sábado, 19 de setembro de 2015

114 - AUTORIDADE: O TRABALHO QUE O ETERNO DEU ÀQUELES QUE NELE CREEM

AUTORIDADE: O TRABALHO QUE O ETERNO DEU ÀQUELES QUE NELE CREEM

 

Muitos acham que buscar ao Eterno é difícil. No entanto, quem é que realmente dificulta as coisas? Já reparaste a enorme quantidade de seguidores de Cristo que gostam do seguinte versículo?

 

·         “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gn 3.19).

 

Mesmo afirmando que creem que o Eterno promete provisão abundante para os que O seguem (Mt 6.33; Lc 6.38; 2Co 9.8-11; Fp 4.19), coisas que estão além da nossa imaginação (1Co 2.9,12; Ef 3.20), ainda assim querem viver do seu suor.

Isto quer dizer que quem crê em Jesus não terá que fazer nada?

É claro que não! Quando o Eterno criou o ser humano, Ele lhe deu uma tarefa:

 

·         “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gn 1.28).

·         “E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gn 2.15).

 

O trabalho de Adão era supervisionar a criação a fim de mantê-la guardada do bem. Sei que isto parece esquisito. No entanto, pense: do que Adão deveria guardar, já que o mal ainda não tinha entrado no mundo? Só há uma explicação: guardar do bem, pois boas intenções nos afastam mais de Jesus do que as más. Quem não está com Jesus já está contra Ele; e quem, estando com Jesus, não ajunta, acabará espalhando (Mt 12.30).

Pense, por exemplo, no caso de Eva. Não pense que ela comeu do fruto proibido mal intencionada. Embora Ha-Satan tenha dito que ela seria como o Eterno (Gn 3.5), não quer dizer que ela quisesse ocupar o lugar Dele. Tampouco significa que ela queria afrontar o Eterno.

Sua intenção era tão somente crescer em conhecimento (Gn 3.6). Que mal há nisto? Aparentemente nenhum. Mas este conhecimento fez eles enxergarem algo que jamais deveria ser do conhecimento deles. O que parecia ser algo bom foi a ruína da raça humana:

Veja este outro caso:

 

·         “Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito.” (Ec 2.26).

 

Para o ímpio, o Eterno realmente dá serviço, pois, com tanta maldade no coração, quanto mais tempo livre tiver, mais irá prejudicar os outros. Repare, todavia, que, quanto mais o indivíduo é bem sucedido no trabalho, mais ele quer trabalhar e ajuntar. Com isto, ele acaba se distanciando do que realmente é importante (daí Lc 16.15) e ficando pobre para com o Eterno (Lc 12.21).

É por isto que, ao justo, o Eterno dá enquanto dorme (Sl 127.2): para que Ele seja livre para amar e exercer a autoridade de Cristo (Mt 28.18-20). A ideia é que, quem crê em Jesus não precisa se fazer escravo de homens (1Co 7.23), mas pode ser livre de todos a fim de poder usar a autoridade que o Eterno lhe dá para salvar alguns (1Co 9.22).

Vem a questão: em que consiste a autoridade do Eterno? Muitos acham que autoridade ou querer ser grande é algo maligno. Há quem tenha até mesmo ódio abominável só de ouvir esta palavra. Em particular, as mulheres consideram um absurdo terem que ser submissas ao marido e fazem de tudo para invalidarem esta parte da Escritura Sagrada.

O problema é que confunde-se autoridade com autoritarismo e poder com violência. No entanto, qual você acha que é o maior desejo da mulher? Achar um homem a quem ela pode se entregar totalmente a ele, em quem ela possa descansar e esperar.

Aliás, que é o maior desejo de alguém quando busca o serviço de outrem? Não é poder descansar e esperar na sua honestidade, competência, dedicação e visão do indivíduo, certo de que não será enganado e obterá aquilo que precisa?

Entenda:

 

·         Autoridade é estar familiarizado com aquilo que é bom, sendo, portanto, capaz de pô-lo em prática e de servir de modelo que confirme a eficácia do mesmo. Cada um, por exemplo, tem tudo para ser autoridade em sua vocação. Basta que faça da mesma a sua vida. Isto fará do indivíduo uma prova em si mesmo de que este bem funciona. Isto é diferente de...

