A IMPORTÂNCIA DA GRATIDÃO NO QUE SE REFERE À ORAÇÃO
·
“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições
sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de
graças.” (Fp 4.6).
Note como cada um é incentivado a
colocar todos os seus desejos diante do Eterno através da oração e da súplica (pedido
insistente e humilde). Contudo, o mesmo deve ser acompanhado de
ações de graças. Note que não é dito “palavras de graças” ou “sentimentos de
graças” (o que não deixa de ser verdade). Antes, é
dito AÇÕES de graças.
Ou seja, se queremos nossas orações
respondidas, nossas ações devem ser uma expressão de agradecimento ao Eterno
por tudo aquilo que estamos vivendo.
·
“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo
Jesus para convosco.” (1Ts 5.18).
Note que em TUDO (e
não apenas nos momentos agradáveis) devemos ser gratos ao Eterno. E não
pense que é qualquer tipo de gratidão. Um pouco antes de Fp
4.6 é dito:
·
“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.” (Fp 4.4).
Ou seja, não é uma gratidão meramente
de boca, tal como alguém faz quando mecanicamente agradece por educação. É para
ser feliz mesmo com o que o Eterno colocou na nossa vida.
Quem não consegue ser feliz com o dia
de hoje dado como presente (Sl 118.24), jamais
conseguirá ser feliz. Afinal, a felicidade não está no presente em si, mas naquilo
que o Eterno é capaz de operar através deste presente.
Veja, por exemplo, o que diz o hino da
vitória:
·
“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele
que nos amou.” (Rm 8.37).
De que coisas Paulo estava falando?
·
“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia,
ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está
escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados
como ovelhas para o matadouro.” (Rm 8.35,36).
Ou seja, ao invés de lamentarmos os
problemas, devemos aceitá-los de bom grado, acolhendo-o como momentos únicos e
especiais de aprendermos coisas, desenvolvermos habilidades que nem sabíamos
existir, crescendo e vencendo em caráter e relacionamentos:
·
“Eu também andei para com eles contrariamente, e os fiz entrar na
terra dos seus inimigos; se então o seu coração incircunciso se humilhar, e
então tomarem por bem o castigo da sua iniqüidade,
também eu me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com
Isaque, e também da minha aliança com Abraão me lembrarei, e da terra me
lembrarei. E a terra será abandonada por eles, e folgará nos seus sábados,
sendo assolada por causa deles; e tomarão por bem o castigo da sua iniqüidade, em razão mesmo de que rejeitaram os meus
juízos e a sua alma se enfastiou dos meus estatutos.” (Lv 26.41-43).
Há uma diferença básica entre o
pessimista e o otimista:
·
Pessimista: vê dificuldade nas oportunidades;
·
Otimista: vê oportunidade nas dificuldades.
Temos que buscar ver o que há de bom
em cada situação. Por exemplo:
·
Se o teu filho está rebelde, agradeça ao
Eterno pelo fato de ter um filho. Quantos gostariam de ter e não têm. Aproveite
a rebeldia dele para conhecer outros jovens e ajudá-los a se encontrarem;
·
Se a tua casa precisa ser limpa, agradeça ao
Eterno por ter uma casa. Quantos moram debaixo da ponte ou dormem na sarjeta.
Limpe a casa com dedicação a fim de que possas conhecer a dificuldade que é
este serviço e, assim, possas conservar teu ambiente de trabalho e tua casa
limpos, facilitando o trabalho de faxina;
·
Se teu rim está doente, agradeça ao Eterno
por ter um rim. Muitos sofrem com hemodiálise. Aproveite a doença para
evangelizar médicos, conhecer outros enfermos e, sobretudo, para que possas
conhecer em ti o que os outros à sua volta estão sentindo, bem como a
verdadeira realidade de quem você é.
Para você ter uma ideia da importância
da gratidão, pense:
·
Uma vez que o pecado não havia entrado no
mundo, o que levou Eva a desejar comer do fruto proibido? Não se esqueça que
eles estavam num lugar perfeito, sem dor ou sofrimento.
