ELEIÇÃO – PREDESTINAÇÃO x
LIVRE ARBÍTRIO
1 - INTRODUÇÃO
Muito debate há acerca de
qual é a teoria correta: predestinação ou livre arbítrio? Se até hoje esta
questão não está resolvida, é porque o objetivo do sistema religioso é induzir os
indivíduos a banalizarem aquilo que é contra ele. No meio de tanta guerra
teológica, a conclusão a que se chega é a de que é impossível descobrir a
verdade e, com isto, ninguém pensa em conhecer melhor o assunto. Contudo, este
é um tema de vital importância.
Como tudo no Reino do Eterno
é uma questão de conceito e visão, quando o conceito de algo está deturpado,
não há como se chegar a uma conclusão correta.
Para você entender a
importância disto: o Eterno cria cada um com virtudes, dons e talentos. Porém,
por causa do pecado de Adão, todos nascem separados Dele (Rm 3.23). A uns Ele se revela desde o ventre. A outros na infância (Jr 1.5; Lc 1.13-15), a outros na adolescência, juventude, quando adulto,
na velhice e a outros nem se revela de modo sobrenatural. Porém, por não terem
prazer no plano da salvação, a maioria prefere seguir o caminho de Caim: jogam
a culpa no Eterno dizendo que Ele é rígido demais (Mt 25.24) e que se cansaram de tentar agradá-Lo (alegando não
haver hipótese de serem perdoados). A verdade, contudo, é que decidiram ficar longe
Dele (Gn 4.13-16). Querem lutar para fazer este mundo dar certo sem
Ele a fim de bani-Lo de vez de qualquer contato com Sua criação.
Embora sofrendo, nem pensam
em voltar para Eterno. Ao invés disto, se conformam em viver uma vida miserável
aqui, até que a morte os leve. Nem param para pensar que, quer gostem ou não,
no final eles irão parar na presença Daquele a quem eles tanto desprezam e por
quem eles nutrem enorme revolta.
Todavia, a salvação gira em
torno de aceitar de bom grado a soberania do Eterno (Mt 6.33; Lc 19.14,27). Como, contudo, aceitar algo que nem mesmo se sabe
existir, muito menos como funciona? Espero, através deste artigo, despertar os
indivíduos a se aprofundarem no plano que Eterno proveu para salvar os Seus.
2 - LIVRE ARBÍTRIO NÃO EXISTE. A SALVAÇÃO CONSISTE EM REJEITAR O ARBÍTRIO ADQUIRIDO.
Conceito de livre arbítrio
Primeiramente é preciso
definir o que é arbítrio. Ao contrário do que muitos pensam, arbítrio não é a
capacidade de tomar decisões. Isto, com certeza, todos os serem vivos têm,
mesmo antes do pecado.
Arbítrio é a capacidade de
arbitrar (julgar) entre o que é bom e o que é
ruim. Ou seja, trata-se da função de juiz, que deve pertencer exclusivamente a
Eterno (Tg 4.11,12). Em outras palavras, o
único ser vivo em todo o universo que possui livre arbítrio é o Eterno. Só Ele
é digno (Ap 4.11; 5.9,12; 7.10,12; 19.1).
Por isto o ser humano foi
criado sem a capacidade de julgar (sem arbítrio).
Diferença entre arbítrio e vontade
É importante, todavia,
diferenciar arbítrio de vontade.
Nossa vontade é determinada
pelos:
• desejos da carne;
• desejo dos olhos;
• soberba da vida, ou seja, desejo de fazermos as coisas por
nós mesmos.
Antes de o ser humano adquirir
arbítrio, sua vontade não era determinada por certo ou errado. Ele não agia no
sentido de querer consertar pessoas ou coisas, muito menos por rebeldia. Ele
tinha liberdade para escolher entre seguir as orientações do Eterno ou seguir
seu instinto (mas não necessariamente por querer afrontar o Eterno ou pensar
mal contra Ele).
Todavia, o ser humano preferiu
escolher seguir seu instinto, o que serve para mostrar que, sem o sacrifício de
Jesus, mesmo sem o arbítrio, qualquer ser humano prefere confiar nas suas
concupiscências e fazer o bem de acordo com seus talentos, dons, esforço e boa
vontade.
Hoje, a vontade do ser humano
já não é mais livre: ele é fortemente influenciada pelo arbítrio que adquiriu
ao provar da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Quando o ser humano recebeu o arbítrio?
Somente após desobediência o
homem passou a ter arbítrio:
“Mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás.”
(Gn 2.17).
Se você analisar bem, ao
provar da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, o que Adão e Eva estavam
fazendo era adquirindo para si um arbítrio.
Isto quer dizer que Adão e Eva passaram a ter arbítrio (diferenciar bem do mal, certo do errado) somente após provar desta
árvore.
O arbítrio, além de não ser livre, tira a liberdade do homem de amar o seu próximo
Contudo, este arbítrio
jamais foi ou será livre:
“Quanto mais abominável e
corrupto é o homem que bebe a iniqüidade como a água?” (Jó 15.16);
“Jesus lhe disse: Por que
me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.” (Lc 18.19);
“Pois quê? Somos nós mais
excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus
como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há um justo,
nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem,
não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas
tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca
está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar
sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da
paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Rm 3.9-18);
“Porque o que faço não o
aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se
faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já
não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em
mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está
em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o
mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu,
mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero
fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer
na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei
do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus
membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou
graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o
entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” (Rm 7.15-25).
E não pense que isto é só
depois de adulto. Desde a meninice o ser humano já se inclina para o que é mau.
“E o SENHOR sentiu o suave
cheiro, e o SENHOR disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra
por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua
meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz.” (Gn 8.21);
“Eis que em iniqüidade fui
formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sl 51.5);
“Alienam-se os ímpios
desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras.” (Sl 58.3).
O arbítrio tornou todos escravos do pecado
Ninguém é livre para fazer o
bem. Talvez você diga: “bobagem, eu faço o que quero, do meu jeito e na minha
hora”. No entanto, as escolhas que você faz depende dos:
·
Conceitos e valores que foram introduzidos em você através da mídia e
da escola;
·
Teus desejos.
Ou seja, mesmo sem
percebermos, acabamos tomamos as decisões que a elite global (que está por trás da mídia) deseja. Embora nos sintamos livres para optar pelo que
nos agrada, acabamos escolhendo exatamente aquilo que eles nos programaram para
escolher.
O exercício do arbítrio leva o indivíduo a praticar o mal, mesmo quando seu desejo é fazer o bem
Pense: o que é liberdade?
Parece um conceito bobo.
Todavia, se liberdade é, como se cuida, poder fazer o que quiser, de qualquer
jeito a qualquer hora, então nem mesmo o Eterno é livre, já que há três coisas
que Ele não pode fazer: mentir (Nm 23.19; Tt 1.2), negar-se a si mesmo (2Tm 2.13) e mudar (Ml 3.6; Hb 13.8).
Além disto, a prova de que
liberdade não é nada disto é que ninguém tem poder para escolher entre o bem e
o mal. Mesmo porque isto é impossível, já que bem e mal são duas faces da mesma
moeda. Se você acha que não, basta pensar que não havia duas árvores no jardim:
a do “conhecimento do bem” e a do “conhecimento do mal”. A árvore era uma só (apenas o Eterno é capaz de ser puramente bom).
A prova disto está no
versículo abaixo:
·
“Portanto,
és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas
a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.” (Rm 2.1).
Note como o indivíduo
condena a si próprio quando condena a outrem. Por mais perverso que seja o
próximo, por mais que ele mereça tamanho castigo, não há como alguém condená-lo
sem praticar o mesmo crime que ele cometeu.
Além disto, veja o que Eterno
disse para Labão (Gn 31.29). Por que não era para ele
falar algo bom para Jacó?
Para explicar isto, façamos
a seguinte ilustração. Imagine você trabalhando em um hospital público e o
atendimento está moroso. Num dado momento, um paciente já impaciente resolve te
procurar e pergunta: “o que estes médicos estão fazendo que não atendem?”.
Nesta hora você tem três alternativas:
·
Mentir, com a desculpa que é para evitar tumulto. No entanto, para o
Eterno não há desculpa para o pecado. Ha-Satan é o pai de mentira (Jo 8.44). Logo, quem assim procede está se fazendo filho dele;
·
Dizer a verdade. Isto poderá gerar uma revolta tão grande no povo que
pode até acabar em tragédia.
·
Se comportar como Pôncio Pilatos: jogar a responsabilidade nas costas
dos outros (Mt 27.24). Neste caso, você estará
pecando contra o próximo.
Note como, não importa a decisão
que você tome, de uma forma ou de outra você irá trazer prejuízo para muita
gente, o que caracteriza o pecado. Não temos liberdade para escolher o bem e
rejeitar o mal. Antes, a liberdade que temos é a de, uma vez que optamos pelo
mal, decidirmos como iremos colocar em prática o mesmo.
A verdade é que, sem Jesus
não há como separar estas duas coisas:
Para alguém lucrar, outro
tem que ter prejuízo;
Para um vencer, vários têm
que perder;
Para se conseguir a paz,
faz-se uso de guerras;
Um policial, por exemplo,
para defender os direitos do justo, tem que maltratar, aprisionar e até matar o
ímpio.
Talvez você pense: mas o
bandido merece. No entanto, tal rótulo foi dado a ele pelo sistema. Antes de
tudo, tal indivíduo é alguém criado à imagem e semelhança do Eterno (Gn 1.25,26), alguém tão amado que Ele fez questão de se fazer carne para poder dar
Sua vida no lugar da dele no Gólgota. Na verdade, tal indivíduo foi criado com
a finalidade de ser usado pelo Eterno como obra de arte a fim de que, por meio
dele, toda a terra se enchesse da glória do Eterno (Is 11.9; Hc 2.14).
Afinal, quando alguém se
deixa trabalhar pelo Eterno, fica sendo obra Dele, uma expressão viva de tudo
que Ele faz e é (daí Sl 145.10). Em outras palavras, quando
se mata alguém, em primeira instância quem está sendo eliminado não é um
bandido, mas sim alguém que Eterno poderia usar para fazer muitas coisas,
inclusive para conosco (ver Mt 18.18-20).
Aliás, Mateus 18.18-20 se
destina justamente a nos alertar quanto às terríveis consequências de
excluirmos alguém da nossa vida (ou deste mundo).
Além disto, pense: e se
fosse o teu filho ou parente querido que fosse o bandido? Você gostaria de ver
um policial espancá-lo ou vê-lo sendo desprezado pela sociedade? Pois bem: este
bandido tem pai e mãe, além de ser também alguém que o Eterno ama como a menina
dos Seus olhos, Sua herança (Dt 32.9,10), Seu tesouro particular (Ml 3.17).
Enfim, como você pode ver,
sem Jesus é impossível fazer o bem sem fazer o mal. Aliás, o conceito de bem ou
mal acaba sendo relativizado. Por exemplo: avançar o sinal vermelho é errado.
Contudo, o que você fará se, ao conduzir teu carro numa via, um motoqueiro
avançar o sinal vermelho? Irá fazer uso do teu direito e atropelá-lo? Todavia,
já pensou que ele, talvez, assim procedeu por estar socorrendo um parente teu?
Além disto, já pensou no
motivo por que o Eterno não pensou em redimir os anjos que pecaram?
·
“Porque é
impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial,
e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de
Deus, e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados
para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de
Deus, e o expõem ao vitupério.” (Hb 6.4-6).