·         Autoritarismo que é fazer uso do poder para obrigar os outros a fazer o que deseja;

·         Poder é a capacitação para o bem, mesmo em meio às circunstâncias mais adversas.

 

 

Para exemplificar isto: a maior demonstração do poder de Jesus foi no Gólgota quando, mesmo diante de tanta opressão, Jesus não saiu da cruz, nem destruiu Seus inimigos, mas permaneceu fiel até o fim. Não existe poder maior que, mesmo em meio a tamanha tortura, mesmo dispondo de toda autoridade e força, ainda assim, negar a si mesmo para que a justiça do Eterno em favor do próximo se manifeste imparcialmente (não aquilo que nossa carne considera como justiça com base no que sofreu, mas com aquilo que o Eterno realmente entende como justiça).

Como exemplo disto, temos que: quando somos afligidos, entendemos que a finalidade da justiça é combater o mal que sofremos ou, pelo menos, compensar os agravos a nós feitos. No entanto, se pensarmos que muitas vezes o Eterno usa os vasos de ira para disciplinar os justos, logo os mesmos são dignos até mesmo de receber o pagamento necessário por terem cumprido sua missão (ver Ez 29.18-20).

Isto não quer dizer que o mal que eles fizeram ficará sem punição, mas sim que eles terão oportunidade de verem em que consiste a justiça deles e, assim, sejam obrigados a reconhecer que o Eterno é justo quando eles forem julgados conforme este mesmo padrão de justiça que eles estabeleceram (Jó 5.13; Lc 6.37,38; Sl 7.16; Ez 9.10; 11.21; 17.19).

Enfim, autoridade é aquele que tem maturidade o suficiente para saber usar os poderes que o Eterno lhe deu em favor do próximo. É aquele que, por transbordar em amor e sabedoria, anseia por poder compartilhar os mesmos com aqueles que o Eterno coloca no seu caminho, de modo que venham também a ser grande no Reino do Eterno.

E como exercer autoridade na vida dos indivíduos?

Seguindo o mesmo princípio que se dava no jardim do Éden, a saber, se alimentando livremente da vida de cada indivíduo que o Eterno colocou em sua vida (ver Gl 6.6; 2Tm 2.6). Para ser mais exato, a ideia é que cada um procura encontrar na vida do próxima toda a satisfação de Cristo para sua vida, sem desistir, até que a união desejada pelo Eterno se cumpra na vida de ambos.

Note que o trabalho de quem crê em Jesus não está relacionado com coisas materiais, mas sim com indivíduos. O alvo para quem crê não é se desgastar em tarefas materiais. O tempo, os talentos e os dons do Eterno nele são muito preciosos para se desperdiçar em tarefas tão simplórias. O trabalho físico é tão somente uma desculpa para manter dois ou mais indivíduos próximos, a fim de que eles tenham tempo para se conhecerem mutuamente (por meio de Cristo – Gl 4.9).

Por aqui você pode ver que ninguém se torna autoridade. Cada um nasce para ser autoridade (como o Eterno propôs na criação – Gn 1.28). O que cada um precisa é assumir quem realmente é diante do Eterno e deixar que isto cresça em sua vida.

Veja o caso de Adão quando estava no jardim do Éden. O Eterno deu ordem para ele guardar o jardim. Como ele deveria fazer isto? Tão somente se alimentando livremente de cada árvore. Enquanto ele comia, ele tinha contato com cada árvore e verificava se estava tudo em ordem.

Ninguém precisava tentar comprar seu papel na sociedade, sendo o que os outros querem. E isto vale para quem crê em Jesus hoje. Tudo que ele precisa ser é:

 

·         sal da terra” (Mt 5.13) -> Note que não é para “ter o sal da terra”, mas “ser o sal da terra”. A vida de quem crê deve ser saborosa para todos à sua volta, servir de estímulo para que eles não venham a pecar, levá-los a perder todo gosto pelas coisas do mundo;

·         luz do mundo” (Mt 5.14) -> Nossa vida tem que ser uma manifestação da verdade em meio a um mundo em trevas (Is 9.1,2; Mt 4.15,16; ver Lc 1.78,79).

 

Ou seja, nossa vida (e não apenas o que fazemos ou temos) deve ser uma influência interna para os indivíduos próximos, de modo a guiá-los para Jesus. Não é guiar para o bem, mas sim para Jesus.

