A quem Jesus apareceu após ressuscitado e quando?
Você já parou
para tentar conciliar as quatro narrativas acerca da ressurreição de Cristo?
Vejamos como tudo aconteceu.
Uma coisa é
certa: Jesus ressuscitou no domingo:
·
Ora,
havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual
tinha expulsado sete demônios.” (Marcos 16.9 – AR1967).
Mas a que hora?
Note que o cedo (conforme aparece nesta versão e
na maioria das versões em inglês) é, na verdade, no
primeiro segundo do domingo judaico (que começa após o pôr do sol):
·
“E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que
houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu,
chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela. E o seu aspecto era
como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve. E os guardas, com medo
dele, ficaram muito assombrados, e como mortos.” (Mateus 28.1-4).
Note como o grande
terremoto ocorreu no iniciozinho do primeiro dia da semana. Neste momento, o
anjo do Senhor removeu a pedra e se sentou sobre ela e os guardas,
completamente assombrados, ficaram como mortos.
Ficaram
assombradas também Maria Madalena e a outra Maria (mãe de Tiago, o menor e de José
– Marcos 15.40,47). Considerando o tamanho espanto que
se apoderou delas por causa do terremoto e que já anoitecia, elas acabaram
voltando para casa, não chegando ao sepulcro.
No entanto, de
madrugada, quando ainda era escuro, eis o que aconteceu:
·
“E, no primeiro dia da
semana, foram ao sepulcro, de manhã
cedo, ao nascer do sol. E diziam umas às
outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? E, olhando, viram que
já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande.” (Marcos 16.2-4).
·
“E no primeiro dia da
semana, muito de madrugada, foram
elas ao sepulcro, levando as especiarias que
tinham preparado, e algumas outras com elas. E acharam a pedra revolvida do
sepulcro. E, entrando, não acharam o corpo
do Senhor Jesus.” (Lucas 24.1-3).
·
“E no primeiro dia da
semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de
madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada
do sepulcro.” (João 20.1).
Note como Maria Madalena e Maria (esposa de Alfeu, mãe de José e
de Tiago, o mais novo), agora resolveram ir juntas com Joana, Salomé (esposa de Zebedeu e mãe de Tiago
e João)
e mais algumas mulheres que vieram com Jesus da Galiléia (Marcos 16.1; Lucas 23.55; 24.10). Saíram bem de
madrugada, quando ainda era escuro, chegando no sepulcro ao nascer do sol.
Enquanto iam, ponderaram: mas quem irá remover a pedra?
Ao ver a pedra do sepulcro removida, todas
as mulheres entraram no sepulcro. No entanto, ao não ver o corpo de Jesus, Maria
Madalena ficou transtornada, achando que o corpo de Jesus tinha sido roubado e
imediatamente voltou para anunciar isto aos apóstolos:
·
“Correu, pois, e foi a
Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o
Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo,
e foram ao sepulcro.” (João 20.2,3).
Enquanto isto, as demais mulheres permaneceram
perplexas no sepulcro:
·
“E, entrando no
sepulcro, viram um jovem assentado à
direita, vestido de uma roupa
comprida, branca; e ficaram espantadas.” (Marcos 16.5).
·
“E aconteceu que,
estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o
chão, eles lhes disseram:...” (Lucas 24.4,5).
Foi então que elas viram um jovem assentado
à direita (provavelmente o anjo de Mateus 28.5) e apareceram junto
a elas dois homens com vestes resplandecentes. Eles então dizem a elas:
·
“Mas o anjo,
respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a
Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como
havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e
dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele
vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito.”
(Mateus 28.5-7).
·
“Ele, porém,
disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado;
já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei
a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o
vereis, como ele vos disse.” (Marcos 16.6,7).
·
“...Por que buscais o
vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos
falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja
entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia
ressuscite. E lembraram-se das suas palavras.” (Lucas 24.5-8).
