domingo, 15 de julho de 2012

27 - A DIFERENÇA ENTRE O AMOR VERDADEIRO E O FALSO: A LIÇÃO DO DIAMANTE, DA ZIRCONITA E DO CRISTAL

A DIFERENÇA ENTRE O AMOR VERDADEIRO E O FALSO: A LIÇÃO DO DIAMANTE, DA ZIRCONITA E DO CRISTAL

 1 - INTRODUÇÃO

 Graça e paz no Senhor Jesus Cristo.

Tenho observado que são inúmeras as pessoas que estão com problemas na área sentimental. Quando crianças, gostaram tanto daquela cantiga “ciranda cirandinha”, que querem continuar cirandando e dando meias voltas (indo e retrocedendo). Ou seja, quando sós, querem casar; tão logo casam, o anel de noivado, que era de vidro, se quebra (porque o “amor” que tinham um pelo outro era pouco e, por isto, se acabou) e decidem dar meia volta divorciando.

Como não aguentam a solidão, decidem casar de novo. Contudo, como este amor é firmado nas ilusões que se cria em torno da pessoa desejada, quando se deparam com aquilo que ela realmente é, este “amor”, que é como o orvalho da madrugada, cedo passa (Os 6.4) e novamente se separam. Resultado: ficam cirandando com o diabo, ferindo o próprio coração e o da pessoa em cuja vida quis entrar.

Cumpre-se o que Jesus havia predito que haveria de acontecer em nossos dias: que as pessoas dedicariam suas vidas a casar e ficar se dando em casamento (Lc 17.26,27), tal como a samaritana de João 4.

Existe muita informação errada a respeito de como escolher a pessoa certa, bem como a finalidade do casamento. Por isto as pessoas ficam mercantilizando (Os 8.9 – fazendo acordos para “tentarem” a vida juntos) e se abrasando em amores (1Co 7.9), indo “furiosamente” atrás de amantes (Jo 50.38 – lamentavelmente, em muitos casos, embora marido e mulher sejam reconhecidos como casados diante da lei, vivem, na verdade, como amantes – como se dá com a Grande Babilônia – Ap 18.3). Fora aqueles que ficam cobiçando mulher ou homem casado (Jr 5.8) e nem sentem vergonha em virtude de tal comportamento. Pelo contrário: até ostentam isto (Is 3.9).

Espero que este artigo possa falar-lhe ao coração e servir de ferramenta para ajudar pessoas a ficarem livres deste sentimento mais cruel que a morte: o amor falso.

 

            2 – OS TRÊS TIPOS DE “AMOR”

           

Há três tipos de amor: um verdadeiro e dois falsos (os quais eu fiz questão de colocar entre aspas).

 

1 – Amor Diamante

É o amor verdadeiro, resultado da habitação do Espírito Santo em nós. Trata-se de ter O Amor (1Jo 4.8,16) e A Verdade (Jo 14.6) presentes no nosso coração, nos conduzindo a viver a Palavra de Deus na vida de cada pessoa que Jesus traz até nós e deixando que Ele viva Sua Palavra em nós através delas.

Este é o amor que realmente nos satisfaz, o qual, por ser mais forte do que a morte (Ct 8.6,7), nunca falha (1Co 13.8). É o amor que não murcha, mesmo diante das maiores tentações, por ser preservado pelo próprio Deus (2Pe 2.9; Jd 24; 1Pe 1.4).

Ninguém é capaz de corromper este amor. Pelo contrário: por onde quer que passa, vidas vão sendo transformadas e renovadas (Dt 28.3,6; Ez 47.8,9), a começar por aqueles que mais querem causar um rombo na nossa vida.

Muitos, infelizmente, por acharem difícil encontrar e manter este amor, acabam se conformando com as imitações baratas do diabo (que não exigem a renúncia de Lc 9.23), mesmo sabendo que serão poucos os momentos de felicidade e que hão de padecer angústias na carne (1Co 7.28).

 

2 – “Amor” Zirconita

Trata-se de uma pedra tão parecida com o diamante que os peritos, para conseguirem diferenciar uma da outra, necessitam de um aparelho especial para não serem enganados. Logo, com certeza, é uma pedra bonita, brilhante e resistente. Porém, tem pouco valor.

É o “amor” que se vê nos filmes e romances, onde um foi feito para o outro, onde um faz de tudo para ficar com o outro e terminam felizes para sempre. Trata-se de um amor carnal o qual, embora falso, encanta a muitos devido ao baixo padrão do mundo. Como o amor tem se esfriado de quase todos (Mt 24.12), não é de se admirar que muitos fiquem fascinados e criem inúmeras fantasias em torno disto.

Daí o alto consumo de material erótico e pornográfico que iludem as pessoas com a falsa ideia de que o prazer sexual é infinitamente mais do que podemos imaginar e que a atração sexual é tão intensa que é capaz de fazer a pessoa ficar rastejando aos nossos pés.

Contudo, trata-se de uma mentira do diabo para destruir os casamentos. Entendendo que o cérebro passa a considerar comum aquilo que se repete, uma mentira contada muitas vezes, acaba sendo considerada verdade pelas pessoas. Após ler ou ver muitos romances, a pessoa passa a crer na real possibilidade dos mesmos e, no que ela não enxerga nada disto em seu lar, fica desiludida, se sente traída e acaba desistindo do seu lar. Quando o mesmo não termina em divórcio, cada um fica enclausurado em uma rotina monótona e sem sentido.

 A verdade é que Deus fez o homem para glória Sua (1Co 11.7) e a mulher para auxiliá-lo nesta missão que Deus lhe confiou (1Co 11.9). Em outras palavras, o homem não foi feito para a mulher, mas a mulher para o homem e o homem para Deus.

 

3 – “Amor” Cristal

Embora seja bonito, é extremamente frágil e sem valor, exigindo um enorme esforço para ser mantido de pé. Como Deus abala as coisas abaláveis (Hb 12.25-27), Ele irá enviar o fogo (1Co 3.15) e a tempestade (Mt 7.24-27) para provar a obra de cada um (Mt 7.24-27; 1Co 3.12-15) e será grande a ruína caso tenha sido usado o fundamento ou o material errado.

Este é o tipo de “amor” que se vê normalmente no mundo e, lamentavelmente, dentro das igrejas. Cada um tenta criar o seu mundinho, o seu jardim do Éden, aquele lugar do planeta em que se pode reinar livremente, fazer o que quiser e ter somente aquilo que lhe convém. Trata-se de um mundo falso, mas que a pessoa quer, com todas as forças, crer é que verdade. E ai daquele que ousar ameaçar as suas convicções (ver Is 30.9-11; 2Tm 4.3-5; Jr 5.30,31).