Pense: quer coisa mais linda do que você ver:

 

·         Um homem cheio de autoridade (do amor e da sabedoria do Eterno) dando toda esta sua vida à sua esposa, de modo que ela possa frutificar e multiplicar (Gn 1.28) e

·         Sua mulher se submetendo sem reservas ao marido (vivendo unicamente para receber dentro de si toda esta semente) para, assim, auxiliar seu marido na missão que o Eterno que lhe deu?

 

Muitos entendem mal o que Jesus disse para os discípulos:

 

·         “E, quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos. Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mt 20.24-28).

 

Veja que Jesus não repreendeu os discípulos por quererem ser grandes, mas sim pelo modo de eles quererem alcançar a grandeza. Ou seja, o problema não está no sentimento em si, mas em não deixar o espírito conduzir este sentimento para glória do Eterno.

Aliás, os maiores repreendidos por Jesus foram os dez apóstolos pelo fato de eles estarem incomodados com este desejo da parte dos dois irmãos e ensinou a seguinte lição: quando alguém quiser ser o primeiro, o grande, então que vocês façam dele o nosso serviçal.

Por que temos que ter inveja daqueles que o Eterno favorece, tal como se deu entre:

 

·         Caim e Abel?

·         José e seus dez irmãos?

·         Os fariseus e Jesus?

 

Neste último caso, veja o que disse Jesus:

 

·         “E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus.” (Mt 12.27,28).

 

Ou seja, uma vez que o Eterno estava em Cristo fazendo Sua obra, então era uma prova que o Eterno estava com eles favorecendo a todos. Era motivo para eles se alegrarem por mais uma oportunidade que o Eterno estava lhes dando de ouvi-Lo e ter experiência com ele. No entanto, ao invés de se alegrarem pelo privilégio que todos estavam tendo de serem abençoados pelo Eterno (incluindo eles mesmos), eles estavam lamentando por não serem os únicos a serem abençoados, o centralizador das bênçãos.

Isto é próprio do Sistema Babilônico tenta centralizar tudo e todos em torno de si mesmos (Gn 11.4), enquanto o Eterno quer justamente acabar com todo o monopólio (Gn 1.28).

O mesmo se aplica a Caim e os dez irmãos de José. Ora, o que era bom Abel e José, era bom também para seus irmãos, já que ambos, nesta ocasião, moravam juntos.

E hoje isto se aplica com muito mais propriedade a nós.

 

·         “Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso; seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus.” (1Co 3.21-23).

·         “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” (Ef 1.20-23).

 

Ora, já que tudo é nosso e todas as coisas estão debaixo nos nossos pés, não há porque temos inveja dos malfeitores quando eles prosperam (Sl 37.1). Mesmo que eles nos prejudiquem, uma vez que tudo é nosso, no final o prejuízo que eles nos deu voltará para nossa mão. Aliás, nem deixa de estar na nossa mão, já que, uma vez que os perversos são nossos, tudo que é deles também a nós pertence.

Por exemplo: se um ladrão roubou minha casa, mas o ladrão pertence a mim, então no fundo a casa continua sendo minha, só que agora o ladrão irá cuidar da casa por mim..

Basta que o nosso caminho seja agradável ao Eterno (Pv 16.7) para que tudo esteja à nossa disposição (ver Jó 5.23; Os 2.18) e concorra para o nosso bem (Rm 8.28). Afinal, sendo do Eterno a terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam (Sl 24.1), quando então estamos sendo guiados por Ele, não há como algo sair errado (VEJA Is 43.13).

Agora você entende como os apóstolos deveriam lidar com todo aquele que quisesse ser o primeiro, o grande? A ideia não era podar o mesmo. Pelo contrário: eles deveriam ajudar o mesmo a crescer, certo de que, como membro do corpo de Cristo, o que é bom para um é bom para todos (1Co 12.26)

Muitos pensam que humilhar é viver como um miserável, se fazendo de capacho dos outros. Embora humilhar signifique se esvaziar de si mesmo, todavia, o modo de conseguir este esvaziamento não é se abstendo dos prazeres da carne, mas sim se unindo ao próximo em Cristo.