Ao ouvir as palavras dos três, as mulheres
entenderam as palavras que Jesus dissera acerca da Sua morte e ressurreição e,
então, saíram alegres para anunciar o acontecido aos discípulos. Contudo,
possuídas de temor, não anunciaram nada a mais ninguém:
·
“E, saindo elas
pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a
anunciá-lo aos seus discípulos.” (Mateus 28.8).
·
“E, saindo elas
apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e
assombro; e nada diziam a ninguém porque temiam.” (Marcos 16.8)
Enquanto isto chega ao sepulcro Maria
Madalena com Pedro e o discípulo amado:
·
“E os dois corriam
juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou
primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não
entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no
chão os lençóis, e que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava
com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro
discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não
sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos.
Tornaram, pois, os discípulos para casa.” (João 20.4-10).
Após os discípulos voltarem para casa,
Maria Madalena continua ali lamentando o sumiço do corpo de Jesus:
·
“E Maria estava
chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para
o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo
de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras?
Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. E, tendo
dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus.
Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o
hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o
levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni ( que quer dizer, Mestre ). Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para
meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso
Pai, meu Deus e vosso Deus.” (João 20.11-17).
Ao abaixar para entrar no sepulcro, Maria
Madalena vê dois anjos (os dois varões, provavelmente que apareceram às demais
mulheres),
mas isto não fez diferença alguma para ela (diferentemente das outras
mulheres).
O apreço de Maria Madalena por Jesus era
tal que nem mesmo um anjo era possível trazer consolo. Para ela palavras não
bastavam. Ela não se contentava com menos do que ver novamente o corpo de
Jesus.
Jesus, então se mostra para ela e ordena a
ela que vá anunciar Sua ressurreição para Seus irmãos (diferentemente das outras
mulheres que ouviram dos anjos a ordem para anunciar aos discípulos).
Provavelmente os irmãos de Jesus estavam
reunidos com os discípulos (ver Lucas 24.33) e Maria Madalena se dirigiu para onde
todos eles estavam.
A alegria de Maria Madalena foi tão grande
que, embora as outras mulheres tivessem corrido para anunciar tudo aos
discípulos, Maria Madalena conseguiu alcançá-las. Eis então o que aconteceu:
·
“E, indo elas a dar as
novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos
saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. Então Jesus
disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galiléia, e lá me
verão.” (Mateus 28.9,10).
Maria Madalena, junto com as demais
mulheres, viram Jesus e, desta vez, puderam tocar Nele. E agora Jesus diz a
todas para anunciar Sua ressurreição aos irmãos e a ordenar-lhes que fossem
para a Galiléia.
Ao cumprirem a ordem de Jesus, eis o que
aconteceu:
·
“E, partindo ela
[Maria Madalena], anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais
estavam tristes, e chorando. E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto
por ela, não o creram.” (Marcos 16.10-11) (o que
está em colchetes é acréscimo meu).
·
E, voltando do
sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. E eram
Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas
estavam, as que diziam estas coisas aos apóstolos. E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram.” (Lucas 24.9-11).
·
“Maria Madalena foi e
anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto.” (João 24.18).
Os discípulos e irmãos de Jesus não creram
nelas. Acharam que todas as mulheres estavam como loucas. No entanto, Pedro
resolve voltar novamente ao sepulcro na expectativa de ver Jesus. Porém,
inicialmente nada viu:
·
“Pedro, porém,
levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se, viu só os lençóis ali
postos; e retirou-se, admirando consigo aquele caso.” (Lucas 24.12).
Enquanto Pedro fica admirando consigo o
caso, Jesus aparece para ele (Lucas 24.34).
Enquanto Pedro saiu para ir ao túmulo,
Cléopas e mais um dos discípulos resolveram ir para Emaús. Embora eles tivessem
ouviram o relato das mulheres, bem como o testemunho de Pedro e o discípulo
amado de que, de fato, o sepulcro se achava do jeito que as mulheres
descreveram, ainda assim eles não acreditaram.
Eles se recusavam terminantemente a aceitar
que as mulheres tivessem visto Jesus (note como os dois discípulos não
mencionam que as mulheres afirmavam ter visto Jesus em Lucas 24.23, mas apenas
anjos).
