domingo, 10 de setembro de 2017

153 - Por que Jesus teve que ser batizado se Ele não tinha pecado?

Por que Jesus teve que ser batizado se Ele não tinha pecado?

INTRODUÇÃO

Ninguém melhor do que Jesus para responder isto:

 

·        “Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu.” (Mateus 3.15).

 

A partícula “nos” inclui não só Jesus e João Batista, mas a plenitude de tudo que o Eterno é, a saber: Ele, o Pai (como Criador de tudo) e o Espírito Santo (como Aquele que trabalha corações). Isto também pode ser visto no trecho abaixo:

 

·        “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho.” (Jo 3.11).

 

Por um lado, João se recusava a batizar os fariseus, por serem raça de víboras. Afinal, embora eles estivessem ansiosos pela vinda de Cristo, eles se recusavam a preparar o coração para isto (Am 5.18-20). Os fariseus (Mt 3.7-12) queriam a vinda de Cristo apenas para fugir da ira vindoura.

Por outro lado, João se recusava a batizar Jesus por ser Ele puro e dono de batismo superior.

João Batista, que a princípio achou isto um absurdo, ao ouvir isto, concordou.

Vem a questão: mas o que Jesus quis dizer com cumprir toda a justiça?

SIGNIFICADO DE JUSTIÇA

Primeiro, é preciso entender o que significa a justiça do Eterno. Aqui, em particular, justiça está se referindo à Escritura Sagrada. Era necessário cumprir toda a justiça que há na lei e nos profetas. Veja aqui este exemplo:

 

·       O qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus. Mas resistia-lhes Elimas, o encantador ( porque assim se interpreta o seu nome ), procurando apartar da fé o procônsul. Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele, Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?” (At 13.7-10).

 

Viu a ligação entre “justiça” e “retos caminhos do Senhor” (Escritura Sagrada)?

Ao contrário da justiça do homem que obriga o pecador a pagar pelos seus pecados, Jesus é a própria justiça do Eterno, o corpo que Ele proveu para Si a fim de pagar pelos nossos pecados (2Co 5.18-20).

Por isto é que João Batista declarou:

 

·        “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1.29).

 

E que tipo de Cordeiro era Jesus?

 

·        “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (1Coríntios 5.7).

 

Jesus é o Cordeiro pascal. E como Jesus é o Cordeiro que iria morrer pelos pecados de todo o mundo (ver João 3.16), logo era necessário que a nação de Israel fosse identificada com o Messias:

 

·        “Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR. E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação.” (Levítico 1.3,4).

 

O ato de pôr a mão sobre a cabeça do holocausto implica em o ofertante sendo identificado com a oferta a fim de que esta fosse aceita em favor dele.

De igual modo, para que Jesus fosse aceito como oferta pelo pecado de toda a humanidade, Ele tinha que se identificar com o ser humano na presença do Eterno (a saber, se identificando com Ele também).

 

·        “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Coríntios 5.21).

 

Vem a questão:

O QUE O ETERNO FEZ PARA SE IDENTIFICAR COM O SER HUMANO?

 

Primeiro: Ele profetizou acerca da Sua vinda em carne:

 

·        “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará. E a glória do SENHOR se manifestará, e toda a carne juntamente a verá, pois a boca do SENHOR o disse. Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do SENHOR. Na verdade o povo é erva. Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. Tu, ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus.” (Isaías 40.3-9).

·        “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Malaquias 3.1).

 

Segundo: Ele trouxe João Batista à vida e preparou um corpo para Si mesmo (Hebreus 10.5-9) para cumprir a profecia. É bom lembrar que apenas cinco indivíduos nasceram por promessa do Eterno: Isaque (Gênesis 18.10,14), Sansão (Juízes 13.3), o filho da mulher que hospedava Eliseu (2Reis 4.16), João Batista (Lucas 1.13-15) e Jesus (Lucas 1.30,31).

 

·        “E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Todo o vale se encherá, E se abaixará todo o monte e outeiro; E o que é tortuoso se endireitará, E os caminhos escabrosos se aplanarão; e toda a carne verá a salvação de Deus. Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?” (Lucas 3.3-7).

 

Jesus deveria vir após João preparar Seu caminho, não só com a mensagem e o batismo de arrependimento, mas dando lugar para Ele se manifestar:

 

·        “E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.” (Lc 1.17).

