27 - A DIFERENÇA ENTRE O AMOR VERDADEIRO E O FALSO: A LIÇÃO DO DIAMANTE, DA ZIRCONITA E DO CRISTAL
A DIFERENÇA ENTRE O AMOR VERDADEIRO E O FALSO: A LIÇÃO DO
DIAMANTE, DA ZIRCONITA E DO CRISTAL
1 - INTRODUÇÃO
Graça e paz no Senhor Jesus Cristo.
Tenho observado que são inúmeras as
pessoas que estão com problemas na área sentimental. Quando crianças, gostaram
tanto daquela cantiga “ciranda cirandinha”, que querem continuar cirandando e
dando meias voltas (indo e retrocedendo).
Ou seja, quando sós, querem casar; tão logo casam, o anel de noivado, que era
de vidro, se quebra (porque o “amor” que tinham um pelo outro era pouco e, por
isto, se acabou) e decidem dar meia volta
divorciando.
Como não aguentam a solidão, decidem
casar de novo. Contudo, como este amor é firmado nas ilusões que se cria em
torno da pessoa desejada, quando se deparam com aquilo que ela realmente é,
este “amor”, que é como o orvalho da madrugada, cedo passa (Os 6.4) e novamente se separam. Resultado: ficam cirandando com
o diabo, ferindo o próprio coração e o da pessoa em cuja vida quis entrar.
Cumpre-se o que Jesus havia predito que
haveria de acontecer em nossos dias: que as pessoas dedicariam suas vidas a
casar e ficar se dando em casamento (Lc 17.26,27), tal como a samaritana de João 4.
Existe muita informação errada a
respeito de como escolher a pessoa certa, bem como a finalidade do casamento.
Por isto as pessoas ficam mercantilizando (Os 8.9 – fazendo acordos para
“tentarem” a vida juntos) e se abrasando em
amores (1Co 7.9), indo “furiosamente”
atrás de amantes (Jo 50.38 – lamentavelmente, em muitos casos, embora
marido e mulher sejam reconhecidos como casados diante da lei, vivem, na
verdade, como amantes – como se dá com a Grande Babilônia – Ap 18.3). Fora aqueles que ficam cobiçando mulher ou homem casado
(Jr 5.8) e nem sentem
vergonha em virtude de tal comportamento. Pelo contrário: até ostentam isto (Is 3.9).
Espero que este artigo possa falar-lhe
ao coração e servir de ferramenta para ajudar pessoas a ficarem livres deste
sentimento mais cruel que a morte: o amor falso.
2 – OS TRÊS TIPOS DE
“AMOR”
Há três tipos de amor: um verdadeiro e
dois falsos (os quais eu fiz questão de colocar entre aspas).
1 – Amor Diamante
É o amor verdadeiro, resultado da
habitação do Espírito Santo em nós. Trata-se de ter O Amor (1Jo 4.8,16) e A Verdade (Jo 14.6) presentes no nosso coração, nos conduzindo a viver a
Palavra de Deus na vida de cada pessoa que Jesus traz até nós e deixando que
Ele viva Sua Palavra em nós através delas.
Este é o amor que realmente nos
satisfaz, o qual, por ser mais forte do que a morte (Ct
8.6,7), nunca falha (1Co
13.8). É o amor que não murcha, mesmo diante
das maiores tentações, por ser preservado pelo próprio Deus (2Pe 2.9;
Jd 24; 1Pe 1.4).
Ninguém é capaz de corromper este amor.
Pelo contrário: por onde quer que passa, vidas vão sendo transformadas e
renovadas (Dt 28.3,6; Ez 47.8,9),
a começar por aqueles que mais querem causar um rombo na nossa vida.
Muitos, infelizmente, por acharem
difícil encontrar e manter este amor, acabam se conformando com as imitações
baratas do diabo (que não exigem a renúncia de Lc 9.23), mesmo sabendo que serão poucos os momentos de
felicidade e que hão de padecer angústias na carne (1Co
7.28).
2 – “Amor” Zirconita
Trata-se de uma pedra tão parecida com o
diamante que os peritos, para conseguirem diferenciar uma da outra, necessitam
de um aparelho especial para não serem enganados. Logo, com certeza, é uma
pedra bonita, brilhante e resistente. Porém, tem pouco valor.
