Como os 2 mandamentos de Cristo operam a salvação
Dele em nós?
Apesar
de muito se falar nestes dois mandamentos, há muita confusão em torno dos
mesmos. São poucos os que realmente entendem a profundidade e amplitude deles.
Para
início de conversa, o primeiro mandamento é citado da seguinte forma: “amar a
Deus sobre todas as coisas”. Eu te pergunto: onde é que está escrito isto? Trata-se
de um sucateamento do primeiro mandamento, o qual é:
·
“E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve,
Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus
de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de
todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.” (Mc 12.29,30).
Observe
que o primeiro mandamento é tudo isto (e não apenas Mc
12.30).
A
primeira coisa a ser analisada é o fato de o Eterno ser o único senhor. Ora,
mas e quanto às autoridades, pais, patrões, etc.? Eles podem ser senhores
diante dos indivíduos que estão perdidos no mundo sem Cristo. Contudo, com
relação àqueles que realmente amam a Jesus, embora devam respeitar as
autoridades, devem estar, antes de tudo, sujeitos ao Eterno (Tg 4.7).
Em
outras palavras, o único que é digno de ser completamente ouvido é o Eterno. Os
demais indivíduos apenas os escutamos. Na hora de agir, levamos tudo que nos
foi dito diante da presença do Eterno e, então, conforme o que Ele nos disser,
nós então agiremos.
Ouvir
a voz do Eterno é tão importante que, por doze vezes, Jesus nos exorta a
ouvi-la (Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.9; Lc 14.35; Ap 2.7,11,17,29;
3.6,13,22). Fora as
várias exortações do Testamento da Lei (Dt 4.30,36; 13.4; 26.17; 28.1,2,15,45,62; 30.2,20; Êx 15.26; Dt 8.20; 13.18; 15.5;
27.10; 30.8,10; Js 5.6; 1Sm 12.15).
Sem
contar que esta é a forma de amarmos ao Eterno. Vem a questão: o que tem a ver
amar com ouvir? Repare na palavra “pois” após “amarás” (“amarás,
pois”), o que mostra
que o ato de amar é uma conclusão de reconhecer o Eterno como único senhor e de
ouvi-Lo.
Amar
significa ter relacionamento profundo e sincero, o que implica em ouvir, não só
a voz, mas até o coração de quem fala. Note, inclusive, as quatro dimensões em
que o amor deve ser exercitado:
·
Coração -> todo o nosso espírito deve
estar ligado no Reino dos Céus;
·
Alma -> todo o nosso sentimento deve
estar voltado àquilo que agrada ao Eterno;
·
Força -> toda nossa força deve ser
empregada apenas naquilo que traduz o que o Eterno é;
·
Entendimento -> toda nossa mente deve estar
pensando naquilo que é puro, honesto, amável, de boa fama, naquilo em que há
alguma virtude e louvor (Fp 4.8).
Por
aqui podemos constatar que o relacionamento entre o homem e o Eterno é de cima
para baixo, ou seja, de dentro do coração do Eterno para dentro do coração do
homem.
Mas
isto não é tudo! Há também o segundo mandamento:
·
“E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Mc
12.31).
Quase
todo mundo supõe que a importância deste mandamento está no “amarás o teu
próximo”. No entanto, o que dá força ao mandamento é amar o próximo como a si
mesmo.
Não
se trata simplesmente de um mero relacionamento harmonioso com o próximo, como
se a única coisa que importasse fosse uma boa relação. Não é verdade! É
possível encontrar relacionamentos bem sucedidos fora de Cristo. Basta pensar
nos cartéis, nas quadrilhas e gangues. Muitos são capazes até de negarem a si
mesmos em prol da relação, do sucesso do grupo a que representam.
Contudo,
o relacionamento em Cristo não é exterior, mas do interior de um indivíduo para
dentro do interior de outro indivíduo.
O
ato de negar a si mesmo tem sido muito difundido no mundo. Tudo que visa
interesse próprio é chamado de egoísmo. No entanto, isto é um erro! Quando
Jesus disse para negarmos a nós mesmos (Lc 9.23),
isto não quer dizer jogar fora tudo que nós pensamos, sentimos, desejamos,
planejamos ou fazemos.
