domingo, 2 de abril de 2017

135 - Alguém subiu ao céu?

Alguém subiu ao céu?

MOISÉS AND ELIAS – A TRANSFIGURAÇÃO

 

Muitos usam esta passagem para dizer que Moisés ressuscitou e Elias e Enoque foram em carne para o céu. Vem a questão: isto é verdade?

Como alguém com um corpo pecaminoso como o nosso poderia estar no céu?

 

·         “E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.” (1Coríntios 15.50).

 

Por mais consagrados que Elias e Enoque fossem, ainda assim eram pecadores.

A verdade é que desde que o ser humano pecou, ele ficou sentenciado à morte (sem exceção):

 

·        “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gênesis 3.19).

·        “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Romanos 5.12).

·       “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1Coríntios 15.22).

·        “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,” (Hebreus 9.27).

 

Ninguém ficou de fora desta sentença. Nem mesmo Enoque e Elias.

Veja o que a Escritura Sagrada diz acerca de Enoque:

 

·        “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus.” (Hebreus 11.5).

·        Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” (Hebreus 11.13).

 

Enoque foi transladado para ele não ver a morte de milhões de pessoas em virtude da violência que se seguiria. Não podemos nos esquecer que, na época de Noé a terra estava repleta de violência (Gênesis 6.5,11). Após a transladação de Enoque, a terra veio a se encher de tanta maldade que seria impossível para um coração tão repleto do amor do Eterno como o de Enoque suportar tanta maldade (ver 2Pedro 2.7-9).

Veja abaixo o cronograma mostrando a relação entre o nascimento de Enoque e o dilúvio:

 

      65           187        182      600

Enoch – Methuselah  -  Lamech  -  Noah  - Deluge

 

 

Para uma alma justa, é uma tortura ver alguém tanto sofrimento e apostasia.

Por isto é que o Eterno o tomou para si:

 

·        “E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou.” (Gênesis 5.22-24).

 

Esta expressão implica em morte, já que morrer, para quem é de Jesus, significa ser recuperado pelo Eterno.

Veja como Jó trata a morte trágica de seus filhos:

 

·        “Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova. Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou. E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR.” ( 1.18-21).

 

A verdade é que todos os profetas morreram, inclusive Enoque (que também é profeta).

 

·        “Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora conhecemos que tens demônio. Morreu Abraão e os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte. És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem te fazes tu ser?” (João 8.52,53)

·        “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.” (Judas 14,15).

 

E com Elias não foi diferente:

 

·        “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes.” (2Reis 2.11,12).

 

Depois da transladação, Elias nunca mais foi visto.

Além disto, de acordo com Paulo, o arrebatamento rumo ao céu não aconteceria antes da ressurreição:

 

·        “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (1Tessalonicenses 4.14-17).

·        “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” (1Coríntios 15.51-53).

 

Quanto a Moisés, ele não ressuscitou:

 

·        “Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR. E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura. Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor.” (Deuteronômio 34.5-7).

 

Como você pode ver, a Escritura Sagrada é clara: a única coisa que o Eterno fez foi sepultar seu cadáver. Se o Eterno quisesse ressuscitar Moisés, não precisaria enterrar o corpo dele.

Além disto, se Moisés tivesse ressuscitado, Jesus não teria sido o primeiro a ressuscitar:

 

·        “Isto é, que o Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da ressurreição dentre os mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios.” (Atos 26.23).

·        “Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda.” (I Coríntios 15.23).

 

Você pode questionar: mas outros ressuscitaram antes de Jesus (exemplos: I Reis 17:22-24; II Reis 4:34 e 35; II Reis 13:20; Mateus 9:25; Lucas 7:12-15; João 11:43 e 44). Contudo, apenas Jesus ressuscitou para a vida Eterna em corpo glorificado.

Por isto Jesus é o primogênito ou primícias dos que dormem:

 

·        “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (I Coríntios 15.20).

·         “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.” (Colossenses 1.18).

 

Além disto, repare o que o escritor de Hebreus diz:

 

·        “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” (Hebreus 11.39-40).

