20 - COMO AJUDAR ALGUÉM?
COMO AJUDAR ALGUÉM?
Muitas
vezes pensamos que estamos ajudando alguém quando, na verdade, estamos
prejudicando. Como, então, discernir isto?
Antes de
tudo é preciso saber qual a real necessidade da pessoa. Do contrário, qualquer ajuda
será superficial, servindo apenas para amenizar momentaneamente o problema.
A
necessidade da pessoa vai muito além dos recursos disponíveis (veja
Pv 27.20; Ec 1.8; 5.10; 6.7;). Não que estes sejam poucos, mas o
pecado deixa uma sensação de vazio tão grande no coração da pessoa que nada
parece saciá-la (Is 57.19-21; Jó 14.1-2; Sl 39.6; Is
48.22). Não consegue encontrar a paz (Rm 3.17), mesmo
estando esta bem junto a ela (associe At 17.24-28 com Ef 2.14 e Is
57.19).
Para
exemplificar, pense na sensação de fome. A impressão que a pessoa tem é que
precisa comer um boi quando, na verdade, o máximo que ela consegue comer é 2
quilos.
Por isto as
pessoas estão sempre correndo: acham que necessitam de muita coisa para serem
felizes quando o que elas necessitam é do amor que vem da verdade que sai da
boca de Deus (Mt 4.4; 2Ts 2.10), bem como
da boa dádiva (Tg 1.16,17) que Ele já
proveu para nós enquanto dormíamos (Sl 127.2 – ARA).
Porém, o pecado mantém a pessoa presa em coisas
mortas e, portanto, separada de Deus (Is 59.2) e,
consequentemente, da paz (Ef
2.14), felicidade (Ne 8.10) e amor (1Jo
4.8,16).
Como todos
nós também pecamos, fomos destituídos da glória de Deus (Rm
3.23) e, portanto, nos tornamos inúteis (Rm
3.12). Não podemos conceder às pessoas o que elas realmente
necessitam: a cura das feridas da alma e do espírito (os
traumas, decepções, frustrações, etc.). Tampouco podemos destruir as
fortalezas que o diabo construiu na mente delas (2Co 10.3-5 – os
conceitos e valores errados que foram estabelecidos ao longo da vida pelo
desconhecimento da palavra de Deus).
Resumindo:
nada podemos fazer para que a alma da pessoa seja redimida (Sl
49.8), pois não podemos comprar o amor (Ct 8.6,7). Trata-se
do presente de Deus a ser recebido apenas por aqueles que nele confiam (Jo
1.12) a ponto de se entregarem a Ele sem reservas 24 horas, fazer dele a sua
vida (At 8.18-23). E Deus assim fez para que todos temam a Ele (não se gloriem
– Ef 2.8,9).
Somente
o Espírito Santo pode convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo
16.8) e apenas Jesus crucificado pode trazer cura ao coração da
pessoa (Ml 4.2; 1Pe 2.21-24; Os 11.3; 14.4).
De
que adianta resolver apenas os problemas físicos ou materiais das pessoas?
Enquanto o coração delas estiver endurecido pelo engano do pecado (Hb
3.13), todas as ações delas só trarão prejuízos às pessoas (veja
Pv 10.16; 4.14-17; 16.27; 24.1,2; Mc 78.20-23; Lc 6.45) e a ela
mesma. Quanto mais bênçãos lhe vierem à mão, maiores as oportunidades para
cavar covas e nelas cair da Graça (Pv 26.27; 28.10; Gl 5.4).
Tente
imaginar todo o fruto do teu trabalho servindo para alimentar ainda mais a
cobiça do coração humano. Por exemplo: o bandido curado terá mais forças para
roubar, os corruptos alimentados terão mais energia para enganar, etc.
Além
disto, se o ímpio for liberto apenas externamente, terá de ser libertado
novamente (Pv 19.19).
·
“Com minha alma te desejei de noite, e com o meu
espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os
teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. Ainda que se
mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra
da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do SENHOR.” (Isaías
26:9,10)
Por isto a
alma do salmista estava quebrantada de tanto desejar o juízo de Deus (Sl
119.20): porque, embora seja doloroso ver pessoas sofrendo (principalmente
aqueles que quem tanto gostamos), porém, a disciplina é necessária
para produzir o fruto pacífico de justiça no coração delas (Hb
12.11).