É o “amor” que se vê nos filmes e
romances, onde um foi feito para o outro, onde um faz de tudo para ficar com o
outro e terminam felizes para sempre. Trata-se de um amor carnal o qual, embora
falso, encanta a muitos devido ao baixo padrão do mundo. Como o amor tem se
esfriado de quase todos (Mt 24.12), não é de se admirar
que muitos fiquem fascinados e criem inúmeras fantasias em torno disto.
Daí o alto consumo de material erótico e
pornográfico que iludem as pessoas com a falsa ideia de que o prazer sexual é
infinitamente mais do que podemos imaginar e que a atração sexual é tão intensa
que é capaz de fazer a pessoa ficar rastejando aos nossos pés.
Contudo, trata-se de uma mentira do
diabo para destruir os casamentos. Entendendo que o cérebro passa a considerar
comum aquilo que se repete, uma mentira contada muitas vezes, acaba sendo
considerada verdade pelas pessoas. Após ler ou ver muitos romances, a pessoa passa
a crer na real possibilidade dos mesmos e, no que ela não enxerga nada disto em
seu lar, fica desiludida, se sente traída e acaba desistindo do seu lar. Quando
o mesmo não termina em divórcio, cada um fica enclausurado em uma rotina
monótona e sem sentido.
A
verdade é que Deus fez o homem para glória Sua (1Co 11.7) e a mulher para auxiliá-lo nesta missão que Deus lhe
confiou (1Co 11.9). Em outras palavras,
o homem não foi feito para a mulher, mas a mulher para o homem e o homem para
Deus.
3 – “Amor” Cristal
Embora seja bonito, é extremamente
frágil e sem valor, exigindo um enorme esforço para ser mantido de pé. Como
Deus abala as coisas abaláveis (Hb 12.25-27),
Ele irá enviar o fogo (1Co 3.15) e a tempestade (Mt
7.24-27) para provar a obra de cada
um (Mt 7.24-27; 1Co 3.12-15) e
será grande a ruína caso tenha sido usado o fundamento ou o material errado.
Este é o tipo de “amor” que se vê
normalmente no mundo e, lamentavelmente, dentro das igrejas. Cada um tenta
criar o seu mundinho, o seu jardim do Éden, aquele lugar do planeta em que se
pode reinar livremente, fazer o que quiser e ter somente aquilo que lhe convém.
Trata-se de um mundo falso, mas que a pessoa quer, com todas as forças, crer é
que verdade. E ai daquele que ousar ameaçar as suas convicções (ver Is
30.9-11; 2Tm 4.3-5; Jr 5.30,31).
A realidade sem Jesus é tão cruel que a
pessoa prefere viver no engano do seu coração (ver Gn 3.6). Prefere ser escravo na Babilônia a ser livre em
Jerusalém (note como, em Ed 1.2-4 Ciro permite os judeus voltarem à
sua pátria, mas somente uma pequena parcela aceitou esta liberdade (daí a
exortação de Zc 2.6,7)).
Em outras palavras, a pessoa, ao invés
de buscar em Jesus a cura para as feridas e carências do coração, prefere
escolher um tipo de vício para fugir do mundo real: drogas, músicas, festas,
jogo e, em particular, o lar.
Sei que isto soa esquisito. Como pode o
lar ser um vício? Acontece que este estilo de vida, voltado para a família e
aos amigos mais chegados, é egoísta e completamente contra o plano original de
Deus. Desde o Éden (Gn 1.28) a ordem de Deus era
espalhar o evangelho por toda a terra (Mt 28.18-20; Mc 16.15) a fim de que esta se enchesse do conhecimento da glória
do Senhor (Is 11.9; Hc 2.14).
Quando alguém pensou em manter as pessoas ao redor de si, tudo acabou em uma
enorme confusão (Gn 11.4,9)
porque a ordem de Deus não é para criarmos raízes num lugar, mas peregrinarmos
por este mundo (1Pe 2.11; Hb 11.8-10; 13-16), sendo levados pelo Espírito Santo (Jo 3.8;
Rm 8.14) para resgatar o que se
perdeu (Mt 9.12,13; Lc 15.6,9,24,32).
Temos que investir na família, sim!
