o justo. A ele cabe usufruir das riquezas ajuntadas pelos ímpios (Ec 2.26) para granjear amigos (Lc 16.9), ajuntar tesouros no céu (Mt 6.19-21) e, assim, ser rico para com o Eterno (Lc 12.21).

Agora entende o motivo de, quando servimos ao Eterno, as lutas aumentarem (veja 1Pe 4.12-19)? Tal correção visa nos capacitar para algo melhor e nos conceder a real paz (ver Is 38.17), a saber, nos livrar da pressa de corrermos rumo ao mal que nos escraviza (Pv 16.25-27; Is 59.7,8). Logo, a pior coisa que pode acontecer é o Eterno nos entregar aos desejos do nosso coração (Sl 81.12; Is 5.5; Rm 1.23-28): tudo que conseguirmos só servirá para nos trazer dano e tirar nosso sono (Ec 5.12,13).

Não fique, portanto, indignado pelo fato de o sucesso neste mundo ser destinado aos perversos (Sl 37.1,7; Ec 2.26). Apenas a bênção do Eterno é perfeita e enriquece sem trazer dores (Pv 10.22; Tg 1.16,17). E elas estão à nossa espera (1Co 2.9,12; Ef 1.3; 2Pe 1.3), reservadas especialmente aos que amam ao Eterno (1Co 2.9-12). Vão além de tudo que há neste mundo (1Co 15.19), daquilo que podemos pedir ou pensar (1Co 2.9,12; Ef 3.19,20). Basta deixarmos que Seu poder opere em nós (Fp 4.19) enquanto dormimos (descansamos e esperamos Nele) (Sl 37.7; 127.2).

POR QUE O ETERNO CONDENA RECORRER À JUSTIÇA DO MUNDO?

Por tudo isto, é possível aprender que, ao invés de combatermos as injustiças do mundo, devemos considerar as mesmas como a oportunidade que o Eterno está nos dando para enxergarmos a miséria interior que o pecado traz àqueles que o cultuam e, ao mesmo tempo, a imensa miséria a que muitas vezes nos apegamos e que nos impede de ver as riquezas da glória do Eterno em nós.

Agora entende o motivo de o Eterno condenar quem busca auxílio no sistema jurídico que controla o mundo (ver Is 30.1-3; 31.1-3)? Além de estar desperdiçando uma oportunidade a mais de frutificar para o Eterno, todo processo jurídico implica em muita maledicência sendo proferida de ambos os lados (acusado e acusador, bem como seus representantes e simpatizantes). Isto só serve para alimentar o ódio no coração de cada um dos presentes, além de acentuar a inimizade entre réu e acusador. Eu te pergunto: você acha que vale a pena viver tanto ódio e prazer na maldade e estimular isto no coração dos outros só para ter garantido os teus direitos e saciar tua sede de vingança? Você acha gostoso ser invejado ou odiado? Caso sim, saibas que a maldição fatalmente irá agarrar-se a ti (Sl 109.17,18) até pagares toda tua dívida para com o Eterno (Mt 5.23-26; 18.23-35).

Além disto, considere que o sistema jurídico é composto de indivíduos que não têm nenhuma aceitação diante do Eterno (1Co 6.4-6). Logo, nenhum bem real isto poderá trazer a ti. Mesmo porque, pense em como estava tua vida antes de teres sido vítima deste a quem estás a processar? Tem certeza que ele é a causa de todos os males na tua vida? Se você acha que é, eu te pergunto: como ele teve acesso à tua vida? Com certeza através de uma brecha que havia no teu coração. De quê adianta punir tal adversário se isto não tapará tal brecha? Obviamente continuarás sujeito à entrada de novos invasores.

QUEM SE RENDE À JUSTIÇA DO MUNDO PODE PERDER O SIGNIFICADO DOS SEUS RELACIONAMENTOS

De quê adianta ter os direitos conquistados se isto implicar em perder o respeito daqueles que amamos? Afinal, quem acostuma a cobrar dos outros os seus direitos, fatalmente irá fazer o mesmo com os familiares, amigos (vindo a se ressentir quando os mesmos não corresponderem aos seus padrões de justiça).

Por exemplo: imagine você trabalhando fora o dia todo e, ao chegar em casa, encontra a casa toda bagunçada pelo teu filho. Se você for brigar com ele, só irá fomentar sentimentos ruins (veja Cl 3.21). Por que, ao invés de fazer uso de regras para estabelecer limites ou obrigações nos relacionamentos, não buscas aproximar-te mais do Eterno e do próximo, de modo que haja mais disposição em ti e nele para, juntos, fazerem o que é bom?

Apesar de isto ser errado, recobre o ânimo e tente conversar com seu filho e, juntos, coloquem a bagunça em ordem. Você poderá transformar este transtorno em uma oportunidade de te aproximares do teu filho, e fazeres algo juntos e ensinar-lhe algo precioso.