 

Com o batismo, João abriu para Jesus o Reino dos Céus. Um reino instalado no deserto (ver Ez 20.35; Mt 11.7), não num palácio (como se dava com um rei) ou num templo (como se dava com o sumo-sacerdote).

E para que não houvesse dúvidas de que João Batista era o cumprimento da profecia, o Espírito do Eterno tocou no coração dele, para que ele vivesse de modo completamente condizente ao regime do Testamento da Lei.

 

·        “E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas. E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.” (Mateus 3.1-4).

 

Muitos mestres da lei, para desacreditá-lo, diziam que isto era em virtude de possessão demoníaca:

 

·        “Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.(Mateus 11.18,19).

 

Todavia, João Batista também se identificava com o Eterno no fato de ele batizar na água para arrependimento dos pecados.

João Batista estava representando a lei (batismo em água) e os profetas (mensagem de arrependimento) e preparando o caminho para o Messias demonstrar Sua maior prova de amor a todo o universo.

Por tudo isto, é possível ver o motivo pelo qual Jesus disse que, dentre os nascidos de mulher, ninguém há maior do que João Batista (Mateus 11.11).

Terceiro: após não haver possibilidade de dúvida que João Batista era a “voz do que clama no deserto”, então já estava óbvio que o Messias estava ali. Bastava identificá-Lo com Jesus.

Que forma melhor de fazer isto do que conduzindo Jesus para ser batizado por João?

Vem a questão

 COMO O BATISMO IDENTIFICAVA JESUS COM O MESSIAS?

Além do motivo mostrado acima, há um detalhe a ser observado: foi justamente ali no rio Jordão que o Eterno começou a magnificar Josué à vista de todo Israel, confirmando-o como sucessor de Moisés (Josué 3.7).

De igual modo, ao começar o ministério, nada mais indicado para Jesus do que ser reconhecido pelo Eterno como Aquele que iria assumir o castigo necessário para restaurar nossa paz com o Eterno (Is 53.4-6). Para tanto, Ele fez Jesus ser batizado por João para arrependimento dos pecados. Como Ele não tinha pecado, logo era os nossos pecados que Ele estava levando.

Também é digno de nota que, quando Jesus saiu da água, o Eterno do céu proclamou acerca de Jesus aquilo que se achava registrado na Escritura Sagrada: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” (Mt 3.17).

 

·        “Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. (Sl 2.7).

·        “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios.” (Isaías 42.1).

 

E o fato de Jesus ser o único que recebeu esta voz vinda do céu comprova a dignidade de Jesus como o único e verdadeiro Messias. O Eterno estava mostrando que o batismo de Jesus não era como o de qualquer um (o qual tinha por finalidade demonstrar arrependimento), mas sim a de um justo se identificando com os pecadores por amor a eles.

Isto lembra o que aconteceu em:

 

·        “E fez descer o povo às águas. Então o SENHOR disse a Gideão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. E foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas. E disse o SENHOR a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem, cada um ao seu lugar.” (Jz 7.5-7).

 

Em outras palavras, Jesus não foi a João Batista por curiosidade, por necessidade ou por constrangimento (obrigado por alguém).

Após isto ocorrer, João Batista pôde testificar com plena convicção:

 

·        E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.” (Jo 1.34).

 

Por aqui é possível ver

A IMPORTÂNCIA DO BATISMO NA ÉPOCA DOS APÓSTOLOS

·        “E todo o povo que o ouviu e os publicanos, tendo sido batizados com o batismo de João, justificaram a Deus.” (Lucas 7.29).

 

Que o batismo na água foi importante na época de Jesus, isto não há o que discutir. Tanto que os fariseus acharam um absurdo João batizar por ele não ser profeta (pelo menos é o que ele dizia - Jo 1.25)? Isto porque, se não fosse profeta, ele estaria instituindo um ritual que nada tinha a ver com a Escritura Sagrada, o que é errado!

Embora o batismo de João possa ter semelhança com alguns ritos do Antigo Testamento, ainda assim era um ato único e inédito. Afinal, não é em vão que João ficou conhecido como sendo João, o Batista (ou seja, aquele que batiza).