·
Uma vez que não existia o pecado, o mal,
etc., o que levou Ha-Satan a pecar? Considere que ele
tinha um corpo glorificado e não havia ninguém para tentá-lo.
Não pense que eles estavam mal
intencionados, pois eles foram criados sem pecado. A única explicação razoável
para isto é que eles começaram a negligenciar a gratidão.
Veja o caso de Ha-Satan,
por exemplo. A ele foi dado um principado. Seu papel era ser o aferidor de
medida (Ez 28.12), ou seja,
ele era o que verificava se tudo estava na medida exata (nem
mais, nem menos), de modo que tudo e todos pudessem glorificar ao Eterno do
modo certo.
No entanto, num dado momento ele olhou
para si e achou que era capaz de fazer coisas melhores (Ez 28.15-17) (tal como se deu
com Uzias – 2Cr 26.16). Ele achou
que podia ser tão bondoso quanto o Eterno e tão capaz de abençoar os outros
quanto ele (Is
14.12-14).
Resultado: ele acabou abandonando o
seu principado (Jd 6), ou seja, o
grupo de anjos que lhe havia sido confiado. Ao invés de ser grato pelos que o
Eterno lhe confiou e pelo ministério que lhe fora dado, ele quis ir além.
No que o Eterno preferiu conceder sua
intimidade mais profunda ao ser humano (que é bem inferior
em inteligência, força, poder, glória, sabedoria, beleza, etc. que ele), Ha-Satan ficou indignado. Ha-Satan
achava que ele é que tinha o direito ser a imagem e semelhança do Eterno (ver
Gn 1.25,26; Is 14.12-14) e quis
comercializar com o Eterno (Ez 28.16).
A verdade é que, quando fazemos algo
que não nos foi ordenado, mais do que aquilo que deveríamos fazer, ainda que
nossa desculpa é a de querermos agradar, no fundo nosso objetivo é obter favor aos
olhos daquele que estamos a agradar. Tal indivíduo já não é mais grato pelo que
o Eterno lhe deu, mas quer reconhecimento e promoção.
Enfim, como Ha-Satan
não conseguiu ser grato, ele se rebelou.
Infelizmente este mal tem tomado conta
das instituições religiosas. Tudo porque ignoram o que Jesus disse:
·
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso
e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o
meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11.28-30).
As instituições religiosas, seguindo o
exemplo do mundo, têm a tendência de valorizar apenas aquilo que é grande.
Quando, então, Jesus lhes dá um jugo suave e um fardo leve, os indivíduos
consideram tais coisas pequenas e desprezíveis e, logo as deixam de lado, vindo
a se ocuparem com mega-templos, rituais e império
religioso (coisas que o Eterno nunca ordenou).
Para exemplificar isto, analisemos o
caso das mulheres. Por causa do movimento feminista, a grande maioria considera
a dedicação ao lar algo banal e até uma ofensa. Acham o jugo de Jesus e Seu
fardo algo indigno da imensa capacidade que supõem possuir e, por isto, querem
ser líderes espirituais, bem como tudo mais que o mundo lhes permita acesso.
Mas foi justamente aí que Eva caiu.
Por que você acha que Ha-Satan tentou Eva ao invés de
Adão? Pelo fato de a mulher ser o corpo do marido, ela anseia por fazer coisas.
Se Eva conseguisse o almejado conhecimento prometido (Gn 3.5), ela não dependeria mais do marido para
saber o que fazer com seus dons e, então, poderia fazer grandes coisas sozinha.
Veja que foi justamente por ir atrás
de um conhecimento que não precisava, por querer saber mais do que devia que o
pecado entrou no mundo.
E não pense que é opinião minha.
Lembra do que o Eterno perguntou para Adão: “Quem te mostrou que estavas nu? (Gn 3.11). Ou seja, de onde foi que você andou tirando
esta informação?
Muitos acham que todo conhecimento é
válido. Mentira! Veja o conhecimento do bem e do mal que Adão e Eva adquiriram.
