terça-feira, 11 de abril de 2017

111 - O ETERNO SE ARREPENDE OU NÃO? (original 2015)

O ETERNO SE ARREPENDE OU NÃO?

CONCEITO DE ARREPENDIMENTO

 

Arrependimento, de acordo com a etimologia, significa, antes de tudo, sentir pesar, tristeza.

Segundo é dito, no original hebraico há duas palavras para expressar arrependimento:

 

·         “shuwb”, que é o arrependimento do Eterno;

·         “”, que é o tipo de arrependimento que ocorre no ser humano.

 

Infelizmente, no português só existe uma palavra para expressar as duas coisas, o que dificulta um pouco o entendimento. Todavia, se analisarmos com calma o contexto no qual cada palavra se acha colocada, poderemos verificar a diferença:

 

·         O arrependimento do Eterno: é o sentimento de pesar que Ele sente em virtude daquilo que Ele tem que fazer por causa da maldade humana, a fim de que tudo aquilo que Ele é (amor, verdade e justiça) nunca venha a se perder.

·         O arrependimento humano: é o sentimento de pesar que toma conta dele por ter pensando, sentido, dito ou feito algo errado, injusto, que o faz ter vergonha e abominação de si mesmo.

 

E não para por aí! O arrependimento humano pode ser de dois tipos:

 

·         “Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (2Co 7.9,10).

 

·         Tristeza segundo o mundo: é o arrependimento que toma conta de todo ser humano em virtude das consequências que sobreveio a ele (ou a alguém que ele ama) por causa das suas escolhas. Isto também é conhecido como remorso.

·         Tristeza segundo o Eterno: é o arrependimento que toma conta de todo ser humano em virtude da operação do Eterno no coração Dele, que o leva a ter pesar de ser quem é e de querer, então, ser uma nova criatura em Cristo.

 

Agora você consegue entender o que está escrito em Números 23.19?

 

·         “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?”

 

Veja como é claro: o Eterno não se arrepende como o ser humano. Se isto ainda não ficou claro, analisemos melhor o trecho todo.

NÚMEROS 23.19 – É IMPOSSÍVEL QUE O ETERNO SE ARREPENDA COMO O SER HUMANO

·         “Então Balaão disse a Balaque: Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me aqui sete novilhos e sete carneiros. Fez, pois, Balaque como Balaão dissera: e Balaque e Balaão ofereceram um novilho e um carneiro sobre cada altar. Então Balaão disse a Balaque: Fica-te junto do teu holocausto, e eu irei; porventura o SENHOR me sairá ao encontro, e o que me mostrar te notificarei. Então foi a um lugar alto. E encontrando-se Deus com Balaão, este lhe disse: Preparei sete altares, e ofereci um novilho e um carneiro sobre cada altar. Então o SENHOR pôs a palavra na boca de Balaão, e disse: Torna-te para Balaque, e assim falarás. E tornando para ele, eis que estava junto do seu holocausto, ele e todos os príncipes dos moabitas. Então proferiu a sua parábola, e disse: De Arã, me mandou trazer Balaque, rei dos moabitas, das montanhas do oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; e vem, denuncia a Israel. Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como denunciarei, quando o SENHOR não denuncia? Porque do cume das penhas o vejo, e dos outeiros o contemplo; eis que este povo habitará só, e entre as nações não será contado. Quem contará o pó de Jacó e o número da quarta parte de Israel? Que a minha alma morra da morte dos justos, e seja o meu fim como o seu. Então disse Balaque a Balaão: Que me fizeste? Chamei-te para amaldiçoar os meus inimigos, mas eis que inteiramente os abençoaste. E ele respondeu, e disse: Porventura não terei cuidado de falar o que o SENHOR pôs na minha boca? Então Balaque lhe disse: Rogo-te que venhas comigo a outro lugar, de onde o verás; verás somente a última parte dele, mas a todo ele não verás; e amaldiçoa-mo dali. Assim o levou consigo ao campo de Zofim, ao cume de Pisga; e edificou sete altares, e ofereceu um novilho e um carneiro sobre cada altar. Então disse a Balaque: Fica aqui junto do teu holocausto, e eu irei ali ao encontro do SENHOR. E, encontrando-se o SENHOR com Balaão, pôs uma palavra na sua boca, e disse: Torna para Balaque, e assim falarás. E, vindo a ele, eis que estava junto do holocausto, e os príncipes dos moabitas com ele; disse-lhe pois Balaque: Que coisa falou o SENHOR? Então proferiu a sua parábola, e disse: levanta-te, Balaque, e ouve; inclina os teus ouvidos a mim, filho de Zipor. Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar.” (Números 23.1-20).