Os anjos tinham arbítrio e,
mesmo tendo tudo favorável (inclusive a possiblidade de ver o Eterno face a
face), um terço optou por tentar fazer o bem separado do Eterno. Este terço
caiu para ficar comprovado que não há relacionamento eficaz sem o sangue de
Jesus. Os outros dois terços aguardam a redenção através do sacrifício de
Cristo, quando não terão mais que lutar com suas dúvidas.
Por aqui vemos, inclusive,
que os anjos não são perfeitos. Do contrário, de que utilidade teria todo o
sofrimento que passamos aqui neste mundo. Se é possível seres serem criados
perfeitos sem terem que experimentar a realidade humana, até mesmo o sacrifício
de Cristo se tornaria sem sentido.
As leis e suas obras jamais podem salvar.
Até hoje os indivíduos não
entenderam que a lei, por si só, nada é. A lei só visa obras e bens, coisas da
carne, servindo apenas para despertamento, ou seja, para que os indivíduos
vejam como estão com relação a Cristo. A lei é um indicativo para percebermos
que algo precisa ser mudado na vida do indivíduo e busquemos, não simplesmente
uma mudança de atitudes, mas sim a cura do mal que deu origem a tal atitude na
vida dele. A mera obediência à lei jamais conseguirá atingir o coração de
alguém. Irá atuar no corpo e, quando muito, na alma do indivíduo.
Tanto que ninguém será salvo
pelas obras da lei (Ef 2.8,9; Gl 2.16). A lei, separada do amor de
Jesus, só serve para matar, roubar e destruir os indivíduos ainda mais (2Co 3.6,7,9; Cl 2.15).
Quando nos aprofundamos, não
na lei, mas no real significado dela, passamos a entender o motivo pelo qual a
mesma foi estabelecida e, principalmente: aquilo que é possível conhecer acerca
do Eterno em virtude delas.
Amar a Eterno (Mt 22.37,38) é mais do que obedecer a Suas ordens. É ter prazer na lei Dele (Sl 1.1,2). Contudo, considerando que não
somos nós que amamos ao Eterno, mas sim é Ele quem nos ama (1Jo 4.19) e imputa em nós este amor, logo nós só conseguiremos enxergar a beleza
do Eterno nos Seus mandamentos e ser capazes de guardá-los quando deixarmos Ele
manifestar Seu amor pelo próximo dentro de nós.
Neste caso:
Não roubaremos (seja ativa ou passivamente) porque cada coisa que Eterno deu ao indivíduo é
pré-requisito para Ele operar mais uma das facetas do Seu amor;
Não mataremos porque é um
indivíduo a quem Jesus ama e quer usar a fim de possamos ser mais frutíferos na
vida de quem o Eterno faz aproximar de nós;
Não adulteraremos porque não
queremos que a melhor expressão do relacionamento de Jesus com Sua Noiva seja
estragada e dificulte os indivíduos de enxergarem em nossa família um dos mais
sublimes projetos do Criador (e a maior bênção para o ser
humano, fisicamente falando - Sl
127.3-5; 128; Ec 9.9).
Se existisse livre arbítrio, então cada um teria condições de optar pelo bem sem Jesus
Enfim, se existisse alguma
possibilidade de sermos bons por nós mesmos, não precisava Jesus nos salvar.
Toda tentativa nossa de direcionarmos nosso arbítrio para algo bom acaba sendo
trapo de imundície aos olhos do Eterno (Is 64.6). Assim sendo, a única
solução para a questão do arbítrio é a morte do velho homem. Temos que negar
nossos pensamentos, sentimentos, desejos, planos e ações (Mt 16.24; Rm 6.1-4; Cl 3.3), de modo que a vida de Cristo possa se manifestar
na nossa carne mortal (Gl 2.20; 2Co 4.10,11).
Se tivéssemos liberdade para escolheremos nosso destino, então poderíamos ser o que quiséssemos
Você é tudo aquilo que você
queria ser? Com certeza não! Não pedimos para nascer. Não escolhemos quando
nascer, onde nascer, a que família pertencer, o que gostar, qual sexo
pertencer, que tipo de corpo, quais dons e talentos possuir, etc.
Quantas vezes planejamos
coisas que não dão certo. Quantos acontecimentos nos levam para onde sequer
imaginávamos.
Sem contar que não temos
controle sobre sol, frio, chuva, velhice, etc.
E quanto ao nosso corpo? Não
controlamos o funcionamento de nenhum dos nossos órgãos internos. Não
controlamos a gestação dos filhos.
Enfim, se você fizer uma
análise, verá que mais coisas há fora do nosso controle do que aquelas que
podemos controlar.
Conclusão
Livre arbítrio não existe e
todo arbítrio que adquirimos por meio de Adão tem que ser entregue a Jesus,
pois só Ele é digno de ser Juiz. Adão nasceu salvo do pecado (da capacidade de julgar os indivíduos). Nós, por nascermos com o
arbítrio, precisamos agora crer que não existe ninguém melhor que Jesus para
separar o bem do mal e tratar a vida nossa e a daqueles que Ele faz se
aproximar de nós.
Além do mais, se existisse
livre arbítrio, então a salvação seria um mérito do homem, já que ele foi bom e
sensato o suficiente para receber Jesus em Sua vida e com Ele perseverar.
3 - ANIQUILANDO COM O EVANGELHO ANTROPOCÊNTRICO E COLOCANDO JESUS NO CENTRO DO EVANGELHO
Antes de entendermos a
predestinação, é preciso colocar Cristo no centro do evangelho. Para isto, nada
melhor do que o seguinte versículo:
“Mas com o precioso sangue
de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade,
em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado
nestes últimos tempos por amor de vós;” (1Pe 1.19,20).
Note como o sangue de Cristo
foi conhecido antes da fundação
do mundo: não é apenas antes da criação, mas da fundação do mundo. Ou seja,
antes mesmo do Eterno estabelecer quais seriam os alicerces no qual o mundo
seria fundado, o Eterno vivenciou em Si mesmo o dia em que Ele haveria de dar-se
a Si mesmo a fim do constituir uma família para Si (uma semente de piedosos – Malaquias 2.15).
Tudo que o Eterno faz é por amor Dele mesmo, e não de nós
Ao contrário do que é
pregado no sistema religioso, a causa de Jesus ter morrido não foi pelos nossos
pecados; isto foi consequência do que Ele fez. Este, que é o evento central de
toda a criação, tem por finalidade revelar a grandeza do Seu amor por Ele mesmo.
Já que Ele não tinha a quem amar, logo nada mais apropriado que Ele amar a Si
mesmo. Isto pode ser visto em:
“O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse
profanado diante dos olhos dos gentios, no meio dos quais estavam, a cujos olhos
eu me dei a conhecer a eles, para os tirar da terra do Egito.” (Ez 20.9);
“O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse
profanado diante dos olhos dos gentios perante a vista dos quais os fiz sair.” (Ez 20.14);
“Mas contive a minha mão,
e o fiz por amor do meu nome, para que não fosse profanado perante os olhos
dos gentios, à vista dos quais os fiz sair.” (Ez 20.22);
“E sabereis que eu sou o
SENHOR, quando eu proceder para convosco por amor do meu nome; não conforme os vossos
maus caminhos, nem conforme os vossos atos corruptos, ó casa de Israel, disse o
Senhor DEUS.” (Ez 20.44);
“Mas eu os poupei por amor do meu santo nome, que a casa de Israel
profanou entre os gentios para onde foi. Dize portanto à casa de Israel: Assim
diz o Senhor DEUS: Não é por respeito a vós que eu faço isto, ó casa de Israel,
mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. E eu
santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre os gentios, o qual
profanastes no meio deles; e os gentios saberão que eu sou o SENHOR, diz o
Senhor DEUS, quando eu for santificado aos seus olhos.” (Ez 36.21-23);
“Porque eu ampararei a
esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo Davi.” (2Rs 19.34);
“Porque eu ampararei esta
cidade, para livrá-la, por amor de mim e por amor do meu servo Davi.” (Is 37.35);
“Por amor do meu nome
retardarei a minha ira, e por amor do meu louvor me refrearei para contigo, para que te não
venha a cortar.” (Is 48.9).
Note que tudo que o Eterno
faz é por amor a Ele mesmo, e não à Sua criação (como se Ele
tivesse nos criado para satisfazer nossos desejos).
Isto pode parecer algo muito
egoísta. Pense, todavia, de outro modo: já pensou se Ele amasse a nós? Seríamos
obrigados a amar (nos ligarmos) os indivíduos, independente
do que são. Embora o Criador ame o mundo de tal maneira (Jo 3.16) e exista o mandamento para amar o próximo, o Eterno ama o pecador colocando
Seu amor (o amor por Ele e por aquilo que
vem Dele) no
coração deste.
Além disto, se o Eterno
amasse outro ser humano que não fosse Cristo (note que quem
foi comprada com o sangue Dele foi a Igreja – ver 1Coríntios 6.19; 7.23), a qual deles Ele amaria?
Afinal, já que cada um só vê o seu lado, a quem que o Eterno iria favorecer?
Ele fatalmente cometeria o mesmo erro que nós: prejudicaria uns para abençoar
outros (ou seja, cometeria iniquidade).
Ou seja, o Eterno oferece
Seu amor a todos, mas apenas os eleitos conseguem encontrar lugar para este
amor dentro deles. Somente assim os eleitos são capazes de amar o próximo:
quando o Eterno os usa para chamar o próximo para junto de Si (Mateus 11.28; João 14.6).
Logo, amar o próximo é uma
consequência de experimentarmos em nós o amor do Eterno por Si mesmo (1Jo 4.19). Amamos o próximo porque queremos conhecer mais do Eterno através da
nossa comunhão com ele (Mateus 18.18-20).
Além disto, se o Eterno nos
amasse, consequentemente algo de bom teria que existir dentro de nós. E o que
seria? Mesmo se isto fosse verdade, seria melhor do que o que Eterno tem ou
pode criar?
Infelizmente o sistema
religioso transforma o Eterno num idólatra do homem (distorcendo Jo 3.16), como se Ele fosse capaz de tudo por amor ao ser
humano. A única razão de o Eterno amar o ser humano é por ser Ele Seu
instrumento para, através do amor mútuo, mostrar a todos quem Ele é.
Além disto, se houvesse algo
de bom no ser humano (não há -Rm 3.9-18), já pensou que agonia seria
se esforçar para conservar isto a fim de não perder o favor do Eterno? Tanto é assim
que, quem se firma em obras, sempre está em busca de salários e só valoriza
tarefas.
Em contrapartida, para quem
valoriza uma vida, o importante é ver a mesma sendo fonte de bênção do Eterno. O
importante não é o cumprimento de obrigações, mas ver o indivíduo recebendo
tudo que o Eterno colocou na nossa despensa para ele ser útil na vida do
próximo (Mt 24.45; 1Co 4.1-4; 1Pe 4.10).
O Eterno ama a Si mesmo
porque não existe bondade fora Dele. Daí Eterno determinar:
“Porque dele e por ele, e para
ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11.36);
“Eu sou o Alfa e o Ômega,
o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.” (Ap 22.13).
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14.6);
“Ninguém pode vir a mim,
se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está
escrito nos profetas: e serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele
que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” (Jo 6.44,45).
