domingo, 27 de setembro de 2015

117 - Fazei isto em memória de mim – O que é para ser feito? Como? O que é necessário para cumprir isto?

Fazei isto em memória de mim – O que era para ser feito? Como? O que era necessário para cumprir isto?

 

O que deveria ser feito para celebrar a memória de Jesus?

 

·         “E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.” (Lc 22.19,20).

 

Note que Jesus não disse: “isto simboliza o meu corpo”, mas sim “isto é o meu corpo”, “Este cálice é o novo testamento no meu sangue”. É bom lembrar que a palavra do Eterno tem poder:

 

·         Alguém pode ser curado por uma palavra de Jesus (Mt 8.3,8; 15.28; Mc 10.49-52; Jo 4.47-53; 5.8,9);

·         Alguém pode andar sobre as águas com uma palavra de Jesus (Mt 14.29);

·         Pães e peixes podem ser multiplicados por uma bênção de Jesus (Mt 14.19,20);

·         Tudo que existe foi criado e é sustentado pela palavra do Eterno (2Pe 3.5; Hb 1.3);

·         Quando o Eterno manda alguém ficar de pé, imediatamente ele fica (Ez 2.1,2);

·         Se o Eterno manda alguém profetizar sobre ossos secos, eles passam a viver (Ez 37.1-11);

·         Pela palavra do Eterno uma árvore pode ser usada para transformar água amarga em doce (Êx 15.25).

·         Um cajado pode fazer sair água da rocha pela palavra do Eterno (Êx 17.6);

 

Ou seja, uma simples palavra do Eterno pode transformar toda a realidade física. De modo que, se ele mandar você comer um livro e disser que o mesmo terá sabor de mel na boca, pode ter certeza que isto irá acontecer (Ap 10.9,10).

Não é em vão que o Eterno disse que apenas Ele é (Êx 3.14). Logo, nós não somos coisa nenhuma. Tudo que existe só é aquilo que o Eterno determinou. Para ser mais exato: enquanto o Eterno não diz nada, uma folha de papel não passa de uma folha de papel. Contudo, se o Eterno disser que aquilo é um churrasco, pode comer que você sentirá gosto de churrasco, o seu estômago vai digerir como se fosse churrasco e você vai arrotar churrasco.

Hoje, isto que, na tua vida, está sendo um problema, só está sendo porque o Eterno ainda não disse nada a respeito dele. Do contrário, você poderá experimentar o mesmo que se deu com o povo de Israel quando saiu do Egito: no início havia dois problemas: o mar e o exército do faraó. Após a palavra do Eterno, o mar se transformou numa solução (Êx 14.15-31).

Logo, no que o Eterno disse que aquele que pão era o corpo Dele e aquele vinho era o sangue Dele, aquilo realmente ficou sendo corpo e sangue Dele.

Não entenda mal! Eu não estou defendendo a teologia da transubstanciação, pois, como vamos ver, isto que é feito nas instituições religiosas hoje não tem respaldo bíblico. O que estou dizendo é que, naquela época, eles literalmente comeram o corpo de Cristo e beberam Seu sangue (como Ele disse que deveria acontecer – Jo 6.51-57).

Assim como o Eterno, da costela de Adão, fez a mulher (Gn 2.21), no que Jesus partiu Seu corpo e o deu aos doze discípulos, uma parte do corpo de Cristo se tornou parte de cada um dos doze, de modo que, juntos, eles formavam o corpo de Cristo. No que Jesus repartiu seu sangue e deu de beber a cada um, cada um passou a ter a vida de Cristo em Si. Lembre-se que nosso corpo é constituído daquilo que ingerimos.

E isto Jesus fez para que a barreira de separação que havia entre os discípulos fosse rompida e eles se tornassem um.

Hoje, nosso papel é o mesmo: dar nossa vida para que, através de nós, aqueles que o Eterno colocou na nossa vida sejam um em Cristo (lembre-se que Jesus deixou um exemplo a ser seguido – 1Pe 2.21). É isto que Jesus quer que façamos em memória Dele.

Devemos repartir nosso corpo, de modo que eles venham a ser membros nossos e nós, membros deles (Rm 12.5); devemos repartir nosso sangue (vida), de modo que todo nosso tempo seja dedicado a suprir as necessidades deles, a saber, de serem purificados pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7), de modo a permanecerem em perfeita unidade (Jo 7.11,21-23).

Por isto é que Paulo diz:

 

·         “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Coríntios 5.7).

·         “Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.” (I Coríntios 10.17).

 

De nada adianta alguém querer que os outros façam parte de si, se tal indivíduo dedica sua vida para satisfazer os desejos da sua alma corrompida. Neste caso ele irá usar seu corpo (os que se entregaram a Cristo por meio dele) para satisfação egoísta.