Para eles já era loucura as mulheres terem visto anjos. Quão dirá ver o próprio
Jesus (talvez não admitissem que Jesus pudesse aparecer,
primeiramente, a uma mulher).
A revolta foi tão grande que eles nem
quiseram esperar Pedro voltar:
·
“E eis que no mesmo
dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios,
cujo nome era Emaús. E iam falando entre si de
tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que,
indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se
aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para
que o não conhecessem. E ele lhes disse: que palavras são essas que,
caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes? E, respondendo um,
cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem
respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo; e como os principais dos sacerdotes e os
nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. E nós
esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas
coisas aconteceram. É verdade que também
algumas mulheres dentre nós nos
maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos,
que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e
acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram. E ele
lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas
disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e
entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas,
explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. E chegaram à aldeia
para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe. E eles o constrangeram,
dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou
para ficar com eles. E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o
abençoou e partiu-o, e lho deu. Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram,
e ele desapareceu-lhes. E disseram um para o outro: porventura não ardia em nós
o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as
Escrituras?” (Lucas 24.13-32).
Após reconhecerem Jesus, Cléopas e o outro
discípulo (Marcos 16.12) resolveram voltar para Jerusalém. Pedro já
havia visto Jesus e contado tudo aos discípulos.
Ao chegarem, eis o que aconteceu:
·
“E na mesma hora,
levantando-se, tornaram para Jerusalém, e acharam congregados os onze, e os que estavam com
eles, os quais diziam: ressuscitou
verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão.
E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles fora
conhecido no partir do pão.” (Lucas 24.33-35).
Note como os dois discípulos de Emaús
encontraram os onze apóstolos reunidos (o que inclui Tomé). Contudo, quando
Jesus se manifesta, Tomé já não está mais presente:
·
“E falando eles destas
coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum
espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais
pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu
mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes
que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo
eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes
aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe
assado, e um favo de mel; o que ele tomou, e comeu diante deles. E disse-lhes:
São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e
nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E
disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao
terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, e em seu nome se pregasse o
arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por
Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a
promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder.” (Lucas 24.36-49).
·
“Chegada, pois, a
tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os
discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no
meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.
E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos
se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja
convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo
dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles
a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes
lhes são retidos. Ora, Tomé, um dos doze, chamado
Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes:
Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos
cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.” (João 20.19-25).
Creio que Tomé ficou tão indignado com o
relato das mulheres, de Pedro e dos dois discípulos de Emaús que decidiu não
querer escutar mais nada. No que ele saiu, Jesus apareceu a todos os presentes.
Todavia, mesmo vendo Jesus, mesmo Ele mostrando a todos Suas mãos, pés e o
lado, ainda assim achavam tudo bom demais para ser verdade.
·
“E depois
manifestou-se de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo. E,
indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram.” (Marcos 16.12,13)
O curioso é que, em Lucas 24.34, é dito que
os apóstolos estavam comentando que Jesus tinha realmente ressuscitado pelo
fato de ter aparecido a Simão (note como o testemunho das mulheres continuava não contando).
Contudo, que fé era esta? Com certeza não
era o tipo de fé que agrada Jesus (ver Lucas 18.8). E a prova é que, quando Jesus apareceu,
todos permaneciam com medo de Jesus. Criam em Jesus à distância, mas era
incapazes de se aproximar Dele. Mesmo Pedro, Cléopas e o outro discípulo de Emaús,
tendo visto Jesus antes, não ousou buscar uma intimidade mais profunda com
Jesus.
Ele, então, para acabar com qualquer tipo
de incredulidade, come na frente deles.
Após receberem toda a ministração de Jesus,
os onze discípulos partem então para a Galiléia. Oito dias depois Jesus, então,
aparece aos onze discípulos (incluindo Tomé) e mais alguns que ali se achavam (que, apesar de ouvir vários
testemunhos afirmando que Jesus ressuscitara, ainda assim se mantinham
incrédulos).