A realidade sem Jesus é tão cruel que a pessoa prefere viver no engano do seu coração (ver Gn 3.6). Prefere ser escravo na Babilônia a ser livre em Jerusalém (note como, em Ed 1.2-4 Ciro permite os judeus voltarem à sua pátria, mas somente uma pequena parcela aceitou esta liberdade (daí a exortação de Zc 2.6,7)).

Em outras palavras, a pessoa, ao invés de buscar em Jesus a cura para as feridas e carências do coração, prefere escolher um tipo de vício para fugir do mundo real: drogas, músicas, festas, jogo e, em particular, o lar.

Sei que isto soa esquisito. Como pode o lar ser um vício? Acontece que este estilo de vida, voltado para a família e aos amigos mais chegados, é egoísta e completamente contra o plano original de Deus. Desde o Éden (Gn 1.28) a ordem de Deus era espalhar o evangelho por toda a terra (Mt 28.18-20; Mc 16.15) a fim de que esta se enchesse do conhecimento da glória do Senhor (Is 11.9; Hc 2.14). Quando alguém pensou em manter as pessoas ao redor de si, tudo acabou em uma enorme confusão (Gn 11.4,9) porque a ordem de Deus não é para criarmos raízes num lugar, mas peregrinarmos por este mundo (1Pe 2.11; Hb 11.8-10; 13-16), sendo levados pelo Espírito Santo (Jo 3.8; Rm 8.14) para resgatar o que se perdeu (Mt 9.12,13; Lc 15.6,9,24,32).

Temos que investir na família, sim! Contudo, jamais devemos assim proceder pensando em reter conosco aqueles de quem gostamos (Lc 14.12-14). Tampouco em querer resumir nosso ciclo de amizade a eles. Antes, nosso papel é enchê-los do amor e conhecimento de Deus a fim de que possam ser apresentados a Jesus (2Co 11.2) para toda boa obra (2Tm 2.19-21) e, com isto, serem diferença na vida de todos com quem tiverem contato (Ez 47.8,9; Mt 5.13-16).

 

3 – ÀQUELES QUE QUEREM CASAR PARA SE LIVRAREM DA SOLIDÃO – sacia a tua alma com aqueles que Deus já colocou na tua vida

 

Estas imitações baratas do amor de Deus são a condenação de todos aqueles que se recusam a aceitar a luz da Palavra de Deus em suas vidas (Jo 3.19-21). Trata-se de um lar construído na areia (Mt 7.24-27) que mais cedo ou mais tarde virá abaixo, sendo grande a ruína. E quanto mais tempo demora para vir abaixo, maior o prejuízo.

É bom lembrar que o pecado é doce quando está na boca. Quando, porém, desce para o ventre, se torna em fel de áspide (Jó 20.14).

O maior erro que alguém pode cometer é o de achar que o amor de Jesus é mera utopia e se conformar a viver um romance estritamente carnal para tentar acalmar o apetite sexual ou a carência afetiva que se alojou na alma por ter desprezado todos que, de alguma forma, pareciam ser um incômodo.

Muitos se queixam de solidão. Todavia, aos tais eu pergunto: como está a qualidade dos relacionamentos que Deus já colocou na tua vida (pais, avós, irmãos, filhos, etc)? Não pense que eles precisam apenas daquilo que você pode lhes dar ou fazer por eles. Eles precisam também do seu carinho, atenção, abraço, etc.

Pode ter certeza: Deus te pôs na vida deles porque precisam de ti em pessoa. A sua presença ou ausência faz diferença na vida deles.

Talvez tu digas: eu me relaciono bem com minha família. Isto do teu ponto de vista. E do ponto de vista deles? Será que eles se sentem amados por ti? Se alguém chegasse até um dos teus familiares e perguntasse se tu o amas, o que será que eles responderiam?

Muitos tentam se justificar procurando encontrar defeitos nos familiares. Todavia, mesmo no caso de traição, é preciso que fique claro: embora não haja justificativa para o pecado, muitas vezes nós damos ocasião para as pessoas tropeçarem e caírem. E não pense que a culpa é só deles. Veja a repreensão severa de Jesus:

·        “Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”  (Mt 18.6,7).

 

Logo, chega de arrumarmos desculpa para nos afastarmos daqueles que Jesus usou para presentear a nossa alma. Ao invés de nos mergulharmos na depressão, sentindo pena de nós mesmos com aquele sentimento “ninguém me quer, ninguém me ama, ninguém gosta de mim”, ao invés de irmos em busca de amigos virtuais ou de um novo romance, seja fiel a estas joias preciosas” que Deus já colocou na tua vida e volte a trabalhar na construção destes relacionamentos.

Pense: se temos dificuldade em trabalhar os relacionamentos que Deus já colocou na nossa vida, se não estamos dando conta de satisfazê-los, fazer novas amizades só irá comprometer as que já possuímos. No final, os amigos verdadeiros ficarão feridos com o nosso descaso e os novos não nos darão valor por não conseguirem encontrar em nós aquilo de que eles tanto necessitam.

Além disto, se não conseguimos manter um bom relacionamento nem com aqueles que tanto se importam conosco, que têm o nosso sangue e até saíram de dentro de nós (como os filhos, por exemplo), o que nos faz pensar que seremos capazes de ter um bom relacionamento com os estranhos que nada têm em nós?

É bom lembrar que uma amizade não se constrói do dia para a noite. É como uma planta que necessita ser regada dia a dia para não morrer e se tornar um relacionamento fútil, passageiro, superficial e, até mesmo, religioso (baseado apenas em regras e mais regras a serem cumpridas (Is 28.10,13), algo meramente formal e sem graça).

A menos que creias e concordes em receber, na tua vida, o amor de Jesus por cada pessoa que Ele quiser manifestar Seu amor através de ti, virás a ser vítima da própria maldade que se instalou no teu coração (ver Rm 1.24,26,28-31). Isto pode parecer ofensa, mas estou apenas citando a bíblia:

·         “E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.” (Mateus 19.17);

·         “Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jeremias 17.5);

·         “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.5);

·         “Os seus pés correm para o mal, e se apressam para derramarem o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; destruição e quebrantamento há nas suas estradas. Não conhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; todo aquele que anda por elas não tem conhecimento da paz.” (Isaías 59.7,8);

·         “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Romanos 3,9-18).

 

Veja o esgoto espiritual que, a princípio, está enraizado em nossa natureza adâmica.