Contudo, jamais devemos assim proceder pensando em reter conosco aqueles de
quem gostamos (Lc 14.12-14).
Tampouco em querer resumir nosso ciclo de amizade a eles. Antes, nosso papel é
enchê-los do amor e conhecimento de Deus a fim de que possam ser apresentados a
Jesus (2Co 11.2) para toda boa obra (2Tm
2.19-21) e, com isto, serem
diferença na vida de todos com quem tiverem contato (Ez
47.8,9; Mt 5.13-16).
3 – ÀQUELES QUE QUEREM CASAR PARA SE LIVRAREM DA SOLIDÃO – sacia a tua alma
com aqueles que Deus já colocou na tua vida
Estas imitações baratas do amor de Deus
são a condenação de todos aqueles que se recusam a aceitar a luz da Palavra de
Deus em suas vidas (Jo 3.19-21).
Trata-se de um lar construído na areia (Mt 7.24-27) que mais cedo ou mais tarde virá abaixo, sendo grande a
ruína. E quanto mais tempo demora para vir abaixo, maior o prejuízo.
É bom lembrar que o pecado é doce quando
está na boca. Quando, porém, desce para o ventre, se torna em fel de áspide (Jó
20.14).
O maior erro que alguém pode cometer é o
de achar que o amor de Jesus é mera utopia e se conformar a viver um romance
estritamente carnal para tentar acalmar o apetite sexual ou a carência afetiva
que se alojou na alma por ter desprezado todos que, de alguma forma, pareciam
ser um incômodo.
Muitos se queixam de solidão. Todavia,
aos tais eu pergunto: como está a qualidade dos relacionamentos que Deus já
colocou na tua vida (pais, avós, irmãos, filhos, etc)? Não pense que eles precisam apenas daquilo que você
pode lhes dar ou fazer por eles. Eles precisam também do seu carinho, atenção,
abraço, etc.
Pode ter certeza: Deus te pôs na vida
deles porque precisam de ti em pessoa. A sua presença ou ausência faz diferença
na vida deles.
Talvez tu digas: eu me relaciono bem com
minha família. Isto do teu ponto de vista. E do ponto de vista deles? Será que
eles se sentem amados por ti? Se alguém chegasse até um dos teus familiares e
perguntasse se tu o amas, o que será que eles responderiam?
Muitos tentam se justificar procurando
encontrar defeitos nos familiares. Todavia, mesmo no caso de traição, é preciso
que fique claro: embora não haja justificativa para o pecado, muitas vezes nós
damos ocasião para as pessoas tropeçarem e caírem. E não pense que a culpa é só
deles. Veja a repreensão severa de Jesus:
·
“Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em
mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se
submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque
é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo
vem!” (Mt 18.6,7).
Logo, chega de arrumarmos desculpa para
nos afastarmos daqueles que Jesus usou para presentear a nossa alma. Ao invés
de nos mergulharmos na depressão, sentindo pena de nós mesmos com aquele
sentimento “ninguém me quer, ninguém me ama, ninguém gosta de mim”, ao invés de
irmos em busca de amigos virtuais ou de um novo romance, seja fiel a estas joias
preciosas” que Deus já colocou na tua vida e volte a trabalhar na construção
destes relacionamentos.
Pense: se temos dificuldade em trabalhar
os relacionamentos que Deus já colocou na nossa vida, se não estamos dando
conta de satisfazê-los, fazer novas amizades só irá comprometer as que já
possuímos. No final, os amigos verdadeiros ficarão feridos com o nosso descaso
e os novos não nos darão valor por não conseguirem encontrar em nós aquilo de
que eles tanto necessitam.
Além disto, se não conseguimos manter um
bom relacionamento nem com aqueles que tanto se importam conosco, que têm o
nosso sangue e até saíram de dentro de nós (como os filhos, por exemplo), o que nos faz pensar que seremos capazes de ter um bom
relacionamento com os estranhos que nada têm em nós?
É bom lembrar que uma amizade não se
constrói do dia para a noite. É como uma planta que necessita ser regada dia a
dia para não morrer e se tornar um relacionamento fútil, passageiro,
superficial e, até mesmo, religioso (baseado apenas em regras e mais
regras a serem cumpridas (Is 28.10,13), algo meramente formal e sem graça).