·
“Finalmente apareceu
aos onze, estando eles assentados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua
incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto
já ressuscitado.” (Marcos 16.14).
·
“E oito dias depois
estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus,
estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja
convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e
chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E
Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” (João 20.26-28).
Depois Jesus aparece aos onze apóstolos
quando Pedro tinha saído para pescar (João 21).
Depois, quando Jesus está para ascender ao
céu, ele reúne quinhentos dos Seus discípulos em Betânia, no monte das
Oliveiras:
·
“E os onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que
Jesus lhes tinha designado. E, quando o viram, o
adoraram; mas alguns duvidaram. E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo:...” (Mateus 28.16-18).
·
“E levou-os fora, até Betânia;
e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se
apartou deles e foi elevado ao céu.” (Lucas 24.50-51).
·
“Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um
sábado.” (Atos 1.12).
·
“Depois foi visto, uma
vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas
alguns já dormem também.” (1Coríntios 15.6)
E eis o que Jesus disse nesta ocasião:
·
“...É-me dado todo o
poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mateus 28.18-20).
·
“E, estando com eles,
determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, que ( disse ele ) de
mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Aqueles, pois,
que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste
tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as
estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude
do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1.4-8)
·
“E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às
alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.” (Atos
1.9).
·
“Depois foi visto por
Tiago, depois por todos os apóstolos.” (1Coríntios 15.7).
Esta última ocasião ocorreu um pouco antes
de Pedro e João serem conduzidos ao sinédrio:
·
“Então eles, vendo a
ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos,
maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4.13).
A seguir Jesus apareceu a Paulo:
·
“E por derradeiro de
todos me apareceu também a mim, como a um abortivo.” (1Coríntios 15.8).
Por fim, apareceu a João na ilha de Patmos,
onde ele recebe as revelações contidas no livro do Apocalipse.
APARENTES
CONTRADIÇÕES
·
“E que foi sepultado,
e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1Coríntios 15.4).
·
“A este ressuscitou
Deus ao terceiro dia, e fez que se manifestasse,” (Atos 10.40).
·
“E disse-lhes: Assim
está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia
ressuscitasse dentre os mortos,” (Lucas 24.46).
·
“Dizendo:
Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja
crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.” (Lucas 24.7).
·
“Porque ensinava os
seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos
homens, e matá-lo-ão; e, morto ele, ressuscitará ao terceiro dia.” (Marcos 9.31).
·
“E o escarnecerão, e
açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; e, ao terceiro dia, ressuscitará.”
(Marcos 10.34).
·
“Dizendo: É necessário
que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos
escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia.” (Lucas 9.22).
·
“E respondeu-lhes:
Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e
amanhã, e no terceiro dia sou consumado.” (Lucas 13.32).
·
“E, havendo-o
açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará.” (Lucas 18.33).
·
“Desde então começou
Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer
muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e
ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.” (Mateus 16.21)
·
“E matá-lo-ão, e ao
terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.” (Mateus 17.23).
·
“E o entregarão aos
gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro
dia ressuscitará.” (Mateus 20.19)
Como contar o tempo? No Testamento da Lei
contaria-se, quinta-feira, sexta-feira e sábado.
Todavia, com relação a Cristo, o modo de
contar o tempo mudou. Veja como Jesus interpretou este terceiro dia:
·
“E começou a
ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse
rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que
fosse morto, mas que depois de três dias
ressuscitaria.” (Marcos 8.31)
·
“Pois, como Jonas
esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do
homem três dias e três noites no seio
da terra.” (Mateus 12.40)
·
“Jesus respondeu, e
disse-lhes: Derribai este templo, e em três
dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus:
Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três
dias? Mas ele falava do templo do seu corpo.” (João 2.19-21).
Ajuntando os três trechos, vemos que Jesus
disse que permaneceria no túmulo três dias e três noites completos (setenta e duas horas) e que seu corpo
gastaria três dias inteiros para ser levantado.
