sábado, 30 de setembro de 2017

159 - Apocalipse 3 (Part 2)

Carta à Convertidos de Laodicéia (os egoístas indiferentes)

Característica

Laodicéia significa justiça do povo.

Laodicéia recebeu seu nome de Laodice, esposa de Antíoco (por quem Antíoco foi envenenado), o segundo rei da Síria, por quem ela foi reconstruída e embelezada. Originalmente esta cidade se chamava Dióspolis e, depois, Roas.

Nos tempos romanos, ela foi a principal cidade entre aquelas do segundo nível na Ásia Menor. Ela foi também quase destruída  pelo grande terremoto, A. D. 62, mas foi reparada pelos esforços de seus próprios cidadãos, que não pediram ajuda do Senado Romano. Laodicéia estava a cerca de 60 milhas ao sul de Hierápolis e quarenta de Éfeso. Seu comércio era considerável, sendo principalmente de lã crescida no distrito vizinho, o qual foi celebrado por sua fina textura e riqueza de tonalidades.  

Nota: em Sardes e Laodicéia não é mencionado inimigos perseguindo a Igreja externamente, nem heréticos agindo internamente. Isto porque não havia sinceros para se manifestarem (1Co 11.19). O problema com os irmãos de Laodicéia não era teológico nem moral.

Ao contrário de Sardes que estava repleto de obras mortas, aqui não havia boas obras. Trata-se de um grupo de irmãos indiferente com relação ao sofrimento e espiritualidade dos outros irmãos. Trata-se da busca egoísta ao Eterno.

O que muitos não pensam (tal como estes irmãos) é que, se para fazer o bem tivermos que passar por cima de alguém, então já estamos fazendo o mal. E a partir do momento que nos sentimos na capacidade de julgar acerca de quem merece nossos favores ou não, estamos nos igualando ao Eterno (ver Gn 3.5,6). De igual modo, quando nos colocamos nas mãos de alguém, damos-lhe direito para nos julgar e decidir o que merecemos. Em outras palavras, estamos fazendo desta pessoa um deus.

O correto é seguir o procedimento de Paulo:

 

·         Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. (1Co 9.19).

 

Ou seja, ao invés de permitirmos que as pessoas nos escravizem (1Co 7.23), devemos nos humilhar debaixo da potente mão do Eterno (1Pe 5.5-7) a fim de podermos servi-Lo na vida das pessoas. É bom lembrar que alguém só é capaz de servir quando, por algum motivo, considera o próximo acima de si.

Mas como, se nada existe na vida do homem que seja bom para nós (Mt 19.18; Mc 10.18; Lc 18.19; Tg 1.16,17)?

Como Jesus se apresenta?

·      Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus (Ap 3.14);

·      A quantos eu amo, repreendo e castigo; (Ap 3.19).

 

Já a fiel e verdadeira testemunha, e o princípio da criação de Deus são atributos do caráter o qual pertence a Ele como Mediador Deus-Homem. Por estes dois atributos Ele tem demonstrado Sua dupla natureza.

Como Filho, Jesus partilha da divindade do Pai. Nós, em contrapartida, partilhamos da humanidade do Filho. Como Jesus vive pelo Pai, nós vivemos por Ele.

Considerando que tudo foi feito em Cristo (Jo 1.3; Cl 1.15,18), que é a sabedoria do Eterno personificada (Pv 8.22-31; Cl 1.15-18), logo nada mais razoável do que Jesus ser o Amém (2Co 1.20), ou seja, a confirmação de tudo que é bom, o cumprimento e o verificador de todas as promessas da Escritura Sagrada.

O fato de Jesus ser o Amém mostra que as divinas promessas, não apenas são executadas por Ele, mas Ele próprio é o cumprimento de tudo que o Eterno tem falado à Sua Oholyao. Mais ainda: isto perfeitamente prova Sua divindade.

Para um grupo de irmãos que se considerava rico, isto era uma forma de mostrar que toda aquela riqueza que eles possuíam nada significava.