E como isto se dá? Seguindo o princípio básico da autoridade: não há autoridade que, antes de tudo, não esteja debaixo de uma autoridade. Por mais paradoxal que seja, a melhor forma de sujeitar alguém é se sujeitando ao indivíduo (daí a ordem para nos sujeitarmos uns aos outros – Ef 5.21).

Entenda: você foi colocado na vida dele para servi-lo. O objetivo da unidade não é permitir que um sugue as qualidades, mas sim acrescente virtude onde há defeito.

E como isto será feito? Um é colocado por Jesus na vida do outro a fim de que ambos não façam aquilo que desejam (Gl 5.16,17), mas apenas aquilo que o Eterno deseja (Mt 18.18-20). A parte má de um irá atrapalhar a parte má do outro, enquanto o Espírito Santo funde ambos na Sua Palavra, fazendo deles uma nova criatura (ver 1Co 15.54; 2Co 5.4).

É claro que este processo não é fácil. Muitos não suportam tamanha oposição e acabam se separando (como se dá entre muitos casais - 1Co 7.15,16). No entanto, no que você deixa o Eterno te usar, Ele se encarrega de trabalhar o coração do outro indivíduo, de modo que este vai se sujeitando a Jesus, Sua Palavra e a ti.

É exatamente assim que o discipulado é trabalhado. O mestre é aquele que dá de si mesmo ao discípulo, vindo a constituir na vida dele um ensinamento, de modo que o mesmo venha a ser introduzido (imergido, batizado) no evangelho de Cristo.

Assim, ao invés de podar o irmão que deseja ser autoridade, os demais devem se unir a ele a fim de que perceba que, junto com autoridade e poder, vem grandes responsabilidades e desafios.

Repare que não se trata somente de transmissão de conhecimento, mas de vir a constituir um órgão vivo na vida do outro indivíduo.

Urge salientar que o papel de quem crê não é esperar que os outros venham até ele, mas sim é que ele vá até o perdido.

Mesmo porque o mandamento de Jesus de ir por todo mundo pregando o evangelho a toda a criatura está intimamente ligado a isto (Mc 16.15):

 

·         “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28.18-20).

 

Observe em Mt 28.19 a palavra “portanto”, indicando que o mesmo se trata de uma conclusão do versículo anterior. Ou seja, o “ide e fazei discípulos” é uma consequência da autoridade que Jesus recebeu no céu e na terra.

 

 

 

 

 

Para entendermos melhor a questão da autoridade, analisemos passagem dos perdidos (Lc 15):

 

·         A ovelha não teve que achar o caminho de volta. O bom pastor foi buscá-la. Mesmo porque ela não sabia o caminho de volta;

·         A dracma que se perdeu foi procurada pela mulher. Ela não tinha como, de si mesma, voltar a estar onde era de conhecimento da mulher;

·         O filho mais velho, embora soubesse o caminho para dentro de casa, preferiu ficar de fora. O pai teve que sair de casa e IR ao encontro dele (Lc 15.29). Dos dois, este filho era o mais perdido. Afinal, mesmo com toda a herança pertencendo a ele (a parte do mais novo já havia sido dada – Lc 15.12,31), ainda assim ele estava trabalhando em troca de um reles cabrito.

 

E quanto ao filho mais novo? Embora soubesse o caminho de volta para casa, ele não sabia o caminho de volta para a presença do pai. Aliás, este não era o desejo dele. Ele não voltou por causa do pai, mas sim por causa do seu ventre (Lc 15.17).

Ele não estava preocupado com a vontade do pai. A prova disto é que ele pede ao pai para ser como um dos seus trabalhadores. Isto pode até soar como ar de humildade, mas não é! Se o pai estivesse tão interessado assim em adquirir mais trabalhadores para sua fazenda, ele poderia muito bem contratar mais. Bastava dinheiro para isto. Aliás, a impressão que se dá é que o pai tinha vários trabalhadores. Um a mais ou a menos não ia fazer diferença.

Filho, no entanto, só é mencionado dois. Isto porque é muito mais difícil gerar filho do que contratar trabalhadores. Filho só é possível ser gerado em um ambiente de amor, carinho, afeto (pelo menos é assim que tem que ser).

O que este pai queria era alguém que fosse sua imagem e semelhança. Ou seja, se o filho realmente estivesse interessado em agradar o pai, ele pediria perdão e se disporia a buscar no pai todos os recursos necessários para ser aquilo que era do agrado dele.