Por isto é que Jesus disse para cada dia levarmos nossa cruz (Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 9.23). A cruz era um emblema de maldição (Dt 21.23; Gl 3.13). Logo, no que Jesus concordou em ir para a cruz, Ele estava dando ocasião para que o nome do Pai (que estava Nele – Jo 5.43) fosse blasfemado. Mas Ele estava arriscando Sua reputação e o nome do Pai para nos salvar.

Paulo entendeu isto e seguiu o exemplo de Cristo:

 

·         “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;” (Rm 9.1-3).

 

O amor do Eterno no coração dele por Israel era tão grande que ele estava disposto até mesmo a abrir mão da própria salvação para que eles fossem salvos.

Pois bem: assim como a cruz, para Jesus, não foi um castigo, mas o privilégio de poder abrir mão dos seus direitos a fim de que outros indivíduos pudessem ser salvos, devemos estar dispostos a seguir este exemplo. Você pode se perguntar: até que ponto devemos abrir mão dos nossos direitos? Devemos estar dispostos a renunciar até mesmo a vida eterna se isto for necessário para que os indivíduos que o Eterno colocou na nossa vida venham a ser salvos.

 É claro que isto não será possível sem nascer de novo. A maioria dos que creem supõem que o novo nascimento ocorre apenas uma vez na vida: quando o indivíduo entrega Sua vida a Cristo. No entanto, se não estivermos constantemente sendo renovados (ver Jr 3.22,23), vamos envelhecendo. Neste caso, não vamos entrar no Reino dos Céus, nem ter acesso às revelações sublimes do Eterno, já que:

 

·         “Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.” (Mc 10.14,15)

·          “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11.25).

 

Devemos estar constantemente nascendo de novo:

 

·         “Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador;” (Tt 3.4-6).

 

Mas como vamos ficar nascendo o tempo todo?

Nós vamos sendo feitos filhos do Eterno (Jo 1.12) pela lavagem da regeneração e renovação do Espírito do Eterno (Tt 3.4-6).

A renovação se dá a cada vez que nos unimos a alguém em Cristo. Tal como cobre, estanho e chumbo se fundem para formar o bronze (o qual é um liga metálica com propriedades totalmente diferentes dos três primeiros metais que o compõem), quando dois indivíduos se unem em Cristo na Sua Palavra, eles foram uma nova criatura.

A regeneração (ser gerado de novo) se dá a cada vez que aprofundamos nosso relacionamento com aqueles que o Eterno nos deu. Afinal, a cada vez que conhecemos alguém melhor, mudamos nossa visão acerca do próximo e vice-versa, bem como do Eterno e Sua Palavra. Logo, houve uma mudança na natureza da união.

Você pode pensar: mas, se a cada vez que dois indivíduos se unem em Cristo ele nasce de novo, então ele nunca vai crescer, algo que é incentivado pela Escritura Sagrada:

 

·         “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.” (I Coríntios 14.20).

·         “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,” (Ef 4.11-13).

·         “Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas simples no mal.” (Rm 16.19).

 

Cada um deve crescer em manifestações do Espírito Santo, e não em conhecimento teórico da Escritura Sagrada. A ideia é que, todas as vezes que aquele que crê pensar em ministrar algo da parte do Eterno a alguém, o tal se cale (tal como fez Jó – Jó 40.4,5) diante da sublimidade que há em Cristo Jesus (como fez Paulo - Fp 3.7,8).

Se todas as vezes que este fiel for falar, ele der lugar para o Espírito do Eterno manifestar, ele ficará parecendo menino. É assim que o mundo o verá: como alguém que não serve para nada. Afinal, ele nunca fala e faz nada.

Inclusive, quando Jesus fala para Nicodemos acerca da importância de nascer de novo, você se lembra como a passagem começa?

 

·         “E hav            ia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.” (Jo 3.1,2).

 

Note que Nicodemos era um profundo conhecedor da Escritura Sagrada e deu uma descrição teológica perfeita acerca de Jesus. Contudo, ainda assim Jesus disse que, sem nascer de novo, nem entrar no Reino do Eterno ele poderia.

Jesus não criticou o conhecimento dele. Afinal, a Escritura Sagrada é importante para conduzir aquele que ainda não teve um encontro vivo com Jesus (2Pe 1.19). No entanto, a ideia é que, tal como Jó, Paulo e João Batista, pensemos em nos diminuir para que Jesus cresça:

 

·         “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3.30).

 

O objetivo é ser simples como a pomba e prudente como a serpente (Mt 10.16) a fim de que Jesus possa ter como se manifestar em nossa carne mortal (2Co 4.10,11).

 

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