No que Jesus aceitou ser batizado com o batismo de arrependimento destinado aos pecadores, Ele estava cumprindo o requisito estabelecido pelo Pai (mostrando que, mesmo Ele não tendo pecado, por estar Ele em carne pecaminosa, preferiu, para não dar escândalo, cumprir a lei destinada aos pecadores - Mt 17.25-27; ver 1Co 9.12):

Jesus cumpriu toda a lei (Mt 5.17), a fim de nos mostrar que se Ele, que é o modelo, não deixou de cumprir a lei, muito menos nós podemos. Ou seja, Jesus não veio para anular a lei, mas para que, Nele, por Seu Favor, cada preceito da lei viesse a ser cumprido em nós (Rm 8.3,4).

Jesus cumpriu a lei, mesmo quando Ele não precisava disto, só para não se exaltar sobre os homens (Fp 2.5-8). Mesmo João dizendo que Ele não precisava ser batizado, ainda assim Ele não quis abrir mão de nada que qualquer pecador tem que fazer para agradar o Eterno.

Se Jesus que é Deus, nunca invocou esta prerrogativa para obter algum privilégio, quem somos nós para querermos ser como Deus e passar por cima do direito ou das obrigações dos outros?

Se Jesus, que não tinha pecado, teve que ser batizado no arrependimento, quão dirá nós.

Mais ainda: se até mesmo Aquele que é o próprio Espírito Santo em pessoa teve que ser ungido pelo Espírito Santo antes de começar Seu ministério, o que dizer de nós?

Inclusive, como o batismo com o Espírito Santo lembra a unção com óleo do sumo sacerdote, muitos chegar a pensar: afinal, João aplicou água em Jesus ou Jesus na água?

Seja como for, no que Jesus recebeu o batismo de João, além de Ele confirmar que este batismo era realmente movido pelo Espírito Santo, Ele deu ocasião para que o Eterno confirmasse Jesus como o Messias enviado após a voz do clama do deserto:

 

·        “E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.” (João 1.31-33).

·        “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” (Mateus 3.16,17).

 

Jesus fez isto para que todo o povo que desejasse pudesse reconhecê-Lo e, assim, Ele pudesse ser aceito pelo povo como substituto deles pelo perdão dos pecados. Como é pelo depoimento de duas ou três testemunhas que uma verdade é confirmada (Mateus 18.16; 2Coríntios 13.1; 1Timóteo 5.19; Hebreus 10.28), Jesus foi confirmado como o Messias:

 

·        Na terra, por meio de João Batista movido pelo Espírito do Eterno;

·        No céu, pelo Eterno;

·        E por meio do Espírito do Eterno manifestado em forma física vindo do céu, como que fazendo a ponte entre o físico e o espiritual.

 

Infelizmente, os Seus não o receberam:

 

·        “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1.11)

 

Pelo contrário: preferiram continuar mergulhado nas trevas, apegado a elas:

 

“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” (João 3.18,19).

POR QUE O ETERNO ESCOLHEU O BATISMO COMO FORMA DE MANIFESTAR JESUS AO MUNDO?

Arrependimento e conversão eram a base das mensagens dos profetas do Antigo Testamento. E a parte de batizar em água, embora inédito, lembrava o ato de lavar que era imposto a todos os sacerdotes (daí a pia de bronze), principalmente no dia da expiação:

 

·        “Vestirá ele a túnica santa de linho, e terá ceroulas de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com um cinto de linho, e se cobrirá com uma mitra de linho; estas são vestes santas; por isso banhará a sua carne na água, e as vestirá.” (Levítico 16.4).

 

Antes da unção, era indispensável a lavagem ou imersão:

 

·        “Então farás chegar a Arão e a seus filhos à porta da tenda da congregação, e os lavarás com água; depois tomarás as vestes, e vestirás a Arão da túnica e do manto do éfode, e do éfode, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode. E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra. E tomarás o azeite da unção, e o derramarás sobre a sua cabeça; assim o ungirás.” (Êxodo 29.4-7).

·        “Farás também chegar a Arão e a seus filhos à porta da tenda da congregação; e os lavarás com água.” (Êxodo 40.12).

·        “Depois derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Arão, e ungiu-o, para santificá-lo.” (Levítico 8.6).