O pai não precisava de mais alguém para fazer o serviço dele, mas sim alguém a quem ele pudesse amar, ou seja, em quem ele pudesse habitar e viver mesmo depois de morto.

Para você entender a diferença, o servo trabalha em algo que não é dele. Sua alegria está no salário. A alegria do filho, por outro lado, está no trabalho em si. Sua recompensa está em ser útil nas mãos do pai para comunicar algo aos indivíduos, principalmente quando o que se tem a comunicar pode transformar a vida deles.

Para exemplificar isto, imagine que um piano tivesse alma. Qual seria a felicidade dele?

Depende da vocação dele, do motivo pelo qual ele foi criado. Se o piano foi criado para ser usado por estudantes, sua felicidade seria poder servir como instrumento para a construção de excelentes músicos que pudessem se comunicar com o mundo através da música.

Por outro lado, se o piano foi criado para ser usado por pianistas profissionais, sua felicidade seria a de ser usado pelo artista para comunicar sua alma através da música, principalmente quando a mensagem proclamada pelo artista é de fundamental importância.

Assim, se o objetivo do pai fosse ter servos, bastava o indivíduo cumprir sua tarefa com honestidade, competência e dedicação para ser agradável. Neste caso, o salário serviria para ele ter todas as condições necessárias para continuar servindo na boa obra (2Co 9.8-11).

No entanto, o objetivo do pai é bem mais sublime. Não é só fazer coisas, mas sim comunicar sua alma e a Palavra do Eterno às gerações por meio do trabalho, algo que não é possível ser feito através de servos.

Veja 1Ts 4.9-12:

 

·         “Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros; porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto aumenteis cada vez mais. E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado; para que andeis honestamente para com os que estão de fora, e não necessiteis de coisa alguma.” (1Ts 4.9-12).

 

Repare como o ato de trabalhar no próprio negócio está associado com o amor fraternal. O problema é que, enquanto o indivíduo não tem o trabalho como o instrumento da sua alegria (algo que está intimamente ligado consigo), ele jamais conseguirá amar os indivíduos através dele, pois seu coração está no salário e não na possibilidade de ser bênção (como o Eterno ordenou a Abraão – Gn 12.2).

Como você pode ver, a referência que o filho pródigo tinha do pai era distorcida. Tanto que ele jamais imaginava que poderia ser considerado novamente como filho (nem estava empenhado nisto). Mais ainda: fez questão de elaborar um discurso para tentar convencer o pai a aceitá-lo.

Não é em vão que, embora o filho mais novo tenha voltado, o pai sentiu a necessidade de sair-lhe ao encontro enquanto ele ainda estava ao longe (Lc 15.20). Não pense que foi por mera saudade. Tal procedimento era necessário. Embora a Escritura Sagrada não entre nos pormenores, é bem provável que o filho mais novo não conseguisse chegar em casa e, mesmo se chegasse, não conseguiria encontrar o coração do pai.

Esteja certo: a virtude é ser filho (imagem e semelhança do pai). Ser servo até Ha-Satan é. Como cada um tem acesso apenas ao próprio espírito (1Co 2.10,11), se o próprio Jesus não for em busca das Suas ovelhas, estas virão do jeito que elas imaginam o Pai.

Para ser mais exato: quando Jesus manda “ide por todo o mundo” é porque, se deixarmos o indivíduo vir por conta própria, ele virá do jeito dele (com mente servil). Mesmo porque, se ele soubesse a verdade, nem teria se desviado.

Ou seja, não é para esperarmos os indivíduos irem a nós. É para nós irmos até eles e, deste modo, sujeitarmos tudo e todos ao Eterno, deixando que Ele ensine os indivíduos à nossa volta a manter a guarda sobre todos os ensinamentos do Eterno. Mesmo porque, é assim que todos verão que Jesus está conosco todos os dias (Mt 28.20).

Você pode questionar: “mas Jesus não ordenou que fôssemos a Ele” (Mt 11.28)? Sim, mas não por conta própria. Ele mesmo esclarece isto:

 

·         “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” (Jo 6.37);

·         “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” (Jo 6.44,45).

 

Ou seja, cada um tem que ir a Jesus conduzido por Seu Espírito agindo através da Igreja, e não por conta própria.

