domingo, 16 de agosto de 2015

104 - As quatro coisas necessárias para sermos bem sucedidos na vida

As quatro coisas necessárias para sermos bem sucedidos na vida

 

O esforço de todo mundo é no sentido de encontrar satisfação nesta vida, achar o sentido da vida. Muitos mergulham nos vícios numa tentativa desesperada de fugirem deste mundo e, principalmente, de si mesmos. Contudo, mesmo diante dos inúmeros caminhos oferecidos pelo sistema (por exemplo, religiões, fama, riqueza, poder, sexo, vícios, etc.), está cada um mais infeliz, perturbado, desesperado, etc., que o outro.

Mas afinal, com tanta opção, porque praticamente nenhum dos sete bilhões de indivíduos existentes no mundo conseguem achar a felicidade? Será que a felicidade é mera utopia?

O primeiro erro que os indivíduos cometem é o de ignorarem que a felicidade só pode ser achada no Eterno (Ne 8.10). Mas, se é assim, então todo religioso deveria ser feliz.

O que ocorre é que a grande maioria busca ao Eterno do jeito que deseja que Ele seja. São pouquíssimos os que enxergam a verdadeira beleza que há no Eterno, a ponto de desejar a mesma em sua vida. E é óbvio que, em meio a tais circunstâncias, são bem poucos também os que querem seguir as orientações do Eterno.

Vem a questão: o que o Eterno ordenou que daria um brilho especial à vida de cada um que aceitasse isto em sua vida? Simples: antes de o pecado entrar no mundo, o Eterno deu 4 mandamentos para o homem (a mulher entra como auxiliadora idônea do homem) seguir. Como o ser humano não tinha pecado, logo trata-se da vontade absoluta do Eterno, aquela que é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2) para todos que a ela se entregam.

Comecemos analisando o segundo mandamento: 

 

·         “E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gn 2.15).

 

Talvez você diga: eu não estou vendo mandamento nenhum aí. Como não? Se o Eterno colocou o homem no jardim do Éden especialmente para o lavrar e guardar é porque era para ele fazer isto. Logo, é um mandamento.

Vem a pergunta: por que o homem haveria de lavrar o jardim do Éden, visto que o mesmo já fora plantado pelo Eterno (Gn 2.8). A ideia é que o homem percorresse o jardim em busca de um lugar para lavrar. Como não havia, pois a obra que o Eterno faz é muito boa (Gn 1.31) e perfeita (completa), isto serviria para fortalecer a confiança de Adão no Eterno, para que Ele visse que realmente não há falta Nele, que Ele não nega bem nenhum aos que Nele confiam (Sl 34.10) (repare que a serpente tentou convencer Eva do contrário – Gn 3.5).

E quanto a guardar o jardim? O Eterno queria que Adão guardasse o quê de quem?

Entenda: quem guarda, guarda alguma coisa de alguém que está ameaçando se apossar disso. Quem era este inimigo que estava ameaçando? Muitos diriam sem pensar que era Ha-Satan. No entanto, se o inimigo era Ha-Satan, então porque o Eterno não alertou acerca dele? Não digo que o Eterno devesse dar uma aula de demonologia para Adão, muito menos realizar seminários sobre batalha espiritual, os quais na maioria das vezes não possuem nenhuma base escriturística. Mas pelo menos era de se esperar que o Eterno mencionasse a existência de Ha-Satan para Adão. Contudo, ele não mencionou nada.

Logo, o verdadeiro problema de Adão não era o Ha-Satan. Além disso, é bom lembrar que quem tentou Eva não foi o Ha-Satan em si, mas uma serpente. Ha-Satan não apareceu diretamente a Eva. Ele usou uma serpente.

Para você entender o que eu quero dizer, imagine que uma prostituta possuída por Ha-Satan seduzisse o marido de uma mulher. Quem seduziu o homem não foi Ha-Satan. Não foi o corpo, a voz, etc. de Ha-Satan que agradou o homem, mas sim a beleza e sensualidade de uma mulher.

Assim o inimigo que estava ameaçando era a serpente. Ela era o mais astuto dos animais (Gn 3.1). Se Adão tivesse sido zeloso na prática do quarto mandamento, ele teria percebido isto e guardado a serpente:

 

·         “Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.” (Gn 2.19).

 

Dar nome aos animais não era uma tarefa banal, uma mera obrigação a ser cumprida. A ideia é que Adão tivesse intimidade com cada animal e desse a este o nome que melhor identificasse, não apenas suas características físicas, mas também as da alma.

Você pode questionar: “guardar a serpente? Mas foi ela que causou a queda do ser humano”.

Eu disse que o homem (e não a mulher) deveria ter guardado a serpente. Talvez você diga: mas ela iria lhe fazer mal. Para começar, a serpente não era um animal nocivo antes do pecado entrar no mundo. E, mesmo que fosse, lembre-se do mandamento de Jesus:

 

·         “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;” (Mt 5.44).

