Tiago 5:12 (Porque alguém pode cair em condenação
se julgar)?
Analisemos isto com calma:
·
“Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis
que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência,
até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos
corações; porque já a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns
contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz
está à porta. Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em
nome do Senhor. Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual
foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu;
porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso. Mas, sobretudo, meus irmãos,
não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento;
mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação.”
(Tiago 5.7-12).
Ninguém deve sequer irar contra seu irmão (conforme pode ser visto em Mateus
5.21,22). Mesmo que esteja sendo vítima de injustiça ou
sendo oprimido pelo irmão (Tiago 5.1-6), ainda
assim o indivíduo deve esperar com paciência no Eterno (Salmos 37.7; 40.1), pois depressa Ele lhe fará justiça (Lucas 18.7,8).
Além do mais, considerando que a vida de Jesus está
próxima e nossa vida neste mundo é curta, não temos tempo a perder tentando
reter aquilo que as pessoas acham que devíamos dar-lhes.
Perder tempo cultivando mágoa só irá roubar nosso
tempo e energia, dificultando ou até impossibilitando-nos de cumprir sua missão
e, com isto, sermos aprovados diante do Eterno (2Timóteo 2.15).
Temos que pensar que Jesus, o juiz nosso e de quem
nos ofendeu está próximo.
Assim, mantenhamos os nossos olhos fixos em tudo
que o Eterno concedeu aos profetas, bem como a Jó, a fim de que nunca nos
cansemos de ter paciência, mesmo em meio às maiores aflições. Afinal em
comparação com toda a herança que o Eterno tem para nós, tudo que passamos é
leve e momentâneo (Romanos
8.18; 2Coríntios 4.16-18).
Diante disso, mais uma razão para nunca podemos
perder de vista que o Eterno é repleto de misericórdia e piedade. Ou seja, Seu maior prazer é poder manifestar isto na vista das
pessoas (Lucas
15.7,9; Romanos 11.32).
Mas, o que tudo isto tem haver
com juramento?
·
“Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros,
para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta. Mas, sobretudo,
meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer
outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que
não caiais em condenação.” (Tiago
5.9,12).
É bem verdade que, no Antigo Testamento, o
juramento era um recurso usado como garantia de que aquilo que estava sendo
dito era verdade:
·
“Porque os homens certamente juram por alguém
superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda a contenda.” (Hebreus 6.16)
Ou seja, os indivíduos se colocavam debaixo do
julgamento do seu superior (normalmente o próprio Eterno) a fim de que o outro pudesse aceitar sua palavra e cessar de contender.
Ainda mais considerando que maldito é o homem que confia no homem (Jeremias 17.5), nada mais indicado que buscarmos no Eterno a
confirmação de que o indivíduo está dizendo é verdade.
Contudo, é bom lembrar que só existe julgamento
quando há demanda entre pessoas. O grande problema aqui é que os indivíduos
estavam jurando a fim de que seus ouvintes tivessem certeza de que suas
acusações contra o próximo eram verdadeiras.
É claro que quem deseja o mal na vida do próximo
está chamando a maldição e condenação para si:
·
“Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem
se regozije o teu coração quando ele tropeçar; para que, vendo-o o SENHOR, seja
isso mau aos seus olhos, e desvie dele a sua ira.” (Provérbios
24.17,18).
·
“Visto que amou a maldição, ela lhe sobrevenha, e
assim como não desejou a bênção, ela se afaste dele.” (Salmos
109.17).
Talvez você questione: “mas, e com relação ao que
Jesus disse?”.
·
“Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos:
Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao SENHOR. Eu, porém, vos digo
que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela
terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do
grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo
branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que
passa disto é de procedência maligna.” (Mateus 5.33-37).
Neste caso, o que está sendo questionado é que,
quando alguém nos pedir que façamos alguma coisa, não devemos ficar prometendo
que vamos fazer. Se o que nos está sendo pedido é bom, façamos prontamente;
senão, recusemos de imediato. Caso queiramos fazer, mas estejamos sem
condições, então se negue a fazer até que tenhas condições de cumprir.
Mas nada de tentar forçar os outros a acreditar que
você vai mudar, vai fazer, etc.
Por fim, jamais devemos tentar forçar os indivíduos
a aceitarem o que estamos a dizer. Que elas sejam convencidas pela presença de
Cristo em nós. Afinal, quando Jesus fala, quem é Dele aceita sem questionar (1João 4.4-6):
·
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que
não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe
por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o
pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e
chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora
as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a
sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não
conhecem a voz dos estranhos.” (João
10.1-5).
Além disto, a verdade é absoluta: não necessita de
acréscimos nossos. Pelo contrário: nossos acréscimos podem acabar enfraquecendo
a verdade.
Por exemplo: se contamos uma estória para ilustrar
uma verdade, como cada estória permite interpretação individual, logo tornamos
a verdade relativa.
Por outro lado, se só a verdade é ministrada, fica
então confirmada a sua eficácia e poder. Estórias, juramentos, etc. são métodos
fracos para tentar convencer alguém de uma determinada crença.
A verdade, por outro lado, não necessita de ajuda
para ser verdade. Como Jesus é a Verdade (João 14.6), ela simplesmente é (Êxodo 3.14,15).
Quando alguém que é da verdade ouve a verdade em
seu coração, o Espírito Santo que nele habita simplesmente diz “sim” (2Coríntios 1.91,20; Apocalipse 3.19) e nos convence de tudo (João 16.8). Não há dúvida.
Que Jesus nos capacite para receber a verdade
dentro de nós (Tiago
1.21) e deixarmos que ela fale em nosso coração.
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