Talvez você questione: Mas afinal, o que tudo isto tem haver com autoridade? O que a ovelha desgarrada, o filho pródigo e o filho mais velho tinham que enxergar era a autoridade de Cristo. Pense, por exemplo, o caso de Eva: o que levou ela a não obedecer ao Eterno? Dúvida. Mas dúvida do quê? Ela não duvidou do amor do Eterno, nem do Seu poder. Talvez da Sua Palavra. Mas, com certeza, o que realmente estava sendo questionada era a autoridade do Eterno, ou seja, Sua capacidade de realmente saber o que é melhor.

Entenda: eu posso até acreditar que alguém está sendo sincero, mas ainda assim achar que ele está equivocado. Eu creio que foi isto que aconteceu. Ela achou que poderia desobedecer o Eterno, sem que isto implicasse em uma mudança de realidade, como se isto não interferisse na ordem nas coisas.

 

A questão da autoridade é tão importante que, se você analisar (Mt 28.18-20), verá que a base para a evangelização é a autoridade de Cristo. O “ide” de Jesus é uma conclusão de Ele ter recebido toda autoridade no céu e na terra. Se Ele não tivesse recebido autoridade, a evangelização seria algo sem sentido.

Mas, que importância tem a autoridade, afinal?

Voltemos à época de Eva. O que levou ela a pecar? O que estava sendo questionado ali não era a bondade do Eterno, já que isto Eva podia ver à sua volta. Também não é a justiça do Eterno, já que nem arbítrio havia ali. Muito menos a existência e o poder do Eterno, já que ela tinha contato com o Eterno todo dia (Gn 3.8) e estava em contato com toda a criação do Eterno.

É bem verdade que Ha-Satan disse:

 

·         “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gn 3.5).

 

No entanto, o que se passou no coração de Eva é que, se o Eterno sabe o bem e o mal, então tal conhecimento era bom. Afinal, aparentemente, o que é bom para o Pai, é bom também para os filhos. Por isto é que ela deduziu que a árvore era boa para se comer (Gn 3.6).

Ela acreditou no que a serpente disse. Embora a afirmação em si era verdadeira, mas o modo de ela interpretar esta informação foi falso. Ou seja, Eva foi se deixou enganar pelo seu desejo, o qual levou ela a interpretar a fala da serpente de um modo carnal (afinal, todo satanás só cogita das coisas dos homens – Mt 16.23), de acordo com aquilo que lhe convinha.

Embora Ha-Satan quisesse levar Eva a pensar que o Eterno era egoísta e quisesse despertar nela o desejo de ocupar o lugar do Eterno, o que Eva queria era aquilo que era bom (boa para se comer), agradável (agradável à vista) e perfeito (desejável para dar entendimento). Ou seja, ela estava desejando a vontade do Eterno para sua vida (Rm 12.2). Entretanto, ao invés de confiar na autoridade das palavras do Eterno, ela preferiu confiar nos argumentos da serpente e naquilo que ela era capaz de compreender.

Vem a questão: o que leva alguém a não confiar na autoridade de outrem, ou seja, a não querer obedecê-lo? Simples: tal indivíduo acha que o outro não é digno de ser obedecido, seja porque sua ordem:

 

·         não é fruto de amor, mas apenas dos seus desejos egoístas;

·         não é justa;

·         não é sábia, ou seja, existe uma hipótese melhor a ser seguida;

·         não tem nada haver consigo.

 

Seja qual for o caso, o verdadeiro desafio para a autoridade não é obrigar os outros a se sujeitarem a ela, mas mostrar a todos que nele estão reunidos todos os atributos de uma autoridade.

Com relação ao Eterno, por exemplo, o desafio dos evangelistas é mostrar que Cristo é um exemplo vivo de alguém que tem autoridade. Afinal, antes de Cristo, muitos questionaram a justiça do Eterno. Por exemplo:

 

·         Abraão (Gn 18.23-32);

·         Moisés (Êx 5.22,23);

·         Asafe (Sl 73.1-16);

·         Isaías (Is 49.4);

·         Jeremias (Jr 15.18);

·         Habacuque (Hc 1.2-4, 13-17);

·         Os Israelitas da época de Ezequiel (Ez 18.25,29);

·         Os israelitas da época de Malaquias (Ml 3.13-15).