Antes,
significa unir tudo isto que há em nós com tudo isto que há no próximo, a
exemplo do que se dá com o bronze. Não se joga fora o chumbo, o cobre e o
estanho. Antes, cada um destes elementos se liga entre si de modo a, juntos,
constituírem um novo elemento.
De
igual modo, ninguém deve abrir mão da sua individualidade para se ligar a
alguém em Cristo. Antes, cada um deve receber, em si, Jesus, o evangelho (Tg 1.21),
bem como tudo aquilo que o próximo é. É desta união que surgirá a nova
criatura. Afinal, se foi com a perda do sentimento que o indivíduo se viciou no
pecado, é com a restituição do mesmo que o indivíduo será liberto do vício (Ef 4.17-19).
Por
isto é que o mandamento diz “amar o próximo como a si mesmo”, ou seja, amar o
próximo como parte de si mesmo. Trata-se de buscar algo que é bom, ao mesmo
tempo, para o próximo e para si mesmo. É amar o próximo consciente que está
amando a si mesmo.
Por
aqui podemos constatar que o relacionamento entre o homem e seu próximo é de
dentro para fora, a saber, o Eterno movendo o interior de um em direção ao
interior de outro (Jo
4.13,14; 7.37-39).
Se
fôssemos simbolizar graficamente, o relacionamento seria:
O
coração do Eterno ministra no coração do indivíduo. Este entrega seu corpo e
sacrifício vivo, santo e agradável ao Eterno em favor do próximo a fim de ser
um com Ele na Palavra. Como cada um colhe o que semeou (Gl 6.7-9),
o Eterno usa o próximo como oferta a Si em favor do indivíduo, de modo a ligar
intimamente com ele.
Note
como a verdadeira bênção do Eterno para o indivíduo não é algo morto (bens), mas sim indivíduos compromissados
com Ele. Por isto a Escritura Sagrada diz que rios de água viva fluiriam do
interior do indivíduo (Jo
7.37-39). Ao invés de
matar a sede de alguém, Jesus sacia o indivíduo pessoalmente através daqueles
que são Seus.
Ao
invés de simplesmente saciar o indivíduo isoladamente, o Eterno faz o cálice
Dele transbordar (Sl 23.5), de modo que ele se torna uma bênção
para todos (como o Eterno falou a Abraão – Gn 12.2).
Ou seja, o Reino do Eterno consiste em uns abençoando os outros.
A relação entre o segundo mandamento e a salvação
Para
entendermos ainda mais sobre evangelismo, analisemos o mandamento “amar ao
próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). É raro alguém que entenda este
mandamento. Embora toda excelência pertença a Cristo, você jamais perceberá a
beleza e grandeza disto, a menos que a experimente dentro de si.
O
grande erro dos indivíduos é tentarem achar alguma coisa boa fora de si. Pense,
por exemplo: quando o Eterno criou Eva, ele não fez alguém separado dele.
Antes, tirou uma de suas costelas (Gn 2.21). Qual a finalidade disto? Para nos
ensinar que nada há de bom para nós que, antes de tudo, não saia do nosso
interior.
Sei
que esta ideia de amar a si mesmo é absurda. A mídia e o sistema religioso
condicionaram os indivíduos a chamarem isto de egoísmo. No entanto, pense:
·
O
Eterno ama Seu nome (Is 48.9; Ez
20.9,14,22,44) e
faz tudo por amor de Si mesmo (Is 37.35; 43.25; 48.11);
·
Quando
o Eterno ama o ser humano, a quem, antes de tudo, o Eterno está amando? Não é a
Ele mesmo? Afinal, Seu fôlego de vida foi soprado em Adão (Gn 2.7), de modo que é Nele que vivemos,
nos movemos e existimos (At 17.28);
·
O
que Jesus fez pela Sua Igreja? Não deu Sua vida por ela para depois a retomá-la
(Jo 10.17,18)?
Não fez dela Seu corpo (Ef 5.23; 1Co 10.16; 12.27)? Logo, a quem, no final, Jesus está
amando? Não é a Ele mesmo? Vale lembrar que toda intercessão de Jesus é pelo
Seu corpo (Jo 17.9).