Mas Jesus também é a fiel testemunha.

Três coisas são necessárias para alguém ser uma boa testemunha (1Tm 6.13):

 

1.    Ter visto com os próprios olhos o que está a afirmar. Ou seja, ter absoluto conhecimento do assunto do qual afirma. Jesus tem olhos como chama de fogo (ou seja, é onisciente), bem como viu e ouvir direto do Criador tudo que era preciso ser testemunhado;

2.    Ser competente para relatar isto aos outros. Ou seja, estar absolutamente acima de todas as tentações, de modo a ser impossível de ser subornado. Jesus não tem motivo para enganar, nenhum mal para temer, nenhum benefício a ganhar.

3.    Ter prazer sincero de manifestar a verdade por onde passa.

 

Em Cristo tudo isto se cumpre. Cristo pessoalmente assume para si aquilo que os irmãos têm cessado de ser. Jesus é a a real testemunha por ser Ele o revelador de Deus e da verdade para um grupo de irmãos desprovido de tal conhecimento.

Com um grupo de convertidos mornos (que se acomodaram ao mundo, simplesmente passando por ele, sem qualquer objetivo, mas vivendo tão somente em busca de prazer), e pobres espiritualmente, Jesus, deste modo, se apresenta como aquele que é constante e fidedigno no meio de tantas mudanças. Por consequência, isto mostra que toda a espiritualidade deles era enganosa, parcial e instável (Is 64.6).

Por fim Jesus se apresenta como o princípio da criação do Eterno. Isto porque:

 

1.    foi Ele que fez o universo existir, isto é, Ele foi o autor de todas as coisas (Jo 1.3; Ef 3.9; Cl 1.16).

2.    Ele foi o primeiro ser criado (Mt 19.4,8; 24.8,21; Mc 1.1; 10.6; 13.8,19; Lc 1.2; Jo 1.1,2; 2.11; 6.64; 8.25,44; 15.27; 16.4; 11.14; 1Jo 1.1; 2.7,13,14,24; 3.8,11; 2Jo 5,6).

3.    Ele é a primazia sobre tudo e está na cabeça do universo (Lc 12.11; Lc 20.20; Rm 8.38; 1Co 15.24; Ef 1.21; 3.10; 6.12; Cl 1.16,18; Cl 2.10,15; Tt 3.1).

4.    Ele quem revela a nova criação, bem como a real caminhada a ser percorrida a fim de que este reino possa ser recebido dentro de quem crê.

 

Levando em conta a confiança destes irmãos no plano material, o mais lógico é que Jesus se apresentasse como a origem e fundamento da criação do Eterno. Afinal, do mesmo jeito que Jesus deu ordem aos caos do universo, Ele pode arrancar a Igreja do caos espiritual sem depender de nada deste mundo.

A maioria dos indivíduos só gosta de ouvir as promessas do Eterno, ignorando que nelas está embutida a correção amorosa Dele (Pv 3.11,12; Hb 12.5-8). Por exemplo:

 

·         (Dt 28.7) -> para os inimigos fugirem por sete caminhos, quer dizer que eles virão nos afrontar “sete” vezes;

·         (Sl 23.1) -> se nada vai faltar, quer dizer que também não vão faltar os problemas, já que é neles que nossa fé é purificada (1Pe 1.6,7);

·         (Sl 23.5) -> o banquete é concedido a quem permanece na presença dos inimigos amando-os como Jesus ordenou (Mt 5.44,45);

·         (Sl 23.6) -> com a bondade e a misericórdia do Eterno nos seguindo, ninguém tem desculpa para odiar o próximo;

·         (Sl 91.6) -> se a peste não vai nos alcançar, é sinal que estamos num lugar empestado;

·         (Sl 91.7) -> para mil caírem do nosso lado e dez à nossa direita, onze mil têm que se levantar contra nós;

·         (Fp 4.13) -> Só tem sentido Jesus nos fortalecer se houverem inimigos fortes para serem derrotados, desafios tremendos a serem vencidos ou uma carga muito pesada a ser carregada. Urge salientar que o jugo de Jesus é tido por mais suave por causa dos vários irmãos nos ajudando (Mt 11.28-30);

·         (Rm 8.31-39) -> Só é um grande vencedor quem está engajado em uma grande luta, alistado num exército (2Tm 2.3-5).