E os fariseus entenderam isto muito bem:
·
“E
no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os príncipes dos
sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos, dizendo: Senhor, lembramo-nos de
que aquele enganador, vivendo ainda, disse: depois de três dias ressuscitarei. Manda, pois, que o sepulcro seja
guardado com segurança até
ao terceiro dia,
não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao
povo: ressuscitou dentre os mortos; e assim o último erro será pior do que o
primeiro. E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai-o como
entenderdes. E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra.”
(Mateus 27.62-66).
Ou seja, o terceiro dia é, na verdade,
depois de três dias completos que a ressurreição ocorreu. Para exemplificar:
suponhamos que você encontre com o fulano no início da quinta-feira. Quando
alguém te pergunta no final do dia de domingo: você viu o fulano? O que você
responde? Faz três dias que eu o vi, não é?
Pois bem! Foi isto que aconteceu.
Veja, por exemplo, o que os discípulos de
Emaús disseram a Jesus:
·
“No mesmo dia dois
deles caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta
estádios; e iam falando um com o outro de tudo
o que se tinha passado. Enquanto conversavam
e discutiam, o mesmo Jesus aproximou-se deles, e acompanhava-os; mas os olhos
deles não o puderam reconhecer. Então lhes perguntou Jesus: Que falais um com o
outro pelo caminho? E pararam tristes. Um deles chamado Cléopas, respondeu-lhe:
És tu o único que, estando em Jerusalém, não sabes o que ali tem acontecido
nestes dias? Replicou-lhes: Que? Disseram-lhe: O que aconteceu a Jesus o Nazareno,
que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o
povo, e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para
ser condenado à morte, e o crucificaram. Mas nós esperávamos que fosse ele quem
havia de resgatar a Israel; além de tudo isto, é
já este o terceiro dia depois
que estas coisas sucederam.” (Lucas 24:13-21 - TB1917)
Ou seja, domingo, de acordo com esta versão
e a maior parte das versões em inglês, era o terceiro dia depois da crucificação e sepultamento de Jesus (desde que Ele morreu e foi
sepultado).
Para finalizar, ainda há uma coisa a ser
esclarecida: mas Jesus não foi crucificado na véspera do sábado?
O que acontece é que todos os dias de festa
sagrados em que o repouso era obrigatório eram chamados de sábado:
·
“E isto vos será por
estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e
nenhum trabalho fareis nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós.
Porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados
de todos os vossos pecados perante o SENHOR. É
um sábado de descanso para vós, e afligireis as
vossas almas; isto é estatuto perpétuo.” (Levítico 16.29-31).
E um destes dias que era
sábado de descanso era o primeiro dia da festa dos pães asmos:
·
“No mês primeiro, aos
catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do SENHOR. 6 E aos quinze dias deste mês
é a festa dos pães ázimos do SENHOR; sete dias comereis pães ázimos. No primeiro
dia tereis santa convocação; nenhum
trabalho servil fareis; mas sete dias
oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.” (Levíticos 23.5-8).
Ou seja, a véspera do
sábado que Jesus foi crucificado foi a quarta-feira de Páscoa. Não podia ser
sexta-feira, já que contradiria o que foi registrado abaixo:
·
“E, PASSADO o sábado,
Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram
aromas para irem ungi-lo.” (Marcos 16.1)
·
“E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram
também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas,
prepararam especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o
mandamento.” (Lucas 23.55,56).
Como era possível que aquelas mulheres
tivessem preparado as especiarias e unguentos antes do sábado (Lucas 23.56), se elas foram
comprar os aromas apenas após passado o sábado (Marcos 16.1)? Se este fosse o
sábado semanal, eu te pergunto: quando é que elas foram comprar os aromas e
preparar as especiarias e unguentos (lembre-se que não havia luz elétrica na época)?
Logo, a única explicação é que havia dois
sábados: passado o primeiro sábado (quinta-feira), as mulheres compraram os aromas e
prepararam as especiarias e unguentos. Isto levou toda a sexta-feira, o que fez
com que elas só fossem ao sepulcro no domingo, já que deveriam repousar no
sábado semanal (segundo sábado).
Como
fica a felicidade de alguém que sofre de algum distúrbio que o impede de ser
quem ele é?
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