 

Primeiramente, é preciso entender o contexto. Note como Balaque, querendo a todo custo que Balaão amaldiçoasse Israel, o leva de um lugar para outro, na esperança que, mudando o ângulo de ver as coisas, a opinião do Eterno seria mudada.

É, então, que Balaão explica que o Eterno não muda opinião tal como faz o ser humano: ou porque anteriormente tinha mentido; ou porque, mesmo tendo sido sincero, se viu obrigado a mudar em virtude de ter descoberto uma nova informação.

A Escritura Sagrada é clara ao afirmar que o Eterno não muda (veja estes exemplos: Salmos 110.4; Oséias 13.14):

 

·         “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” (Malaquias 3.6).

·         “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.” (Hebreus 13.8).

·         “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tiago 1.17).

·         “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2Timóteo 2.13).

 

E não podia ser diferente. Como seria possível Ele mudar uma vez que Ele é:

 

·         Eterno? Para que uma mudança seja possível, deve existir um “antes” e um “depois”. (Jo.17.5; 1Tm.1.17). E não há, já que Ele é o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim (Isaías 41.4; 44.6; 48.12; Apocalipse 1.8,11,17; 21.6; 22.13).

·         Perfeito? Uma mudança, ou é para “melhor” ou para “pior”. Se não existe diferença não há mudança. (Mt.5.48). E como o Eterno já é perfeito (pleno em todos os Seus atributos – Salmo 33.11), tanto em caráter (Tg.1.17), vontade (Is.46.9-10) e propósitos (Hb.6.17), qualquer mudança que ocorresse Nele seria para pior.

·         Onisciente? Quando alguém muda de ideia é por que recebeu uma nova informação que anteriormente desconhecia (ver Sl.40.5; 139.17, 18; 147.5; Isaías 40.28; Rm.11.33). Como o Eterno já sabe de tudo, então não existe possibilidade disto acontecer.

 

E que fique claro: o Eterno não prevê ou antevê o futuro. Uma vez que Ele é onisciente e habita na eternidade (Isaías 57.15), Ele vê presente, passado e futuro, como se eles estivessem acontecendo neste exato momento.

Nenhuma mudança é possível no Eterno, seja por acréscimo ou decréscimo, progresso ou degradação, redução ou desenvolvimento. Ele não tem como ser menos do que é, visto que Ele enche a todas as coisas (Atos 17.25-28), muito menos ser mais do que é.

Contudo, nem por isto Ele se mantém imóvel e insensível no céu:

 

·         Ele se move -> “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.” (Tiago 4.8).

·         Ele se emociona -> “Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.” (Gn 6.6).

ANALISANDO COM CALMA OS PRINCIPAIS TRECHOS QUE MOSTRAM O ETERNO SE ARREPENDENDO

Embora o Eterno seja onisciente e presciente, Ele vive cada momento junto com cada indivíduo que há neste mundo, estando sensível àquilo que cada um sente. Quando é necessário entristecer alguém por causa dos seus pecados, Ele sofre junto com o indivíduo (daí dizer que o Eterno é sofredor - Sl 86.15; 145.8):

 

·         “Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” (Lamentações 3.32,33).

 

 

Para você ter uma vaga ideia de como seria isto, você se lembra de quando viu um filme bom pela segunda, terceira, quarta vez? Mesmo sabendo de antemão o final da estória, você vive novamente todas as emoções, como se estivesse vendo pela primeira vez.

Assim, ainda que o Eterno já saiba de antemão tudo que vai acontecer, Ele se emociona junto conosco cada momento nosso. O Eterno assim faz para que os indivíduos que desejarem possam pensar e sentir dentro de si exatamente o que Ele pensa e sente.

Para que possamos melhor compreender o arrependimento do Eterno, analisemos alguns dos trechos que retratam isto:

1 – O ETERNO SE ENTRISTECEU (SE ARREPENDEU) POR ALGO QUE FEZ

·         “Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.” (Gn 6.6,7).