Diante disto, não há o que discutir: sem Jesus, teu lar irá desmoronar, ainda que demore um, cinco, dez, vinte ou trinta anos.

           

4 – NAMORO NÃO É DE DEUS

 

Deus nunca autorizou o namoro! Observe, por exemplo, como eram os relacionamentos nos tempos bíblicos:

 

Ø  “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.” (Mt 2.18,19).

 

Não havia namoro. Quando duas pessoas pensavam em se casar, elas já assumiam o compromisso de noivado e eram considerados desposados, embora sem nenhum contato físico. A ideia é que tanto o rapaz, quanto a moça e os pais de ambos buscassem em Deus saber se realmente aquela união era o plano original de Deus para a vida deles. Quando Deus confirmava Sua palavra, então casavam.

Você pode pensar: “mas hoje os tempos mudaram”. Os tempos podem ter mudado (sabemos que o anticristo iria fazer isto – Dn 7.25), mas a Palavra de Deus subsiste eternamente (1Pe 1.25; Mt 5.17-19) e Deus NÃO MUDA (Ml 3.6; Hb 13.8)! Achas certo as pessoas saírem por aí “testando o sexo” umas das outras, como se elas não passassem de meros objetos sexuais para conquistas de novas experiências e emoções? (desculpe a expressão, mas a ideia é chocar as pessoas com a grandeza da imundície e torpeza que está por traz deste costume tão banalizado pela nossa cultura pagã e promíscua – Ef 5.12).

Pense: como você se sentiria se alguém usasse e abusasse de você, mexesse com teus sentimentos e depois te jogasse fora no lixo como se faz com as camisinhas que, depois de usadas, são descartadas como algo nojento e sem valor?

Ninguém tem o direito de sair por aí seduzindo pessoas, manipulando os sentimentos delas a seu bel-prazer, só para satisfazer uma curiosidade ou desejo seu. Tu achas que Deus irá permitir que fique por isto mesmo? NÃO VAI! Deus não faz acepção de pessoas (Jó 34.19; Na 1.3; Cl 3.25). Esta pessoa, com quem se está a fazer um teste, é alguém tão amado por Deus que Ele foi capaz de dar o único Filho só para salvar a vida dela (Jo 3.16). O amor verdadeiro não faz mal ao próximo (Rm 13.10). Jamais Deus irá nos fazer feliz se, para isto, alguém tiver que sofrer.

Aqueles que desejam namorar podem questionar: “mas eu não estou fazendo isto por diversão! Eu realmente quero compromisso sério”. Todavia, e se não der certo? É correto chegar até à pessoa e dizer: “sinto muito, não deu!”? E como fica o coração dela? É justo despertar o amor no coração de alguém (contrariando Ct 2.7; 3.5; 8.4), fazer sua alma se encher de esperança, fazê-la se sentir importante e, depois, sair de fininho como se nada tivesse acontecido?

É bom lembrar que sentimento não se controla. A prova disto é a dificuldade de se fazer dieta. A pessoa prefere comer o que não presta, mesmo sabendo que isto poderá lhe causar diabete, derrame, infarto, etc. Ou seja, uma vez que o coração teu ou da outra pessoa se acostuma ou passa a gostar de algo, dificilmente conseguirá mudar seu gosto. Uma pessoa viciada, por exemplo, pode até ser capaz de obter o controle sobre o vício, mas terá sempre que lutar contra aquela sensação que o vício lhe proporcionava.

De igual modo, ao namorar, a sensação dos bons momentos sempre estarão presentes na vida de ambos e irão interferir nos futuros relacionamentos. Por que você acha que muitos casamentos dão errado? Porque, no namoro, cada um se sacrifica, faz de tudo para convecer a outra do quão importante ela é. O problema é que ninguém consegue manter este padrão 24 horas. Infelizmente, a parte sentimental de cada um tende a se acostumar a ser tratada deste modo e, quando percebe no dia a dia que aquilo era apenas momentâneo, se sentem enganados, sozinhos, dando lugar às “briguinhas” que se transformam em brigas cada vez maiores até terminar em adultério, divórcio ou um relacionamento chocho.

 

5 – CONSEQUÊNCIAS DO NAMORO

 

Logo, antes de entrarmos em um relacionamento, devemos pensar: até que ponto estamos dispostos a aceitar o compromisso de Deus pela pessoa e ser bênção na vida dela? É impossível se aproximar de alguém sem, de alguma forma, mexer com os sentimentos daquela pessoa. A partir do instante em que decidimos namorar alguém, é despertado dentro dela uma expectativa que pode machucar a pessoa por dentro ou deixar marcas permanentes. E pode crer: como Deus não tem o culpado por inocente (Na 1.3), com certeza irás colher isto.

 

·         “Porventura tomará alguém fogo no seu seio, sem que suas vestes se queimem?” (Pv 6.27).

 

Já parou para pensar que a origem de todo o mal, na nossa vida, vem justamente do nosso desejo egoísta? Queremos tanto que o mundo gire em torno de nós que, quando encontramos alguém que faz parecer ser isto verdade, logo ficamos apaixonados por ele.

Sei que pode ser atraente a ideia de estar perto de alguém que nos faça sentirmos importantes, o centro das atenções, como se tudo no mundo tivesse sido feito só para satisfazer a nossa cobiça e luxúria. Todavia, é exatamente isto que serve para prender a pessoa (Pv 26.28; 29.5; 1Tm 6.9-12) no egoísmo, deixando-a inútil e incapaz de fazer algo bom, a menos que seja forçada pelo medo (ver Lc 17.7-10).

Misericórdia! É preciso medo para se fazer o que é justo e reto aos olhos de Deus? É assim que pretendemos passar os restantes dos dias que nos restam neste planeta: sempre atemorizado pelas coisas que sobrevirão ao mundo (Lc 21.25-28) e pelo medo de sermos punidos ao tentarmos suprir, de forma maligna, a carência que se alojou no nosso coração e que tanto nos atormenta?

E o pior é que o pecado nos cega de tal forma que passamos a ter uma visão distorcida da realidade:

·         Passamos a chamar de amigos aqueles que nos apoiam em nossas aventuras e extravagâncias amorosas e inimigos aqueles que nos advertem, pensando em nosso bem-estar, a fim de que não precisemos receber o salário do pecado, a saber, a morte (Rm 6.23);

·         Vamos desprezando, maltratando, pisando e deixando de lado os diamantes que Deus nos deu para correr desenfreada e obstinadamente após os cristais que nada mais fazem senão dilacerar e golpear ainda mais o nosso coração tão ferido (Ef 4.17-19).

