Nada há no homem que consiga alcançar ao Eterno
·
“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado
no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Também vos
digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que
pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mt 18.18-20).
A
bênção do Eterno vem de cima para baixo e flui de dentro para fora. É uma
tragédia quando se tenta inverter isto. Um exemplo disto é o trecho acima.
Entendendo
que nada há que comece no homem e termine no Eterno (ver Jo 3.6; 6.63), como fica então o trecho acima?
Para
entender isto, analisemos o trecho abaixo:
·
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou.” (Gn 1.26,27).
·
“Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o
homem, à semelhança de Deus o fez. Homem e mulher os criou; e os abençoou e
chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados.” (Gn 5.1,2).
Note
a distinção entre criação e formação. Homem e mulher foram criados no mesmo
dia. No entanto, primeiro foi formado Adão, depois Eva (1Tm 2.13).
De
igual modo:
·
Quando
alguém decide ligar ou desligar algo da terra é porque isto, antes de tudo, já
foi decidido (criado)
no céu. Primeiro o Eterno, por exemplo, decidiu ligar algo aqui na terra.
Depois o Eterno operou este querer no coração do homem (Fp
2.13), o qual então
efetuou esta ligação. Finalmente, esta ligação se formou no céu;
·
Quando
o Eterno deseja fazer algo, Ele cria uma concordância entre dois indivíduos. Ao
determinar isto, o Eterno opera seu querer no coração de dois indivíduos (Fp
2.13), os quais então concordam
acerca disto e oram ao Eterno em prol da concretização de tal coisa. Finalmente
o Eterno dá forma àquilo pelo qual os dois oraram.
·
Quando
Jesus quer se manifestar em algum lugar, Ele opera Seu querer no coração destes
dois ou três (Fp 2.13), e depois efetua isto levando ambos ao
lugar onde Ele os deseja.
A
mesma acontece com a oração. Muitos acham que a oração serve para convencer o
Eterno a fazer aquilo que desejamos.
Que
fique claro: não existe oração de nós mesmos que suba ao Eterno, visto que não
sabemos pedir o que convém:
·
“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas;
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8.26).
A
menos que o Espírito do Eterno nos mova a orar a Ele, nossa oração não terá
efeito. Você pode questionar: mas então, como explicar os versículos abaixo:
1 - “Jesus, porém,
respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não
duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte
disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; e, tudo o que
pedirdes na oração, crendo, o recebereis.” (Mt 21.21,22)
Tudo
que pedimos em oração, crendo, nós recebemos. Vem a questão: crer em quem?
Como? Que tipo de fé nos permite alcançar o que pedimos?
A
primeira coisa a saber é "a quem nós estamos buscando?”. Parece uma
pergunta boba, mas a questão é: quem é este Jesus que você está buscando? Um
curandeiro? O gênio da lâmpada? O super-empregado que
te salva de tudo e de todos?
·
“E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas
não sabia que era Jesus. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem
buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o
levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela,
voltando-se, disse-lhe: Raboni ( que quer dizer, Mestre ). Disse-lhe Jesus: Não me detenhas,
porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu
subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (Jo 20.14-17).
Para
você ver como há diferença de fé, note que Jesus disse a Maria Madalena “meu
Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Isto porque, enquanto Jesus conhece o
Eterno do modo correto, nós O conhecemos apenas em parte (ver 1Co 13.9). Por isto é que nós não prestamos nem
para ter fé:
·
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas
Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me
amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2.20).
Temos
que ter a fé DE Jesus, ao invés de acreditarmos no Deus que nós queremos que
Jesus seja.
·
“Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a
carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo
agora já não o conhecemos deste modo.” (2Co
5.16).
E
para conhecer a Jesus e Seu corpo pelo Seu Espírito, só há um jeito: ouvindo:
·
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de
Deus.” (Rm 10.17)
Tanto
que as ovelhas seguem o Bom Pastor porque conhecem a Sua voz (e não a Sua aparência) (Jo 10.3-5).