 

Enfim, não existe promessa na Escritura Sagrada que não esteja relacionada a um desafio a ser vencido. E as lutas são destinadas justamente àqueles em que Ele manifesta Seu amor, a fim de que possam dar mais fruto (Jo 15.2,3).

Note como Jesus, ao invés de ficar paparicando os pecadores, Ele os repreendia e disciplinava, sem jamais se intimidar pelo possível abandono deles (ver Mt 15.12-14; Jo 6.60-67). Aliás, Ele fazia questão de abalar tudo que era abalável, derrubar toda vida fundamentada na coisa errada (Mt 7.24-27), queimar todo material na nossa vida que não provém Dele (1Co 3.12-15) para que ficasse somente o que é inabalável (Hb 12.25-27). Jesus prefere oposição aberta e honesta ao apoio hipócrita.

Daí Jesus repreender: a fim de despertar em quem crê o zelo (2Co 7.9-11).

Quais qualidades podem ser vistas?

Não recebe nenhum elogio.

Qual a queixa de Jesus?

·      Sei as tuas obras, que não és nem frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Visto que dizes: Rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta, e não sabes que tu és o coitado, miserável, e pobre, e cego e nu, (Ap 3.15,17).

 

Os irmãos de Laodicéia chegaram ao mais baixo ponto do caráter que todo seguidor de Cristo deve ter. Note como não é mencionado nenhuma heresia, o que prova que o estado espiritual deles era tão grave que nem mesmo as “aves” achavam algo que pudesse mantê-las vivas neste ambiente (ver Mt 13.31,32). Não havia algo fazendo a diferença (para que heresias pudessem ser manifestas), irmãos sinceros que tivessem interesse em se manifestarem.

Ainda que pudessem fazer coisas religiosas certas (por exemplo cantar, orar, etc.), não havia zelo pelos irmãos.

Por que não queremos nos amarrar àqueles que o Eterno colocou na nossa vida? Que interesse nós temos que não lhes beneficia em nada ou qual é o interesse deles que nada tem a ver conosco?

Estes irmãos estavam deixando de lado o interesse de Cristo. O zelo ardente (quente) pelos irmãos estava dando lugar à busca de obras que visassem enriquecimento e promoção.

Infelizmente eles tinham os olhos abertos para o mal (Gn 3.7), o que acontece cada vez que o indivíduo cresce em força, sabedoria, poder, etc. Quanto mais o indivíduo cresce neste mundo, mais seus olhos crescem para os recursos que ele oferece.

Veja o caso de Efraim (representando as dez tribos do norte de Israel). Em Os 12.8 ele é visto se enriquecendo às custas da exploração dos outros e achando que era tudo normal.

Em Israel era comum o vacilar entre duas opiniões:

 

·         Não sabiam se deviam servir ao Criador ou a baal (1Rs 18.21);

·         Adoravam ao Eterno, mas adoravam também aos deuses de outras nações (2Rs 17.41);

 

Hoje, muitos tentam servir a dois senhores (Mt 6.24); outros voltam para o mundo, como se deu com Demas (2Tm 4.10). Não é à toa que Jesus afirma ser a testemunha fiel (que não vacila ou muda) e verdadeira, Aquele que realmente confirma a identidade do Eterno (Ele é o Amém), bem como o fundamento de cada uma das Suas obras (para que ninguém confunda a obra do Eterno com a do ser humano).

