RELAÇÃO ENTRE A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS E O SÁBADO
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“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque
não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio
Pai, fazendo-se igual a Deus.” (Jo 5.18).
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“Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não
guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais
sinais? E havia dissensão entre eles.” (Jo 9.16).
Note como a
Escritura Sagrada afirma claramente que Jesus não guardava o sábado, sendo este
um dos motivos para Ele ter sido crucificado. Em várias situações vemos isto
acontecendo. Contudo, os defensores (adoradores) do sétimo dia deturpam a
Escritura Sagrada dizendo que Jesus nunca violou o sábado.
Para tanto, alegam
duas coisas:
1º - Que Jesus veio obedecer a lei (Mt
5.17). Se você, contudo, observar atentamente
o trecho, verá que Jesus veio para “cumprir”, e não “obedecer”. Para ser mais
exato, Jesus veio para ser o cumprimento de toda a lei e das profecias (ele começou a fazer isto na Sua
primeira vinda e terminará na Sua segunda vinda);
2º - Que os fariseus estavam cumprindo o
sábado da forma errada e que Jesus tão somente veio corrigir os exageros
ensinados e exigidos por eles. Isto não é verdade! Em todas as vezes os
fariseus estavam certos.
Para
entendermos isto, analisemos alguns casos.
1º CASO:
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“Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus
discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus,
vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito
fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi,
quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e
comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele
estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os
sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos
digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que
significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.
Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor.” (Mt 12.1-8).
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“E aconteceu que, no sábado segundo-primeiro, passou pelas searas,
e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as
comiam. E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito
fazer nos sábados? E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lestes o que fez
Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de
Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam
com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes? E dizia-lhes: O
Filho do homem é Senhor até do sábado.” (Lucas
6.1-5).
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“E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus
discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhe disseram:
Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito? Mas ele disse-lhes: Nunca
lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que
com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar,
sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer
senão aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam? E disse-lhes: O
sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o
Filho do homem até do sábado é Senhor.” (Mc
2.23-28).
Note como
Jesus, implicitamente, mostra que os fariseus realmente estavam certos e que o
sábado estava sendo violado (assim como no caso da circuncisão era necessário violar o
sábado, naquele momento fazia-se necessário violar o sábado, já que os
discípulos precisavam comer).
Que era uma
violação da lei, isto pode ser visto em:
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“E aconteceu que ao sexto dia colheram pão em dobro, dois ômeres para cada um; e todos os príncipes da congregação
vieram, e contaram-no a Moisés. E ele disse-lhes: Isto é o que o SENHOR tem
dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do SENHOR; o que quiserdes cozer no
forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que
sobejar, guardai para vós até amanhã.” (Êx 16.22,23).
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“Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem
apanhando lenha no dia de sábado. E os que o acharam apanhando lenha o
trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação. E o puseram em guarda;
porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Disse, pois, o
SENHOR a Moisés: Certamente morrerá aquele homem; toda a congregação o apedrejará
fora do arraial.” (Nm 15.32)
Note que
ninguém podia colher ou cozinhar no dia de sábado, muito menos apanhar lenha.
Além disso,
analise a comparação que Jesus fez com o fato de Davi ter comido dos pães da
proposição. Davi estava errado. No entanto, Jesus fez questão de citar Davi
porque os judeus tinham uma admiração muito grande por Davi. Tanto que eles
esperavam um Messias que fosse como Davi. No entanto, Jesus estava mostrando
que o Davi que eles tanto idolatravam não era um modelo de perfeição (assim como eles também não eram).
Logo, os
fariseus estavam certos no que diziam.
Assim, o que
Jesus estava fazendo era criticando a hipocrisia dos fariseus de exaltarem
alguém que cometeu tamanho sacrilégio, mas condenarem Ele e seus discípulos por
algo semelhante.
Então quer
dizer que Jesus e os apóstolos pecaram? Não! É bom lembrar que, embora a nação
de Israel como um todo ainda estivesse debaixo do Testamento da Lei, a Aliança
da Graça estava disponível àqueles que conseguiam enxergar que a lei foi feita
para o homem, e não o homem para a lei. Quem percebia que a finalidade da lei
era conduzir o indivíduo ao Eterno (Rm 10.4),
era capaz de ser habitado pelo Espírito Santo (um exemplo disto é Josué – Nm
27.18).
Ou seja, embora
a nação de Israel estivesse sujeita ao Testamento da Lei até a morte de Cristo,
os discípulos estavam debaixo do Favor do Eterno. Afinal, o que é ser guiado
pelo Favor do Eterno? Não é ser guiado pessoalmente por Cristo?