A menos que creias e concordes em
receber, na tua vida, o amor de Jesus por cada pessoa que Ele quiser manifestar
Seu amor através de ti, virás a ser vítima da própria maldade que se instalou
no teu coração (ver Rm 1.24,26,28-31).
Isto pode parecer ofensa, mas estou apenas citando a bíblia:
·
“E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só,
que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.” (Mateus 19.17);
·
“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da
carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jeremias 17.5);
·
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso;
quem o conhecerá?” (Jeremias 17.5);
·
“Os seus pés correm para o mal, e se apressam para derramarem o
sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; destruição
e quebrantamento há nas suas estradas. Não conhecem o caminho da paz, nem há
justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; todo aquele que
anda por elas não tem conhecimento da paz.” (Isaías 59.7,8);
·
“Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já
dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do
pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que
entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente
se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é
um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de
áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e
amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há
destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus
diante de seus olhos.” (Romanos 3,9-18).
Veja o esgoto espiritual que, a
princípio, está enraizado em nossa natureza adâmica.
Diante disto, não há o que discutir: sem
Jesus, teu lar irá desmoronar, ainda que demore um, cinco, dez, vinte ou
trinta anos.
4 – NAMORO NÃO É DE DEUS
Deus nunca autorizou o namoro! Observe,
por exemplo, como eram os relacionamentos nos tempos bíblicos:
Ø “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua
mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do
Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar,
intentou deixá-la secretamente.” (Mt 2.18,19).
Não havia namoro. Quando duas pessoas pensavam
em se casar, elas já assumiam o compromisso de noivado e eram considerados
desposados, embora sem nenhum contato
físico. A ideia é que tanto o rapaz, quanto a moça e os pais de ambos
buscassem em Deus saber se realmente aquela união era o plano original de Deus
para a vida deles. Quando Deus confirmava Sua palavra, então casavam.
Você pode pensar: “mas hoje os tempos
mudaram”. Os tempos podem ter mudado (sabemos que o anticristo iria fazer
isto – Dn 7.25), mas a Palavra de Deus
subsiste eternamente (1Pe 1.25; Mt 5.17-19) e
Deus NÃO MUDA (Ml 3.6; Hb 13.8)!
Achas certo as pessoas saírem por aí “testando o sexo” umas das outras, como se
elas não passassem de meros objetos sexuais para conquistas de novas
experiências e emoções? (desculpe a expressão, mas a ideia é chocar as pessoas com
a grandeza da imundície e torpeza que está por traz deste costume tão
banalizado pela nossa cultura pagã e promíscua – Ef 5.12).
Pense: como você se sentiria se alguém
usasse e abusasse de você, mexesse com teus sentimentos e depois te jogasse
fora no lixo como se faz com as camisinhas que, depois de usadas, são
descartadas como algo nojento e sem valor?
Ninguém tem o direito de sair por aí
seduzindo pessoas, manipulando os sentimentos delas a seu bel-prazer, só para
satisfazer uma curiosidade ou desejo seu. Tu achas que Deus irá permitir que
fique por isto mesmo? NÃO VAI! Deus não faz acepção de pessoas (Jó
34.19; Na 1.3; Cl 3.25). Esta pessoa, com
quem se está a fazer um teste, é alguém tão amado por Deus que Ele foi capaz de
dar o único Filho só para salvar a vida dela (Jo 3.16). O amor verdadeiro não faz mal ao próximo (Rm
13.10). Jamais Deus irá nos fazer
feliz se, para isto, alguém tiver que sofrer.
Aqueles que desejam namorar podem
questionar: “mas eu não estou fazendo isto por diversão! Eu realmente quero
compromisso sério”. Todavia, e se não der certo? É correto chegar até à pessoa
e dizer: “sinto muito, não deu!”? E como fica o coração dela? É justo despertar
o amor no coração de alguém (contrariando Ct 2.7; 3.5; 8.4), fazer sua alma se encher de esperança, fazê-la se
sentir importante e, depois, sair de fininho como se nada tivesse acontecido?