 

Tudo começou com o Eterno compartilhando Sua tristeza por todo aquele que professava uma fé teórica Nele:

 

·         “Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.” (Gn 6.13).

 

Infelizmente, estes “crentes” não conseguiam enxergar a longanimidade do Eterno esperando que todos viessem a se arrepender e converter (1Pe 3.20; 2Pe 3.9). Infelizmente estes “crentes”, em sua rebeldia contra os planos do Eterno, estavam pedindo a morte de toda a raça humana. A terra estava tão cheia de violência que a oração que estava chegando, da parte deles, até a face do Eterno era em prol do fim de toda carne.

Em face disto, ao vivenciar fisicamente, através da vida de cada ser humano existente na época, o desejo que cada um tinha de destruir os demais e ficar vivo sozinho com seu cônjuge e filhos, o coração do Eterno  foi tomado de grande pesar. Resultado: a tristeza por ter que destruir toda raça humana (com exceção de oito indivíduos) tomou conta do coração do Eterno.

O Eterno, então, comunicou esta tristeza a Noé, o qual responde favoravelmente à Graça (Favor) Dele (Gênesis 6.8). Veja a importância disto: a terra tinha se enchido de violência (Gn 6.11) e toda carne (incluindo animais) tinha corrompido seu caminho diante Dele (Gn 6.12). Apesar disso, Noé conseguiu achar espaço para o Favor do Eterno na sua vida.

Pense no quanto isto é forte! Mesmo em meio a tanta maldade, mesmo não havendo possibilidade de ver a misericórdia do Eterno dando fruto, ainda assim Noé conseguiu permanecer firme sendo usado pelo Eterno para manifestar Seu Favor (como se deu com Paulo – Filipenses 3.10).

Vem a pergunta: como ele conseguiu isto? Ele aceitou receber em si a mesma graça que foi concedida aos indivíduos do Novo Testamento.

Em outras palavras, Gn 6.6 poderia ser traduzido como:

 

·         Então entristeceu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou isto em seu coração.

 

Enfim, ao ver a tristeza de cada um por ter que conviver com outras pessoas, o Eterno sentiu no Seu coração o peso de ter que destruir toda a criação (homens, aves e animais terrestres) e comunicou isto a Noé a fim de poder dar mais uma oportunidade ao ser humano de poder enxergar seus erros, se arrepender, converter e se voltar para Ele.

Isto mostra o quanto o pecado deixa o Eterno triste, o quanto Ele está sensível a toda sorte de mal, bem como o quanto Ele se importa com o que passamos e com as injustiças que aqui acontece.

2 - O ETERNO SE ENTRISTECEU (SE ARREPENDEU) DO mal QUE ELE DISSE QUE IRIA FAZER

Aqui o Eterno quer mostrar o valor que há quando Ele encontra um justo por meio do qual Ele pode interceder (ver também Nm 14.20; Jr 5.1; Ez 22.30; Rm 8.26). Isto não quer dizer que o Eterno é influenciado pelas palavras ou atitudes do ser humano. O Eterno não muda (Ml 3.6; Hb 13.8; Tg 1.16,17)!

Em todos os casos abaixo, o Eterno estava triste com o mal que os seres humanos estavam trazendo para si mesmos e convida um profeta para compartilhar Sua tristeza (arrependimento):

Em outras palavras, é possível ver o quão fácil é o Eterno sentir tristeza pelo mal que tem que vir sobre nós. Sua tristeza é tal que se Ele encontrar alguém por meio de quem Ele possa interceder a nosso favor (Jr 5.1; Rm 8.26), Ele salva a cidade.

Analisemos cada caso:

I - “Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.” (Êx 32.14).

·         Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me, para que o meu furor se acenda contra ele, e o consuma; e eu farei de ti uma grande nação. Moisés, porém, suplicou ao SENHOR seu Deus e disse: Ó SENHOR, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas dos céus, e darei à vossa descendência toda esta terra, de que tenho falado, para que a possuam por herança eternamente. Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.” (Êxodo 32.9-14).