Você quer
ajudar as pessoas apenas por alguns instantes (por alguns dias, meses
ou anos) ou por toda a eternidade (veja 1Co 3.13-15).? Você
quer apenas adiar o problema dela (ser um paliativo) ou ser na
vida dela uma forte influência capaz de estimulá-la a ser alguém melhor?
O
mal está dentro da pessoa (incluindo nós – Mc 7.20-23; Rm 3.9-18;
Jr 17.9; Rm 1.28-31; 7.15-19; Tg 3.2-9; Ec 8.6; 9.3) como um
fogo que arde no interior dela (Ez 28.18), queimando
tudo que há de bom nela (veja Sl 32.1-3; 38.3-8; 78.32,33;
90.7,8; 106.13-15,43; 107.12,17,39; 112.10; Pv 11.17; 13.23; Ec 5.13; Ez 24.23) e
movendo-a em direção a tudo que é contrário à sã doutrina (Rm
1.28-31; 1Tm 1.10) para com AVIDEZ cometerem toda a maldade (Ef
4.19).
É
preciso que haja cura no interior da pessoa, a começar em nós. Uma vez que é
pelas feridas de Jesus que todos são sarados (1Pe 2.24), logo,
para que a cura se processe na nossa vida, é preciso que nosso coração fique
quebrantado (circuncidado – se deixando rasgar pelos
maus tratos daqueles a quem devemos amar (Jl 2.13,17; 1Pe 3.8,9)). Vale lembrar que Jesus foi ferido pelas nossas
transgressões (Is 53.5).
Quando isto
acontecer, a pessoa verá em nós a beleza que há na compaixão de Jesus e
desejará isto para a vida dela, dando espaço para o Espírito Santo tratar seu
coração (Tt 3.3-6). Se não estivermos dispostos a suportar isto (ver
1Co 13.4-7), então seremos servos inúteis:
·
“Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar
contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar
contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo:
Arrependo-me; perdoa-lhe. Disseram então os apóstolos ao Senhor:
Acrescenta-nos a fé. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de
mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e
ela vos obedeceria. E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado,
a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa? E não lhe
diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e
bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo,
porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando
fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos
servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.”
(Lc 17.3-10)
É
bom lembrar que Jesus veio para os pecadores (Mt 9.12,13) cuja boca
e ações estão cheias daquilo que há no coração delas (ver
Lc 6.45; Tg 3.1,2; Rm 1.28-31; 3.14,14). Porém, nosso papel é amar como
Jesus amou: dando a vida por elas (associe Jo 15.12,13 e 1Pe 3.8,9 com Pv
11.30). Sei que o amor é sofredor (1Co 13.4), capaz de
sofrer, crer, esperar e suportar tudo (1Co 13.7). Porém, ou
sujeitamos toda nossa vida a servir ao próximo como a nós mesmos (Mt
7.12), ou simplesmente iremos definhar por dentro e por fora dia
após dia até morrermos eternamente (Sl 106.15; Jo 8.24).
Enfim,
a melhor forma de ajudar a pessoa é santificando a nós mesmos (Jo
17.19). Ao assim proceder, o Espírito Santo se aproximará de nós (Tg 4.8,9), tratará
nosso coração (Tt 3.9-6), nos
introduzirá no corpo de Jesus (1Co 12.13),
manifestará Sua glória através de nós (2Co 3.18) e, então,
aqueles que permanecerem junto a nós serão separados para uso exclusivo de Deus
(1Co 7.14), vindo a ser pessoas completamente novas (2Co
5.17) e em paz total com Deus (2Co 5.18-20), consigo
mesmas (ver Hb 4.12), com a natureza (Ef
1.10; Cl 1.20) e com o ser humano (veja Tg 4.1 onde a
pessoa, atormentada pelas exigências da
sua alma corrompida, é induzida a obrigar a todos que lhe rodeia a fazer o que
esta ordena, incluindo a si própria – 1Pe 2.11; Gn 4.7; Rm 7.15-21).
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