 

É claro que alguns deles, no fundo, sabiam que esta perturbação na alma deles era infundada e, assim, perseveraram firmes no Eterno:

 

·         Asafe, por exemplo, quando entrou no santuário do Eterno, enxergou tudo com clareza (Sl 73.17);

·         Isaías reconheceu que o direito dele e seu galardão estava perante o Eterno (Is 49.4);

·         Habacuque continuou se alegrando e exultando no Eterno, mesmo quando tudo estava dando errado (Hc 3.17-19).

 

Mas isto não muda o fato de que sempre a justiça do Eterno e Seu amor foram questionados. É como se alguém dissesse: “eu queria ver se fosse o Senhor no meu lugar se o Senhor conseguiria ser fiel a tudo que Tu estabeleceste”. Pois bem! O Eterno veio em carne e sofreu mais do que qualquer um de nós é capaz de sofrer a fim de que, agora, todos pudessem ver que Ele não permite nada na vida de ninguém que, antes de tudo, Ele não tenha experimentado em Si mesmo.

É isto que faz com que Jesus tenha autoridade. E isto é tão impactante que, o que chamou atenção dos indivíduos acerca do sermão da montanha, antes de tudo, foi a autoridade de Jesus (Mt 7.29). Ou seja, eles viam em Jesus a faculdade de mudar indivíduos.

 

 

 

No entanto, você já reparou na ordem que o Eterno deu para o ser humano?

 

·         “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gn 1.28).

 

Note que era para Adão sujeitar a terra e dominar sobre tudo o que se move sobre a terra. E considerando que este mandamento foi dado antes do pecado entrar no mundo, logo é vontade absoluta do Eterno para nós (Rm 12.2).

Você pode questionar: mas o pecado não anulou isto? Sim. No entanto, no que Jesus venceu e deu Sua vida para a Igreja, Ele recuperou para os que fazem parte dela este domínio (ver Mt 28.18; Ef 1.21-23).

Mas o que significa isto afinal?

Ao homem, o Eterno concedeu domínio. Tomemos como referência o filho da mulher virtuosa. Uma vez que quem escreveu Pv 31 foi o rei Lemuel, logo sua mãe era rainha. Você pode pensar: então isto não tem nada haver comigo.

Ora, como não? Não acabei de dizer que Cristo fez de nós reis e sacerdotes (Ap 1.6; 5.10), de modo que os que Nele crerem reinarão em vida através Dele (Rm 5.17)? Então isto significa que quem está em Cristo necessariamente vai mandar? Se for assim quem vai fazer o trabalho pesado?

De acordo com a Escritura Sagrada, o trabalho pesado é para o ímpio:

 

·         “Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito.” (Ec 2.26).

 

Também é destinado ao ímpio a faculdade de acumular riquezas, já que é algo penoso administrar as mesmas. Ao justo cabe apenas a melhor parte: usufruir da riqueza.

Mas isto quer dizer que quem é de Jesus não vai fazer nada? Claro que não! Veja o que Jesus disse:

 

·         “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?” (Mt 6.25-30).

 

Consideremos as aves. O fato de não semear, colher nem ajuntar significa que elas não fazem nada? É claro que não. Cada uma está cumprindo o papel que o Eterno lhe designou.

Tomemos como exemplo a coruja. Ela fica a tarde toda parada de pé numa árvore. Diante da filosofia do mundo ela é tida como malandra, vagabunda. No entanto, ela está vigiando seu ninho para mantê-lo a salvo. E o grande benefício da coruja é justamente quando ela faz aquilo que muitos consideram ociosidade: comer. Como ela se alimenta de animais como cobra e rato, ela é altamente benéfica para o ser humano. Ou seja, ela consegue ser bênção simplesmente pensando em alimentar a si mesma e em conservar viva sua espécie.

Muitos pensam que o grande problema da sociedade é os indivíduos pensarem apenas em si mesmos. É exatamente o contrário. Se cada um pensasse em si mesmo, em buscar do Eterno aquilo que é bom para si, todos à sua volta seriam beneficiados.