Não conseguimos enxergar outra coisa, senão nossos desejos.

Sem contar que o amor falso, seja o 2 ou o 3, é egoísta e sempre cobra e exige do outro (daí o ciúme). É um regime de escravidão (ver Ec 7.29; Pv 22.14; 23.27,28), onde cada um tenta prender o outro com os seus “encantos” (veja, por exemplo, Pv 7.21-23; 6.25). Veja o caso da mulher samaritana de Jo 4.5. Ela havia tido 5 maridos e estava tentando, sem sucesso, a felicidade ao lado de uma sexta pessoa (Jo 4.18). Se Jesus não lhe dirigisse a palavra, ela acabaria os seus dias infeliz, sem nunca ter experimentado o verdadeiro amor (Jo 4.29).

Ela não era capaz de enxergar que o cansaço na alma dela não era por causa das tarefas diárias, mas por estar desprovida da capacidade de amar verdadeiramente (ver Rm 7.13-21). Sem o Amor, a vida se torna vazia, sem qualquer razão de ser. E quando o amor diminui, o serviço aumenta e a vida se torna um enfado. Não vale mais a pena viver (Ec 8,19).

E não se engane! Um único contato sexual é suficiente para fazer dos dois um só corpo (1Co 6.15,16). Logo, quando a bíblia diz para guardar o coração (Pv 4.23), pode levar a sério, pois, a cada contato sexual, parte daquilo que tu és irá para a outra pessoa (seus gestos, carinhos, palavras, toques, beijos, etc) e parte dela virá para ti. Agora imagine que confusão se instala na tua alma quando relacionas com um, com outro e outro, e assim por diante.

Não deixe que ninguém te roube de ti mesmo! Deus não te fez e te comprou com Seu sangue para seres escravo de homens (1Co 7.23).

Nosso cérebro é constituído de neurônios cujas terminações nervosas se unem para captar tudo que vemos, ouvimos, sentimos e experimentamos, de modo que isto passa a fazer parte de nós. Em outras palavras, não somos mais a mesma pessoa após termos contato com algo. A prova disto pode ser vista em (Ez 19.5,6).

Por isto a bíblia exorta a nos afastarmos de toda má conversação (1Co 15.33) e de toda a aparência do mal (Sl 1.1,2; Is 52.11 ; 2Co 6.14-18; 1Ts 5.22): para não dar ocasião à nossa carne (Gl 5.13), nem lugar ao diabo (Ef 4.27).

A nossa alma funciona como um adesivo de boa qualidade, projetado para permanecer grudado em um único lugar apenas. Experimente arrancar um adesivo. Da primeira vez será impossível tirá-lo sem danificá-lo. Porém, ao pregar ele em outro lugar, a união não será tão perfeita como da primeira vez, ficando bem mais fácil removê-lo. E, se tu decidires tirar e pregar, tirar e pregar, por fim o adesivo não se fixará em mais nada. 

Deus assim projetou a fim de unir rapaz e moça em Cristo (Deus usa o próximo para nos unir a Ele) com tal intensidade que um não fosse mais capaz de ficar longe do outro. A ideia é que eles sentissem uma falta tão grande um do outro que se dispusessem a lutar contra todas as limitações e defeitos um do outro a fim de, com isto, crescerem juntos na fé.

Logo, se relacionas com um, depois separa, relaciona com outro, depois separa, por fim não conseguirás ser feliz ao lado de ninguém, pois tua alma estará repleta de experiências agradáveis, porém superficiais e incompletas. Tornar-te-ás uma pessoa emocionalmente desequilibrada, instável, infeliz e insatisfeita consigo mesma e com os outros.

E isto não é tudo: como um abismo chama outro abismo (Sl 42.7), a tendência da pessoa é sempre ir complicando ainda mais a sua vida. Seus relacionamentos vão piorando cada vez mais em qualidade.

Isto porque, a cada relacionamento frustrado, a pessoa vai ficando mais melindrosa. O medo de sofrer novamente, a leva a ficar retraída e a tratar os outros com desconfiança e superficialidade (sem se entregar à pessoa amada). Isto gera ciúme em ambas as partes e o resultado é exatamente o que Jó experimentou em sua vida:

·         “Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu. Nunca estive tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação. (Jó 3.25,26).

 

Ou seja, o medo de sofrer nova rejeição ou abandono acaba se tornando realidade.

E não para por aí! A cada trauma ou decepção, a alma vai sendo inundada com ressentimento e, obviamente, com tanta amargura, ódio, etc. alojado no coração, só aceitará fazer parte de sua vida quem está no mesmo nível (ou abaixo) de degradação moral e espiritual.

E, como para o faminto todo amargo é doce (Pv 27.7), após tantas frustrações, a tendência da pessoa é acabar se conformando em ter tais pessoas no seu ciclo de amizades e namoro.

Entenda: as pessoas vão, no decorrer da vida, construindo dentro de si, uma enorme fortaleza de maus pensamentos, constituída dos tijolos que lhes vêm às mãos com as experiências que tanto traumatizam a alma. Resultado: ficam inchadas e pesadas por dentro (ver Mt 11.28). A vida lhes parece um fardo pesado, algo enfadonho e sem proveito (Ec 1.8,13,14).

Em outras palavras, com tais pensamentos no seu coração, os sentidos da pessoa ficam corrompidos (2Co 3.14; 11.3), o que leva a pessoa a andar em trevas (veja I João 2.9-11; 3.10,14; Mt 6.22,23) e, quem anda em trevas, nunca sabe para onde deva ir (1Jo 2.11). Não pensa em ninguém e em nada além de suprir sua carência afetiva, mesmo sabendo que, no final, acabará sendo novamente rejeitado.

Como cada um colhe o que semeou (Gl 6.7-9) e o bem o mal estão no poder da língua (Pv 18.21; Mt 12.34), logo, o futuro de cada um será a concretização daquilo que há no seu interior, seja para bem (Pv 11.18,31; Jo 4.14; 7.37-39) ou para mal (Pv 5.22; 12.13,21; 15.6; 21.7; 24.16). Não é à toa que a bíblia se refere a nós como sendo vasos (Rm 9.21-23): afinal, a qualidade dos nossos relacionamentos dependerá daquilo que depositarmos no interior de cada pessoa. Como fonte da água amarga não pode jorrar água doce (Tg 3.10-12) nem árvore má dar bom fruto (Jr 13.23; Mt 7.15-20), logo o que uma pessoa com coração sujo irá colher é a maldade que, fatalmente, irá depositar em cada coração.