 

O Eterno, aqui, mostra a Moisés o sentimento que brota no coração Dele quando a maldade toma conta do Seu povo. Seu apreço pelo amor, verdade e justiça é tal que, se Ele não encontrar alguém por meio de quem Ele possa tapar as brechas existentes no coração, Ele terá que destruir o mal a fim de que os Seus filhos amados não venham a se corromper:

 

·         “Os seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa, para derramarem sangue, para destruírem as almas, para seguirem a avareza. E os seus profetas têm feito para eles cobertura com argamassa não temperada, profetizando vaidade, adivinhando-lhes mentira, dizendo: Assim diz o Senhor DEUS; sem que o SENHOR tivesse falado. Ao povo da terra oprimem gravemente, e andam roubando, e fazendo violência ao pobre e necessitado, e ao estrangeiro oprimem sem razão. E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho recaísse sobre a sua cabeça, diz o Senhor DEUS.” (Ezequiel 22.27-31).

 

Como o Eterno viu que havia no coração de Moisés espaço para compartilhar Seus sentimentos, Ele lhe revelou a dor que Ele sentia por ter que julgar os que Ele ama. A ideia é que Moisés se animasse a lutar por este povo rebelde a fim de que o nome do Eterno pudesse ser glorificado e, com isto, muitos pudessem ser salvos.

Esta foi a forma que encontrou o Eterno de apaziguar o coração de Moisés. O Eterno sabia que ele iria ficar irado ao ver perdido todo seu trabalho de buscar o favor do Eterno para Israel, enquanto eles lá se perdiam na orgia e idolatria.

E funcionou! No final, ao invés de desistir de guiar o povo ou de querer puni-lo, o máximo que ele fez foi quebrar uma das maiores relíquias da humanidade: as tábuas escritas com o dedo do Eterno (Êx 31.18; Dt 9.10).

Enfim: o Eterno comunicou a Moisés Sua tristeza por ter que deixar Sua ira consumir Seu povo amado e, no que Ele abraçou a causa Eterno, Ele pode sentir, através Dele, a tristeza de ter que pronunciar uma sentença de morte.

Ele sente tristeza  por ter que ameaçar os indivíduos, por ter que anunciar uma dura sentença para convencer os indivíduos a se deixarem transformar por Ele.

II - “Então o SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR.” (Amós 7.3).

“E o SENHOR se arrependeu disso. Nem isso acontecerá, disse o Senhor DEUS.” (Am 7.6).

O Eterno não queria mandar estas duas repreensões. Quando Ele quer realmente fazer algo, Ele faz, tal como se deu a seguir (Am 7.7-9).

O que o Eterno queria era mostrar a Amós a gravidade do mal que Sua justiça exigia que viesse sobre Israel. Amós deveria enxergar que todo o mal que vinha acontecendo com Israel era manifestação da Sua justiça e, se ninguém se dispusesse em Sua mão para anunciar Sua palavra, a destruição total de Israel seria inevitável.

No que Amós aceitou ser tocado pela tristeza do Eterno por ter que fazer isto, o Eterno pode abençoar Jeroboão, e dar um alívio à servidão a que vinha sendo submetido Israel. O Eterno sabia que a miséria de Israel era muito amarga, e que nem havia escravo, nem absolvido, nem quem ajudasse a Israel. E, como Ele ainda não tinha falado sobre apagar o nome de Israel de debaixo do céu, Ele fez questão de experimentar toda a tristeza deste mal na vida de Amós (2Reis 14.26,27).

Enfim, o Eterno quis mostrar a Amós o que teria que acontecer se ninguém se dispusesse nas mãos Dele para disciplinar Israel: este teria que ser eliminado da face da terra. Veja que toda a destruição sofrida por Israel não bastara para que eles se arrependessem e convertessem. Israel ficou debilitado, mas insistiu na apostasia até ir para cativeiro (ver 2Rs 13.7; Am 7.2,5).

 

III – “Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas ações, e ouvi a voz do SENHOR vosso Deus, e arrepender-se-á o SENHOR do mal que falou contra vós.” (Jeremias 23.13)

“Mataram-no, porventura, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes não temeu ao SENHOR, e não implorou o favor do SENHOR? E o SENHOR não se arrependeu do mal que falara contra eles? Nós, fazemos um grande mal contra as nossas almas.” (Jeremias 26.19).

O mesmo se deu na época de Ezequias.

IV - “E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.” (Jn 3.10).

Aqui o Eterno queria operar em Jonas o mesmo que em Moisés e Amós. Infelizmente, seu coração estava fechado para isto.