Embora tenha permitido o desenvolvimento de toda esta tecnologia que
desfrutamos hoje, pense: no final, de que serviu tudo isto? Quanto mais a
sociedade avança tecnologicamente, maiores são as possibilidades de se fazer e
sofrer o mal. Nunca a sociedade esteve tão deprimida, revoltada, insatisfeita, ansiosa,
etc., quanto agora.
Por isto é que o Eterno diz:
·
“Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o
SENHOR teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que
deves andar. Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria a
tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar!” (Is 48.17,18)
Apenas o Eterno é que ensina o que
realmente é útil para nós. Qualquer conhecimento além disto só serve para
ensoberbecer (1Co 8.1,2). Por isto é
que Paulo é enfático:
·
“As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é
permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem
aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque
é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.” (1Co
14.34,35).
Uma das maiores causas de fracasso nos
casamentos é o fato de a mulher buscar conhecimento fora do Eterno. Você pode
questionar: “mas de repente a mulher quer conhecer melhor a Jesus e seu marido
não tem tal interesse”.
Conforme já mostrado, apenas o que o
Eterno ensina é que verdadeiramente será útil na vida da mulher. E isto Ele vai
fazer através do marido. Por mais retardado ou profano que o marido seja, o que
a mulher realmente precisa saber será ministrado pelo Eterno através do marido.
Ainda que tal conhecimento pareça pequeno e insignificante aos olhos da mulher,
se ela for grata e fiel neste jugo suave e fardo leve, ela conseguirá aprender
do Eterno a partir desta coisa mínima muito mais do que alguém aprenderia
através dos sábios. Mesmo porque o Eterno revelou a sabedoria aos pequeninos (Mt 11.25) justamente para que não houvesse divisão no
Seu corpo (1Co 12.24,25).
Além disto, considerando que “Quem é fiel no
mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no
muito.” (Lc 16.10), quando
chegar o momento, o Eterno lhe colocará sobre o muito:
·
“Disse-lhe o seu SENHOR: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” (Mt 25.23)
Se você acha que, não, pense: em
apenas dois anos, sem sair do lugar e sem nenhuma tecnologia, Paulo e Silas
conseguiram evangelizar toda a região da Ásia (At 19.8-10). Ou seja, o
que para você pode parecer pouco, nas mãos do Eterno pode se tornar muito.
Através do “simples” cuidado do lar uma mulher pode alcançar o mundo inteiro.
Basta deixar que a glória do Eterno se manifesta em sua vida com vistas a
preparar os filhos para auxiliarem o marido na missão que o Eterno lhe deu.
E, se você mulher acha que seu marido
está muito fraco espiritualmente, ore por ele e beba toda a Água Viva que dele
jorrar. Quanto mais você fizer isto, mais disposição de conhecer ao Eterno
brotará no interior do teu marido (a exemplo do que aconteceu com o
azeite da viúva – 2Rs 4.1-7), o que o fará jorrar mais Água Viva. Chegará
um momento em que você vai se surpreender com aquilo que é possível sair do
interior dele. Afinal, a origem da fonte é o Eterno e é justamente aos
pequeninos que pertence o Reino dos Céus (Mc 10.14,15).
Assim, mulher, seja grata pelo que teu
marido é. Lembre-se que, muitas vezes, o “detalhe” é mais importante do que as
coisas grandes. Mesmo porque, quem consegue ser fiel nos detalhes, naturalmente
será impelido a se dedicar àquilo que é grandioso (Lc 16.10).
E para que você veja o quanto é
importante ser grato pelas coisas pequenas, veja estes dois exemplos:
1 - “Ainda que eu falasse
as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal
que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda
a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada
seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos
pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não
tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” (1Co
13.1-3).