Ou seja, o Eterno forma em
Si mesmo um círculo virtuoso, de modo que tudo nasce Nele, acontece por meio
Dele e termina Nele. E nada há no ser humano que possa agradar ao Eterno:
“Eis que as nações são
consideradas por ele como a gota de um balde, e como o pó miúdo das balanças;
eis que ele levanta as ilhas como a uma coisa pequeníssima. Nem todo o Líbano
basta para o fogo, nem os seus animais bastam para holocaustos. Todas as nações
são como nada perante ele; ele as considera menos do que nada e como uma coisa
vã.” (Is 40.15-17).
O Eterno só se agrada Dele e
da obra que Ele faz, pois é apenas Dele que vem a bondade e misericórdia que
trabalham o coração dos indivíduos.
“Com que me apresentarei
ao SENHOR, e me inclinarei diante do Deus altíssimo? Apresentar-me-ei diante
dele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares
de carneiros, ou de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela
minha transgressão, o fruto do meu ventre pelo pecado da minha alma? Ele te
declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que
pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu
Deus?”
(Mq 6.6-8).
É apenas do Eterno que vem a
justiça que agrada a Ele. E entre Ele e o homem há um abismo intransponível (analise Lc 16.26). Daí Ele ser chamado de “Altíssimo”.
O que há no homem para ele ser o centro das atenções do Eterno?
Todo o empenho do sistema
religioso é no sentido de quebrar o círculo virtuoso de Eterno e tentar
convencê-Lo a se interessar pelos homens e suas causas. Analise e verás que as
campanhas, orações, louvores e jejuns são rituais que visam a convencer o Eterno
a fazer o que eles querem (tal como fazem os bruxos e
feiticeiros para com suas entidades).
Mesmo que Eterno se
interessasse por aquilo que vem do homem, este acabaria fugindo Dele ou sendo
destruído:
“Então foram abertos os
olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e
fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no
jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do
SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o SENHOR Deus a Adão, e
disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi,
porque estava nu, e escondi-me.” (Gn 3.7-10);
“E só eu, Daniel, tive
aquela visão. Os homens que estavam comigo não a viram; contudo caiu sobre eles
um grande temor, e fugiram, escondendo-se.” (Dn 10.7).
“A uma terra que mana
leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo de dura cerviz,
para que te não consuma eu no caminho.” (Êx 33.3).
Que proveito teria o homem,
o Eterno abençoá-lo nas obras dele? Veja o Antigo Testamento. Apesar das
inúmeras conquistas dadas a Israel pelo Eterno, ainda assim a maldade deles foi
tal que contaminou toda a terra (Jr 23.15).
A verdade é que, sem Jesus,
acabamos tornando a bênção do Eterno em algo maldito (Gn 3.17). Sem a piedade do Eterno a habitar dentro de nós, jamais conseguiremos
enxergar ou usufruir da paz que o Eterno nos dá (Is 48.21,22; 57.19-21).
A única fonte de bênção segura é Jesus: Sua vida e palavra
Por isto é que, quando o
Eterno quis amar o mundo de tal maneira, Ele criou Jesus. Como não havia nenhuma forma natural de aproximação
entre Eterno e o homem, nada mais indicado que criar para Si um corpo humano
para habitar entre nós. Como o Eterno só ama a Si mesmo, agora Ele podia amar o
ser humano e se interessar pela causa dele.
E quem quisesse ser
abençoado, bastava ficar perto de Jesus como se deu com os apóstolos. Afinal,
no que o Pai estivesse abençoando o Filho, todos à Sua volta seriam abençoados.
O problema com isto é que, após
a morte de Jesus, todos teriam voltar à vida miserável e sem sentido de antes. Daí
o motivo pelo qual, todas as vezes que Jesus mencionava qualquer coisa a
respeito de Sua morte, os apóstolos se entristeciam (Lc 22.45; Jo 16.6), chegando até a terem medo de pedir a Jesus
esclarecimento (Mc 9.31,32).
Felizmente, o Eterno
providenciou um meio para nunca mais nos afastarmos Dele: fazendo de nós membros
do corpo Dele. Neste caso, não havia como ser separado Dele. Considere que
nenhum dos ossos de Jesus foi quebrado (Jo 19.36) e ninguém poder arrebatar
os Seus das mãos do Pai (Jo 10.28,29).
Em outras palavras, o Eterno
só concede Sua verdadeira bênção (ver Lc 16.11;
1Coríntios 2.9)
a Si próprio. Logo a única forma de sermos abençoados é confiando em Jesus
totalmente, a ponto de negarmos nossa vida (Mt 16.24) para sermos parte do corpo
de Jesus. Quando vivemos Sua vida (sangue) neste mundo (vivendo em favor dos Seus, ao invés de buscar comunhão com
Jesus apenas de modo extático), então somos abençoados.
Mas o quê significa isto?
O salário do pecado é a
morte (Rm 6.23). Como, todavia, Jesus não
pecou, Ele tinha o direito de continuar vivendo. Ao invés disto, Ele preferiu
derramar Sua vida na morte (Is 53.12). Ninguém tirou a vida de
Jesus. Antes, foi Ele quem decidiu espontaneamente dar Sua vida (Jo 10.17,18). Para que isto ficasse claro, quando o Sistema Religioso veio para
prender Jesus, o Eterno fez seus adeptos caíram por terra quando Jesus disse:
“Sou eu” (Jo 18.4-6).
E tudo isto para que hoje,
todos os que concordarem em fazer, da vida de Cristo, o seu estilo de vida (ou seja, se entregam nas mãos Pai para que todos quantos
queiram possam ter seus pecados cancelados e, com isto, possam viver em
constante comunhão no Eterno – ver Jr 23.18,22; Ef 1.11; Hb 6.17), sejam salvos de uma vida
medíocre e sem sentido.
Foi para isto que Eterno quis
destinar todos:
“E nos predestinou para
filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua
vontade,” (Ef 1.5).
Infelizmente, só alguns
aceitaram este destino, a saber: serem filhos de adoção, ou seja, serem uma manifestação
de tudo que o Eterno quer mostrar através de si. É claro que esta adoção não é
por meio do sistema religioso e seus líderes, mas por meio da comunhão viva e
direta com tudo que o Eterno foi quando esteve aqui como homem (ou seja, a comunhão é por meio de Jesus Cristo).
Todavia, Ele faz isto para
Si mesmo, não é para atender os nossos desejos. A ideia é que nos cansemos de
tentar viver para nós mesmos e enxerguemos que só há beleza nos desejos e
planos do Eterno e, deste modo, desejemos que todo o conselho da Sua vontade se
cumpra em nós.
Mas, o que é predestinação?
4 - PREDESTINAÇÃO
Predestinação = pré +
destinação.
Destinação é afirmar que
cada um tem um destino. Muitos, contudo, acreditam que cada um traça o seu
próprio destino, enquanto que a predestinação afirma que cada um já tem seu
destino traçado antes mesmo de nascer.
Vejamos mais algumas
passagens sobre predestinação:
“Porque os que dantes
conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a
estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que
justificou a estes também glorificou.” (Rm 8.29,30)
– Os que creem
são predestinados para serem conforme a imagem de tudo que o Eterno foi quando
esteve aqui como homem;
“Nele, digo, em quem
também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito
daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;” (Ef 1.11)
– Fomos
predestinados conforme o propósito daquele que faz tudo (e não apenas alguma coisa), e sempre de acordo com Sua vontade, a qual foi
estabelecida no conselho que há dentro do Eterno (Jr 23.18,22), a qual inclui fazer de nós
Sua herança a ser desfrutada pelo Seu corpo.
Mas como se dá a predestinação?
Quando o Eterno decidiu
criar o universo, a primeira coisa que Ele desejou criar foi uma família para
Si (Malaquias 2.15). Mas para que Ele pudesse ter filhos, era
necessário que eles fossem Sua imagem e semelhança.
Para que Ele pudesse ser
Pai, dos seres humanos, Ele teria que ser humano também. Foi então que o Eterno
projetou Jesus Cristo:
·
“Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também
eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação
do mundo.” (João 17.24)
·
“E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:” (Apocalipse 3.14)
·
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Colossenses 1.16)
Em seguida, Ele criou em
retidão todos os seres humanos, conforme Seu perfeito modelo: Jesus (Gênesis 1.25,26).
·
“Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram
muitas astúcias.” (Eclesiastes 7.29)
Todavia, algo terrível
aconteceu: todos os homens (vasos) que Ele projetou estragaram
em Suas mãos:
· A palavra do SENHOR, que
veio a Jeremias, dizendo: levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei
ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava
fazendo a sua obra sobre as rodas, como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se
na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem
aos olhos do oleiro fazer. Então veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: não
poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR.
Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de
Israel.” (Jeremias 18.1-6).
Note como nesta simbologia,
o vaso não se estragou nas mãos do Ha-Satan, nem nas suas próprias mãos, mas
sim nas mãos do Eterno.
No que Ele projetou fazer
seres à Sua imagem e semelhança (entre outras
coisas, com vontade própria e conhecedores do bem e do mal – analise em Gênesis
3.5 como isto os fazia parecidos com o Eterno), todos Seus vasos se estragaram.
Se o Eterno os privasse de
conhecer a diferença entre bem e mal, o ser humano não seria a imagem e
semelhança Dele (Gênesis 1.25,26). Todavia, concedendo-lhes
esta prerrogativa, eles não conseguiriam se manter puros e santos.
O Eterno então certamente
pensou: “o que eu devo fazer para que estes vasos, feitos à minha imagem e
semelhança, não venham a estragar em Minhas mãos? Como fazer para salvá-los?”.
Foi então que o Eterno
projetou o primeiro evento da história do universo: o sacrifício de Cristo:
·
“A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes,
crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;” (Atos 2.23)
·
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou
ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição
recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro
imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da
fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;” (1Pedro 1.18-20).
Através deste sacrifício o
Eterno viu que poderia regenerar e renovar vasos a fim de que os mesmos não se
perdessem mais. Como Seu desejo era que todos fossem salvos, Ele, então,
projetou os eventos relativos à obra de Cristo e experimentou a mesma em todos
os vasos. Daí a Escritura Sagrada dizer:
·
“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam
demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que
nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (II PEDRO 3.9)
·
“o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento
da verdade. o qual a si mesmo se deu em resgate por todos; testemunho que se
deve prestar em tempos oportunos.” (I TIMÓTEO 2.4,6)
·
“e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos
nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” (I JOÃO 2.2)
·
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (JOÃO 3.16)
·
“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (TITO 2.11)
·
“vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito
menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi corado de
glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo
homem.”
(HEBREUS 2.9)
·
“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.” (II CORÍNTIOS 5.14)
·
“De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele
crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (JOÃO 6.40).
·
“Dize-lhes: vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do
ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos,
convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa
de Israel?” (Ezequiel 33.11).
·
“Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça
um só destes pequeninos.” (MATEUS
18.14)
Infelizmente, bilhões destes
vasos, mesmo sendo submetidos ao tratamento de Cristo, ainda assim continuaram
se perdendo (muitas vezes até ficando piores
do que antes do tratamento, tal como o barro se endurece à ação do sol).
O Eterno, então, escolheu
para Si aqueles que reagiram bem ao tratamento de Cristo em suas vidas, bem
como às Suas boas obras. Em outras palavras, o Eterno escolheu aqueles
indivíduos que aceitaram e amaram a salvação Dele em suas vidas (Salmos 40.16; 70.4) e nela esperam (Salmos 9.14;
13.5; 21.1; 119.166).