Contudo, aprouve ao Eterno usar um servo infiel  para anunciar Sua palavra justamente para nos provar que Seus planos jamais podem ser frustrados (Jó 42.2; Is 43.13). Jonas não anunciou a Palavra do Eterno com exatidão (em sua mensagem, ele não deu a Nínive chance de arrepender-se (Jn 3.4)), nem anunciou a palavra em toda a cidade (ele foi pelo caminho de um dia, quando Nínive necessitava de três dias para ser percorrida (Jn 3.3,4)). No entanto, o Eterno permitiu Jonas anunciar Sua Palavra de modo relaxado a fim de que Ele pudesse mostrar que, mesmo apesar das falhas dos Seus servos, nenhum dos Seus planos pode ser frustrado (Jó 42.2).

Já que Jonas não quis sentir a tristeza do Eterno pelo mal que deveria haver sobre Nínive, Ele fez com que todo o povo de Nínive lamentasse todo este mal. Por aqui fica manifesto que o Eterno não depende da fidelidade de nenhum de Seus servos para operar Suas maravilhas.

A lição principal do livro de Jonas está no capítulo 4: mostrar a importância da compaixão a todos que, como Jonas, desejam que o Eterno aniquile os perversos. Ele mostra que até mesmo a pior nação do mundo é capaz de receber do Eterno a capacidade de arrepender-se.

Apesar da falha de Jonas, o Eterno pôde manifestar aos Ninivitas Sua tristeza em ter que destruí-los. No que eles receberam esta tristeza em seus corações e permitiram que a mesma se manifestasse em sua carne, o Eterno pôde experimentar a tristeza por ter permitido Jonas pregar errado Sua mensagem tão terrível.

Entenda a gravidade do problema: para o Eterno, quando Ele empenha uma palavra, ela se torna viva. Ou seja, ao permitir Jonas profetizar errado, o mal começou a vir sobre Nínive e iria chegar lá dentro de 40 dias, aparentemente sem qualquer possibilidade de que isto pudesse ser detido (lembre-se que Jonas não disse “se vocês não se arrependerem e converterem, Nínive será subvertida”. Ele só disse que Nínive seria irremediavelmente destruída). No entanto, como a compaixão do Eterno é maior que o coração duro dos homens (incluindo o de Jonas), Ele revelou algo que estava oculto a Jonas e a todos: Sua compaixão não depende de quem quer (ninivitas), nem de quem corre (Jonas), mas única e exclusivamente Dele (Rm 9.15,16).

Jonas, assim como a maioria hoje, achava que a compaixão do Eterno dependeria da boa vontade do indivíduo em se esforçar para se arrepender, o que por sua vez dependeria da excelência da pregação (contrariando 1Co 2.1-5). Por isto ele pregou de qualquer jeito: para que o povo o considerasse como louco ou não entendesse a mensagem e, assim, não se convertesse e, assim, fosse destruído.

Mas o Eterno revelou que o Seu arrependimento é absoluto e supera a maldade dos pregadores da fé e a ignorância dos perdidos e que, quem realmente receber Sua tristeza pelo mal que tem que vir sobre o próximo dentro de si, poderá ser salvo do pecado.

V - NAQUELES dias Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás. Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao SENHOR. E disse: Ah! SENHOR, peço-te, lembra-te agora, de que andei diante de ti em verdade, e com coração perfeito, e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. Então veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo: vai, e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos.” (Isaías 38.1-5).

Muitos usam isto para dizer que o Eterno se arrependeu (mudou de opinião) após o choro e oração de Ezequias.

ERRADO! O Eterno quis mostrar a todos o que acontece quando nos recusamos a abraçar os planos que Ele tem para nós. Muitas vezes reclamamos quando o Eterno não ouve nossas orações. Ao concordar em ouvir o pedido de Ezequias, o Eterno quis mostrar como nós não sabemos pedir como convém (Romanos 8.26).

Afinal, foi nestes quinze anos que o Eterno acrescentou a Ezequiel que nasceu o pior rei que Israel teve e que foi responsável pela ida de Israel para o cativeiro (2Reis 23.26; 24.3).

Sem contar que foi nestes quinze anos que Ezequias expôs todas as riquezas de Israel aos Babilônios, dando-lhes motivação para, anos depois, invadirem Jerusalém (Isaías 39).