Logo, quem pensa em se relacionar com alguém, primeiro busque em Jesus limpar seu coração. Só então poderá ser bênção na vida da pessoa amada e colher isto de volta.

Tu podes achar que estou exagerando. Contudo, um coração carente, fica desatento e se abre facilmente para a entrada de um relacionamento nocivo que invade seu ser, faz o bem quer e depois lhe descarta como um produto inútil, sem qualquer valor. E o pior é que, como o coração se acostuma com aquilo que é agradável à carne, o rompimento lhe rasga por dentro e, o medo de ser ferido novamente, induz a pessoa, aos poucos, a se fechar dentro do seu egoísmo, até nada restar senão o vazio frio da depressão, nostalgia e solidão.

 

6 – COMO DESCOBRIR A PESSOA CERTA, AQUELA QUE DEUS PROJETOU ESPECIALMENTE PARA QUE NOSSA VIDA PASSE A TER MELHOR UTILIDADE?

 

Tu podes me questionar: mas então, como saber se é possível o relacionamento dar certo sem namorar? Buscando ouvir a voz de Deus. Pode ter certeza de que, se realmente quisermos agradar a Deus, Ele jamais permitirá que sejas enganado (Rm 10.11) e te revelará tudo o que está oculto (Jr 33.3). Nunca julgue que achou a pessoa certa antes que Deus traga à plena luz o que realmente existe no coração dela (Lc 12.2,3; Mt 10.26; Mc 4.22; Lc 8.17).

Além disto, em que havemos de basear as nossas escolhas? Naquilo que sentimos, enxergamos (ou queremos enxergar) na pessoa desejada? Naquilo que queremos acreditar ser verdade? Acaso crês que tais mentiras e enganos irão se tornar verdade só porque assim desejamos (ver Is 30.9-11; Jr 5.30,31; 2Tm 4.3-4)? Lembre-se que nosso coração é enganoso e mau (Jr 17.9) e que maldito é o homem que confia no homem (Jr 17.5 – isto inclui a nós mesmos). Sem contar que nossos caminhos são de morte (Pv 14.12; 16.25; Pv 1.16; (Is 59.7,8; Rm 3.15-17), enquanto que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2

).

Admitindo que o mundo tenha 6 bilhões de pessoas e que seja meio a meio o número de homens e mulheres, como esperas escolher a pessoa certa dentre 3 bilhões pessoas?  Dentre todas estas, apenas uma irá se encaixar com perfeição na tua vida e ai de você se fizer a escolha errada!!! O pior é que, além de expor a tua vida e da outra pessoa, também estarás colocando em risco a vida dos teus filhos. Tu vais aceitar que uma pessoa desqualificada participe da criação e educação dos teus filhos? Colocarás em risco aquilo que tens (que também pertence a teus filhos) em troca de uns poucos momentos de prazer? É justo que teus filhos corram o risco de passar necessidade por causa de um momento de bobeira da tua parte? Cuidado! Estes “anjinhos” são tão preciosos aos olhos de Deus que Jesus disse que o Reino dos Céus pertence a eles (Mc 10.14) e que seus anjos veem incessantemente a face do Pai (Mt 18.10).

E quanto ao relacionamento com teus pais, irmãos, etc.? Estás disposta a se desfazer destas jóias que Deus colocou na tua vida caso a pessoa que escolheste não as aceite?

Contudo, se deixares Deus conduzir tua vida e te empenhares em agradar ao Senhor (1Co 7.32,34), no tempo certo, a pessoa certa ser-te-á apresentada. E ela surgirá na tua vida para somar, multiplicar e melhorar a qualidade e quantidade dos teus relacionamentos. Jamais permita que entre em tua vida alguém que venha para dividir e te separar das pessoas que se importam contigo, para quem você é tão especial.

Enquanto não chega o grande dia, Ele estará a trabalhar o teu coração e a do teu futuro cônjuge a fim de que, quando chegar o momento, vocês possam se encaixar perfeitamente na vida um do outro, sem sofrimento (Pv 10.22).

Portanto, não seja sábio aos teus próprios olhos (Pv 3.5-8). Longe de Deus e de tudo que diz respeito à vida e piedade (2Pe 1.3), o teu destino será morares nos lugares secos do deserto, na terra salgada e impossível de ser habitada (Jr 17.6).

7 – A CAUSA DO FRACASSO DE MUITOS CASAMENTOS

Repare como as pessoas partem para o namoro. Cada um tenta se enfeitar ao máximo, principalmente as mulheres. Fazem uso de todas as técnicas disponíveis (maquiagem, joias, enfeites, vestes bonitas e sensuais, perfumes, etc) para se fazer encantadora ao objeto dos seus desejos (como se dava na época de Jeremias – Jr 2.33; Ez 23.11). São capazes de ir longe para buscar aquele que agrada aos seus olhos (Ez 23.40), desprezando aquilo que vem suave, natural e perfeitamente da parte de Deus (Is 8.6; Rm 12.2).

Uma vez aquele que semeia na carne colhe corrupção (Gl 6.7,8), que tipo de pessoa imaginas que serão atraídas por este tipo de mulher? “Urubus”, ou seja, pessoas que gostam da carne morta em seus delitos e pecados (de Gn 8.7-11 podemos aprender que pomba não pousa onde há carniça. Só corvo).

Em outras palavras, pessoas inclinadas à prostituição. Por isto a maior parte dos casamentos dão errado. Afinal, o homem não foi atraído pela beleza física da mulher? Obviamente, tão logo surja uma mais bonita, carinhosa, compreensiva, etc., (e vai surgir, por que o diabo quer fazer de tudo para roubar, matar e destruir os lares - Jo 10.10), ela será descartada e trocada pela amante.

Isto, sem contar que as mulheres mais velhas, tentando competir com as mais novas, fazem uso de silicone, plásticas, etc., tornando a si mesmas presa fácil nas garras do diabo. Afinal, quando o homem vir que é tudo artificial, que ela não é nada daquilo que aparenta, irá desdenhá-la, o que acabará alimentando ainda mais nela o sentimento de rejeição, abandono, até ficar enclausurada na depressão.

Por outro lado, se a mulher investisse no seu coração, em Jesus (2Co 4.16), seu interior ficaria cada vez mais belo a cada dia que passasse e jamais seria trocada por outra, ou desprezada, visto que a verdadeira beleza da mulher está na mansidão, tranquilidade e doçura do coração (1Pe 3.4-6). Jamais terminaria seus dias jogada num asilo (ver Is 55.5).