Em
outras palavras, a verdadeira fé só existirá no nosso coração se, antes de
tudo, ouvirmos a voz do Eterno. De modo que, se formos parafrasear Mt 21.21,22 ficaria assim: “Em verdade vos digo que, se confiardes
no que Jesus disse e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à
figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar,
assim será feito; e, tudo o que pedirdes na oração, confiando naquilo que
Jesus te disse, o recebereis”.
Em
outras palavras, nossa oração só será eficaz se orarmos após o Eterno nos falar
qual é a Sua vontade.
2 - “E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; porque em verdade vos digo que
qualquer que disser a este monte: ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em
seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será
feito. Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede
receber, e tê-las-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma
coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as
vossas ofensas.” (Mc 11.22-25).
Parafraseando
este versículo, com base em tudo que foi dito no item 1, fica assim: “E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Tende confiança no que Deus te disse; porque em
verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: ergue-te e lança-te no
mar, e não duvidar em seu coração, mas confiar no que Jesus disse que faria,
tudo o que disser lhe será feito. Por isso vos digo que todas as coisas que
pedirdes, orando, confie no que Jesus disse que recebereis, e
tê-las-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra
alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.” (Mc 11.22-25).
Para
você ver o modo de isto funcionar, veja alguns exemplos:
·
E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.
Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me pôs em pé, e
ouvi o que me falava.” (Ez 2.1,2).
Note
que primeiro Ezequiel ouve a voz do Eterno ordenando que ele fique de pé. Só
depois o Espírito do Eterno o coloca de pé.
·
“Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes:
Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o Senhor DEUS a estes ossos:
Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei nervos sobre vós e
farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o
espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR. Então profetizei como
se me deu ordem. E houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se
fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, cada osso ao seu osso. E olhei, e eis
que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre
eles por cima; mas não havia neles espírito. E ele me disse: Profetiza
ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o
Senhor DEUS: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos,
para que vivam. E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito
entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.” (Ez 37.4-10).
Observe
que primeiro o Eterno ordena a Ezequiel para profetizar. Só depois Ezequiel
profetiza e, finalmente, o Eterno cumpre o que foi profetizado. Ou seja, o
Eterno obedeceu a voz de Ezequiel porque, antes de tudo, ele obedeceu a voz do
Eterno. No final, o Eterno acabou obedecendo a Si mesmo.
Inclusive,
por aqui podemos aprender que, quem quer ter intimidade com o Eterno, ao invés
de querer que o Eterno o receba quando o busca do seu jeito, na sua hora, para
receber o que deseja, o correto é recebê-Lo quando Ele vier, independente da
circunstância ou daquilo que Ele deseja de si ou para si.
3 - “Dois homens
subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu,
estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não
sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como
este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto
possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar
os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele;
porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si
mesmo se humilha será exaltado.” (Mt 18.10-14).
Olhando
superficialmente, a impressão que temos é que o publicano desceu justificado
simplesmente porque foi humilde e pediu perdão ao Eterno. No entanto, como é
que o publicano foi tomado de tal convicção acerca do pecado? Revelação do
Espírito do Eterno nele:
·
“E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça
e do juízo.” (Jo 16.8).
Para
visualizar isto melhor, veja o que se deu com Pedro:
·
“Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro,
respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo,
disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas,
porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu
Pai, que está nos céus.” (Mt 16.15-17).
Perceba
que não foi pelo seu intelecto que Pedro concluiu que Jesus era o Cristo, o
Filho do Deus vivo, mas sim por uma revelação direta do Pai.
Enfim,
considerando que o homem natural não consegue compreender as coisas do Eterno (1Co 2.14), logo apenas recebendo a mente de
Cristo é que podemos chegar à conclusão certa acerca do Eterno e Seu reino (1Co 2.16).
4 - “E, havendo-o
prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos
de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da
páscoa. Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração
por ele a Deus.” (At 12.4,5)
A
impressão que dá é que foi a oração dos irmãos que levou o Eterno a enviar Seu
anjo para livrar Pedro. No entanto, quem é que realmente intercede por aqueles
que são separados para uso exclusivo do Eterno?