Além do mais,
lembre-se que o sábado (assim como toda lei) foi feito em
benefício do homem, a fim de que o mesmo tivesse um dia em que pudesse se
dedicar plenamente ao Eterno. Considerando que tal dedicação se cumpria na vida
dos discípulos o tempo todo, então eles não estavam em desobediência.
2º CASO
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“E aconteceu também noutro sábado, que entrou na sinagoga, e estava
ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas
e fariseus observavam-no, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar.
Mas ele bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha a mão
mirrada: Levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé.
Então Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados
fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E, olhando para todos em
redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi
restituída sã como a outra.” (Lc 6.6-10).
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“E, partindo dali, chegou à sinagoga deles. E, estava ali um homem
que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram,
dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes disse: Qual dentre vós será
o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão
dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É,
por conseqüência, lícito fazer bem nos sábados.” (Mt 12.9-12).
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“Aconteceu num sábado que, entrando ele em casa de um dos
principais dos fariseus para comer pão, eles o estavam observando. E eis que
estava ali diante dele um certo homem hidrópico. E Jesus, tomando a palavra,
falou aos doutores da lei, e aos fariseus, dizendo: É lícito curar no sábado?
Eles, porém, calaram-se. E, tomando-o, o curou e despediu. E disse-lhes: Qual
será de vós o que, caindo-lhe num poço, em dia de sábado, o jumento ou o boi, o
não tire logo? E nada lhe podiam replicar sobre isto.” (Lc 14.1-6).
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“Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou
com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (
que significa o Enviado
). Foi, pois, e
lavou-se, e voltou vendo. E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu
os olhos. Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e
ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo. Então alguns dos
fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado.
Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão
entre eles.” (Jo 9.6,7,14-16).
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“Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele
homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado.
Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é
lícito levar o leito. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio
disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te
disse: Toma o teu leito, e anda? E aquele homem foi, e anunciou aos judeus que
Jesus era o que o curara. E por esta causa os judeus perseguiram a Jesus, e
procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado. E Jesus lhes respondeu:
Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (Jo 5.8-12,15-17)
Mais uma vez os
fariseus estavam certos. Afinal, curar lembra a função de um médico. E
considerando que havia seis dias na semana para realizar a cura de alguém, por
que tinha que ser no dia de sábado? Isto poderia servir de desculpa para um
médico querer trabalhar.
No entanto, a
cura de Jesus tinha algo especial. Era efetuada diretamente pelo próprio
Eterno. Em outras palavras, considerando que o sábado era para o ser humano se
aproximar do Eterno, quer forma melhor do que ser usado por Ele para curar e
salvar alguém?
Além disso, o
que o Eterno chama de descanso (Gn 2.1,2)
é poder mostrar-se forte na nossa vida (2Cr 16.9) e, assim, não ter
que se cansar com nossas iniquidades (Is 43.24).
Por isto é que Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo
5.17). Ou seja, não era Jesus por Si mesmo que
estava a fazer as obras, mas sim o Espírito do Eterno. Logo, o trabalho de
Jesus no sábado era, afinal, o trabalho do Eterno por meio Dele, ou seja,
resultado da perfeita comunhão de Jesus com o Eterno, cumprindo perfeitamente a
finalidade do sábado.
Além disto, a
censura de Jesus aos fariseus era pela hipocrisia deles em não aceitar que um
ser humano fosse curado ou salvo, sendo que eles, em dia de sábado, tinham a
capacidade de salvar sua ovelha, jumento ou boi caso ela caísse na cova.
Não só isto!
Eles tinham a capacidade até mesmo de desprender da manjedoura seu jumento ou
boi a fim de levá-lo para beber.
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“E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre
da tua enfermidade. E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e
glorificava a Deus. E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado
porque Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é mister
trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia de sábado.
Respondeu-lhe, porém, o Senhor, e disse: Hipócrita, no sábado não desprende
da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, e não o leva a beber? E
não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a
qual há dezoito anos Satanás tinha presa? E, dizendo ele isto, todos os seus
adversários ficaram envergonhados, e todo o povo se alegrava por todas as
coisas gloriosas que eram feitas por ele.” (Lc 13.12-17).
Enfim, o que
Jesus estava mostrando é que, quando estamos sendo guiados por Ele
pessoalmente, estamos vivendo o sábado e sendo fonte de cura, vida e alimento
por onde passamos. Ao invés de dar esmola ao Eterno dando-lhe um dia teu na
semana, oferte a Ele cada segundo teu.
Ao invés de
ficar cumprindo mandamentos isolados (e desobedecendo os dois mandamentos de Jesus, fazendo
os outros sofrer com suas criticas, castigos e heresias),
ande com o Eterno e viva o amor em toda a sua plenitude.
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