Mesmo que o indivíduo fosse capaz de
comunicar a qualquer um (seja no céu ou na terra) todos os
mistérios e ciência do Eterno, bem como a vontade Dele para suas vidas, mesmo
que tivesse fé suficiente para resolver todos os problemas físicos deles (seja
de modo natural (com os seus bens) ou de modo espiritual (por meio de milagres)), sendo
capaz até mesmo de arriscar sua vida por isto, sem o amor nada disso seria proveitoso
na vida do indivíduo, muito menos faria dele alguém especial.
Ora, em meio a tantas qualidades
gigantescas, o amor até parece um simples detalhe. O mesmo se dá com o exemplo
abaixo:
2 - “Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele
que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de
ouro: conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não
podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não
são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste
pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu
primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as
primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o
teu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém, isto: que odeias as obras
dos nicolaítas, as quais eu também odeio.” (Ap 2.1-6).
Mesmo com tantas coisas a seu favor,
mesmo com tanto zelo pela sã doutrina, eles foram ameaçados pelo Eterno de
serem cortados de Sua presença. Mas afinal, que crime hediondo eles cometeram
para receberem tal sentença? Simplesmente abandonaram o primeiro amor.
Novamente o amor parece um mero
“detalhe”. Mas é justamente este detalhe é a parte mais importante. Muitas
vezes nos envolvemos com tantas atividades e temos tantas expectativas, que a
impressão que temos é que mesmo que dediquemos todos os nossos dias de vida 24
horas por dia, ainda assim não seremos capazes de realizar nem 10% do que gostaríamos.
Diante disso, a tendência é nos
envolvermos ao extremo com tudo isto a ponto de negligenciar o mais importante,
ou seja, o amor ao Eterno e ao próximo. Não é em vão que Jesus diz:
·
“E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos
homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é
elevado, perante Deus é abominação.” (Lc 16.15)
Quanto mais o indivíduo cresce na área
material, mas ele despenca na área sentimental e espiritual. Por isto é que o
Eterno, quando criou o homem, o fez no sexto dia e mandou descansar no sétimo:
para que ele entendesse que só poderá glorificar ao Eterno no descanso. Observe
também que, embora o Eterno tenha ordenado que o homem lavrasse o jardim do Éden
(Gn 2.15), Ele
próprio o plantara (Gn 2.8).
Isto para nos ensinar que Seu objetivo
não era que o homem perdesse tempo com tarefas mecânicas, mas sim investisse
sua vida guardando os relacionamentos estabelecidos com cada uma das criaturas
a ele trazidas (Gn 2.19), bem como
com as árvores com as quais tivesse contato.
Veja o exemplo de Davi. Como guerreiro
ele foi o melhor: não perdeu nenhuma guerra. Na área familiar, todavia, ele foi
um fracasso: não soube disciplinar seus filhos, teve várias mulheres. E tal
fracasso contribuiu para ele cair espiritualmente com Bate-Seba.
No final, nenhuma de suas esposas se dispôs a dormir com ele para aquecê-lo.
Foi preciso achar uma outra mulher (1Rs 1.1-3).
Com Moisés também não foi diferente.
Como servo do Eterno ele foi maravilhoso. Mas na área sentimental, ele deixou a
desejar: não circuncidou o próprio filho (Êx 4.25), não pensou em buscar de volta sua mulher (Êx 18.1-6), e sempre esteve em conflito com o povo.
Embora tenha sido fiel em toda a casa do Eterno (Hb 3.5), o máximo que ele conseguiu dar a Israel foi
a lei (Jo 1.17).
Mas Eva, infelizmente não conseguiu
enxergar toda a sublimidade naquilo que o Eterno lhe confiara, o que contribuiu
para que ela não levasse a sério todo o mandamento do Eterno para ela e Adão:
·
“E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o
lavrar e o guardar. E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore
do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal,
dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2.15-17).
Entenda: em todo o mundo, havia um
território conhecido como Éden e, dentro deste, um jardim. O papel do homem era
tão somente lavrar e guardar o jardim. Como o Eterno já plantara o jardim (Gn 2.8), só precisava guardá-lo. E não pense que
isto para ser um trabalho penoso. No que Adão comesse de cada árvore do jardim
livremente, enquanto ele mantinha contato com cada árvore e se deliciava com
seu fruto, ele inspecionava a fim de ver se estava tudo na sua devida ordem.