            Já observaste como a fidelidade, na maioria dos lares, acaba sendo uma imposição que, a cada dia, vai se tornando uma obrigação mais penosa, em virtude da transformação do lar em meras tarefas para manter a casa em ordem? Os que permanecem juntos o fazem porque se acostumaram um ao outro. Esta mornidão, resultante do fim do medo de se perder a pessoa amada, leva o casal ao comodismo. Eles não se preocupam mais em conhecer, nem em continuar se esforçando para conquistarem mais espaço na vida um do outro.

            E por que isto acontece? Isto é fruto da recusa do casal em aceitar o compromisso de Deus que tanto poderia enchê-los de coisas boas (Mt 7.11). Entenda: dentro de cada pessoa há um mundo a ser descoberto e a beleza do casamento está em enxergar Deus em meio a este mundo maravilhoso que está a ser construído por Ele na vida do cônjuge (Jo 14.12; Hb 11.16; 12.22; 13.14; Ef 2.20; 1Pe 2.5) (obs: a obra de Deus somos nós e a cidade santa que Ele está edificando está localizada dentro do nosso coração – ver Sl 145.10; Jo 14.2).

Quando, todavia, o casal não se importa em amar as pessoas que Deus quer trazer até eles, não há motivos para Deus preenchê-los. Resultado: ficam vazios e, uma vez que não há muito o que ser conhecido na vida um do outro, a paixão vai se esfriando, até nada mais restar, senão um relacionamento frio, restrito à observância dos direitos e deveres de cada membro do lar.

Já pensaste no motivo pelo qual, na época do noivado, um deseja tanto estar junto do outro? Porque há algo para ser descoberto.

O ser humano foi criado para esquadrinhar as coisas que Deus encobriu (ver Pv 25.2). Ele é ávido por novas descobertas. Por isto o casamento, sem a sabedoria de Deus, logo fica morno.

Por outro lado, a mulher sábia consegue edificar sua casa (Pv 14.1) e ganhar o marido, mesmo sem dizer uma palavra (1Pe 3.18). Isto porque o homem, maravilhado com a sabedoria de Deus em suas atitudes, se deixa atrair pelo amor de Deus na vida dela (Pv 5.19; Os 11.4) a fim de poder perscrutar e ser inundado com tamanho conhecimento (ver 1Pe 1.12).

8 – RECONHECENDO O AMOR VERDADEIRO

O amor verdadeiro, por outro lado (1Co 13.4-8):

1.     É sofredor (veja Sl 86.15; 145.9): permite Jesus comunicar Sua compaixão (sofrimento comum –  ver Rm 12.1; Fp 3.10) pelo Seu corpo (Cl 1.24). A mulher é colocada na vida do homem porque Jesus quer usá-lo para tratar as feridas do Seu corpo;

2.     É benigno (Sl 103.8; 145.8; Lc 6.35): sempre tem em vista o bem de cada pessoa que Deus colocou na vida sua e da pessoa amada. A mulher é dada ao homem para “lavar os pés dos irmãos”, ser o testemunho de boas obras na vida do marido (ver 1Tm 5.9,10);

3.     Não é invejoso (não arde em ciúmes) (Pv 14.30): não apodrece os ossos, ou seja, não corrompe a estrutura da pessoa;

Inveja: desejo intenso de possuir o que é de outrem;

Ciúme: direito que a pessoa supõe ter de poder possuir exclusivamente a pessoa amada.

O amor verdadeiro não pensa em entrar na vida da pessoa a fim de se apropriar dela para satisfazer seu ego, privando aos demais que se aproximam de receber o que lhe é devido (muitos querem o outro só para si). Antes, trata-se de encontrar a pessoa que nos fará livres para amar ao próximo liberalmente (2Co 3.17; 9.12-14), certo de que a provisão de Deus sempre virá recalcada, sacudida e transbordante (Lc 6.38; 2Co 9.8-11) quando fazemos aquilo que lhe agrada (Jo 8.29; 15.7; 1Jo 3.21,22; 5.14);

4.     Não trata com leviandade (não se ufana) – não procede ou julga sem refletir (Ec 5.2; Lc 14.28-33), antes que Deus traga tudo à plena luz (1Co 4.5). Também não brinca com os sentimentos seus e dos outros, como se dá no namoro, onde se tenta criar um ambiente “mágico”, no qual cada um tenta cercar o outro de palavras, gestos e sensações super-agradáveis, iludindo-se mutuamente com a ideia de que “você é o máximo, é tudo que eu sempre quis”;

Tampouco o amor verdadeiro faz da pessoa alguém inútil. Afinal, com tantos elogios, a pessoa acaba presa à ideia de que ela está aqui neste mundo para ser servida, e não para servir (Pv 26.28; 29.5; Mt 20.28). E, como diz o ditado: “quem não vive para servir, não serve para viver”.

Em outras palavras, o amor verdadeiro acaba com toda ociosidade e esterilidade na vida um do outro por acrescentar graça à graça já existente (2Pe 1.5-8), por fortalecer os corações com bondade (Sl 10.17,18; 27.14);

5.     Não se ensoberbece – A única razão para alguém querer crescer acima dos demais é porque deseja inclinar a balança da justiça para o seu lado. Sempre de posse de 2 pesos e 2 medidas (ver Pv 20.10; Am 8.5), a pessoa se esforça para crescer a fim de favorecer os que lhe convém, prejudicando, com isto, aos demais que se veem privados dos seus direitos (1Co 4.6). O amor verdadeiro não é dado para acrescentar coisas à nossa vida a fim de suprir a carência da nossa natureza pecaminosa. Antes, é para que:

Ø  o homem possa se diminuir a fim de que Deus possa usar a mulher para fazer a obra Dele na sua vida;

Ø  a mulher possa se diminuir a fim de que Deus possa usar o homem para direcionar sua vida para onde Ele a deseja.