Em outras palavras: nós não
somos salvos porque nos convertemos a Cristo. É o contrário: é porque o Eterno
nos salvou antes mesmo da fundação do mundo que nós nos arrependemos,
convertemos e decidimos seguir a Cristo.
·
“E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e
glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam
ordenados para a vida eterna.” (Atos 13.48).
·
“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29).
·
“Como também nos elegeu nele antes da
fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em
amor;” (Efésios 1.4)
·
“Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido
predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o
conselho da sua vontade;” (Efésios
1.11).
·
“Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos
nelas.” (Efésios 2.10 - ARA).
·
“que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas
conforme
sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos.” (2Timóteo 1.9)
·
“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos
amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do
Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso
evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.” (2Tessalonicenses 2.13,14).
·
“então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde,
benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a
fundação do mundo.” (Mateus 25.34).
Daí dizer que foram eleitos
segundo a presciência do Eterno (1Pedro 1.2): o Eterno já interagiu com
cada vaso antes da fundação do mundo e sabia, então, como cada um iria se
comportar diante de tudo que Ele é.
Contudo, o Eterno viu que,
mesmo contando com Seu Espírito agindo dentro deles, ainda assim os eleitos
necessitariam de uma ajuda adicional. Foi então que Ele projetou os anjos (lembre-se que eles foram criados para servir em favor dos que
hão de herdar a salvação):
·
“Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1.14).
·
“E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha
não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de
Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” (Apocalipse 19.10).
·
“E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E,
havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o
adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus
irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora
a Deus.” (Apocalipse 22.8,9).
No entanto, o Eterno, ao
projetar os anjos, viu que muitos também iriam se perder e os demais ficariam
com dúvidas acerca da perfeição Dele e da Sua Palavra. Foi então que o Eterno
projetou todos os eventos relativos à Sua atuação neste mundo através da vida
dos Seus escolhidos:
·
“A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de
anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis
de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde
os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para
que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e
potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso
Senhor,” (Efésios 3.8-11).
Todavia, para que o Eterno
pudesse manifestar multiforme Sua sabedoria e Graça (Ef 3.10; 1Pe 4.10) era necessário criar todo um pano de fundo onde
tais atributos pudessem ser visto de modo incontestável por toda a criação.
Foi então que o Eterno
projetou as plantas, os animais e todo o restante do universo, bem como os demais
eventos que deveriam acontecer.
·
“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver
separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e
para dias e anos.” (Gênesis 1.14).
Para que os anjos pudessem
ser bons ajudadores dos eleitos, eles foram trazidos ao mundo primeiro.
Resumindo:
·
Primeiro o Eterno projetou Jesus Cristo;
·
Segundo, Ele projetou os demais seres humanos;
·
Terceiro, Ele projetou o sacrifício de Cristo (o primeiro evento);
·
Quarto, Ele projetou os eventos relativos à obra de Cristo;
·
Quinto, Ele experimentou a obra de Cristo em cada um e escolheu os que
reagiriam bem a ela;
·
Sexto, Ele projetou os anjos;
·
Sétimo, Ele projetou Sua vida neste mundo, ou seja, Sua atuação
sobrenatural na vida de cada um dos que foram escolhidos (em outras palavras, escreveu o nome de cada um deles no livro
da vida do Cordeiro – Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.15; 21.27; 22.19).
·
Oitavo, Ele projetou demais criaturas vivas e não vivas e estabeleceu
os demais eventos, tudo tomando como referência Jesus e Sua obra na cruz do
Calvário.
Somente após todas as Suas
obras estarem totalmente projetadas é que o Eterno então colocou em prática a
criação de todas as coisas:
·
“Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro
todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas,
quando nem ainda uma delas havia.” (Salmos 139.15,16).
·
“Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse:
Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras
estivessem acabadas desde a fundação do mundo.” (Hebreus 4.3).
Resumindo: O Eterno nos
predestinou com base naquilo que nos tornamos à medida em que Ele foi
tratando com cada um de nós (afinal, Nele vivemos, nos movemos e existimos - Atos 17.25-28).
Para entender isto melhor,
podemos assim resumir:
Em Adão todos foram predestinados para a morte
Pensemos com um pouco mais
de profundidade. Para que principados e potestades pudessem conhecer melhor o
Eterno e Sua multiforme graça e sabedoria (Ef 3.10; 1Pe
4.10), aprouve
a Ele eleger a Igreja para mostrar como Sua superabundante graça pode superar o
pecado (Romanos 5.20).
Para isto, era necessário que o pecado
entrasse no mundo. Por isto é que em Gênesis 1.31 é dito que tudo que Eterno
criou era muito bom, incluindo a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Afinal, esta árvore era necessária para que o pecado pudesse entrar no mundo e,
juntamente com ele, a lei e o Favor do Eterno. Sem isto, jamais a criação
poderia ver o quão excelente é o Favor do Eterno, superior a todo o conselho do
mal (Rm 5.17,20).
E conhecendo de antemão a
Adão, o Criador viu que ele desempenharia muito bem este papel. Ele não tentou
Adão, nem o forçou a pecar (Tg 1.13-15). Pelo contrário, ele nasceu
livre de tendências pecaminosas e num lugar onde não havia motivo para pecar.
Ele é que escolheu espontaneamente desobedecer ao Eterno.
Isto serviu também para provar
que, quando agimos pensando em nós mesmos, naquilo que nos convém (ou que pensamos ser melhor), jamais poderemos agradar ao Eterno (nem mesmo se tivéssemos livres de toda tendência pecaminosa
como Adão - Rm 8.5-9). Quão dirá nascendo escravo do pecado (Rm 3.9), sem qualquer capacidade
para o bem e a justiça (Rm 3.11,12 - mais uma vez
confirmando que não existe livre arbítrio! Afinal, não existe escravo livre).
Em Adão, todos foram
predestinados à morte eterna:
·
“Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição
dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim
também todos serão vivificados em Cristo.” (Rm 15.21,22).
·
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, visto que
todos pecaram;” (Rm 5.12).
Em Adão, todos nascem mortos,
espiritualmente falando, visto que, por descenderem dele, nascem com o arbítrio
em seus corações. Por causa disto:
1º - Cada um acha que o único
modo de resolver conflitos é através de leis e punições;
2º - As pessoas acham que podem
fazer algo sem o Criador;
3º - Ninguém se importa em
receber o amor (1Jo 4.8,16), preferindo continuar em
trevas ( 1Jo 2.9-11).
Em Cristo todos foram predestinados para a vida
·
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em
que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne,
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da
ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo
seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas,
nos vivificou juntamente com Cristo ( pela graça sois salvos ), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos
fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos
vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco
em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem
de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; pois
somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2.1-9 - ACF,10 - ARA).
Felizmente o Eterno projetou
Jesus para dar a Sua vida a fim de que, Nele, pudéssemos ser livres de um estilo
de vida miserável, a saber, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, sendo
uma expressão viva do que vem a ser a ira do Eterno.
Antes que qualquer ser
humano tivesse consciência de estar morto (ou seja, sem
capacidade de reagir aos impulsos da carne), o Eterno, que é riquíssimo em misericórdia, pelo
seu muito amor com que nos amou, já tinha projetado vir como homem para salvar
a humanidade, estando nós ainda mortos em nossas ofensas.
Note que, antes mesmo da
criação do mundo, o Eterno já nos vivificou juntamente com Cristo, nos
ressuscitou juntamente com Ele, nos fez assentar nos lugares celestiais em
Cristo Jesus e preparou boas obras a fim de que andássemos nelas.
Note como todo o processo de
salvação foi projetado e executado pelo Eterno, bem como dado aos que aceitaram
receber este projeto em seus corações. Os tais foram adotados pelo Eterno a fim
de serem uma semente de piedosos.
Isto se cumpriu em
todos que o Eterno viu que deixariam o
seu arbítrio de lado, preferindo ser guiado pela voz do Eterno (Jo 3.3; Rm 8.14), a qual purifica quem a ouve (Jo 15.3), confiando que a vontade do Criador (Mt 7.21) é boa, agradável e perfeita
(Rm 12.2). Ao invés de prenderem indivíduos e coisas a si,
permitem serem ligados a algo muito maior que o universo todo.
Quem aceitou, quando o
Eterno estava projetando o mundo, ser guiado pelo Eterno, ficou predestinado a
ser mais que vencedor (Rm 8.37).
·
“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a
estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8.29,30).
·
“Nele, digo, em quem
também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito
daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;” (Ef 1.11).
Resta ainda uma dúvida:
Como surgiu o mal?
Conforme já mostrado, o Eterno
criou tudo perfeito (Gênesis 1.31; Eclesiastes 7.29). Todavia, enquanto o Eterno
estava projetando em Suas mãos os seres humanos, todos vierem a se estragar (com exceção de Cristo). O mesmo se deu com muitos dos anjos que o Eterno
projetara.
Mas, como isto pode ser
possível, já que foi Ele quem criou todos os vasos?
Vejamos primeiro o que se
deu com Ha-Satan:
·
“Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado,
até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio encheram
o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do
monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras
afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua
sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te
pus, para que olhem para ti.” (Ezequiel
28.15-17).
Ha-Satan foi criado
perfeito, mas quando ele tirou os olhos do Eterno e começou a olhar para si,
ele começou se achar muito belo, sábio e capaz, ao ponto de achar que poderia
ser bom por si mesmo, sem precisar do Eterno e da Sua direção.
Em outras palavras, o mal
surgiu no dia que Ha-Satan quis ser semelhante ao Altíssimo e fazer algo bom
por sua própria conta.
· “Como caíste desde o céu,
ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que
debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das
estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei,
aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.” (Isaías 14.12-14).
E como disse Jesus:
·
“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta,
espalha.” (Mateus 12.30).
·
“Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu
senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?”
(Mateus 10.25).
O mesmo se deu com o ser
humano. Eva queria ter o mesmo entendimento que o Eterno a fim de ser melhor do
que Ele.
Entenda: Eva não desejava
fazer o mal. O que ela desejava é fazer um bem maior do que aquilo que o Eterno
já tinha feito. Note como, ao citar “porque Deus sabe...”, a serpente estava
induzindo Eva a pensar que o Eterno estava escondendo algum bem deles (Adão e Eva não percebiam que o bem de que eles sentiam falta
estava embutido na ordem que eles negligenciaram em cumprir).
De igual modo, veja o caso
do rei Uzias:
·
“Também fez em Jerusalém máquinas da invenção de engenheiros,
que estivessem nas torres e nos cantos, para atirarem flechas e grandes pedras;
e propagou a sua fama até muito longe; porque foi maravilhosamente ajudado, até
que se fortificou. Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até
se corromper; e transgrediu contra o SENHOR seu Deus, porque entrou no templo
do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso.” (2Crônicas 26.15,16).
Note como foi a bênção do
Eterno que o levou a exaltar seu coração até se corromper, achando que poderia
ofertar ao Eterno ou exercer o ministério que bem quisesse. Note como ele não
foi cultuar outros deuses, mas buscar uma aproximação do Eterno que, a
princípio, não lhe dizia respeito.
Jamais devemos pensar em
fazer aquilo que o Eterno designou para outros fazerem!!! É para isto que existe
a eleição.
5 – ELEIÇÃO
·
“Não falo a respeito de todos vós, pois eu conheço aqueles que escolhi; é, antes, para que se
cumpra a Escritura “Aquele que come do meu pão levantou contra mim seu
calcanhar”. (João 13.18).