Aliás esta era a desculpa para ele
comer do fruto (2Co 9.7-10; 1Tm 5.18; Gl 6.6; 2Tm 2.6). Não era apenas para matar a fome
dele, mas para incentivar o relacionamento entre o homem e a árvore, de modo
que esta viesse a estar segura para dar seus frutos na estação apropriada.
Todavia, ao invés de ser fiel nisto,
confiando que o Eterno haveria de colocar-lhe sobre o muito (Lc 16.10), ela preferiu comer do fruto proibido.
Muitos questionam: mas por que o
Eterno foi colocar aquela árvore do jardim? Considerando que tudo que o Eterno
tinha feito era muito bom (Gn 1.31), logo até
esta árvore era boa. Contudo, isto não significa que foi feita para eles.
Além disto, o problema não estava em
Ha-Satan ou na Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal, mas no fato de a mulher não se sujeitar ao Eterno:
·
“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá
de vós.” (Tg 4.7).
Resistir ao diabo só tem sentido se,
antes de tudo, nos sujeitarmos ao Eterno.
Pense da seguinte forma: o Eterno fez
muitas mulheres e permite que o homem tenha contato com várias. No entanto, a
única com a qual ele pode ter relação sexual é com sua esposa. Embora seja
muito difícil para o homem manter a fidelidade conjugal, será que a solução é
eliminar todas as mulheres, ficando viva apenas a esposa dele? É lógico que
não!
Cada um deve ser grato por aquilo que
o Eterno lhe deu. Se o marido se embriagar com as carícias da esposa, ele não
pensará em traí-la (Pv 5.18,19).
Se Eva tivesse sido grata e se
restringido a cuidar do jardim, veria que a Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal não tinha serventia para ela. Mesmo porque, já que não havia mal, então
para que conhecê-lo? Para que discernir entre bem e mal se não havia mal?
No entanto, a mulher tinha fome de
entendimento (daí Gn
3.6).
Era através do relacionamento com Adão que tal fome deveria ser saciada (ver
1Co 14.34),
por meio dos filhos (1Tm 2.12-15).
Entretanto, a mulher preferiu buscar conhecimento do único modo que não era
permitindo: guardando a árvore que não era para ser guardada, recebendo a
recompensa de um serviço que não era para ser feito (este fruto não
servia para alimento para ela).
Talvez você questione: mas Adão
poderia guardar tal árvore, ainda que não lhe fosse permitido comer do fruto
dela. No entanto, não é em vão que o conteúdo de Gn
2.16,17 vem após Gn 2.15. Há uma conexão entre
serviço e recompensa. Veja:
·
“Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não
come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?
Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei
de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura
tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por
nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha
deve debulhar com esperança de ser participante.” (1Co
9.7-10).
Embora haja exceções (Lv 19.23-25; Jo 4.35-38), pelo
contexto de Gn 2.15-17, vê-se que há uma ligação
entre comer do fruto e servir a árvore que o dá. E assim como um homem não pode
ter intimidade sexual com qualquer mulher, aqui aprendemos que nem tudo que
existe foi criado para que tivéssemos contato.
Cuidar daquilo que não é para nós,
implica em desperdiçar tempo que deveria ser investido com aqueles que o Eterno
nos deu e em receber algo que não nos terá nenhuma serventia.
Para ilustrar isto melhor, pense numa
árvore. Da raiz cresce o caule, do caule crescem os ramos, dos ramos nascem
outros ramos e nos ramos nascem folhas e frutos. A princípio, não se tenta
colar o galho de outra árvore em uma, a fim de que a mesma venha a frutificar
mais. O galho tem que crescer a partir da própria árvore (ver
Ef 4.15,16).