Daí a Escritura Sagrada instruir-nos a fazer todas as coisas sem murmurações, nem contendas, certo de que o Eterno está a operar Seu querer e efetuar segundo Sua boa vontade (Fp 2.12-15; Ec 9.10), tendo em vista o nosso bem e salvação segundo seu propósito (Rm 8.28). Seja capaz de regozijar-se sempre, orar sem cessar, em tudo dar graças, sem duvidar que o que está a se passar é a vontade de Eterno em Cristo Jesus para contigo. (1Ts 5.16-18). Faça isto e você será irrepreensível e sincero, filhos de Deus inculpável, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeces como astro no mundo (veja Dn 12.3).

Perceba que, enquanto a justiça do mundo ressalta os erros que justifiquem a separação (desculpa para não lutar para crescer em caráter), o Favor de Jesus as une em cima destes mesmos erros (Lc 7.47) que Ha-Satan usou para tentar dividi-los e mantê-los separados um do outro e da bênção do Eterno para ambos (Mt 18.18-20).

Não é em vão que Tiago diz: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.” (Tg 2.13). Afinal, é o exercício da misericórdia que nos une uns aos outros e livra nossa alma de ser consumida (Lm 3.22,23) pelos atormentadores (Mt 18.23-35). A verdadeira unidade não se dá com uns tirando vantagem dos dons dos outros, mas sim um deixando o Eterno usar Sua vida nele para restringir o ego do outro (salvando-o de si mesmo – Mt 16.24).

POR QUE É MAIS FÁCIL CRER NO MAL?

Por que é mais fácil crer no poder do mal do que no poder da piedade (2Tm 3.5)? Porque é necessário haver agentes preparados e equipados para fazer o mal (a força jurídica e policial) para que a sociedade possa existir? Só é possível fazer o bem sendo pressionado pelo mal ou sob a ameaça deste? Se isto for verdade, a vida não tem razão de ser e tudo que Jesus fez na cruz foi em vão. O Eterno acaba sendo mau ou impotente (visto não fazer nada a respeito) e o amor, mera utopia.

PELA LEI TODO SERVIÇO É UM ROUBO

A verdade é que jamais algum bem pode vir do mal (pelo menos, não algo que realmente permaneça e satisfaça). Todo esforço deste mundo para a paz só traz mais conflitos. E não podia ser diferente: como haver paz estando todos assolados pelo pecado? Analise e você verá que o maior tormento na tua vida vem de dentro, do teu coração.

Todas as vezes que queremos receber algo que está em poder do próximo, mas ele se recusa a nos dar, o tormento toma conta de nós. O fato de nos acharmos merecedores de algo faz do próximo um vilão por não querer nos dar e, tudo que necessitamos para colocar esta revolta para fora é um motivo para acusá-lo.

Não é à toa que a marca da besta foi atrelada ao comércio (compra e venda – Ap 13.16,17) e Jesus se refere ao dinheiro como riqueza da injustiça (Lc 16.9). Uma vez que no Sistema Babilônico (o sistema que rege este mundo) não existe satisfação em compartilhar, como determinar o preço justo a ser cobrado (o Eterno abomina o ganho exagerado – Ez 18.8)? Afinal, quem vende nunca vai achar que foi remunerado bem o suficiente; e quem paga sempre vai achar que outro está recebendo demais (visto que o vendedor irá usar o dinheiro pago em algo que nenhum benefício direto lhe trará). No fundo, o que compra acha que o dinheiro é seu e tem que ser obrigatoriamente usado eternamente a seu favor (veja, por exemplo, Gn 31.43).

Em outras palavras, pela lei, todo serviço é uma forma de roubo. Afinal, o que é roubar? Não é tomar algo que é do outro sem seu consentimento? Mesmo que haja consentimento mental, se não houver aprovação sentimental, isto não deixa de ser roubo? Cada um está sendo violentado (pelo seu ventre – Pv 20.27; Ec 6.7) a fazer algo pelo próximo sem se importar com ele e, este, por sua vez, está sendo violentado (pelo medo da punição, seja dos homens ou divina) a pagar pelo serviço.

SOMENTE O AMOR É JUSTO

Por outro lado, no amor:

 

·        quem presta o serviço tem o prazer de ofertá-lo com alegria (Ef 4.28);

·        quem é beneficiado pelo serviço se compraz em compartilhar os recursos necessários para que o prestador do serviço possa continuar na obra (2Co 9.6; Gl 6.6).