É bom lembrar que sentimento não se
controla. A prova disto é a dificuldade de se fazer dieta. A pessoa prefere
comer o que não presta, mesmo sabendo que isto poderá lhe causar diabete,
derrame, infarto, etc. Ou seja, uma vez que o coração teu ou da outra pessoa se
acostuma ou passa a gostar de algo, dificilmente conseguirá mudar seu gosto.
Uma pessoa viciada, por exemplo, pode até ser capaz de obter o controle sobre o
vício, mas terá sempre que lutar contra aquela sensação que o vício lhe
proporcionava.
De igual modo, ao namorar, a sensação
dos bons momentos sempre estarão presentes na vida de ambos e irão interferir
nos futuros relacionamentos. Por que você acha que muitos casamentos dão
errado? Porque, no namoro, cada um se sacrifica, faz de tudo para convecer a
outra do quão importante ela é. O problema é que ninguém consegue manter este
padrão 24 horas. Infelizmente, a parte sentimental de cada um tende a se
acostumar a ser tratada deste modo e, quando percebe no dia a dia que aquilo
era apenas momentâneo, se sentem enganados, sozinhos, dando lugar às
“briguinhas” que se transformam em brigas cada vez maiores até terminar em adultério,
divórcio ou um relacionamento chocho.
5 – CONSEQUÊNCIAS DO NAMORO
Logo, antes de entrarmos em um
relacionamento, devemos pensar: até que ponto estamos dispostos a aceitar o
compromisso de Deus pela pessoa e ser bênção na vida dela? É impossível se
aproximar de alguém sem, de alguma forma, mexer com os sentimentos daquela
pessoa. A partir do instante em que decidimos namorar alguém, é despertado
dentro dela uma expectativa que pode machucar a pessoa por dentro ou deixar
marcas permanentes. E pode crer: como Deus não tem o culpado por inocente (Na 1.3), com certeza irás colher isto.
·
“Porventura tomará alguém fogo no seu seio, sem que
suas vestes se queimem?” (Pv 6.27).
Já parou para pensar que a origem de
todo o mal, na nossa vida, vem justamente do nosso desejo egoísta? Queremos
tanto que o mundo gire em torno de nós que, quando encontramos alguém que faz
parecer ser isto verdade, logo ficamos apaixonados por ele.
Sei que pode ser atraente a ideia de
estar perto de alguém que nos faça sentirmos importantes, o centro das
atenções, como se tudo no mundo tivesse sido feito só para satisfazer a nossa
cobiça e luxúria. Todavia, é exatamente isto que serve para prender a pessoa (Pv
26.28; 29.5; 1Tm 6.9-12) no egoísmo,
deixando-a inútil e incapaz de fazer algo bom, a menos que seja forçada pelo
medo (ver Lc 17.7-10).
Misericórdia! É preciso medo para se
fazer o que é justo e reto aos olhos de Deus? É assim que pretendemos passar os
restantes dos dias que nos restam neste planeta: sempre atemorizado pelas
coisas que sobrevirão ao mundo (Lc 21.25-28) e
pelo medo de sermos punidos ao tentarmos suprir, de forma maligna, a carência
que se alojou no nosso coração e que tanto nos atormenta?
E o pior é que o pecado nos cega de tal
forma que passamos a ter uma visão distorcida da realidade:
·
Passamos a chamar de
amigos aqueles que nos apoiam em nossas aventuras e extravagâncias amorosas e
inimigos aqueles que nos advertem, pensando em nosso bem-estar, a fim de que
não precisemos receber o salário do pecado, a saber, a morte (Rm 6.23);
·
Vamos desprezando,
maltratando, pisando e deixando de lado os diamantes que Deus nos deu para
correr desenfreada e obstinadamente após os cristais que nada mais fazem senão
dilacerar e golpear ainda mais o nosso coração tão ferido (Ef
4.17-19).
Não conseguimos enxergar outra coisa,
senão nossos desejos.
Sem contar que o amor falso, seja o 2 ou
o 3, é egoísta e sempre cobra e exige do outro (daí o ciúme). É um regime de escravidão (ver Ec
7.29; Pv 22.14; 23.27,28), onde cada um tenta
prender o outro com os seus “encantos” (veja, por exemplo, Pv 7.21-23; 6.25). Veja o caso da mulher samaritana de Jo 4.5. Ela havia
tido 5 maridos e estava tentando, sem sucesso, a felicidade ao lado de uma
sexta pessoa (Jo 4.18). Se Jesus não lhe dirigisse
a palavra, ela acabaria os seus dias infeliz, sem nunca ter experimentado o
verdadeiro amor (Jo 4.29).