 

Assim como o sumo-sacerdote era primeiro lavado para depois ser ungido, Jesus primeiro foi batizado na água para depois receber a tríplice unção do Espírito Santo, a saber, como profeta, sumo-sacerdote e rei.

Também nos lembra outras passagens relacionando a água à purificação;

 

·        “Toda a coisa que pode resistir ao fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique limpa, todavia se purificará com a água da purificação; mas tudo que não pode resistir ao fogo, fareis passar pela água.” (Números 31.23).

·        “Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para purificação do pecado e da imundícia.” (Zacarias 13.1).

·        “E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes.” (João 2.6).

 

Também lembra a purificação que o Eterno fez:

 

a)   na terra após a rebelião de Ha-Satan e seus demônios:

 

·        “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gênesis 1.2).

 

b)   na terra por ocasião do dilúvio:

 

·        “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas ( isto é, oito ) almas se salvaram pela água; que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo;” (1Peter 3.18-21).

 

c)    em favor de Israel, quando este estava saindo do Egito e sendo guiado pelo deserto:

 

·        “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar. E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, e todos comeram de uma mesma comida espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.” (1Coríntios 10.1-4).

 

Inclusive, com relação a este último item, o que se conclui é que, quando estamos sendo guiados pelo Eterno, estamos deixando de atender nossa cobiça interior (estamos sendo conservados puros).

Vem a questão:

POR QUE JOÃO SÓ PODERIA SER BATIZADO COM O ESPÍRITO SANTO APÓS TODA JUSTIÇA SER CUMPRIDA?

Como Jesus veio cumprir toda a lei e esta lei foi instituída pelo Eterno através de João, logo Jesus tinha que cumprir este ritual que fazia parte da justiça legal do Eterno. Era preciso cumprir toda lei justa.

Não podemos nos esquecer que o ministério do Espírito Santo era confirmar tudo que Jesus fez e falou (João 16.13-15). Logo, enquanto Jesus não tivesse vivido toda a lei, o Espírito Santo não teria o quê confirmar na vida de quem fosse guiado por Ele. O Espírito Santo não vai capacitar ninguém separado de Cristo, mas comprovar a eficácia do estilo de vida de Cristo.

E se João tivesse se recusado a aceitar batizar Jesus? Neste caso, como não havia outro que tivesse autoridade para batizar, então a Escritura Sagrada falharia.

Afinal, foi justamente para aquela hora que João foi batizando:

·        “E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água.” (Jo 1.31).

Daí João consentir em deixar de ser batizado com o Espírito Santo e continuar batizando com água até que toda a Escritura Sagrada fosse cumprida.

Mas afinal:

POR QUE JOÃO BATISTA FAZIA TANTA QUESTÃO  DE SER BATIZADO?

Antes de tudo: se o que identificou Jesus foi a descida do Espírito Santo no batismo, como João podia saber, antes do batismo, quem era Jesus?

João foi cheio do Espírito Santo já desde o ventre (com certeza o Espírito Santo mostrou-lhe quem era Jesus). Aliás, esta é uma das razões para João ter sido o maior homem nascido de mulher.

Mas então, por que ele necessitava ser batizado por Jesus (Jo 1.15)? Por que fazer tanta questão acerca disto?

Logo, uma coisa é a unção interna do Espírito Santo e outra, o revestimento externo capacitando para ser usado pelo Espírito Santo na operação de sinais, prodígios e maravilhas.

Agora entende

POR QUE JOÃO BATISTA ACHOU UM ABSURDO JESUS PEDIR PARA BATIZÁ-LO?

João Batista via que este batismo, em si, não significava nada:

·        “Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas; esse vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Lucas 3.16).

·        “E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.” (João 1.25-27).

VOCÊ PODE QUESTIONAR: E QUANTO ÀS PASSAGENS ABAIXO?

·        “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;” (At 2.38). – O Espírito Santo, usando Pedro, disse para todos serem batizados em Cristo (ou seja, serem revestidos Dele – Gl 3.27) em nome Dele (e não visando os próprios interesses, como Simão o mago – At 8.18-23). Contudo, os apóstolos entenderam errado, supondo que era para batizarem na água, como se vê nos exemplos abaixo:

 

·        “Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?” (At 10.47).

·        “E agora por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor.” (At 22.16).

·        “E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho.” (At 8.36-39).