Conclusão

A tristeza começa no Eterno em Seu espírito, é comunicada ao coração de um de Seus servos e, então, Ele busca, junto com Seu servo, uma possibilidade de arrependimento junto àqueles que Ele ama e, portanto, deseja que sejam salvos:

 

·         “No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar, se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria.” (Jeremias 18.7-10).

 

Se o indivíduo receber o arrependimento (tristeza) do Eterno dentro de si, isto é uma prova que o Eterno encontrou lugar no coração dele para se arrepender (se entristecer) pelo mal que era necessário vir.

Para que fique claro: primeiro o Eterno se arrepende (se entristece) do mal que anunciou para, só então, operar o arrependimento e conversão na vida dos pecadores (e não o contrário, como se o Eterno agisse condicionado à resposta do homem).

Quando esta nação aceita o arrependimento do Eterno dentro de si, Ele concede a esta nação oportunidade de experimentar Seu superabundante Favor (Rm 5.17) que transforma maldição em bênção, de modo que seus caminhos passam a ser uma bênção.

De igual modo, primeiro o Eterno se arrepende (se entristece) do bem que anunciou em favor de um pecador para, só então, este se entristecer de fazer o bem para com aqueles que ele acha que não merecem. Como consequência, o bem deixa de vir.

Você pode se perguntar: por que o Eterno faria isto? Suponhamos que Israel deixe de ouvir a voz do Eterno e resolva fazer aliança com um país iníquo B (Oséias 8.4). Para disciplinar Israel, o Eterno promete abençoar-lhe. Contudo, no que a bênção começa a vir, Israel começa a mergulhar ainda mais no pecado, visto a prosperidade do país iníquo dar vazão a toda a maldade que há no seu coração.

A partir daí, aqueles que são do Eterno passam a se entristecer pela prosperidade que veio sobre Israel (ver Habacuque 1.2-4).

Embora o Eterno tenha prazer na benignidade, na misericórdia, quando alguém insiste no mal, Ele fica triste de continuar fazendo o bem a alguém que não faz outra coisa senão fazer Seus outros filhos sofrerem (e o Eterno abomina o mal – Salmos 5.4,5; Tiago 1.13; 3João 11). Daí Ele permitir que cada um colha o que semeou (Gl 6.9).

3 – O ETERNO SE ARREPENDE (SE ENTRISTECE) DO MAL QUE ESTÁ EM EXECUÇÃO

Caso 1

·         “Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.” (II Samuel 24.16).

·         “E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, destruindo-a ele, o SENHOR olhou, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.” (I Crônicas 21.15).

 

Aqui o Eterno tinha se irado com Israel (2Sm 24.1). Ele estava entristecido com o comportamento assumido pelos israelitas. Todas as vezes que os israelitas passavam a adorar outros deuses, eles inventavam rituais e dogmas a fim de terem mais desculpas para sugar o povo e, assim, terem seus desejos satisfeitos.

Para que Davi sentisse na pele sua falha em pastorear Israel (análogo ao que se deu em Lc 13.6-9), o Eterno permitiu que ele fosse seduzido pelo engano dos seus desejos.

Ao permitir o juízo cair sobre 70.000 (2Sm 24.15), o Eterno queria que Davi e Araúna enxergasse o quão mal Israel estava diante Dele e o quanto lhe entristeceu ter que enviar tal juízo e o quanto Lhe pesava no coração ter que continuar (note que Davi e Araúna viram o anjo com a espada desembainhada – 1Cr 21.16,20,27).

Em outras palavras, o Eterno trabalhou Sua tristeza no coração de Davi a fim de que Ele não precisasse enviar mais juízo contra Israel.

Note como o Eterno concede o Seu arrependimento a Seu povo (2Timóteo 2.25,26): Ele se entristece em ver o pecado dominando Seu povo e, então comunica esta tristeza aos que pertencem a Ele, dando ocasião para Seu Espírito lavar e regenerá-los.

Caso 2

·         “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal. Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de alimentos e libação para o SENHOR vosso Deus?” (Joel 2.13,14).