Além
disto, se amarmos a nós mesmos, iremos valorizar tudo que o Eterno é em nós e,
ao invés de buscarmos relacionamentos que nada têm haver conosco, iremos buscar
fazer história na vida dos indivíduos próximos a nós, darmos nossa vida a eles (Jo
15.12,13), de modo
que eles possam ser uma extensão de nós, a Oholiau do
Eterno (grupo de
indivíduos que creem em Jesus)
na nossa vida.
Você
pode pensar: mas eu sou pecador! Não há nada de bom no meu interior!
Correto.
É justamente aí que entra Jesus e Sua Palavra. Quando recebemos Jesus em nosso
coração (Jo 1.12),
Ele se torna um com nosso espírito (1Co 6.17)
e este passa a ser nova criatura (2Co 5.17).
Vestimo-nos do novo homem criado em verdadeira justiça e santidade (Ef
4.24). A partir daí
passamos a ser alguém valioso (contanto que concordemos em nos despir do velho homem – Ef 4.22; Cl 3.9).
E
considerando que a única coisa boa para nós tem que ter nossa identidade nela,
a única forma de sermos preenchidos com algo bom é nos alimentando de nós
mesmos. Mas como, se não existe ninguém mais igual a nós no mundo?
É
aí que entra o evangelho:
·
“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também
tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus
Cristo.” (1Jo 1.3);
·
“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e
abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).
A
primeira coisa que cada um deve fazer é ouvir a voz de Jesus. Afinal, não é
sábio abrir a porta do coração para qualquer um entrar. E o pior é que muitos
chegam a escancarar a porta do coração, principalmente quando estão
apaixonados.
Depois
de ouvir a voz de Jesus, se o indivíduo abrir a porta do seu coração para
Jesus, estará abrindo para você também, já que você faz parte do corpo de
Cristo. Se o indivíduo concordar em se humilhar (se esvaziar de si mesmo como fez Jesus – Fp 2.5-8),
Jesus ira cear com ele, ou seja, fazer morrer uma porção da sua natureza
terrena (Cl 3.5). Neste caso, Jesus será cabeça da
vida dele através de você (ver Hb 13.7).
A
partir daí, Jesus, Sua Palavra e você passarão a habitar no coração do
indivíduo, sendo que você agora é cabeça dele. Se você também se humilhar e
permitir que Jesus ceie contigo, a mão direita, por exemplo, do teu ego
corrompido também será sacrificada a fim de que este indivíduo possa fazer
parte de você.
Em
outras palavras, haverá uma identidade entre você e o indivíduo que te
permitirá amar o indivíduo como a ti mesmo, já que você está dentro dele como
cabeça e ele está dentro de você como mão direita.
O
detalhe é que, quando o indivíduo se torna um membro teu (por exemplo, uma mão), tudo que é bom para ti, é bom para
tal indivíduo. Neste caso, mesmo que num dado momento este indivíduo faça algo
errado que venha a te causar muitas dores, você não pensará em se livrar dele
porque você sabe que a ausência dele te fará muita falta.
Mas
para você se tornar membro do indivíduo, ele tem que aceitar o DNA teu dentro
dele. Isto significa que tal indivíduo passa a carregar tua identidade (nome) como se fosse filho teu (ver Dt
25.5,6) e você
passa a carregar a identidade dele como se você fosse pai dele. Como o Eterno
enche o coração dos pais com Seu amor pelo filho que foi gerado no interior
deles, logo parte do tempo que antes eles tinham para se dedicar ao pecado,
agora irão dedicar ao filho.
Em
outras palavras, se você antes tinha 24 horas para odiar alguém, agora você tem
apenas 23 horas, por exemplo, pois agora o amor de Jesus pelo teu filho na fé
te manterá ocupado no amor por uma hora.
Se
você conhecer um novo indivíduo e este receber Jesus no seu coração através da
tua vida, você e o primeiro indivíduo que passou a fazer parte de ti irão
entrar no coração deste segundo indivíduo. Este não pode receber apenas você,
pois, dentro de você, vive o primeiro indivíduo e este não tem como ser
separado de você. Além disso, quem ama ao Eterno ama ao que Dele é nascido (1Jo 5.1).