Ela não era capaz de enxergar que o
cansaço na alma dela não era por causa das tarefas diárias, mas por estar
desprovida da capacidade de amar verdadeiramente (ver Rm 7.13-21). Sem o Amor, a vida se torna vazia, sem qualquer razão
de ser. E quando o amor diminui, o serviço aumenta e a vida se torna um enfado.
Não vale mais a pena viver (Ec 8,19).
E não se engane! Um único contato sexual
é suficiente para fazer dos dois um só corpo (1Co 6.15,16). Logo, quando a bíblia diz para guardar o coração (Pv 4.23), pode levar a sério, pois, a cada contato sexual, parte
daquilo que tu és irá para a outra pessoa (seus gestos, carinhos, palavras,
toques, beijos, etc) e parte dela virá
para ti. Agora imagine que confusão se instala na tua alma quando relacionas
com um, com outro e outro, e assim por diante.
Não deixe que ninguém te roube de ti
mesmo! Deus não te fez e te comprou com Seu sangue para seres escravo de homens
(1Co 7.23).
Nosso cérebro é constituído de neurônios
cujas terminações nervosas se unem para captar tudo que vemos, ouvimos,
sentimos e experimentamos, de modo que isto passa a fazer parte de nós. Em
outras palavras, não somos mais a mesma pessoa após termos contato com algo. A
prova disto pode ser vista em (Ez 19.5,6).
Por isto a bíblia exorta a nos
afastarmos de toda má conversação (1Co 15.33) e de toda a aparência do mal (Sl
1.1,2; Is 52.11 ; 2Co 6.14-18; 1Ts 5.22): para
não dar ocasião à nossa carne (Gl 5.13), nem lugar ao diabo (Ef 4.27).
A nossa alma funciona como um adesivo de
boa qualidade, projetado para permanecer grudado em um único lugar apenas.
Experimente arrancar um adesivo. Da primeira vez será impossível tirá-lo sem
danificá-lo. Porém, ao pregar ele em outro lugar, a união não será tão perfeita
como da primeira vez, ficando bem mais fácil removê-lo. E, se tu decidires
tirar e pregar, tirar e pregar, por fim o adesivo não se fixará em mais nada.
Deus assim projetou a fim de unir rapaz
e moça em Cristo (Deus usa o próximo para nos unir a Ele) com tal intensidade que um não fosse mais capaz de ficar
longe do outro. A ideia é que eles sentissem uma falta tão grande um do outro
que se dispusessem a lutar contra todas as limitações e defeitos um do outro a
fim de, com isto, crescerem juntos na fé.
Logo, se relacionas com um, depois
separa, relaciona com outro, depois separa, por fim não conseguirás ser feliz
ao lado de ninguém, pois tua alma estará repleta de experiências agradáveis,
porém superficiais e incompletas. Tornar-te-ás uma pessoa emocionalmente
desequilibrada, instável, infeliz e insatisfeita consigo mesma e com os outros.
E isto não é tudo: como um abismo chama
outro abismo (Sl 42.7), a tendência da pessoa
é sempre ir complicando ainda mais a sua vida. Seus relacionamentos vão
piorando cada vez mais em qualidade.
Isto porque, a cada relacionamento
frustrado, a pessoa vai ficando mais melindrosa. O medo de sofrer novamente, a
leva a ficar retraída e a tratar os outros com desconfiança e superficialidade (sem se
entregar à pessoa amada). Isto gera ciúme em
ambas as partes e o resultado é exatamente o que Jó experimentou em sua vida:
·
“Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me
aconteceu. Nunca estive tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre
mim a perturbação. (Jó 3.25,26).
Ou seja, o medo de sofrer nova rejeição
ou abandono acaba se tornando realidade.
E não para por aí! A cada trauma ou decepção,
a alma vai sendo inundada com ressentimento e, obviamente, com tanta amargura,
ódio, etc. alojado no coração, só aceitará fazer parte de sua vida quem está no
mesmo nível (ou abaixo)
de degradação moral e espiritual.