Conosco é o
mesmo: jamais devemos buscar um relacionamento que não tenha nada a ver conosco
ou fazer algo para o quê não fomos criados. Nossa edificação só acontecerá
quando acolhemos os indivíduos que o Eterno colocou na nossa vida com gratidão,
ou seja, quando concordamos em ser felizes por sermos úteis na vida deles
segundo o dom que o Eterno proveu para nós (1Pe 4.10,11). Só assim
seremos capazes de orar do modo correto e, deste modo, recebermos do Eterno
aquilo que lhe pedimos (1Jo 5.14,15).
Assim, sê grato pelo jugo de Jesus.
Não pense que o mesmo é leve demais a ponto de quereres abandonar teu
principado e fazer o que o Eterno não mandou. De nada adianta ser fiel nas
coisas grandiosas e abandonar o “detalhe”. É preferível ser fiel ao “detalhe”,
mesmo que isto signifique não fazer mais nada. Faça isto e você terá uma
surpresa: no final você irá constatar que, não só tudo que você imaginava foi
feito, mas até aquilo que você nem imaginava foi feito também (ver
1Co 2.9; Ef 3.20).
Mesmo porque o Eterno não quer ninguém
fazendo propaganda Dele. Aliás, muitos indivíduos estão fazendo do evangelismo
uma ocasião para fofocar a respeito do Eterno. Sei que isto parece esquisito,
mas consulte o dicionário e verás que fofocar é conversar sobre outrem na
ausência dele.
Independente se o conteúdo da conversa
é bom ou mal, pense: que interesse há em se conversar a respeito de alguém?
Mesmo que seja para falar bem, que benefício isto pode trazer? Pelo contrário.
Pode até uma contra-propaganda. Afinal, como podemos falar
tão bem de alguém e estarmos longe Dele? Ainda mais considerando que, no caso
de Jesus, Ele é onipresente.
Sem contar que falar bem de alguém
pode gerar no coração do ouvinte uma série de expectativas falsas a respeito
deste indivíduo. Este pode ser bênção na vida de quem dele fala, mas não
significa que o será na vida do ouvinte. Mesmo em se tratando do corpo de
Cristo, é bom lembrar que cada membro tem o seu lugar. A mão tem que se ligar
ao antebraço ou aos dedos, mas jamais ao pé.
Mesmo no que se refere ao Eterno, de
repente vamos apresentar ao indivíduo um lado do Eterno que não tem haver com
aquilo que Ele pretende fazer na vida do ouvinte (lembre-se que o
Favor (1Pe 4.10) e a sabedoria do Eterno (Ef 3.10)
são multiformes).
Enfim, mesmo que seja para falar bem,
o que pretendemos afinal? Estimularmo-nos uns aos outros a amizades
interesseiras?
Logo, não tem sentido falar de alguém
na sua ausência. Muito menos na presença dele, já que, melhor do que falarmos
por ele, é ele mesmo se apresentar e manifestar. O indivíduo sobre quem, a
princípio, poderíamos falar é sobre nós mesmos. Nem sobre o Eterno temos
direito de falar. Se bem que, considerando que devemos estar mortos com Cristo (Rm 6.1-4) para que Sua vida se manifeste em nós (2Co
4.10,11),
o correto é deixarmos que Jesus fale de Si mesmo através de nós (Gl 2.20).
Entenda: melhor do que fofocar a
respeito do Eterno (querendo dizer o que Ele quis dizer
ou querendo fazer o que é para Ele fazer) é se submeter a Ele para que, de nós,
saia com exatidão tudo aquilo que Ele é, mesmo que aquilo que o Eterno queira
operar através de nós pareça pequeno aos nossos olhos (ver
Zc 4.10).
O grande segredo para manter o lar
unido é a gratidão pelo que o Eterno concede, buscando ser plenamente fiel a
isto.
Lembre-se: mesmo que o amor pareça ser
um detalhe em meio a tantos problemas e contas a pagar, jamais o abandone, pois
é ele que dá sentido ao teu lar. Aconteça o que acontecer, nunca se separe do
seu cônjuge e filhos.