 

Note que todos os heróis da fé citados em Hebreus 11 (incluindo Enoque, Moisés) não alcançaram a promessa (recompensa, galardão) de receberem o corpo glorificado e irem habitar no céu:

 

·        “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.” (Apocalipse 11.18).

·        “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” (Apocalipse 22.12).

·        “E serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos.” (Lucas 14.14).

·        “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.” (Mateus 16.27).

 

Arrebatamento e ressurreição só acontecerão quando Jesus vier.

Se isto é pouco, veja o que Jesus disse:

 

·        “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.” (John 3.13).

 

Sendo assim, o que de fato se passou no monte da transfiguração?

Para entender esta passagem nós precisamos lembrar que a Escritura Sagrada, quando foi escrita, não tinha capítulo, nem versículo. Devemos iniciar a leitura um pouco antes.

 

·        “E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.” (Mateus 17.9).

 

Perceba que o que Pedro, Tiago e João contemplaram foi uma “visão”. Aquilo não estava acontecendo naquele momento. Só iria acontecer no futuro, tal como quando João viu a Nova Jerusalém descendo (algo que só se dará depois de milênio):

 

·        “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.” (Apocalipse 21.2).

 

Mas afinal, o que foi que os três apóstolos viram?

 

·        Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.” (Mateus 16.27,28).

 

Eles viram Jesus vindo para arrebatar a Igreja. Você pode questionar: mas então, o que Moisés e Elias têm haver com isto?

 

·        “Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.” (Mateus 17.1-3).

 

Para entender isto, peguemos um pouco depois:

 

·        “E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista.” (Mateus 17.10-13)

 

Note que Jesus estava conversando com os três discípulos sobre o que os escribas pregavam sobre a vinda de Elias, a saber:

 

·        “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Malaquias 4.5,6).

 

Em outras palavras, o que Jesus faz é interpretar esta passagem. E quando Ele assim faz, note que Ele mostra esta profecia se cumprindo no passado e no futuro:

 

·        No passado: por meio de João Batista, que veio no espírito e poder de Elias para preceder a primeira vinda de Cristo (Lucas 1.17);

·        No futuro: por meio de uma das testemunhas de Apocalipse 11.3 que irá preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo.

 

Assim como João Batista não era Elias (João 1.21,25), mas sim alguém que seria usado pelo Eterno do mesmo jeito que Elias foi, as duas testemunhas não serão Moisés e Elias, mas sim alguém que será usado pelo Eterno como eles foram.

Vamos, então, entender a visão. Após as duas testemunhas completarem sua ministração, elas serão mortas no meio da septuagésima semana (Apocalipse 11.7). Depois de três dias e meio, o Espírito do Eterno irá ressuscitá-las e, então, arrebatá-las (isto no final da sexta trombeta). Tão logo a sexta trombeta termina, a sétima toca. Nesta hora, todos os mortos em Cristo ressuscitam e todos os vivos em Cristo são arrebatados para encontrar com Jesus nas nuvens.

Enquanto todos os seguidores de Jesus estão sendo arrebatados, as duas testemunhas ficam conversando com Cristo. Provavelmente questionam o mesmo que nós: mas se eu sou um servo fiel, porque o Senhor permitiu que fizessem tudo isto comigo? É então que Jesus fala de tudo que lhe aconteceu em Jerusalém por ocasião de Sua crucificação, mostrando que ninguém foi tão injustiçado, humilhando, maltratado, escarnecido e desprezado quando Ele (a fim de confortá-los).

Você pode questionar: “mas o arrebatamento se dará num abrir e fechar de olhos” (1Coríntios 15.52). Mesmo que isto implique em um segundo, lembre-se que Jesus pode ministrar em um segundo o que gastaríamos 4,16 dias aproximadamente para ministrar a alguém (2Pedro 3.8). Neste caso os três apóstolos veriam tudo em câmera lenta.

No entanto esta expressão “abrir e fechar de olhos” pode implicar em até meio dia, a saber, o curto espaço de tempo em que o povo que sobreviveu ao terremoto parou para dar glória ao Eterno (Apocalipse 11.13).

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário