domingo, 15 de julho de 2012

20 - COMO AJUDAR ALGUÉM?

COMO AJUDAR ALGUÉM?

         Muitas vezes pensamos que estamos ajudando alguém quando, na verdade, estamos prejudicando. Como, então, discernir isto?

Antes de tudo é preciso saber qual a real necessidade da pessoa. Do contrário, qualquer ajuda será superficial, servindo apenas para amenizar momentaneamente o problema.

A necessidade da pessoa vai muito além dos recursos disponíveis (veja Pv 27.20; Ec 1.8; 5.10; 6.7;). Não que estes sejam poucos, mas o pecado deixa uma sensação de vazio tão grande no coração da pessoa que nada parece saciá-la (Is 57.19-21; Jó 14.1-2; Sl 39.6; Is 48.22). Não consegue encontrar a paz (Rm 3.17), mesmo estando esta bem junto a ela (associe At 17.24-28 com Ef 2.14 e Is 57.19).

Para exemplificar, pense na sensação de fome. A impressão que a pessoa tem é que precisa comer um boi quando, na verdade, o máximo que ela consegue comer é 2 quilos.

Por isto as pessoas estão sempre correndo: acham que necessitam de muita coisa para serem felizes quando o que elas necessitam é do amor que vem da verdade que sai da boca de Deus (Mt 4.4; 2Ts 2.10), bem como da boa dádiva (Tg 1.16,17) que Ele já proveu para nós enquanto dormíamos (Sl 127.2 – ARA).

Porém,  o pecado mantém a pessoa presa em coisas mortas e, portanto, separada de Deus (Is 59.2) e, consequentemente,  da paz (Ef 2.14), felicidade (Ne 8.10) e amor (1Jo 4.8,16).

Como todos nós também pecamos, fomos destituídos da glória de Deus (Rm 3.23) e, portanto, nos tornamos inúteis (Rm 3.12). Não podemos conceder às pessoas o que elas realmente necessitam: a cura das feridas da alma e do espírito (os traumas, decepções, frustrações, etc.). Tampouco podemos destruir as fortalezas que o diabo construiu na mente delas (2Co 10.3-5 – os conceitos e valores errados que foram estabelecidos ao longo da vida pelo desconhecimento da palavra de Deus).

Resumindo: nada podemos fazer para que a alma da pessoa seja redimida (Sl 49.8), pois não podemos comprar o amor (Ct 8.6,7). Trata-se do presente de Deus a ser recebido apenas por aqueles que nele confiam (Jo 1.12) a ponto de se entregarem a Ele sem reservas 24 horas, fazer dele a sua vida (At 8.18-23). E Deus assim fez para que todos temam a Ele (não se gloriem – Ef 2.8,9).

         Somente o Espírito Santo pode convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) e apenas Jesus crucificado pode trazer cura ao coração da pessoa (Ml 4.2; 1Pe 2.21-24; Os 11.3; 14.4).

         De que adianta resolver apenas os problemas físicos ou materiais das pessoas? Enquanto o coração delas estiver endurecido pelo engano do pecado (Hb 3.13), todas as ações delas só trarão prejuízos às pessoas (veja Pv 10.16; 4.14-17; 16.27; 24.1,2; Mc 78.20-23; Lc 6.45) e a ela mesma. Quanto mais bênçãos lhe vierem à mão, maiores as oportunidades para cavar covas e nelas cair da Graça (Pv 26.27; 28.10; Gl 5.4).

         Tente imaginar todo o fruto do teu trabalho servindo para alimentar ainda mais a cobiça do coração humano. Por exemplo: o bandido curado terá mais forças para roubar, os corruptos alimentados terão mais energia para enganar, etc.

         Além disto, se o ímpio for liberto apenas externamente, terá de ser libertado novamente (Pv 19.19).