·
“E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o
ressuscitarei no último dia.” (João
6.39).
·
“E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da
extremidade da terra até à extremidade do céu.” (Marcos 13.27).
·
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de
misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.” (COLOSSENSES 3.12)
·
“eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do
Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz
vos sejam multiplicadas.” (I
PEDRO 1.2)
·
“Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois
é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com
ele.” (APOCALIPSE 17.14).
·
“Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.” (MATEUS 22.14).
·
“porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas operando
grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” (MATEUS 24.24)
·
“E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os
quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” (MATEUS 24.31)
·
“Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior,
confirmar a vossa eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em algum tempo.” (2PEDRO 1.10)
O que é?
Eleição é a escolha do
indivíduo mais adequado para desempenhar um determinado papel no “filme” da
vida.
Quando o indivíduo é eleito?
·
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que
fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;” (Efésios 1.4)
Como se pode ver ela
aconteceu antes da fundação do mundo:
·
“E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os
filhos de Deus que andavam dispersos.” (João 11:52);
Note que Jesus ia reunir em
Seu corpo todos os filhos de Deus que andavam dispersos. Se o indivíduo se
torna filho do Eterno apenas após crer em Jesus, como Jesus pode ter chamado
tais indivíduos de filhos?
Além disso, como os anjos e
os filhos de Deus poderiam estar louvando a Deus enquanto o mundo estava sendo
criado, sendo que eles ainda não tinham nascido?
·
“Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se
tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu
sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a
sua pedra de esquina, Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e
todos os filhos de Deus jubilavam? Tu o sabes, porque já então eras nascido, e
por ser grande o número dos teus dias!” (Jó 38:4-7,21).
A única explicação é que Deus
chama as coisas que não existem como se elas já fossem (Rm 4.17). Em outras palavras, Ele é capaz de vivenciar algo que ainda está no
futuro.
Para ser mais exato: o
Eterno já tinha vivido toda história do universo (incluindo
nossa vida – Sl 139.13-16) antes mesmo de tudo ser criado. Por isto Jesus (Jo 17.24) e Seu sangue eram conhecidos antes da fundação do mundo (1Pedro 1.20).
Como aconteceu a eleição?
Quando o Eterno fez tal
escolha, o Eterno levou em conta o caráter de cada indivíduo, bem como os dons
e talentos a ele concedido.
Para exemplificar:
·
A um indivíduo com temperamento explosivo, o Eterno lhe deu o papel de
vaso de ira (Rm 9.21,22);
·
Já àquele que tem prazer na misericórdia e compaixão do Eterno, Ele deu
o papel de vaso de honra (Rm 9.23).
Para exemplificar isto,
pense no caso de Judas. Foi predestinado que um dos discípulos do Eterno iria
trai-lo por 30 moedas de prata (Sl 41.9; Jo 13.18; Zc 11.12,13). Todavia, Judas foi o
escolhido para ocupar tal posição porque ele acolheu, em sua índole, tudo que
se encaixava perfeitamente nesta posição. Contudo, em momento algum Eterno
obrigou Judas a ser do jeito que foi. Nem deu a ele nenhum motivo para isto.
Ele recebera os mesmos deveres e direitos dos outros discípulos (eles andaram juntos). Embora Pedro, Tiago e João participaram de alguns
eventos extras (Mt 17.1; Mc 5.37), no entanto todos os doze (incluindo ele) foram usados para expulsar demônios e fazer milagres (Mt 10.1; Lc 10.17-19).
Ou seja, dos doze, apenas
Judas encontrou motivos para não ser fiel. Se as condições fossem tão ruins, o
mais natural é que nenhum dos doze tivesse sido fiel. Logo, note como, mesmo em
condições de igualdade, a decisão de ser infiel foi algo exclusivo de Judas,
sem qualquer intervenção, seja do Eterno ou de Ha-Satan. Só no final, depois
que Judas já tinha combinado a traição, é que Ha-Satan entrou em Judas (Jo 13.28).
Inclusive, é bom lembrar
que, sendo a mesa da ceia linear (sem cadeiras e
ninguém sentava em frente a ninguém) e não havendo nenhum versículo dizendo que Jesus se
levantou para entregar o bocado a Judas (Jo 13.26), logo Judas estava sentado
bem perto de Jesus, sendo-lhe íntimo. Ainda mais considerando que Judas
colocara sua mão no mesmo prato que Jesus (Mt 26.23; Mc
14.20).
Logo, Judas escolhera trair
o bem porque amara o galardão da iniquidade (At 1.18 – tal
como Balaão que amou o prêmio da injustiça - 2Pe 2.15). Se ele não tivesse traído
Jesus, com certeza ele acabaria traindo a outro. Afinal, de quem é capaz de
trair até um indivíduo fantástico como Jesus, o que se pode esperar dele?
Ainda assim, alguém poderia
questionar: “mas por que Eterno foi me colocar neste papel que estou vivendo?” (exatamente como em Is 45.9,10; Rm 9.20,21; 1Co 12.14-20).
Se Eterno te colocasse
noutro papel, não conseguirias ter bom desempenho.
Fique bem claro que o Eterno
não força ninguém a desempenhar o papel. Sendo o Eterno onisciente e
presciente, Ele já sabe de antemão o que o indivíduo irá se tornar e como ele
irá reagir a cada situação (tal como um bom cientista
conhece bem os átomos, bem como o modo de eles reagirem com cada um dos átomos
que se aproximam dele).
Por isto é que, àqueles que
haveriam de entregar Suas vidas a Jesus, o Eterno já elegeu em Cristo antes
mesmo da fundação do mundo:
·
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para
que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou
para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de
sua vontade,” (Ef 1.4,5).
Note como o Eterno já
projetou a Sua Igreja antes do mundo vir a existir e escolheu aqueles que
teriam prazer em dar continuidade a tudo que Ele fez quando esteve aqui em
carne (Jo 14.12).
Provavelmente você deve
estar perguntando:
Se todos já foram predestinados, então qual a finalidade de evangelizar?
Embora o Eterno já saiba de
antemão quais são os eleitos, Ele vive junto com cada um todas as suas emoções (Salmos 86.15; 145.8; 1Coríntios 13.4) e continua querendo que
todos se salvem (2Pedro 3.9).
Sei que isto parece loucura.
Mas já aconteceu de você assistir um bom filme e, quando foi vê-lo pela segunda
ou terceira vez, você experimentou novamente todas as emoções e continuou
torcendo por um final feliz na vida daquele personagem com quem você se
identificou, mesmo sabendo que isto não ia acontecer?
Por isto é que o Eterno nos
envia para pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16.15). Mesmo porque, se o
evangelho não estivesse ao alcance de todos, os vasos de ira usariam isto como
desculpa para não terem se convertido.
Além disto, nós não sabemos
quais são os escolhidos. Logo, nada mais indicado do que cumprir o que foi dito
pelo pregador:
·
“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o
acharás. Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca
segará. Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os
ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que
faz todas as coisas. Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a
tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas
serão igualmente boas.” (Eclesiastes 11.1,4-6).
Afinal:
·
“Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo.
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem
não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.13,14).
O ser humano tem responsabilidade sobre as decisões tomadas
Enfim, embora todos os
eventos da vida de cada um já foram traçados (Sl 139.16), isto não isenta ninguém da
responsabilidade, já que Eterno colocou cada um num dado papel com base nas
escolhas que ele, ao ser projetado, fez.
É bem verdade o Eterno
trabalha os desejos e pensamentos do homem:
·
“Eu sei, ó SENHOR, que não é do homem o seu caminho; nem do
homem que caminha o dirigir os seus passos.” (Jr 10.23).
Contudo, Ele não força
ninguém a agir de um determinado modo.
O que acontece é que, como
Ele já conhece as reações de cada um, Ele usa isto para conduzir cada um em Seu
favor, para que Sua vontade se cumpra, como se pode ver nos exemplos abaixo:
·
“E o Espírito do SENHOR começou a incitá-lo de quando em
quando para o campo de Maané-Dã, entre Zorá e Estaol.” (Juízes 13.25)
·
“E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel; e incitou
a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá.” (II Samuel 24.1).
Entenda: o que o Eterno faz
é despertar a reação certa em cada um. Cada um tem possibilidade para escolher.
Como o Eterno já sabe de antemão como cada um reagirá as circunstâncias que Ele
estabelece, no final tudo acontece como Ele projetou.
E isto ele faz justamente
para que todos (incluindo o próprio indivíduo), possam ver quem este
indivíduo realmente é.
Para exemplificar:
suponhamos que o Eterno quer mostrar a um dos Seus filhos o quão terrível pode
ser a fúria. Como o Eterno sabe, por exemplo, que todas as vezes que alguém
fala alto ele fica irritado, o Eterno permite uma circunstância que o levará a
um lugar específico. Concomitantemente, o Eterno promove outra circunstância
que fará alguém que gosta de falar alto a ir para este mesmo lugar e sentar
próximo a ele. Quando os dois estão próximos, o indivíduo começa a falar alto,
o que leva o irmão em Cristo a agredir o indivíduo.
O irmão podia ter saído de
perto, tentado se conter, orado, etc., mas escolheu agredir. No entanto, isto
serviu para que o irmão visse que ele deveria buscar, no Eterno, a libertação
desta fúria.
Talvez você diga:
Se a predestinação foi baseada nas minhas escolhas, então tenho que me esforçar para conseguir algo
Os vasos de ira, por estarem
agindo pela carne, com certeza vão ter que se esforçar para alcançar alguma
coisa nesta vida, já que estão debaixo da maldição adâmica, na qual cada um
come do suor do seu rosto (Gênesis 3.19).
·
Todavia, os vasos de glória podem descansar e esperar no Eterno (Salmos 37.7) regozijando-se em Sua companhia (Salmos 37.4), já que, como ele escolheu
a vida de Cristo, logo não é mais ele vivendo, mas Cristo vivendo nele (Gálatas 2.20). O próprio indivíduo estará andando em novidade de vida (Romanos 7.6), sem saber de onde vem ou para onde vai (João 3.8). Trata-se de um segredo do
Eterno (Salmos 25.14) que nenhum homem carnal
pode compreender (1Coríntios 2.14-16).
Quem está em Cristo não
precisa conquistar posição, conhecimento, etc., pois Cristo é tudo na vida Dele
e irá velar pelo cumprimento de toda a vontade do Eterno em nós (Jeremias 1.11,12).
6 – UMA VEZ QUE É O ETERNO QUEM CRIA CADO INDIVÍDUO, COMO É POSSÍVEL QUE ALGUÉM ESCOLHA DESOBEDECER? SERÁ ERRO DE PROJETO? OU FOI ELE QUEM PREDESTINOU ALGUNS PARA O INFERNO?
·
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas
obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.10).
Se:
·
todos foram
feitos à imagem e semelhança do Eterno (Gn 1.25,26);
·
o pó da terra do
qual todos são formados é o mesmo (Rm 9.21);
·
o fôlego soprado
sobre todos é o mesmo (Ec 3.19);
·
o Eterno colocou
a eternidade no coração de todos os homens (Ec 3.11);
·
todos recebem do
Eterno a vida, a respiração e todas as coisas (At 17.25);
·
todos vivem,
movem e existem no Eterno (At 17.28);
·
todos pecaram e
destituídos estão da glória do Eterno (Rm 3.23);
·
não há ninguém
que entenda e não há ninguém que busque ao Eterno (Rm 3.11);
·
a graça do Eterno
se manifestou salvadora a todos os homens (Tt 2.11);
·
tudo que existe,
incluindo todos os seres humanos, foram criados por Jesus, para Jesus e em
Jesus, sendo tudo Dele (Rm 11.36; Cl 1.16);
·
a revelação do
Eterno através da natureza está disponível a todos (Rm 1.20); todos tem a
obra da lei escrita em seus corações e contam com o testemunho da sua
consciência e dos seus pensamentos (Rm 2.15);
·
todos anseiam
pelas três coisas que melhor qualificam o Eterno: paz (Ef 2.14), felicidade (Ne 8.10) e amor (1Jo 4.8,16).