6.     Não se porta com indecência – nunca vai contra os bons costumes (contra aquilo que convém – ver 1Co 6.13; 10.23; Cl 4.5,6). Pelo contrário: se manifesta no sentido de conduzir ambos à plena concordância para com tudo aquilo que é bom para edificação (ver Mt 18.19; Rm 15.2). O amor verdadeiro é justamente para conduzir à sabedoria (Pv 18.1) que é o que estabelece a casa (Pv 9.1; Sl 144.11,12; Pv 14.1) e a firma (Pv 20.28; 25.5);

Não busca os seus interesses – Fp 2.4; 1Co 10.24,33) – O amor verdadeiro une 2 pessoas para aniquilar todo e qualquer interesse individualista;

7.     Não se irrita – Não se inflama, não se altera por causa do comportamento das pessoas, mas permanece amando, apesar da ignorância, insensatez e maldade delas, crendo que Deus pode lhes dar arrependimento para conhecerem a verdade (2Tm 2.25,26). O amor verdadeiro é para unir corações a fim de que os espinhos de um sejam usados por Deus para aniquilar os espinhos do outro até que não haja no casal nada que possa deixa-los vulneráveis ao impacto das coisas que hão de sobrevir ao mundo (ver Is 8.12-14; Lc 21.25-28; 1Pe 3.4-6);

8.     Não suspeita mal – Não desperta maus sentimentos nas pessoas. Tampouco age conforme a maldade que existe (ou pensa existir) no coração delas. O amor verdadeiro sempre estabelece, firma e fortalece bons pensamentos e bem ordena os sentimentos, de modo que nossa presença sirva de ânimo na vida dos irmãos atribulados (Ef 4.2; Cl 3.13);

9.     Não folga com a injustiça – Não descansa ou encontra segurança e prazer no infortúnio dos outros (Sl 15.3), sabendo que estão sendo privados da reta justiça de Deus (Ez 7.13; Sl 56.7; 62.10,11; Pv 12.3). Antes, une pessoas até que o Juiz faça justiça contra o adversário da “viúva” (Sl 68.5; Lc 18.2,3) e ponha “Jerusalém” por louvor na terra (Jr 62.6,7);

10.  Folga com a verdade – Se deleita quando as coisas dão certo para todos, mas dentro dos padrões de Deus. Só consegue repousar quando percebe os princípios bíblicos presente na vida das pessoas, ou seja, quando a alegria delas é a de serem capazes de amar como Jesus amou (Jo 15.12,13; 20.21-23). O amor verdadeiro une para confirmar a verdade (ver Dt 17.6; Jr 9.3; Mt 18.16; 2Co 13.1);

11.  Tudo sofre – Aceita sofrer o que for necessário para que a pessoa venha a conhecer Jesus, tamanha a tristeza que sente por ver alguém se destruindo ou se perdendo no pecado (2Co 11.28,29) e causando tanta destruição por onde passa (Dt 28.16,19; Am 6.6; Jl 2.12-17; Sl 15.3; Fp 1.29; Cl 1.24; 2Tm 2.3). O amor verdadeiro une 2 pessoas a fim de que uma venha a levar a carga da outra (Gl 6.2) a fim de que os fracos na fé venham a ser fortalecidos (Rm 14.1; 15.1). Lembra o que se dá em um exército (2Tm 2.3), onde cada um é convocado para sofrer junto com os demais a fim de, juntos, serem fortalecidos na graça (2Tm 2.1);

12.  Tudo crê – confia que tudo que Deus permite e envia contribui para o nascimento de um amigo mais chegado que um irmão (ver Pv 17.17; 18.24), um novo canal de bênção (ver Mt 18.18). O amor verdadeiro, ao unir 2 pessoas, aumenta a confiança deles na transformação que Deus pode operar através do amor de Jesus neles (Sl 27.13,14; 33.5; 119.64; 2Co 5.14). O amor puro de Jesus no homem pela sua mulher (Ef 5.25) e o respeito e carinho dela por ele (Ef 5.33) ao trabalhar a sabedoria da Palavra de Deus em cada situação do dia a dia com eficácia, desperta no coração das pessoas o desejo de ser manso e humilde de coração (Mt 11.28,29).

13.  Tudo espera – não espera apenas algumas coisas, mas tudo, certo de que, cada coisa que Deus promete, é necessário para a salvação da pessoa e, portanto, não se conforma com menos do que tudo que Deus tem para ela (ainda que isto venha a exigir tudo de si). O amor verdadeiro aumenta a esperança, visto que tal pessoa encontrou o favor do Senhor e, portanto, há muito mais a ser esperado (Pv 18.22; Lc 12.48).

14.  Tudo suporta – em todos os momentos, a pessoa serve de suporte, não temendo espanto algum (ver 1Pe 3.4-6). O amor verdadeiro une pessoas para fortalecer este suporte;

15.  Nunca falha – O amor nunca comete falhas, pois trata-se do próprio Deus levando a pessoa amar o próximo como a si mesma (Mt 22.39). Por causa disto, a pessoa consegue enxergar que o melhor para o próximo é o melhor para ela, pois vê a semelhança de Deus na vida de cada pessoa e, portanto, o quanto será prejudicada caso uma delas venha a faltar. Jesus une as 2 dobras do cordão a fim de que, juntos, possam permanecer de pé e aquecidos no amor, firmes em meio a este mundo árido, fazendo diferença (Ec 4.9-12; Pv 24.10; Is 25.4 – ver Is 41.17-20).

           

O amor verdadeiro consiste em:

a)     Sermos amados por Deus através das pessoas;

b)    Experimentarmos o amor de Deus pelas pessoas através de nós.

Para entender isto, é bom lembrar que Deus é espírito. Logo, como Ele poderia nos abraçar? Enchendo o coração de alguém com Seu Espírito (que é o próprio amor em pessoa – 1Jo 4.8,16), de modo que este sinta aquele enorme desejo de nos abraçar.

Logo, experimentar o verdadeiro amor implica em nos aproximarmos de Jesus.

9 - COMO E COM QUAL FINALIDADE DEVEMOS NOS APROXIMAR DE ALGUÉM?

Vem a questão: como fazer isto? Da mesma forma que devemos fazer para nos aproximarmos de uma pessoa.

Infelizmente, muitos acham que é simplesmente chegando perto. Porém, Jesus disse que quem não entra no aprisco das ovelhas pela porta é ladrão e salteador (Jo 10.1). Ou seja, quem pensa em se aproximar de uma pessoa sem se identificar com ela em Cristo é porque está interessado tão somente em sugar-lhe (Pv 30.15). A verdadeira aproximação implica em estarmos dispostos a ser parte integrante da pessoa e permitir que ela seja parte de nós. Para tanto, é necessário:

Ø  “Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplainai, aplainai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai a bandeira aos povos” (Isaías 62.10);

Ou seja, não podemos negligenciar o juízo de Deus sobre ela (Lc 11.42). Devemos estar dispostos a ajudá-la a ficar livre dela mesma, mesmo que isto implique em sofrimento para nós, em sermos maltratados por ela. Mesmo porque, no que nos unimos a alguém, somos prejudicados, não apenas pelos pecados nossos, mas pelos da outra pessoa.