 

E também da promessa:

 

·         “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” (Sl 23.5).

 

É claro que iremos receber mal e injúria (1Pe 3.8,9) até o Eterno operar na vida deles. No entanto, se queremos receber a bênção como herança, precisamos sofrer as aflições (2Tm 2.3; 4.5; 1Pe 4.13) a fim de que morramos dia a dia (Rm 8.37; 1Co 15.31) e, deste modo, o Eterno possa se manifestar em nossa carne mortal (2Co 7.10,11). Não podemos nos esquecer que o Eterno veio para chamar os pecadores ao arrependimento (Mt 9.12,13), sendo que há alegria diante dos anjos quando um pecador se arrepende (Lc 15.7).

Além disto, se o inimigo está identificado, quer melhor forma de impedir que ele faça o mal contra nós ou contra alguém que amamos do que estando junto a ele? Sei que isto parece loucura, já que fomos ensinados que a melhor forma de evitar os danos causados por um inimigo é fugindo dele ou destruindo-o. É claro que, sem Jesus, esta é a única alternativa.

Todavia, quando estamos em Cristo, não precisamos temer o que nos possa fazer o homem (Hb 13.5,6), pois se não houver chegado nossa hora, ninguém poderá nos tocar (veja o exemplo de Jesus – Jo 7.30; 8.20; 13.1; 16.21).

Além do mais, se nossa vida não servir para transformar a vida daqueles que o Eterno traz até nós, então de quê adianta viver?

Não podemos também esquecer que a melhor forma de impedir um gato de comer o peixe é manter um olho no peixe e o outro no gato.

Mas afinal, o que representa a serpente na nossa vida? A serpente foi o instrumento usado por Ha-Satan para tentar Eva. Na nossa vida, ela representa todos os indivíduos que nos cercam. Se não os guardarmos deixando que o Eterno nos ligue a eles (com base na Escritura Sagrada) aqui na terra, elas não serão ligadas no céu (Mt 18.18) e, a qualquer momento, poderão ser usadas para frustrar algum prazer carnal na nossa vida ou gerar em nós uma série de expectativas que poderão nos conduzir à frustração e ódio.

E o problema não para aí! Os mandamentos do Eterno não eram apenas meras tarefas a serem executadas. Quem assim procedia era servo inútil (Lc 17.9), visto que obras não salva ninguém (Ef 2.8,9). O foco de guardar não era simplesmente manter o jardim em ordem, como se isto por si só tivesse valor.

Assim como Jesus congregou em Si todas as coisas que estão no céu e na terra (Cl 1.20), a ideia é que o ser humano, como corpo de Cristo, se deixasse usar pelo Eterno para ter intimidade com a natureza e agregá-la a si (e aos demais irmãos em Cristo, obviamente). É bom lembrar que, se algo não estiver ligado a Jesus já está contra Ele (Mt 12.30).

Já observaste a relação entre a salvação de Jesus e o zelo que devemos ter para com os irmãos e até mesmo com toda a criatura?

 

·         “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.19,20).

·         “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16.15).

 

Não é em vão que o Eterno chama o servo que só faz o que foi mandado de servo inútil (Lc 17.9). Afinal, o objetivo não é o serviço, mas o amor do Eterno que é possível ser exercitado por meio do serviço.

Pense: de que adiantaria estar tudo funcionando em ordem sem a glória do Eterno? Não é Seu objetivo encher toda a terra do conhecimento da Sua glória?

 

·         “Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar.” (Hc 2.14).

 

Quem guarda está guardando alguma coisa. O que era para Adão guardar?

Não eram as plantas, já que, como o pecado e a morte não haviam entrado no mundo, não havia destruição. Os animais também não, pois, mesmo que Adão pudesse imaginar que um animal poderia ser possuído por Ha-Satan, ele não teria nada a fazer, já que ele não sabia nada sobre expulsar demônios ou algo do gênero.

Considerando que este mandamento foi dado para o homem, só havia uma coisa a ser guardada: a mulher. E não é para menos: uma vez que ela foi tirada da costela de Adão (Gn 2.21) (um lugar muito protegido), ela espera encontrar alguém que a guarde.

Se Adão tivesse se apegado à sua mulher (como ordenou o Eterno – Gn 2.24) e obedecido ao primeiro mandamento, o pecado não teria acontecido:

 

·         “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gn 1.28).

 

Se Adão tivesse coabitado com Eva (coisa que ele só fez em Gn 4.1, após o pecado ter ocorrido), ela teria gerado filhos e o amor do Eterno nela por eles eliminaria da vida dela todo tempo ocioso. Ela seria salva através de sua missão de mãe (1Tm 2.14,15).