Então:
o que leva alguns a aceitarem o Eterno e outros não?
Quando Jesus projetou cada indivíduo, Ele criou
cada um com uma determinada personalidade, dons e talentos. Cada indivíduo é um
conjunto de uma enorme quantidade de boas peculiaridades. Sua vontade era que
nenhum se perdesse, mas que todos viessem ao pleno conhecimento da verdade:
·
“Porque isto é bom e agradável diante de
Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao
conhecimento da verdade.” (I Timóteo 2.3,4).
Como disse Paulo:
·
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo
Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos
nelas.” (Ef 2.10 – ARA2).
Ou seja, o Eterno preparou cada um a fim de ser
usado para Suas boas obras. Tanto é assim que Ele as coloca na vida de todos
(Fp 2.12,13) e lhes dá condições para colocá-las em prática.
Infelizmente, mesmo com o Eterno colocando Suas
leis (Rm 2.14,15), bem como a visão da eternidade (Ec 3.11) na vida de cada um,
ainda assim a maioria não consegue fazer bom uso dos atributos que o Eterno lhe
deu em meio à sua realidade como ser humano.
·
“Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo;
também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa
descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.” (Ec 3.11 – ARA2).
·
“Porque, quando os gentios, que não têm
lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si
mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando
juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer
defendendo-os;” (Rm 2.14,15).
Para ser mais exato: mesmo cada um recebendo do
Eterno personalidade, dons, talentos e vocação, bem como os recursos e
circunstâncias adequadas e Sua instrução acerca de como fazer as coisas
funcionarem neste mundo, ainda assim muitos não conseguem se sujeitarem ao
Eterno por causa do conjunto destes atributos que o Eterno lhe conferiu.
Embora todas as características e dádivas do
Eterno sejam boas, muitas delas não funcionam juntas. É isto que define quem
irá se sujeitar ao Eterno ou rejeitá-Lo. O Eterno sabe disto, mas permite que
cada um venha à vida a fim de mostrar que:
1. sem Jesus, ninguém
consegue ser bem sucedido na alma e no espírito, não importa o quanto o
indivíduo se esforce para ser bom;
2. embora Ele saiba quem
consegue receber Jesus dentro de si e quem não, Ele permite que os vasos de ira
tenham oportunidade de se manifestarem a fim de mostrar que Ele não é tirano e
que dá a todos possibilidade de O conhecerem Ele, se arrependerem e converterem;
3. não importa se o
indivíduo teve apenas um segundo de vida ou quase mil anos, o que define se o
mesmo será salvo não é a quantidade de coisas boas que ele faz, mas sim a
capacidade de reter Jesus dentro de si. Se de fato estamos dentro deste grupo,
este desejo de ser como Jesus irá crescer em nós sem precisarmos fazer força,
já que Ele é em todos (Ef 4.6; At 17.25-28).
Você pode então se perguntar: por que, então, o
Eterno não fez o indivíduo de outro jeito? Porque, se ele fosse de outro jeito,
ele não seria ele mesmo, mas outro (afinal, o que difere cada um dos bilhões de
seres humanos uns dos outros são pequenos detalhes).
Resumindo: toda maldade existente no mundo sai de
dentro dos seres humanos que, sem Cristo, não conseguem evitar o pecado. E como
a maioria não consegue reter Cristo e Sua vontade dentro de si, o mesmo está
condenado a viver eternamente fazendo e sofrendo o mal.
Hoje todos nascem em igual
condição: destituídos da glória do Eterno (Rm 3.23), visto que todos pecaram.
Não importa se o indivíduo é um anjo de pessoa ou pior que Ha-Satan, a menos
que renunciem sua vida natural (por natureza somos vasos de ira
– Efésios 2.2; ver Dt 30.1-3) e recebam o Eterno e o estilo de vida que Ele viveu como homem, todos
estão igualmente condenados (Ap 5.9; 7.9; 14.6).
Inicialmente a serventia de
cada um se restringe a disciplinar justos, de modo que estes venham a ser
amostra da riqueza da misericórdia e paciência do Eterno (Rm 3.24-26; 9.24) em contraste com o destino que o homem impõe a si
mesmo quando se distancia do Eterno.
Inclusive, por aqui podemos
ver o motivo pelo qual a sala do banquete em Mateus 25.10 ficou repleta de
indivíduos bons e maus (Mt 25.10): porque todos estavam
dentro do plano do Eterno e desempenharam bem seu papel (se você acha isto estranho, veja Jeremias 43.10; Ezequiel
29.18-20).
Todavia, quer o indivíduo
tenha desempenhado o papel de bom ou de mal perante a sociedade, todos necessitam
ser vestidos com a justiça do Eterno (Mt 25.12; Ap
19.8). Não
basta comer pão no Reino dos Céus (Lc 14.15). É preciso receber o Eterno
do jeito que Ele é, em Sua vontade (Jo 1.12,13).
Felizmente, não é o homem
que escolhe a Eterno (Jo 15.16), muito menos que decide
buscá-Lo (Jo 6.44,45; Ef 4.20,21) ou conhecê-Lo (Mt 11.27). Do contrário, ele poderia se desculpar, dizendo que não teve as
condições propícias para arrepender e converter, já que não tiveram as mesmas oportunidades
ou recursos que outros indivíduos.
No entanto, sendo o Eterno
quem efetua toda a salvação (Rm 9.16), e isto à margem dos recursos deste
mundo, ninguém tem desculpa para dizer que não conseguiu viver em conformidade
com a vontade Dele. Nem mesmo aqueles que sequer foram chamados.
Embora nem todos sejam
chamados (Mt 20.16; 22.14), todos têm oportunidade de
enxergar as riquezas da Sua glória através dos vasos de misericórdia (Rm 9.23). Sem contar que todos possuem, à disposição, três testemunhos de tudo
que o Eterno é:
• o testemunho da natureza (Rm 1.20);
• o testemunho da consciência (Rm 2.14,15);
• o testemunho dos vasos de honra (Rm 9.24).
Infelizmente, até na terra
da retidão, o ímpio pratica a iniquidade (Is 26.10) e se afasta da luz por
serem más as obras nas quais se deleita (Jo 3.19-21).
Todavia, aqueles que, após
terem sofrido muito, reconhecerem sua indignidade, humildemente forem gratos
pela correção que o Eterno lhes deu (Levítico
26.41,43) e
aceitarem que Jesus viva Sua vida neles, conseguirão ser salvos.
Os demais continuarão sendo
usados no dia da calamidade (Provérbios 16.4) quando a ira do Eterno (Romanos 9.22,23) quiser assolar e destruir os pecadores (Isaías 54.16).
Para ser mais exato: o
indivíduo pode escolher entre viver preso à carne, a este mundo e ao plano do
Eterno para este (a destruição – 2Pe 3.10-12) ou experimentar o Eterno tirar-lhe
do Sistema Babilônico e passando a servir apenas a Cristo e aos que fazem parte
do Seu corpo (sair do plano físico e entrar no
plano espiritual).
Quem está cansado de ser o
que é (pecador) e de viver o estilo de vida
deste mundo (Mt 11.28-30), tem a opção de deixar
Cristo operar Seu querer e efetuar dentro de si (Fp 2.12,13), ficando livre desta
condenação. E isto foi disponibilizado a todos (João 3.16). Afinal, ao projetar o
universo, o interesse do Eterno era que todos fossem salvos (Ezequiel 11.33; 1Timóteo 2.4). Daí
Ele manifestar Seu Favor salvador a todos os homens (Tt 2.11).
O problema, infelizmente, é que grande parte prefere
amar as trevas à luz. Preferem suas más obras:
·
“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens
amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo
aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras
não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que
as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” (Jo 3.19-21)
Veja o que diz o versículo
abaixo:
·
“Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza,
feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão
na sua corrupção, Recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm
prazer nos deleites quotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em
seus enganos, quando se banqueteiam convosco; Tendo os olhos cheios de
adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o
coração exercitado na avareza, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho
direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio
da injustiça; mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento,
falando com voz humana, impediu a loucura do profeta. Estes são fontes sem
água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas
eternamente se reserva.” (2Pe 2.12-17)
É bem verdade que é o Eterno
quem cria o perverso para o dia da calamidade (Pv 16.7), o assolador para destruir (Is 54.16), os desobedientes para tropeçarem na palavra (1Pedro 2.8), os falsos ministros para serem presos e mortos (2Pedro 2.12), bem como os vasos de ira para a perdição (Romanos 9.22,23). Todavia, o Eterno dá um caráter ao indivíduo e faz
cada um dentro da condição mais propícia para que este possa conhecê-Lo. Ou
seja, o Eterno associa a personalidade de cada um com o papel que este deve
desempenhar em Seu plano, de modo que este tenha possibilidade de vir a
conhecê-Lo.
Infelizmente, muitos
preferem buscar o bem separado do Eterno e daqueles que Ele lhe dá. Quando isto
acontece, o indivíduo está tentando ser melhor do que o Eterno (ver Mateus 12.30).
Todavia, pense: se o Eterno
não é o alvo que nos une, então das duas uma:
·
Ou vamos querer que os indivíduos se unam a nós;
·
Ou vamos tentar nos unir em torno de uma causa, obras, etc.
O problema com este último
caso é que, sem a motivação do Eterno, cada um tem um ânimo diferente e o pior:
um interesse diferente. Ainda que todos estejam lutando pela mesma causa, cada
um luta pensando no que é melhor para si mesmo, no que pode lucrar com o que
está fazendo.
Não há outra hipótese: se
Jesus e Sua Palavra não são a nossa causa, então ou estaremos lutando por
causas vãs e malignas, ou estaremos tentando ocupar o lugar de Cristo na vida
das pessoas e ser o destaque no mundo inteiro.
Alguém pode questionar: “mas
se ele tivesse nascido em outra situação, ele poderia ter sido um indivíduo
melhor”. Não há desculpa!
No céu será achado
indivíduos de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9; 7.9). Assim sendo, não há
desculpa para alguém se afastar de Cristo.
A decisão de aceitar Cristo vem do Eterno.
·
“E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um,
de Isaque, nosso pai; porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem
ou mal ( para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não
por causa das obras, mas por aquele que chama ),” (Rm 9.10,11).
·
“Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e
terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende
do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a
Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder,
e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se
de quem quer, e endurece a quem quer.” (Rm 9.15-18).
A salvação se dá da seguinte
forma: Jesus manifesta Sua graça a todos (Tito 2.11). Aqueles que conseguem
receber esta graça em Si são trazidos (Os 11.4) para mais perto de tudo que
Jesus é a cada dia (são atraídos internamente de modo consciente para mais
perto de Jesus).