 

Todavia, não é em vão que Jesus veio em carne:

 

·        “Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste; holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram. Então disse: Eis aqui venho ( No princípio do livro está escrito de mim ), Para fazer, ó Deus, a tua vontade. Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram ( os quais se oferecem segundo a lei ). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.” (Hebreus 10.5-9).

 

Afinal, a essência do Reino do Eterno não é fazer sacrifícios para perdão dos pecados da alma, mas sacrificá-la em prol de Jesus e Sua verdade.

BATISMO, TODAVIA, APENAS APONTAVA PARA A VERDADEIRA PURIFICAÇÃO A SER TRAZIDA POR JESUS

Que o batismo era símbolo de purificação da carne, eis aqui a prova:

 

·        “Depois disto foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles, e batizava. Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali, e eram batizados. Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão. Houve então uma questão entre os discípulos de João e os judeus acerca da purificação. E foram ter com João, e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele.” (João 3.22-26).

 

No entanto, é bom lembrar que o batismo era tão somente uma figura da salvação física que a água operou em todos estes casos. Todavia, em nenhum destes casos a salvação foi operada interiormente. Afinal, a salvação se dá por meio do sangue de Cristo agindo do coração de cada membro da Igreja e se tornando conhecida por todos (ver Efésios 3.8-10). Ela vai sendo desenvolvida em nosso sentimento e mente:

 

·        Quanto mais o amor de Jesus é desenvolvido em nós, mais vamos nos apegando a tudo que o Jesus é, ao ponto de qualquer sofrimento neste mundo parecer pequeno comparado com tudo que Sua presença é na vida daquele que Nele crê, bem como à imensa grandeza da Sua virtude;

·        Quanto mais a mente vai enxergando que apenas Jesus e Seu caminho é perfeito, mais quem crê é convencido de que não existe outra alternativa senão abandonar qualquer outra sugestão de sucesso que vêm ao encontro.

 

O batismo na água, como último ritual do Antigo Testamento, servia como uma demonstração exterior do arrependimento ocorrido na mente. Hoje, é a nova vida completamente controlada por Jesus que confessa que realmente confiamos de coração na vitória de Jesus sobre a morte (Rm 10.8,9).

E é a manifestação de Jesus em meio aos Seus que permitirá aos anjos verificarem a eficácia de Jesus e Sua Palavra. Afinal, desde que Ha-Satan pecou, ficou esta dúvida acerca da eficácia de Jesus e Sua Palavra.

Além disto, é bom lembrar que o batismo de João era para arrependimento. Vem a questão:

O QUE, VERDADEIRAMENTE, É ARREPENDIMENTO?

Arrependimento não é algo que fazemos antes de irmos a Jesus (como se fosse um ato isolado), mas sim aquilo que caracteriza a caminhada com Cristo. Arrependimento não é mera sensação sentimental ou mudança de comportamento. Antes de tudo, implica em uma mudança de lugar.

Por exemplo: não tem como você estar em duas cidades ao mesmo tempo. Para você ir a uma, é necessário sair da outra.

De igual modo, não há como estar no Reino dos Céus e no reino deste mundo ao mesmo tempo. Para ir até o Reino do Eterno, temos que abandonar o pecado e a vida egoísta (tal tentativa chama-se religião).

Nós não nos arrependemos antes de irmos a Jesus (como se este fosse um requisito para buscar Jesus). É o nosso encontro com Jesus que nos leva a arrepender e converter (ver 2Co 5.14).

 

POR QUE O ESPÍRITO SANTO SE MANIFESTOU COMO POMBA?

1º - Pomba lembra Sua pureza. A pomba não pousa em lugar sujo (ver Gn 8.7-12). Ele só encontrou repouso na cabeça de Jesus.

2º - Pomba lembra Sua gentileza e simplicidade (Mateus 10.16). Daí Ele se sujeitar a vir como homem.

3º - Pomba lembra animal inofensivo. É assim que ele venceu o perverso em suas atitudes agressivas para resolver as coisas.

4º - Pomba lembra amor.

5º - Pomba é um animal que geme quando sofre (Nm 2.7; Is 59.11; Na 2.7; Is 53.7; Ez 7.16). Jesus foi ungido com tristeza pelos pecados dos outros.

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