E o terceiro mandamento ilustra isso:

 

·         “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2.16,17).

 

Note como Adão deveria se alimentar de toda árvore do jardim LIVREMENTE. Se ele e Eva tivessem obedecidos à risca este mandamento, por mais belo, perfumado e saboroso que pudesse ser o fruto proibido, eles não teriam disposição para comê-lo (Pv 27.7).

De igual modo, se o homem tivesse se apegado à sua mulher, embriagando-se com suas carícias, ela não teria sentido desejo por algo que nada tinha haver com que o Eterno tinha para ela:

 

·         “Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas? Sejam para ti somente e não para os estranhos contigo. Seja bendito o teu manancial, alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias.” (Pv 5.15-19 - ARA2).

 

Note como é usado o termo “embriagar”, algo que normalmente é condenado pelo Eterno. No entanto, quando se refere ao amor do Eterno na vida do casal, esta palavra se aplica no sentido que o mesmo visa tirar do casal a consciência de tudo que não é Dele na vida de ambos. Como o embriagado não tem consciência do mundo, que o amor do Eterno na vida do casal deixe ambos alheios a todos os desejos mundanos, se interessando somente pelo Eterno e pelos filhos que Ele lhes deu.

Alguém pode pensar que tal apego sufoca. Quando trata-se de paixões mundanas, sim. Contudo, com o amor do Eterno é diferente:

 

·         “Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (Jo 10.13,14).

 

O indivíduo que bebe do Seu amor não tem sede porque este é abundante:

 

·         “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” (Jo 10.10).

 

Note em Pv 5.19 a expressão “saciem-te os seus seios”. O que acontece quando uma mulher tem um filho? Quanto mais este mama, mais leite a mulher produz.

De igual modo, quanto mais o homem suga o amor que a mulher tem para lhe dar, mais amor do Eterno é brotado no interior dela, tal como se dava com o azeite da viúva:

 

·         “E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia. Partiu, pois, dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia. E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou.” (2Rs 4.2-6).

 

Quanto mais vasilhas havia, mais o azeite jorrava. O homem tem que se alimentar do amor da mulher LIVREMENTE. Senão, todo o vinho que ela produz pode azedar e virar vinagre:

 

·         “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.” (Salmos 128.1-3)

 

De igual modo, se a mulher receber alegremente toda a vida que Seu marido tem para lhe ofertar, mais estímulo ele terá para buscar algo novo do Eterno. E com a misericórdia do Eterno sendo renovada na vida do marido, ele não será consumido pelo pecado (Lm 3.22,23).

Resumindo: o verdadeiro sucesso vem de um relacionamento sadio com todos aqueles que o Eterno coloca na nossa vida (Rm 12.18). Mas, quais as características de um relacionamento sadio?

       1º -         (Gn 1.28). Ele leva os indivíduos a:

a.    Frutificarem -> crescerem no caráter (Gl 5.22);

b.    Multiplicarem -> a união não é estéril. Ela é transmitida de geração em geração (ver Gn 18.18,19);

c.    Encherem a terra -> não fica concentrada (fechada) em um só lugar, como tentaram fazer o pessoal da Torre de Babel, cujo exemplo é imitado hoje pelo Sistema religioso. Tampouco fica restrita a um grupinho de pessoas, tal como se dá num clubinho onde ninguém mais pode entrar.

d.    Sujeitarem a terra -> ao invés de simplesmente passarem pela terra, por onde eles passam, fazem diferença. A maldição que veio à terra por causa de Adão é cancelada (ver Ez 47.8-10);

e.    Dominarem sobre toda a criação -> conduzirem toda a criação que está sujeita à vaidade, servindo à corrupção, à liberdade da glória dos filhos do Eterno (Rm 8.19-21);

       2º -         (Gn 2.15). Ele estimula os indivíduos a:

a.    Ararem “o jardim” -> buscar no Eterno tudo que possa estar impedindo os indivíduos à sua volta de crescerem e frutificarem no Eterno;

b.    Guardarem o jardim -> manter a vigilância sobre os que estão próximos, de modo que possam estar preparados para serem usados por Jesus quando Ele assim desejar (Lc 12.36,37);

       3º -         (Gn 2.16,17). Ele concede aos indivíduos todo o alimento necessário para corpo, alma e espírito, de modo que, nem eles, nem quem está próximo a eles, veem motivo para fazerem uso do seu arbítrio;

       4º -         (Gn 2.19). Ele incentiva os indivíduos a terem intimidade profunda com tudo e todos que o cerca, de modo que, ao invés de buscarem os seus próprios desejos (Fp 2.4), cada um procura conhecer melhor o seu próximo e à verdade, a fim de que cada um possa ter sua identidade verdadeira conhecida.

 

 

 

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