Lembre-se de que uma das coisas que
contribuiu para que o pecado entrasse no mundo foi justamente o fato de Adão
não ter se alimentado LIVREMENTE de toda árvore do jardim (Gn 2.16). Se ele tivesse feito isto, não teria lugar
para o fruto proibido no seu ventre.
Hoje, a mulher é o jardim do Éden do
marido:
·
“Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu
jardim, para que se derramem os seus aromas. Ah! Venha o meu amado para o seu
jardim e coma os seus frutos excelentes!” (Ct 4.16 – ARA2).
·
“Já entrei no meu jardim, minha irmã, noiva minha; colhi a minha
mirra com a especiaria, comi o meu favo com o mel, bebi o meu vinho com o
leite.” (Ct 5.1 – ARA2).
O detalhe é que no Jardim do Éden
havia três tipos de frutos: o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal,
o fruto da Árvore da Vida e os demais frutos. Adão podia comer livremente de
todos os frutos (incluindo da Árvore da Vida), exceto do
fruto do arbítrio, da contabilidade.
De igual modo, na vida da tua mulher,
ó homem, há todo tipo de fruto para te saciar. E se você coabitar com
entendimento (1Pe 3.7), poderá até
provar da Árvore da Vida (Jesus, a videira verdadeira) através da
vida dela.
O único fruto que você não pode provar
é o fruto da contabilidade, tentando transformar teu lar em uma relação baseada
em direitos e deveres, presentes e punições. O lar é o lugar do exercício do
amor e da misericórdia, independente da circunstância.
Já parou para pensar no motivo pelo
qual o Eterno fez do casamento a união em uma só carne? É justamente para que
cada um sentisse diretamente os impactos da vingança e do desprezo. Afinal, se
o cônjuge ou filhos fazem algo errado e o marido se vinga, no final, o marido
acaba recebendo de volta fisicamente o impacto disto. Se o marido deseja o mal
para a esposa (e vice-versa), ele acaba sendo prejudicado também, já que ela é
seu corpo, sua auxiliadora idônea.
Pense: o que deu origem ao pecado de
Adão e Eva? Necessidade não suprida. E não é que não houvesse provisão. O
problema é que eles não conseguiram ser gratos o suficiente para explorar toda
a provisão dada pelo Eterno. Com tanto para eles (tinha toda sorte
de árvore agradável à vista e boa para comer no jardim – Gn
2.9),
se eles comessem livremente como o Eterno ordenou, até eles experimentarem de
toda árvore levaria tempo. Infelizmente Adão e Eva preferiram largar a provisão
superabundante do eterno para ficar arbitrando entre bem e mal. Preferindo
conhecer algo inútil a conhecer um ao outro (Adão só teve relação sexual com
Eva após o pecado – Gn 4.1).
Assim, na vida do casal, ao invés de
ficarem arbitrando entre bem e mal, é muito mais inteligente cada um se
alimentar do que o Eterno colocou na vida um do outro, sem imporem qualquer
restrição a isto. Assim como o Eterno não dá Seu Espírito por medida (Jo 3.34) e Seu amor excede todo entendimento (Ef 3.19), o grande segredo para o sucesso do lar é
marido e mulher não negarem bem algum um ao outro (Pv 3.27). E, se algum sente que têm falta de
sabedoria (ou de algum outro bem), peça ao Eterno que dá a todos
liberalmente aquilo que realmente é bom (Tg 1.5,6).
Como você pode ver, gratidão é mais do
que meras palavras. É ser feliz com o que nos foi dado e fazermos bom uso
disto, de modo que nossa atitude honre aquele que nos deu o presente. Por
exemplo: se alguém nos dá uma moto e a usamos para nos locomovermos mais
eficazmente a fim de podermos servir melhor nas mãos do Eterno para salvarmos
indivíduos, isto implica que aquele que nos deu o presente foi sábio e
generoso.
Enfim, a falta de gratidão nos leva a
abandonar nosso principado (aqueles que o Eterno nos deu) e,
consequentemente, a nos enchermos de um monte de desejos que não satisfazem.
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