 

Neste caso, quem presta o serviço irá fazer com exatidão o que o indivíduo precisa e este lhe dará exatamente o recurso que o Eterno tocou em seu coração para lhe dar, pois ambos veem um no outro recompensa para si. Afinal, como em Cristo somos individualmente membros uns dos outros (Rm 12.5), logo o que é bom para um é para o outro (um é canal de bênção do Eterno na vida do outro): o prestador do serviço acaba servindo a si mesmo (já que o serviço irá proporcionar ao receptor a servir ao Eterno mais eficazmente) e o comprador dando o recurso para si mesmo (já que este recurso permitirá o prestador de serviço a permanecer no seu dom aperfeiçoando-o, estando à disposição para quando comprador ou alguém ligado a ele precisar novamente dos seus serviços). Isso não é egoísmo, mas sim amar o próximo como a si mesmo (Mc 12.33). Mesmo isto não sendo a excelência, é o caminho para a mesma (Rm 10.4; Gl 3.24,25), ou seja, para que possamos amar uns aos outros como Jesus nos amou (Jo 13.34,35).

Não é em vão que justo é sinônimo de algo nem frouxo, nem apertado demais. Apenas o amor é capaz de produzir um relacionamento justo, onde cada um dá com alegria (2Co 9.6) exatamente aquilo que o outro precisa receber do Eterno. Daí quem ama os outros cumprir a lei (Rm 13.8). Note que não é “obedecer”, mas “cumprir” a lei.

A obediência, no sentido coloquial, visa tão somente um mero acordo com vistas a cumprir obrigações.  No entanto, quando deixamos que todos que o Eterno traz façam parte de nós, toda a justiça que é possível existir na lei se cumpre em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o espírito (Rm 8.3,4). Ou seja, a lei é con-firmada, firmada dentro de nós e do próximo por meio da Palavra do Eterno operando em ambos (Rm 3.31).

E que lei é con-firmada? A ligação (amor) em torno do perdão e misericórdia. Permitirmos que nossa vida seja o sacerdócio do Eterno na vida daqueles que Jesus nos deu, bem como o reino do Eterno onde estão aqueles em quem eles deverão exercer este sacerdócio. Ou seja, a lei não é para fazermos as coisas certas, mas sim para ajudarmos os outros a não fazerem a coisa errada. Não é para mostrarmos nossos acertas, mas para enxergar as falhas dos outros a serem trabalhadas por nós.

A lei, por outro lado, é inútil (Hb 7.18,19). Nunca resolve o problema. Por exemplo: de que adianta não matar quem não tem prazer na vida? Uma vez que o tal está preso na depressão, solidão, loucura, etc., sem qualquer motivação para viver, obedecer ao mandamento “não matarás” não resolve o problema dele. No entanto, quem ama a ponto de dar sua vida em Cristo para que a vida dele tenha sentido, consegue vivificar este que estava como morto (Ef 2.1,2).

Já a obediência ao mandamento “não roubarás” nada fará por aquele que é pobre. No entanto, quando o fulano ama o próximo, compartilha sua vida com ele, de modo que este possa encontrar, no fulano, aquilo que ele precisa (tal como quem é do Eterno encontra, em Sua presença, o suprimento de suas necessidades – Fp 4.14).

A VERDADEIRA JUSTIÇA DO ETERNO

Mas afinal, o que vem a ser a justiça verdadeira do Eterno?

 

·        “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;” (Romanos 3.25).

·        “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” (Romanos 5.18)

·        “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Rm 8.3,4).

 

Note que não é para cumprirmos a justiça da lei, mas sim deixarmos que ela se cumpra em nós pelo Espírito de Jesus agindo em nós. Jesus é a perfeita justiça do Eterno. E quem é Jesus? Aquele que deu a Sua vida pelos pecados dos outros, deixando-nos um exemplo a ser seguido (1Pe 2.21-24).

Estamos aqui para deixarmos Jesus usar os que ele nos deu para que, juntos, Seu Favor possa ser firmado no coração nosso e deles.

A obra do Eterno é crer que Cristo justifica o ímpio:

 

·        “Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” (Jo 6.28,29).

·        “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.” (Rm 4.5-8).

 

Ou seja, precisamos crer que Jesus irá justificar os pecadores que ele colocou na nossa vida através de nós, bem como crer que nossos pecados serão cobertos por Jesus através da vida deles firmando junto conosco Sua palavra em nós (ver Ap 19.8). Não devemos nos separar de quem peca para nos vermos livres dos males (ver Is 65.5). Aliás, é este tipo de indivíduo, como já visto, que age como um fogo consumidor no meio de uma imensa floresta (Tg 3.5,6).

Ao invés disto, devemos deixar que o amor de Cristo nos conserve ligado ao corpo Dele, sem jamais dele nos separarmos. O importante não é o tanto que conquistamos ou fazemos, mas permanecer na bondade Dele para com aqueles que Ele nos deu (Jo 15.9; Rm 11.22), sem deixá-los para trás. Não podemos crescer sem eles (Ef 4.15,16). Isto é justiça.

 

Pra você que tem fome e sede de justiça, que te fartes na verdade no blog: http://www.batalha-da-fe.blogspot.com.br

 

 

 

 

 

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