A transformação que ocorre
no pecador não é fruto do esforço dele, mas sim pelo fato de ter sido enxertado
em Cristo e, agora, é purificado pela vida (sangue, o qual contém o alimento da
comunhão e a água da Palavra que Jesus fala conosco em oração) de Cristo circulando
nele e pela regeneração operada nele recuperando-o internamente de todo o
estrago feito pelo pecado (tal como um órgão destruído é regenerado dentro do
corpo quando a doença é curada).
O pecador é condenado por
aquilo que ele é. Quem crê em Jesus é salvo por aquilo que Jesus é nele.
Muitos procurarão entrar e
não poderão (Lc 13.23). Logo, não se trata de uma decisão voluntária do
indivíduo em obedecer Jesus e segui-Lo:
·
“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há
ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” (Romanos 3.10,11).
·
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente.” (1Coríntios
2.14).
Todos, a princípio, querem
crer no livre arbítrio pois isto dá ao ego deles a ilusão de que poderão fazer
algo para merecer a salvação e, assim, poderem se gloriar sobre os demais (contrariando Efésios 2.9). Todavia, se o Eterno não abrir o coração do
indivíduo (tal como fez com Lídia – Atos
16.14), ele não
será capaz de entender, crer e, muito menos, aceitar a mensagem que o Eterno
está a transmitir.
·
“Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar
a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.” (Atos 5.31).
·
“E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus,
dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida.” (Atos 11.18).
·
“Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura
Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a
despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão
presos.” (Atos 2.25,26).
·
“Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não
somente crer nele, como também padecer por ele,” (Filipenses 1.29).
Talvez você pergunte:
Por que o Eterno não chama todos à Sua salvação?
Ainda mais considerando o
que Jesus disse?
·
“Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em
Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam
arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor
para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te
ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os
prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Eu vos digo, porém, que
haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.” (Mateus 11.21-24).
Sendo assim, então por que o
Eterno não lhes concedeu tal oportunidade de arrependimento?
·
“Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos
pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve.” (Mateus 11.25,26)
O problema é que Tiro (e provalvemente Sidom) era famosa por sua sabedoria mundana:
·
“Eis que tu és mais sábio que Daniel; e não há segredo algum que
se possa esconder de ti.” (Ezequiel
28.3).
Sodoma, por outro lado, era
conhecida por sua soberba e auto-suficiência:
·
“Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba,
fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca
fortaleceu a mão do pobre e do necessitado.” (Ezequiel 16.49).
A verdade é que conhecer a
Jesus movido de auto-suficiência ou tomado de sabedoria separada Dele é uma
tragédia. Basta pensar que foi assim que Ha-Satan (Ez 28.17) e Adão (Gn 3.11,17) caíram. Por isto é que
Paulo diz:
·
“Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por
sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo
é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua
própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que
são vãos.” (1Coríntios 3.18-20).
Em outras palavras, se
Sodoma, Gomorra, Tiro e Sidom tivessem se arrependido e permanecido, elas
acabariam fazendo o mesmo que o pessoal da torre de Babel: buscar no Eterno a
concretização de tudo que não Lhe agrada (Gênesis 11.4). E não há nada pior para o
Eterno do que a difamação do Seu caráter.
Para ser mais exato: muitos
dos que Ele não chama é porque irão se tornar verdadeiros satanás, ou seja,
tanto irão crer Nele e em tudo que Ele diz que irão querer tomar o lugar Dele.
Para que você possa visualizar
isto melhor, pense da seguinte forma.
Imagine que você vá dar uma
palestra num lugar com capacidade para mil indivíduos. Como não cabe todo
mundo, você tem que estabelecer algo para filtrar os participantes. No mundo, o
filtro é o dinheiro; no Reino do Eterno, o caráter (mesmo porque você não quer desordeiros no recinto).
No entanto, ao estabelecer
os requisitos a serem preenchidos pelos participantes, você deixa claro que
ninguém precisa ser capaz de cumprir tudo, mas você próprio se dispõe a fazer o
necessário para que o indivíduo preencha os requisitos, desde, é claro, que ele
concorde que você mexa no interior dele. Afinal, para preencher o requisito,
não basta obedecer a regras. É preciso que os conceitos e valores dele sejam
alinhados com o do Reino do Eterno.
Três são os tipos de indivíduos:
·
Os que não aceitarão esta mudança, a saber:
o Mundanos, porque não querem
receber nem praticar tais costumes (At 16.20,21);
o Religiosos, porque acham os
rituais da instituição religiosa mais convenientes e divertidos (ver Am 4.4,5).
·
Os que tentam fazer parte da Igreja, afirmando que reconhecem o Eterno
como Senhor, Salvador e Tesouro de suas vidas, mas que, no fundo, se recusam a
deixá-Lo transformar seu coração (dão mais valor
àquilo que têm e são). É o caso daquele homem que entrou na festa nupcial (Mt 22.11,12). Queria entrar no Reino dos Céus, mas com sua justiça própria. Ele foi
expulso e condenado às trevas exteriores (Mt 22.13);
·
Os que aceitam toda a transformação que Jesus deseja fazer em suas
vidas.
Assim, no Reino do Eterno
existe o número exato de indivíduos que vão ser salvos. Os escolhidos foram
aqueles que, ao serem projetados, aceitaram a transformação de Jesus em si
mesmos.
Se livre-arbítrio existisse, então por que os indivíduo não escolhem o bem?
Cada indivíduo tem a
oportunidade de permanecer como é ou esperar pela transformação prometida por Eterno
(Ez 11.19; 36.26). No entanto, repare como, a princípio, todos só
escolhem fazer o bem independente de Cristo e dos Seus conceitos e valores (para ser mais exato: fazer o mal). Ora, se realmente existisse livre-arbítrio,
era de se esperar que muitos escolhessem ser de Jesus.
Contudo, Jesus foi claro
para os apóstolos:
·
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu
nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (João 15.16).
A menos que o Eterno chame e Jesus revele, ninguém jamais poderá ter comunhão com o Criador:
·
“Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém
conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele
a quem o Filho o quiser revelar.” (Mateus 11.27).
·
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e
eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos
ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a
mim.” (João 6.44,45).
7 - VEM A QUESTÃO: É POSSÍVEL QUE UM CRENTE VERDADEIRO PERCA A SALVAÇÃO?
Isto depende da referência:
pensando do ponto de vista do Eterno
Com certeza não! Jó e o
próprio Jesus disseram:
·
“Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos
pode ser impedido.” (Jó 42.2).
·
“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha
mão.
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da
mão
de meu Pai.” (Jo 10.28,29);
·
“Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho
guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da
perdição, para que a Escritura se cumprisse.” (Jo 17.12);
Tudo que o Eterno projetou
na eternidade se cumprirá.
Não tem como falhar, visto
que é o Eterno quem trabalha Sua salvação na vida de quem crê:
·
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem
de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” (Efésios 2.8,9).
Sendo o Eterno quem começou
esta boa obra, não tem como a mesma falhar, já que é Ele também quem irá efetuá-la
na vida de quem crê (Fp 2.12,13), de modo que ele consiga
perseverar até o fim (Mateus 24.13):
·
“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa
obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” (Filipenses 1.6).
E esta obra consiste em
fazer do indivíduo uma nova criatura:
·
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2Coríntios 5.17).
Inclusive, para que ninguém ouse
interferir no Seu processo de salvação na vida dos eleitos, o Eterno os comprou
com Seu sangue, selou com Seu Espírito e os mantém seguros em Sua mão:
·
“Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito
Santo da promessa.” (Efésios 1.13).
·
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” (Efésios 4.30).
·
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os
anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem
a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 8.38,39).
·
“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha
mão.
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.” (João 10.28,29).
·
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou
ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de
viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de
Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,” (1Pedro 1.18,19).
Afinal, uma vez que alguém
foi justificado pelo Eterno, quem ousaria tentar condená-los?
·
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por
nosso Senhor Jesus Cristo;” (Romanos
5.1).
·
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus,
que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Rm 8.1)
·
“Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem
é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os
mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8.33,34).
Quando o Eterno afirma que
justificou alguém, Ele não é mentiroso ou irresponsável para, posteriormente,
voltar atrás e condenar o indivíduo.
O que pode acontecer com
alguém é:
1. ter a Palavra arrancada do
coração por ouvi-la de mau grado (Mt 13.19);
2. ter a Palavra queimada no
coração por não estar disposto a sofrer a sã doutrina (Mt 13.20,21; 2Tm 4.3,4):
3. ter a Palavra sufocada no
coração por estar muito preso a esta vida (Mt 13.22).
4. ter o perdão cancelado por
não estar disposto a ter comunhão com o irmão que o Eterno colocou em sua vida (Mt 18.23-35).
5. ter o nome retirado do livro
da vida, para que fique manifesto a todos o motivo pelo qual, muitas vezes, o
Eterno não chama certas pessoas (para mostrar
que, nem todos que são chamados, reage bem ao Eterno e Sua obra salvadora – ver
Êxodo 32.32-33; Apocalispe 3.5).
Mas nenhum destes fazem
parte dos escolhidos. São tão somente indivíduos que o Eterno usa, mas que,
como Judas, nunca de fato conseguiram receber, dentro de Si, o amor do Eterno.
Trata-se de indivíduos
religiosos que tentaram seguir Jesus, mas por Seus próprios esforços e que, por
isto, não conseguiram atingir todo o potencial desejado pelo Eterno.
Todavia, quem realmente
pertence ao Eterno é guardado pessoalmente pelo próprio Jesus:
·
“Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e
apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,” (Judas 24).
·
“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a
igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com
a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa,
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Efésios 5.25-27).
Resumindo: a todo aquele que
crê no Jesus verdadeiro (a saber, com a fé que vem Dele –
Mateus 18.28,29; Efésios 4.20,21; Gálatas 2.20) não tem como perecer:
·
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.” (João 3.16).
Logo, aqueles que Ele
escolheu para herdar a salvação com certeza a herdarão. Qualquer um que desvia
é porque, quando foi projetado pelo Eterno, nunca foi capaz de receber Sua
verdadeira fé.
do ponto de vista do ser humano.
Um crente verdadeiro pode
perder a salvação. Afinal, salvação deles é o resultado das obras do Eterno na
vida do indivíduo. Ou seja, o indivíduo só é salvo quando dá a Jesus todas as
condições de realizar em si as obras do Eterno (Jo 6.28,29). Se eles abandonarem
Cristo, abandonando o tratamento, serão enredados novamente no pecado. Daí as
exortações:
·
“E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e
o poder, e a glória, para sempre. Amém.” (Mt 6.13);
·
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito
está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.41);
·
“Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mt 24.13);
·
“De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não
só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com
temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o
efetuar, segundo a sua boa vontade.” (Fp 2.12,13);
·
“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar;” (1Pe 5.8).
Que fique claro: ninguém pode ser salvo tentando fazer a
obra do Eterno (Ef 2.8,9)!!! A salvação consiste no
Eterno fazendo Sua obra no indivíduo, ou seja, usando-o para cumprir Sua
Palavra.
E como o Eterno não impõe
Sua salvação aos escolhidos, logo a única forma de eles serem salvos é
perseverando até o fim, vigiando e
orando para não entrarem na tentação (Mt 26.41), visto que isto acabaria
com todo espaço necessário para o Eterno trabalhar Seu caráter no coração
deles. Logo, se os tais não permanecerem no amor do Eterno (Jo 15.9) serão cortados (Rm 11.22).
8 – APARENTES CONTRADIÇÕES
Cada um, supostamente, tem direito de escolha
1.
“E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade
deles.”
(Mateus 13.58).