Se
ele aceitar Jesus cear consigo:
·
Jesus
será cabeça dele através de você e ele será, por exemplo, a mão esquerda do teu
ego corrompido;
·
O
primeiro indivíduo, por ser irmão dele (têm o mesmo pai), passa a ser membro dele e vice-versa: o primeiro
indivíduo é, por exemplo, a mão direita do segundo indivíduo e este, a mão
esquerda daquele.
Enfim,
nesta altura as duas mãos do teu ego corrompido estão sacrificadas.
Se
você conhece um terceiro indivíduo que já conhece a Cristo e vocês se esvaziam
de si mesmos para se ligarem um ao outro, você fica sendo, por exemplo, o pé
direito dele e ele, o teu pé esquerdo.
Para
tanto, você precisa receber o DNA dele na tua vida e ele, o teu DNA. É como se
vocês estivessem fazendo como Débora: adotando um ao outro como filho (Jz
5.7).
Se
você permitir que o mesmo aconteça com cada um que o Eterno trouxer até ti,
você irá se semear no coração deles e, com isto, poderás achar algo que
realmente é bom para ti. Estes irão se tornar mais membros do teu ego
corrompido (pé, perna, etc.).
A identidade de cada um deles estará dentro de você e a tua identidade estará
dentro deles.
Chegará
um momento que todos os membros do teu ego corrompido serão compostos de cada
indivíduo que recebeu Jesus e Sua palavra através de você ou daqueles irmãos
que foram ligados a você (Mt 18.18) e entraram em concordância contigo (Mt
18.19) pelo fato de
Jesus estar na vida de vocês ambos (Mt 18.20).
Neste
caso:
·
Tudo
que é bom para você é bom para eles;
·
Você
não irá se desfazer de nenhum deles, muito menos fazer-lhes mal;
·
Você
estará repleto do amor do Eterno, vindo a estar ocupado 24 horas com cada um
deles.
Para
ser mais exato: não haverá mais lugar em você para o pecado, pois, mesmo que
agora surja alguém para te fazer mal, o amor do Eterno por cada um dos filhos
que Ele gerou em você para ser membros teus, bem como os irmãos que foram
ligados a você, possuíram por completo teu ego corrompido, de modo que o pecado
não encontra mais membro livre em você para se manifestar (não há mais “casa vazia” – ver Mt 12.43-45).
Sem contar que, com tanta gente para amar, não sobra tempo nem espaço dentro de
você para odiar (veja exemplo disto em na vida de Paulo – Rm
1.9,10; 2Co 11.28,29; Ef 1.16; Cl 1.9; 1Ts 2.7,8; 2Tm
1.3; Fm 4).
Viu,
agora, como se dá a salvação de Cristo na nossa vida?
Entenda:
sem isto, o máximo que conseguimos é estarmos próximos de alguém. Neste caso,
por mais que possamos gostar de tal indivíduo, quando a situação ficar difícil,
iremos nos separar dele, já que somos fracos e temos necessidades a serem
supridas (ver Is 64.6).
Inclusive,
daqui podemos aprender que devemos nos alimentar daquilo que o Eterno nos dá
através do próximo, e não do que conseguimos por nós mesmos ou daquilo que
queremos que os outros nos dê (tomando do próximo à força). A maioria trabalha buscando forçar os outros a lhe
dar o que eles, a princípio, não estão dispostos a dar.
No
entanto, o objetivo do alimento que o Eterno nos dá é nos capacitar para semear
na vida dos outros (2Co 9.6-10),
ter o que repartir com eles.
Veja
como o modo de vermos as coisas faz toda diferença na nossa vida. A maioria vê
as coisas de baixo para cima. Ou seja, embora creia que é Jesus quem salva,
ainda assim é preciso se esforçar para viver em pureza e santidade, para
obedecer aos mandamentos do Eterno. Ora, se é preciso se esforçar para amar ao
Eterno e ao próximo, então do que afinal Jesus nos salvou?
Além
do mais, se para sermos salvos precisarmos nos esforçar para viver uma vida
agradável ao Eterno, neste caso então teremos algum mérito na nossa salvação.
Boa parte da glória será nossa (algo que o Eterno não divide – Is
42.8).