Vem a questão: até que ponto estamos dispostos a permanecer junto à pessoa, confiando e esperando em Jesus, suportando todas as investidas do diabo por causa do pecado dela, até que a obra que Jesus quer operar através de nós esteja concluída?

De igual modo, se aproximar de Jesus significa estar disposto a se identificar com Seu caráter e Palavra e entrar na vida Dele (ou, se preferir, deixar que Ele viva Sua vida em nós - Jo 15.7; Gl 2.20), mesmo que isto signifique sacrificar todos os nossos desejos. Quando isto acontecer, seremos repletos do amor e sabedoria de Deus. A partir de então, as pessoas correrão em nossa direção por amor ao Senhor (Is 55.5). Apegar-se-ão a nós para poderem experimentar o poder do amor de Jesus em nós e, deste modo, serem livres daquilo que há dentro delas e que tanto lhes atormenta. (a saber, livres de quem elas realmente são – ver Rm 8.18-22).

10 – COMO SABER SE A PESSOA DE QUEM GOSTAMOS É OU NÃO A PESSOA QUE DEUS PREPAROU PARA NÓS?

Enfim, ninguém pode ser verdadeiramente amado, a menos que este amor tenha tudo haver com o amor de Deus por ele e pelas demais pessoas (ver Pv 19.14; 18.22; Lc 12.48; Tg 1.16,17), a saber, com a liberdade (2Co 3.17) que Ele nos dá para amar e receber amor das pessoas que Ele coloca na nossa vida, independente de quem são e das circunstâncias que nos cercam. (Detalhe: Deus traz apenas aqueles que têm algo a receber de Deus através de nós).

Já que é do Senhor que vem a esposa prudente (Pv 19.14), logo a receita para um casamento feliz é aproveitar, enquanto se está só para agradar ao Senhor (1Co 7.32,34 ; 1Jo 3.21,22; 5.14) e, portanto, alcançar o Seu favor (Pv 18.22) e força (Ne 8.10). Vale lembrar que:

Ø  “Não erreis, meus amados irmãos. Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tg 1.16,17);

Só existem duas hipóteses: ou a pessoa com quem se pretende casar tem compromisso com Deus, ou não. Se não tem, tal pessoa se distanciou a verdadeira paz, felicidade e amor (ver Mt 12.30; Ef 2.14; Ne 8.10; 1Jo 4.8,16). Logo, o que imaginas que tal pessoa poderá oferecer, já que a boca fala do que há em abundância no coração (Mt 12.34) e a língua governa o corpo (Tg 3.2)? A bíblia é contundente:

Ø  “O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas as afeições dos ímpios são cruéis.” (Provérbios 12.10);

Ø  “O homem ímpio cava o mal, e nos seus lábios há como que uma fogueira.” (Pv 16.27)

Ø  A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não agrada aos seus olhos.” (Pv 21.10);

Ainda que a pessoa te diga coisas bonitas, o coração dela não está contigo (ver Pv 23.6,7).

Além disto, num país recheado de pornografia por toda parte, como esperar que o marido seja fiel sem o temor de Deus no coração?

Como esperas que as mulheres não seduzam teu marido na tua ausência, sendo que a “escola do mal” (a televisão), através das novelas, tem doutrinado cada uma delas a lutar pela pessoa “amada” com toda a garra? A ordem que impera em nossa sociedade é a de lutar pelo que se deseja, sem medir as consequências, sem se importar se isto vai estraçalhar lares, bem como os corações de muitos.

Mesmo dentro das igrejas, quantas são as pessoas que fazem campanhas, votos e jejuns numa tentativa de “obrigar” Deus a fazer o que eles desejam, sem considerar o prejuízo que pode acarretar na vida de outras pessoas. Por exemplo: querem de Deus um bom emprego, sem pensar se estão aptas para corresponderem às expectativas do patrão e dos clientes. Tampouco se importam se isto fará com que algum pai da família mais necessitado e capacitado continuará desempregado, sem ter o que dar de comer aos filhos.

Querem de Deus a esposa ideal, mas não se preocupam em “comprar” de Deus aquilo que fará deles o homem ideal. Em outras palavras, não querem comprar (Ap 3.18):

1.     Ouro provado no fogo, ou seja, não estão dispostos a se submeterem ao tratamento de Deus que poderia fazer de si alguém puro, santo e, portanto, em perfeitas condições de conduzir sua amada aos braços de Jesus (Tg 1.2-4,12; Rm 5.3,4).

2.     Vestes brancas -> não querem aproveitar as experiências diárias para crescerem no conhecimento de Deus (Os 6.3,6) e se enriquecerem de boas obras (2Pe 1.5-8).

3.     Colírio -> não querem ver as coisas do jeito de Deus (Is 55.8,9). Antes, enxergam apenas aquilo que se coração quer enxergar (Gn 3.5; Fp 3.19). Só cogita das coisas que são dos homens (Mt 16.23).

Para a mulher, a única forma de impedir que o marido seja seduzido por outra é permanecendo junto dele em oração 24 horas, cumprindo a missão que Deus lhe deu de auxiliá-lo na execução da obra para a qual Deus o chamou (ver Gn 2.18; At 13.2).

Se queres manter o ter lar de pé, entregue por completo tua vida ao Senhor Jesus, fique junto a teu marido, amando-o 24 horas, “digerindo” na vida dele cada princípio da palavra de Deus (ver Ap 10.9,20 – é no corpo que está o sistema digestivo – Ez 2.8-10; 3.1-3).

A boa pessoa não é aquela que busca o melhor “para nós”, mas sim busca o melhor “de nós”. Trata-se daquela cuja simples presença desperta aquilo que há de melhor em nós. Em outras palavras, faz brotar em nós o desejo de sermos pessoas melhores. A beleza e eficácia do caráter de Jesus na vida dela nos faz ansiar pela presença contínua do Espírito Santo na nossa vida.

Todavia, mesmo que a pessoa que escolhemos como futuro cônjuge tenha compromisso com Jesus, há outra coisa a ser analisada: até que ponto temos condições de amar e fazer alguém feliz? Ninguém pode dar o que não possui (ver Rm 3.9-18). Se estamos carentes, com certeza iremos colocar nossa felicidade nas mãos de outra pessoa, o que trará maldição e engano para nossa vida (Jr 17.5,9). Como alguém só pode colher o que semeou (Gl 6.7-9), primeiro busquemos em Deus limpar nosso coração e enchê-lo com coisas boas. Só então teremos condições de semear o futuro próspero e repleto de vida que tanto desejamos colher.

Que Jesus lhe abençoe.

Leonardo.

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