 

Aqui está a instrução do Eterno acerca do que é necessário para receber o arrependimento destinado à salvação:

 

1.    Ter o coração rasgado, pois só assim Sua misericórdia e compaixão tem por onde sair do interior e alcançar os indivíduos em volta. Uma vez que a vontade do Espírito do Eterno é que do nosso interior brote rios de Água Viva (Jo 7.37-39) que saltam para a vida Eterna (Jo 4.13,14), a única forma disto acontecer é se o coração não estiver fechado em si mesmo;

2.    Converter ao Eterno, pois somente quando o indivíduo reconhece o Eterno como único Deus e sente o coração Dele é que o tal se torna misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e capaz de se entristecer com o mal. É somente a partir deste momento que o indivíduo enxerga a verdadeira realidade do juízo do Eterno, bem como aquilo que Ele sente se isto tiver que acontecer e, então, passa a sentir tristeza pelo mal que é preciso cair sobre os pecadores.

3.    Parar de oprimir e dominar uns sobre os outros:

·         “Porque o SENHOR fará justiça ao seu povo, e se compadecerá de seus servos; quando vir que o poder deles se foi, e não há preso nem desamparado.” (Dt 32.36).

 

A partir de então, o indivíduo está apto para ser trabalhado pela tristeza do Eterno e, assim, ser salvo do poder do mal (ver Jr 9.17,18).

4 – O ETERNO SE CANSA DE TANTO SE ARREPENDER (SE ENTRISTECER) QUANDO SEU POVO NÃO QUER MESMO ENXERGAR O PRIVILÉGIO DE PERTENCER A ELE

·         “E os seus inimigos os oprimiram, e foram humilhados debaixo das suas mãos. Muitas vezes os livrou, mas o provocaram com o seu conselho, e foram abatidos pela sua iniqüidade. Contudo, atendeu à sua aflição, ouvindo o seu clamor. E se lembrou da sua aliança, e se arrependeu segundo a multidão das suas misericórdias.” (Salmos 106.42-45).

·         “Tu me deixaste, diz o SENHOR, e tornaste-te para trás; por isso estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; já estou cansado de me arrepender.” (Jeremias 15.6).

 

Judá, desde que foi separado de Israel, se comportou como uma sanfona: quando o rei era temente ao Eterno, Judá O adorava; quando o rei era mau, Judá adorava outros deuses (Juízes 2.17-19). Durante séculos o Eterno tolerou isto, buscando trabalhar Seu arrependimento (Sua tristeza) no coração de Israel.

Por fim, o Eterno se cansou de trabalhar Seu arrependimento no coração de Israel, vindo a permitir que Manassés pecasse em abundância (2Rs 24.3; Jr 15.4) e, com isto, tornasse inevitável o cativeiro. Israel queria ser livre dos opressores a fim de poder oprimir os outros e explorá-los. Infelizmente, Israel não enxergou o privilégio de ser um reino separado para uso exclusivo do Eterno.

Embora o Eterno não tenha prazer na morte do ímpio (Ez 33.11), não entristeça ninguém de bom grado (Lm 3.33) e tenha prazer em usar de bondade e misericórdia (Mq 7.18), Sua paciência tem limite:

 

·         “E seja esse homem como as cidades que o SENHOR destruiu e não se arrependeu; e ouça clamor pela manhã, e ao tempo do meio-dia um alarido.” (Jeremias 20.16).

 

Há momentos que toda a criação anseia por ver os juízos do Eterno (e até necessita dista), visto que:

 

·         “Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do SENHOR.” (Is 26.9,10).

 

Assim, o Eterno se cansou de operar o arrependimento no coração de Judá a fim de que o mal não viesse sobre eles (veja também Ezequiel 24.14).

Para você entender isto, imagine você fazendo de tudo para livrar teu filho da cadeia, mas ele continua se aprofundando no mal. Chega uma hora que você cansa de livrá-lo e o deixa livre para colher o mal que semeou (Gálatas 6.7-9) a fim de que, quem sabe, ele se disponha a mudar de vida.

De igual modo, o Eterno se entristece de ter que permitir isto na vida de Seus filhos. Todavia, quem sabe ao ver a tristeza (arrependimento) do Eterno por vê-lo colhendo os frutos da sua maldade, ao invés de ter sua vida mais bem aproveitada, ele venha a se arrepender, converter e se entregar a Cristo?

Embora tudo que o Eterno faça dê fruto, contudo há galhos rebeldes que se recusam a dar fruto e, por isto, necessitam ser removidos; enquanto que galhos frutíferos precisam ser limpos para que deem mais fruto ainda (Jo 15.2).