No
entanto, se entendermos que salvação é o Eterno agindo em nosso espírito e
manifestando Sua presença e caráter através de nós, neste caso toda a glória
será Dele. Afinal, quando os indivíduos olham para nós, o que eles verão é um
vaso de barro todo feio e sem valor (2Co 4.7)
e dirão: “Como é possível que, de um vaso tão frágil e defeituoso possa sair
algo tão sublime?”. É o que todos pensarão. Não é em vão que Jesus veio chamar
os pecadores, e não os justos (Mt 9.12,13), havendo maior alegria no céu por
um pecador que se arrepende do que por 99 justos que não necessitam de
arrependimento (Lc 15.7).
Afinal,
quanto mais abundante o pecado, mais superabundante é o Favor do Eterno (Rm
5.20). Foi isto que
Paulo quis dizer ao citar:
·
“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo
Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus
Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer
nele para a vida eterna.” (1Tm 1.15,16).
Quanto
mais pecador é o indivíduo, mais evidente ficam as imensas riquezas do Favor do
Eterno:
·
“E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer
o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a
perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos
de misericórdia, que para glória já dantes preparou,” (Rm 3.22,23).
Que
fique claro: Igreja não é um corpo de justos, mas de pecadores. Cristo tem que
ser o único justo e o único que justifica Sua Igreja (Rm
3.26).
Você
pode questionar: “ora, Jesus vai apresentar a Si mesmo uma Igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível (Ef
5.25-27)”.
Sim!
Mas esta beleza não é dela própria, mas sim da glória do Eterno que nela foi
posta (Ez 16.14).
Ela foi vestida de Cristo (Rm 13.14), do Seu amor (Cl 3.14), a fim de que, ao olharmos para
ela, víssemos apenas Jesus.
Vem
a questão: sendo o Eterno quem opera toda Sua salvação em nós, então quer dizer
que não temos que fazer nada? Em primeiro lugar, considere que não importa o
caráter que o Eterno dê ao indivíduo: sem Ele e Sua vontade (gerar filhos – Gn 1.28),
todos já estão no caminho errado (Mt 12.30): o do egoísmo.
Não
importa qual seja o caráter ou personalidade do indivíduo, todos foram criados
para necessitarem das três coisas mais fundamentais da vida: paz, felicidade e
amor, os quais só podem ser encontrados no Eterno.
Logo,
todos são chamados pelo Eterno, nem que seja por meio destas necessidades mais
básicas que gritam desesperadamente dentro de si. Só que, infelizmente, muitos
preferem viver uma vida sem sentido, vazia, fria, só para poderem fazer o mal (Jo
3.19-21) a se
submeterem ao Eterno e viverem saciados interiormente. E não há desculpa para
recusarem a provisão sobrenatural de Cristo, pois ela não está longe. Todo
conhecimento acerca de Jesus está disponível a todos (Rm
10.6-11), bem
juntinho de cada um (At 17.27,28).
Além
disso, pense numa árvore. Ela não precisa se esforçar para dar fruto. Tudo que
ela precisa é se alimentar da água e adubo que lhe são fornecidos e,
naturalmente, o Eterno lhe dará o crescimento (1Co 3.6,7).
De
igual modo, se cada indivíduo se alimentar da vontade do Eterno (Jo
4.34) em meio às
situações que Ele permite na sua vida, consultando Ele e Sua Palavra acerca do
modo correto de agir, tal indivíduo verá o Eterno operando todo Seu querer em
seu coração e lhe dando todos os recursos e habilidades necessárias para a
concretização de toda Sua vontade em seu ser (Fp 2.12,13).
No
entanto, muitos ainda não entenderam isto e acham que têm a obrigação de
conservar a Igreja pura. Para tanto, fazem uso de textos como Mt 18.15-17. Ora, o único que tem autorização para olhar as
partes íntimas da esposa é o marido. Assim, só Jesus pode olhar a nudez na
Noiva.
Pense:
não seria um absurdo alguém se achar no direito de dizer para o marido que sua
esposa não presta e que ele tem que excluí-la? Pois muitos se acham no direito
de excluir algum membro da Noiva de Cristo, de escolher para Cristo a Sua
Noiva.
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