Para exemplificar isto, imagine um homem pensando em ser feliz em Cristo através de sua mulher. Para ele ser feliz, a felicidade precisa ter sua origem no Eterno, tomar conta do interior da esposa para, então, alcançá-lo. Neste caso, não apenas ele está sendo feliz, mas também a esposa e o Eterno. Afinal, uma vez que o indivíduo permite que Jesus, por meio de Sua Palavra, torne cada um destes indivíduos parte integrante de si mesmo, cumpre-se o que é dito a respeito do corpo de Cristo:

 

·         “De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.” (1Co 12.26).

·         Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.” (Tg 5.13).

 

E isto sempre deveria se cumprir, já que ninguém foi feito para viver sozinho. Fomos dados a alguns para servir-lhes, assim como alguns nos serão dados para nos servir. O erro que muitos indivíduos cometem é o de não se sujeitarem àqueles para quem eles foram feitos.

Mas como o marido conseguirá ter a esposa vivendo dentro de si? Se humilhando (esvaziando) debaixo da potente mão do Eterno (1Pe 5.6; Fp 2.5-8). Quando o marido estiver vazio de si, então haverá lugar nele para a verdadeira felicidade que o Eterno tem para lhe dar através da esposa.

Mas, como é que alguém faz para se esvaziar?

 

·         “Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.” (2Co 5.4).

                                              

No que o marido concorda em acolher com mansidão a Palavra de Jesus, ela será enxertada nele, o que fará com que tudo que é mortal na vida dele seja consumido pela vida de Cristo. Para você visualizar isto, vai este exemplo:

 

·         “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2.16,17).

 

No que o marido come livremente de toda árvore do jardim, não há espaço na vida dele para outro tipo de alimento. Logo, ele foi esvaziado de todo desejo contrário à vontade do Eterno. Quando o indivíduo se sujeita a Jesus (Tg 4.7) tomando o jugo dele (Mt 11.29), ao invés de se esforçar em troca de um punhado de coisas que não satisfazem, o indivíduo será esvaziado de tudo que é nocivo para ele (ver Is 48.17,18).

Veja o caso de Adão:

 

·         “E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gn 2.15).

 

É bem verdade que foi dado ao homem o trabalho de lavrar. No entanto, como o jardim já estava plantado (Gn 2.8), a única coisa que o homem tinha que fazer era se alimentar livremente de toda árvore enquanto verificava a boa ordem de tudo que o Eterno fez e procurando identificar adequadamente cada animal (Gn 2.19). No que ele tivesse intimidade com cada animal, ele estaria guardando o jardim.

Ou seja, note que, no final, o trabalho de Adão se resumia em relacionamento com as árvores e com os animais. Não havia trabalho duro.

Assim, quando alguém se alimenta do que existe no interior daqueles que o Eterno coloca na sua vida, e permite que seu interior sirva de alimento a eles, tal indivíduo naturalmente cresce por dentro naquilo que é a vontade do Eterno para sua vida e manifesta isto em sua carne sem fazer nenhum esforço.

De igual modo, pense no caso das árvores (por exemplo, os lírios do campo). Cada uma delas fica parada a vida toda e, aparentemente, não fazem nada. Tudo que elas fazem é se alimentarem de água e terra. No entanto, no que elas crescem, dão sombra, alimentam seres vivos e contribuem na produção de oxigênio. Elas não fazem nada. Elas são benção por serem aquilo que são.

Assim é também com o justo, visto que sua raiz produz o seu fruto (Pv 12.12). Seu valor não está exatamente naquilo que ele faz, mas naquilo que ele naturalmente é. Assim como a coruja ajuda o ser humano simplesmente alimentando a si mesma (aliás, toda a criação coopera com o justo – Jó 5.23; Os 2.18; Pv 16.7), o justo, no que ele faz aquilo que é bom para si, automaticamente ele ajuda quem está por perto.

Sei que isto parece loucura, mas a verdade que cada um carrega consigo tanto o querer do Eterno como as habilidades e os recursos necessários para colocá-lo em prática (Ez 28.13; Fp 2.12,13). Ninguém precisa comprar seu papel na sociedade para ser bem sucedido, muito menos buscar promoções. Assim como uma planta dá naturalmente seu fruto, ninguém precisa se esforçar para ter sucesso naquilo que realmente é. Basta se alimentar do que o Eterno traz até si e tudo irá se encaixar naturalmente.

 

 

 

Sílvia Letícia Rodrigues

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