·
“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas;
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Romanos
8.26);
·
“E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito;
e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.” (Romanos 8.27);
·
“Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes
quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também
intercede por nós.” (Romanos 8.34).
Ou
seja, os irmãos só tiveram disposição para interceder porque Jesus operou este
querer no coração deles e os capacitou para efetuarem esta ação (Fp
2.13).
5 - “Disse mais o
SENHOR a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo de dura cerviz.
Agora, pois, deixa-me, para que o meu furor se acenda contra ele, e o consuma;
e eu farei de ti uma grande nação. Moisés, porém, suplicou ao SENHOR seu Deus e
disse: Ó SENHOR, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste
da terra do Egito com grande força e com forte mão? Por que hão de falar os
egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para
destruí-los da face da terra? Torna-te do furor da tua ira, e arrepende-te
deste mal contra o teu povo. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os
teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei
a vossa descendência como as estrelas dos céus, e darei à vossa descendência
toda esta terra, de que tenho falado, para que a possuam por herança
eternamente. Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer
ao seu povo.” (Êx 32.9-14).
Muitos
pensam que Moisés era bonzinho e o Eterno, um Deus nervoso prestes a cometer um
ato bárbaro. No entanto, o que o Eterno estava fazendo era tratar o coração de
Moisés para que ele, ao descer e ver a apostasia que tomara conta de Israel,
não fosse tomado de surpresa e fizesse uma loucura.
Note
que, mesmo após experimentar dentro de si o Eterno usando sua boca para dizer o
quanto Lhe era nocivo ter que destruir Israel, ele teve coragem de quebrar as
duas tábuas da lei escritas pessoalmente pelo próprio Eterno (Êx
32.19), mesmo sabendo
da importância das mesmas (ele ficou 40 dias e 40 noites no monte Sinai especialmente para
isto), quão dirá se o
Eterno não tivesse tratado seu coração.
Por
tudo isto podemos ver que não há nada que suba do homem em direção ao Eterno:
·
Nós
só O buscamos porque Ele nos escolheu (analise Jo 15.16 junto com
Jo 6.67-70).
Por nós mesmos, ninguém há que busque ao Eterno (Rm 3.11);
·
Só
podemos conhecer o Pai se Jesus O revelar (Mt 11.27). Mas só podemos ir a Jesus se o Pai nos
conduzir a Ele (Jo 6.44,45);
·
Só
podemos orar corretamente se o Espírito do Eterno interceder por nós (Rm
8.26);
·
Só
podemos receber e praticar os ensinamentos do Eterno se o Eterno abrir nosso
coração (At 16.14) e nos der Sua mente (1Co 2.16). Afinal, a capacidade de ouvir vem por
uma Palavra de ordem vinda da boca do Eterno a nosso favor (Rm
10.17). Aliás, é esta
palavra o nosso alimento (Dt 8.3; Mt
4.4);
·
Nós
só amamos ao Eterno porque ele nos amou primeiro (1Jo 4.19).
·
Só
teremos fé verdadeira se a recebermos de Jesus (Gl 2.20; Ef 2.8,9)
aprendendo diretamente Dele (Is 55.1-3; Mt
11.28-30; Ef 4.20,21), ouvindo Sua voz (Jo
5.24,25).
·
Como
Jesus não recebe louvor de homens (Jo 5.34,41), só é capaz de louvar ao Eterno quem
recebe este louvor Dele (2Co 10.18).
·
A
salvação não depende de quem quer, nem de quem corre para evangelizar, mas do
Eterno que se compadece (Rm 9.15,16). Somos salvos pelo Favor do Eterno para
com o próximo, mediante a confiança em Cristo, e tudo isto não vem de nós
mesmos, é um presente do Eterno para nós (Ef 2.8,9). Ou seja, o Eterno permite situações
nas quais poderemos ser usados para manifestar Sua misericórdia e, deste modo,
o fruto do Espírito Santo possa surgir e amadurecer na nossa vida (Gl 5.22).