Enfim: após mostrar Seu amor dando a alguém todas as oportunidades de arrependimento, Ele mostra Seu amor fazendo-o sentir na pele toda a tristeza que o pecado traz consigo e Lhe traz pesar (Hb 12.5-8).

5 –  O ETERNO SE ARREPENDEU (SE ENTRISTECEU) POR UMA DECISÃO TOMADA

“Se de boa mente ficardes nesta terra, então vos edificarei, e não vos derrubarei; e vos plantarei, e não vos arrancarei; porque estou arrependido do mal que vos tenho feito.” (Jeremias 42.10)

Inicialmente apenas o profeta Jeremias deu lugar para que o Eterno expressasse Sua tristeza (arrependimento) por todo o mal que seria necessário vir sobre Jerusalém.

A dureza de coração era tal que o resultado foi a ida de muitos para o cativeiro na Babilônia, a morte de milhares.

Agora, novamente, o Eterno tenta comunicar ao remanescente que sobrou da destruição de Jerusalém tudo que Ele sentiu ao ver tamanha destruição. Infelizmente o povo não confiou no Eterno (Jeremias 43.1-4).

“Então veio a palavra do SENHOR a Samuel, dizendo: arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e toda a noite clamou ao SENHOR.” (1Samuel 15.10,11).

“E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o SENHOR se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.” (I Samuel 15.35)

 

Aqui a ideia era ensinar uma lição importante para Samuel (a qual, por sinal, ele demorou um pouco para aprender) e para todos que se deixam guiar pela aparência (1Sm 16.6,7). O Eterno elegeu Saul para ser o primeiro rei de Israel por ser ele o de melhor aparência dentre todos os filhos de Israel (1Sm 9.2). A ideia é que Samuel (bem como todos os demais que criam e haviam de crer no Eterno) visse como Saul iria fracassar em ser fiel ao Eterno, bem como o imenso mal que isto traria a Israel e o quanto isto Lhe entristeceria o coração.

O objetivo é que Samuel visse o quanto é doloroso é amar alguém pela sua aparência (ver 1Samuel 16.1) e, assim,  percebesse a necessidade de buscar no Eterno uma mudança na forma de ver e entender as coisas.

Por isto é que Samuel diz:

 

·          “E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa.” (I Samuel 15.29).

 

Embora Samuel tivesse dó de Saul e quisesse que o Eterno voltasse atrás na Sua decisão, uma vez que Ele estabeleceu algo, Ele não volta atrás como se Ele tivesse mentido ou mudado de ideia, tal como faz o homem.

O que pode acontecer é o Eterno se arrepender (se entristecer) em virtude de algo que Ele falou, fez,  ou precisa fazer (tal como aconteceu por Ele ter estabelecido Saul como rei).

Ele sentiu esta tristeza e tentou comunicá-la a Samuel. Infelizmente, a única tristeza que foi achada no coração de Samuel foi pela rejeição de Saul pelo Eterno.

CONCLUSÃO

Espero que tenha ficado clara a diferença:

O Eterno nunca se arrepende como o homem, ou seja, lamentando Suas escolhas e atitudes. Ele mantém Seus planos até o fim, mesmo sentindo tristeza (arrependimento) por isto.

Veja novamente o caso de Saul: embora o Eterno tenha ficado triste por ver Saul reinando, Ele permitiu que Saul permanecesse no reinado até que todo o plano que Ele tinha estabelecido originalmente para Saul se completasse (ver Romanos 11.29).

De igual modo, embora o Eterno tivesse se arrependido (se entristecido) por ter criado o homem na época de Noé, Ele permitiu que toda aquela geração vivesse por mais cem anos (mesmo sofrendo com a maldade deles dia após dia).

Semelhantemente, doía o coração do Eterno a cada vez que a espada do anjo Dele matava alguém em Israel na época de Davi e Araúna. Mas Ele suportou toda aquela dor só para que Davi e todo o Israel tivessem ocasião para se converter e arrepender. Ele se manteve fiel ao plano até o fim.

E isto pode ser visto em Cristo: apesar de ter sofrido horrores no corpo, alma e espírito, Ele não se arrependeu. Antes, permaneceu firme no plano do Pai até o fim.

        

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