Era necessário que a
profecia de Isaías se cumprisse a fim de que a salvação pudesse alcançar os
gentios:
·
“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem;
e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías,
que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, E, vendo, vereis, mas não
percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau
grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos,
E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os
cure.” (Mateus 13.13-15).
E ninguém melhor para
estimular os demais israelitas a não crer em Jesus do que aqueles que melhor
Lhe conheciam (fisicamente falando, é claro).
Assim, o Eterno escolheu
estes duros de coração a fim de que Ele eles não viessem a crer em Jesus e,
assim, ter acesso às maravilhas celestiais.
2.
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que
te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha
ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas, e vós não quisestes!” (MATEUS 23.37).
O Eterno sempre quer o
melhor para todos. Todavia, muitas vezes Ele precisou projetar situações
desagradáveis a fim de que Seu perfeito plano se cumpra (a saber, gerar uma família para Si – Malaquias 2.15; Efésios
5.25-27).
Neste caso, como era
necessário Jesus ser crucificado e Jerusalém destruída em 70 D.C. para que a
Escritura Sagrada se cumprisse, ele escolheu para fazer parte de Israel no
tempo de Jesus aqueles indivíduos que não iriam querer ser uma família em
Cristo.
3.
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo
se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (MATEUS 16.24)
4.
“O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve diga: Vem!
Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça da água da vida.” (APOCALIPSE 22.17)
5.
“Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida.” (João 5.40).
Que todo ser humano tem possibilidade
de escolher e arbitrar, isto não há o que discutir. Todavia:
·
“E os seus nobres serão deles; e o seu governador sairá do meio
deles, e o farei aproximar, e ele se chegará a mim; pois, quem de si mesmo se empenharia
para chegar-se a mim? diz o SENHOR.” (Jeremias 30.21).
A resposta é óbvia:
·
“Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois
já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do
pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda;
Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro
aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está
debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus
pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e
miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus
olhos.” (Romanos 3.9-18).
·
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.” (1Coríntios 2.14).
·
“Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão
o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser
revelar.” (Mateus 11.27).
·
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no
último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus.
Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” (João 6.44,45)
Resumindo: a menos que o
Espírito do Eterno intervenha no pecador (com Sua graça
superabundante – Rm 5.20), a única coisa que poderá sair dele é pecado. Deixe-o livre para
escolher entre o bem e o mal e, certamente, ele escolherá o mal (Dt 30.19).
O chamado para se arrepender
e converter é feito:
·
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia
agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;” (Atos 17.30)
·
“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom
do Espírito Santo;” (Atos 2.38).
·
“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra;
porque eu sou Deus, e não há outro” (Isaías 45.22).
·
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei.” (Mateus 11.28).
·
“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e
clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como
diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” (João 7.37,38).
·
“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E
quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” (Apocalipse 22.17).
Mas, a menos que o Espírito
Santo convença (João 8.16), o indivíduo jamais irá
atender ao chamado. Mesmo em meio aos maiores sofrimentos, preferirá buscar a
quem quer que seja no céu e na terra, menos Jesus Cristo.
Você pode ainda estar
teimando em perguntar: mas então porque o Eterno não derrama Sua graça
maravilhosa sobre todos?
6.
“Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos,
vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim como fizeram vossos pais, também vós o
fazeis.” (ATOS 7.51)
Quando o indivíduo não é um
escolhido do Eterno, Ele certamente irá resistir ao Eterno.
Veja o caso seguinte:
7.
“Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem
serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus
em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Então respondeu
o povo, e disse: nunca nos aconteça que deixemos ao SENHOR para servirmos a
outros deuses;” (JOSUÉ 24.15,16).
Embora o povo tenha
“escolhido” ao Eterno, todavia basta ler o livro de Juízes para ver que isto
não passou de meras palavras.
É necessário o homem se esforçar para herdar a salvação
·
“É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.” (LUCAS 21.19).
·
“Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.” (MATEUS 24.13)
·
“Se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negarmos, também ele nos
negará.” (II TIMÓTEO 2.12)
·
“Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te
salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (I TIMÓTEO 4.16)
É claro que todos
necessitamos de perseverar no Eterno e na Sua Palavra. Todavia, se esta
perseverança depender de nós, estaremos condenados ao lago de fogo e enxofre,
visto que nossa força é pequena.
·
“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças
como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas
iniqüidades como um vento nos arrebatam.” (Isaías 64.6).
·
“O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e farto de
inquietação. Sai como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não
permanece.” (Jó 14.1,2).
Ou seja, temos que
perseverar em depender por completo do Eterno a fim de que jamais desanimemos
de cumprir Sua vontade.
9 – POR QUE O ETERNO NÃO CRIOU APENAS OS QUE IAM ACEITÁ-LO?
Conforme mostrado
anteriormente, a presença de todos os vasos de ira era necessário para
estabelecer todo o pano de fundo do cenário no qual Ele necessita atuar na
Igreja a fim de mostrar a toda a criação as riquezas da Sua multiforme graça e
sabedoria.
Assim como na natureza
existe o polo norte e polo sul, a carga positiva e a carga negativa, o Eterno
criou o seguidor de Cristo, bem como o seu oposto.
·
“Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e
outro será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será
deixada. Dois estarão no campo; um será tomado, o outro será deixado.” (Lc
17.34-36).
Todos são formados do mesmo
barro pelo mesmo oleiro.
·
“Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um
vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9.21)
O Eterno chama o irmão e o
seu espelho (tal como uma mão é igual a outra, mas uma não sobrepõe a outra,
não a substitui – Lv 17.34,35). O que aceita o chamado do Eterno é escolhido
para o corpo de Cristo – o que rejeita fica sendo alguém meramente carnal.
Alguns impossíveis de serem
convertidos serão enxertados na Igreja a fim de mostrar a rejeição natural que
há neste tipo de implante, ou seja, que não há possibilidade de conversão.
É o caso, por exemplo, de
Judas:
·
“Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós
é um diabo.” (Jo 6.70).
Você se lembra da profecia
de Gênesis?
·
“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e
a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn
3.15).
Como o Ha-Satan iria ferir o
calcanhar de Jesus?
·
“Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que
comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.” (Salmos 41.9).
·
“Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas
para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o
seu calcanhar.” (João 13.18).
Contudo, isto era necessário para o Eterno mostrar que ama alguém até o
fim e para nos ensinar que jamais devemos deixar de amar os que Ele nos dá. Ele
se compadece para nos estimular a compaixão.
Ele não criou só quem Lhe agrada, mas também aquele que não Lhe agradam,
concedendo a ambos bênçãos, graça, bondade, misericórdia, oportunidade, etc. a
fim de mostrar que Ele ama a todos, mesmo sabendo que muitos jamais O amarão.
Se ele só criasse quem fosse lhe servir, Ele seria tirano.
Ambos devem ser evangelizados: o que é criado em Cristo, a fim de que
Ele cresça em graça; o que jamais irá converter, a fim de que ele não tenha
desculpa de que nunca teve oportunidade. Pelo contrário: recebeu as oportunidades
necessárias tal como o outro.
Resumindo: tudo e todos que o Eterno criou tem por finalidade mostrar a
todos quem Ele é.
10 - MAS AFINAL, QUE IMPORTÂNCIA ISTO TEM PARA NÓS?
Isto confirma as palavras de
Jó:
8.
“Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos
pode ser impedido.” (Jó 42.2).
Entenda: a soberania do
Eterno não implica em O Eterno fazendo força para que tudo dê certo. Antes, o
Eterno tudo projetou antes de criar, de modo que Seu plano já deu certo. Por
exemplo, em Cristo “já somos” (NÃO é “seremos”) mais que vencedores (Rm 8.37). Lembre-se que as obras do Eterno estavam acabadas desde a fundação do
mundo (Hebreus 4.3).
As profecias do apocalipse,
por exemplo, embora relatem as grandes provas para o povo do Eterno, também
retratam a vitória certa dos fiéis (Ap 12.11;
20.4).
Nada pode ser acrescentado (Ec 3.14; Ap 22.18), nem tirado (Ap 22.19), nem modificado (Ec 3.14; Lc 12.25; 1Co 2.13). Tampouco alguém pode morrer antes da hora (Ap 1.18).
Logo, se confiássemos em
Jesus, não precisaríamos perder tempo tentando manter sob controle o
incontrolável (por exemplo, manter a morte
afastada).
Por sabermos que toda a
nossa vida foi predestinada, isto significa que não precisamos andar ansiosos.
Tudo que o Eterno projetou para nós se cumprirá, quer andemos ansiosos, quer
descansemos e esperemos Nele (Sl 37.7). E considerando que todas
as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam ao Eterno,
daqueles que são chamados segundo o Seu propósito (Rm 8.28), logo não precisamos nos desesperar. O Eterno vela pela Sua Palavra e
o que tiver de ser, será (Jr 1.11,12). Ansiedade não irá
acrescentar um segundo sequer aos dias da nossa vida (Lc 12.15).
Não importa o quão malignas
sejam as autoridades ou o quão injustas são as leis: sempre haverá o caminho do
Eterno no meio da tormenta e da tempestade (Naum 1.3;
1Coríntios 10.13)
e, no final, só o que é de Jesus permanecerá.
Quem amá-Lo, irá crescer em
graça (Jo 1.16), fé (Rm 1.17) e glória (2Co 3.18).
Por fim, entendendo que o
projeto do Eterno não falha, isto quer dizer que basta conhecer o que Ele
projetou para nós e aceitar isto de bom grado para sermos livres do medo,
desespero, aflição, estresse, ansiedade, depressão.
Para exemplificar: suponhamos
que Eterno tenha para você uma moto. Logo, não adianta fazer hora extra para
conseguir um carro. Isto só lhe trará doenças e problemas. No final, a única
coisa que terás é a moto.
Assim, procure conhecer
melhor ao Eterno e a Seus sonhos para tua vida e você, além de evitar uma série
de aborrecimentos, poderá descansar, desfrutando do amor do Eterno através do
próximo que Ele trouxer até ti e, posteriormente, herdar a salvação.
Temos que nos estabelecer no
descanso, ou seja, em cima daquilo que não precisamos fazer força para ter ou
manter. Vem a questão: como conseguir isto? Se firmando em Sua Palavra para
nós. Afinal, como Ele vela pela Sua Palavra (Jr 1.11,12) e ninguém pode frustrar
Seus planos (Jó 42.2; Is 43.13), então com certeza tudo irá
se cumprir.
Isto pode parecer egoísmo.
Contudo, pense: o que é ser egoísta? Muitos acham que egoísta é aquele que ama
a si mesmo.
Não é verdade! Se o egoísta
amasse a si mesmo, não desejaria trazer todo o mundo para dentro de si. Ele
assim faz porque reconhece que não há nada de bom em si e, como ele deseja ser
a atenção de todos, busca possuir tudo aquilo que desperta cobiça no coração
dos indivíduos. Inclusive, isto é a base da idolatria (Sl 115.4-8; 135.15-18): manter os olhos dos indivíduos voltados para si.
Os tais não têm olhos para ver as coisas celestiais, ouvidos para ouvir a voz
de Cristo, etc.
Também é verdade que o
sistema babilônico diz que amar é dar sem esperar receber em troca. Mentira!
Nem Eterno é deste jeito (ver Is 5.1-5; Ef 5.25-27). Assim como Eterno ama a Si
mesmo, nos é ordenado amar o próximo como a nós mesmos (Mt 22.39; Mc 12.31).
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