Tudo
isto, sem contar que:
·
“Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode
ser impedido.” (Jó 42.2).
Ou
seja, não há nada nem ninguém que pode impedir o Eterno de agir (Jó 11.10; Is
43.13). Nem mesmo nós
com nossas orações. E glória ao Eterno por isto. Afinal, já pensou quão trágico
seria se o Eterno se deixasse levar pelos desejos humanos?
Para
ilustrar tudo isto, veja a visão de Jacó:
·
“E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos
céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; e eis que o SENHOR
estava em cima dela, e disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus
de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência;” (Gn 28.12,13)
Havia
uma escada ligando céu e terra. E, em momento algum vê-se o ser humano subindo
ou descendo por esta escada, mas apenas os anjos do Eterno. Como o Eterno
estava em cima desta escada, logo o que se vê é o Eterno enviando seus anjos em
direção a Jacó e depois sendo recebidos de volta pelo Eterno no céu. Observe
que, em momento algum, vê-se o homem subindo por esta escada, mas apenas anjos.
Ou
seja, nada há que suba do homem até o Eterno (seja oração, louvor, etc.) que, antes de tudo, não tenha partido
do próprio Eterno e não seja conduzido de volta a Ele por meio de Jesus (a escada). Pode até ser que neste processo o
Eterno use Seus anjos para ministrar algo da Sua parte na vida do ser humano ou
para conduzir o fruto do Seu Espírito na vida deste de volta a Ele (ver Mt
21.33,34). Todavia,
seja como for, o homem de si mesmo nunca alcança o céu.
Para
você ter uma ideia da importância disto, se todos acreditassem que toda ação,
antes de tudo, começa no Eterno, não haveria espaço para ressentimento (a menos, é claro, que o
indivíduo queira ficar amargurado contra o Eterno).
Vem
a questão: onde está escrito isto?
·
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o
derradeiro.” (Ap 22.13).
Já
que Jesus é o início (primeiro)
de tudo, logo toda e qualquer ação começa Nele. Além disto:
·
“Eu sei, ó SENHOR, que não é do homem o seu caminho; nem do homem
que caminha o dirigir os seus passos.” (Jeremias
10.23).
Ou
seja, toda atitude que alguém toma, antes de tudo, foi conduzida pelo Eterno.
Você
pode questionar: mas, se é assim, então todo acontecimento desagradável que
acontece na nossa vida é vontade do Eterno?
Com
certeza. No entanto, entenda que Ele faz o que é melhor para nós, para que
possamos conhecer Ele e Seu amor. Embora o Eterno conduza indivíduos e circunstâncias
que irão induzir cada um a responder do jeito que Ele deseja, fique claro que
ele não obriga ninguém a este tipo de reação. O indivíduo é quem decide como
agir.
O
que o Eterno faz é conduzir cada um a tomar a direção que Ele deseja. Contudo, cada
ação (seja boa ou má
do ponto de vista do mundo)
visa sempre a melhor ocasião para que o indivíduo possa enxergar Ele e Sua
vontade e, deste modo, tenha oportunidade de aceitar dentro de si a mudança que
o Eterno deseja produzir.
É
como se o mundo fosse uma imensa orquestra, onde o Eterno conduz cada um a
entrar no momento e a dar a nota certa. Contudo, cada um é quem decide a
posição que vai ocupar nesta orquestra. Uma vez que o indivíduo decidiu, então
o Eterno o conduz ao devido lugar.
Logo,
quem está magoado contra o seu próximo está, na verdade, magoado contra o
próprio Eterno. Afinal, se por amor do Eterno somos entregues à morte todo o
dia (Rm 8.36)
e o Eterno enviou alguém para matar nosso ego corrompido, logo se ficamos
ressentidos com este indivíduo então nosso problema é com Aquele que nos deu a
missão de dar a vida pelos irmãos (Jo 15.12).
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