E, como para o faminto todo amargo é
doce (Pv 27.7), após tantas
frustrações, a tendência da pessoa é acabar se conformando em ter tais pessoas
no seu ciclo de amizades e namoro.
Entenda: as pessoas vão, no decorrer da
vida, construindo dentro de si, uma enorme fortaleza de maus pensamentos,
constituída dos tijolos que lhes vêm às mãos com as experiências que tanto
traumatizam a alma. Resultado: ficam inchadas e pesadas por dentro (ver Mt
11.28). A vida lhes parece um
fardo pesado, algo enfadonho e sem proveito (Ec 1.8,13,14).
Em outras palavras, com tais pensamentos
no seu coração, os sentidos da pessoa ficam corrompidos (2Co
3.14; 11.3), o que leva a pessoa a
andar em trevas (veja I João 2.9-11; 3.10,14; Mt 6.22,23) e, quem anda em trevas, nunca sabe para onde deva ir (1Jo
2.11). Não pensa em ninguém e em nada além de
suprir sua carência afetiva, mesmo sabendo que, no final, acabará sendo
novamente rejeitado.
Como cada um colhe o que semeou (Gl
6.7-9) e o bem o mal estão no
poder da língua (Pv 18.21; Mt 12.34),
logo, o futuro de cada um será a concretização daquilo que há no seu interior,
seja para bem (Pv 11.18,31; Jo 4.14; 7.37-39) ou para mal (Pv 5.22; 12.13,21; 15.6; 21.7;
24.16). Não é à toa que a bíblia
se refere a nós como sendo vasos (Rm 9.21-23): afinal, a qualidade dos nossos relacionamentos
dependerá daquilo que depositarmos no interior de cada pessoa. Como fonte da
água amarga não pode jorrar água doce (Tg 3.10-12) nem árvore má dar bom fruto (Jr
13.23; Mt 7.15-20), logo o que uma pessoa com
coração sujo irá colher é a maldade que, fatalmente, irá depositar em cada
coração.
Logo, quem pensa em se relacionar com
alguém, primeiro busque em Jesus limpar seu coração. Só então poderá ser bênção
na vida da pessoa amada e colher isto de volta.
Tu podes achar que estou exagerando. Contudo,
um coração carente, fica desatento e se abre facilmente para a entrada de um
relacionamento nocivo que invade seu ser, faz o bem quer e depois lhe descarta
como um produto inútil, sem qualquer valor. E o pior é que, como o coração se
acostuma com aquilo que é agradável à carne, o rompimento lhe rasga por dentro
e, o medo de ser ferido novamente, induz a pessoa, aos poucos, a se fechar
dentro do seu egoísmo, até nada restar senão o vazio frio da depressão,
nostalgia e solidão.
6 – COMO DESCOBRIR A PESSOA CERTA, AQUELA QUE DEUS PROJETOU ESPECIALMENTE
PARA QUE NOSSA VIDA PASSE A TER MELHOR UTILIDADE?
Tu podes me questionar: mas então, como
saber se é possível o relacionamento dar certo sem namorar? Buscando ouvir a
voz de Deus. Pode ter certeza de que, se realmente quisermos agradar a
Deus, Ele jamais permitirá que sejas enganado (Rm 10.11) e te revelará tudo o que está oculto (Jr 33.3). Nunca julgue que achou a pessoa certa antes que Deus
traga à plena luz o que realmente existe no coração dela (Lc 12.2,3;
Mt 10.26; Mc 4.22; Lc 8.17).
Além disto, em que havemos de basear as
nossas escolhas? Naquilo que sentimos, enxergamos (ou
queremos enxergar) na pessoa desejada? Naquilo
que queremos acreditar ser verdade? Acaso crês que tais mentiras e enganos irão
se tornar verdade só porque assim desejamos (ver Is 30.9-11; Jr 5.30,31; 2Tm
4.3-4)? Lembre-se que nosso
coração é enganoso e mau (Jr 17.9) e que maldito é o
homem que confia no homem (Jr 17.5 – isto inclui a nós mesmos). Sem contar que nossos caminhos são de morte (Pv
14.12; 16.25; Pv 1.16; (Is 59.7,8; Rm 3.15-17),
enquanto que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2
).
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