·         “Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do SENHOR.” (Isaías 26:9,10)

 

Por isto a alma do salmista estava quebrantada de tanto desejar o juízo de Deus (Sl 119.20): porque, embora seja doloroso ver pessoas sofrendo (principalmente aqueles que quem tanto gostamos), porém, a disciplina é necessária para produzir o fruto pacífico de justiça no coração delas (Hb 12.11).

Você quer ajudar as pessoas apenas por alguns instantes (por alguns dias, meses ou anos) ou por toda a eternidade (veja 1Co 3.13-15).? Você quer apenas adiar o problema dela (ser um paliativo) ou ser na vida dela uma forte influência capaz de estimulá-la a ser alguém melhor?

         O mal está dentro da pessoa (incluindo nós – Mc 7.20-23; Rm 3.9-18; Jr 17.9; Rm 1.28-31; 7.15-19; Tg 3.2-9; Ec 8.6; 9.3) como um fogo que arde no interior dela (Ez 28.18), queimando tudo que há de bom nela (veja Sl 32.1-3; 38.3-8; 78.32,33; 90.7,8; 106.13-15,43; 107.12,17,39; 112.10; Pv 11.17; 13.23; Ec 5.13; Ez 24.23) e movendo-a em direção a tudo que é contrário à sã doutrina (Rm 1.28-31; 1Tm 1.10) para com AVIDEZ cometerem toda a maldade (Ef 4.19).

         É preciso que haja cura no interior da pessoa, a começar em nós. Uma vez que é pelas feridas de Jesus que todos são sarados (1Pe 2.24), logo, para que a cura se processe na nossa vida, é preciso que nosso coração fique quebrantado (circuncidado – se deixando rasgar pelos maus tratos daqueles a quem devemos amar (Jl 2.13,17; 1Pe 3.8,9)). Vale lembrar que Jesus foi ferido pelas nossas transgressões (Is 53.5).

Quando isto acontecer, a pessoa verá em nós a beleza que há na compaixão de Jesus e desejará isto para a vida dela, dando espaço para o Espírito Santo tratar seu coração (Tt 3.3-6). Se não estivermos dispostos a suportar isto (ver 1Co 13.4-7), então seremos servos inúteis:

·         “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria. E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” (Lc 17.3-10)

         É bom lembrar que Jesus veio para os pecadores (Mt 9.12,13) cuja boca e ações estão cheias daquilo que há no coração delas (ver Lc 6.45; Tg 3.1,2; Rm 1.28-31; 3.14,14). Porém, nosso papel é amar como Jesus amou: dando a vida por elas (associe Jo 15.12,13 e 1Pe 3.8,9 com Pv 11.30). Sei que o amor é sofredor (1Co 13.4), capaz de sofrer, crer, esperar e suportar tudo (1Co 13.7). Porém, ou sujeitamos toda nossa vida a servir ao próximo como a nós mesmos (Mt 7.12), ou simplesmente iremos definhar por dentro e por fora dia após dia até morrermos eternamente (Sl 106.15; Jo 8.24).

         Enfim, a melhor forma de ajudar a pessoa é santificando a nós mesmos (Jo 17.19). Ao assim proceder, o Espírito Santo se aproximará de nós (Tg 4.8,9), tratará nosso coração (Tt 3.9-6), nos introduzirá no corpo de Jesus (1Co 12.13), manifestará Sua glória através de nós (2Co 3.18) e, então, aqueles que permanecerem junto a nós serão separados para uso exclusivo de Deus (1Co 7.14), vindo a ser pessoas completamente novas (2Co 5.17) e em paz total com Deus (2Co 5.18-20), consigo mesmas (ver Hb 4.12), com a natureza (Ef 1.10; Cl 1.20) e com o ser humano (veja Tg 4.1 onde a pessoa,  atormentada pelas exigências da sua alma corrompida, é induzida a obrigar a todos que lhe rodeia a fazer o que esta ordena, incluindo a si própria – 1Pe 2.11; Gn 4.7; Rm 7.15-21).


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