Eles buscavam tanto os prazeres que se tornaram:

 

·         Infelizes -> não possuíam a alegria do Eterno, a qual nos faz fortes (Ne 8.10), pois não O temiam, muito menos andavam nos Seus caminhos (Sl 128.1), visto não ter prazer nos Seus mandamentos (Sl 112.1).

·         Miseráveis -> em virtude de buscarem em Cristo apenas nas coisas deste mundo.

·         Pobres -> não eram ricos para com o Eterno (Lc 12.21).

·         Cegos -> não possuíam fé, virtude, ciência, temperança, paciência, piedade, fraternidade e amor provenientes do céu (2Pe 1.5-7,9). Foram cegados pelo deus deste século (2Co 4.3,4). A cegueira não era total, pois, do contrário, o colírio não iria resolver.

·         Nus -> apenas a veste provida pelo Eterno (Gn 3.7-10; Ap 19.8) pode realmente cobrir nossa nudez. O ato de despir frequentemente representa por alguém em vergonha (2Sa 10:4; Is 20:4; 47:2-3; Ez 16:37. Compare também Mateus 22:11-13; Cl 3:10-14).

 

E o pior é que eles se consideravam (seja fisicamente ou espiritualmente):

 

·         Ricos -> com potencial para empreenderem coisas boas;

·         Abastados -> com possibilidade para capacitar os outros para a boa obra;

·         Satisfeitos -> com capacidade de usufruir das riquezas (ver Ec 5.19,20) e obter o que realmente precisavam para suas vidas.

 

Todavia, eles necessitavam das coisas mais básicas da vida.

Mas, quando é que alguém se torna morno:

 

1.    quando deixa de ter contato com aqueles que são frios na fé (creem na coisa errada), mas não buscam se aproximar da verdade;

2.    quando tem contato com os quentes na fé, mas vai aos poucos se distanciando da verdade.

 

O frio somente dificulta a ação dos microrganismos; o calor, por outro lado, os mata.

Qual a consequência do pecado?

·      “Assim porque tu és morno, e nem és frio nem quente, estou para te vomitar da minha boca.” (Ap 3.16)

 

Jesus iria vomitar ao invés de cuspir porque Ele não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11). Entretanto, se os irmãos de Laodicéia não se arrependessem, a natureza pura e santa de Jesus naturalmente o expeliria do Seu interior, mesmo que Ele, a princípio, não quisesse isto.

Os irmãos de Laodicéia estavam sendo como o catarro que sai da boca naturalmente quando alguém tosse. Como o catarro é formado pela inflamação das mucosas, tais indivíduos atrapalham a o pronunciamento de Jesus no coração dos indivíduos.

O curioso é que se algo é muito quente ou muito frio, isto agride nossa boca e, dependendo, cordas vocais. A temperatura morna é justamente aquela que não agride o organismo. Contudo, espiritualmente falando, Jesus quer ter suas entranhas comovidas pelas nossas orações, pela compaixão que Ele quer exercer para com os indivíduos através de nós.

Assim como o vômito só acontece quando o organismo não consegue digerir algo, Jesus não consegue “digerir” palavras que não causam impacto na vida dos indivíduos.

Aqueles que falam palavras frívolas (Mt 12.37) ou torpes (Ef 4.29) (os seguidores de Cristo que estão no corpo, mas se recusam a dar o fruto do Espírito Santo - daí João 15.2,3) serão vomitados (julgados). Afinal, a Palavra de Cristo não é como palha, mas como fogo purificador ou martelo que esmiúça os corações de pedra (Jr 23.28,29). Uma palavra que Cristo disser através de nós pode mudar a realidade (Mt 8.8).

Nada de proferir palavras que apenas massageiam o ego, mas que não expõem o erro dos indivíduos e, desde modo, lhes dá oportunidade de se arrependerem, converterem e serem salvos (ver Lv 19.17).

É bem fácil de entender: como soldados de Cristo (2Tm 2.3-5), imagine que tragédia é confiar a vida nas mãos de um comandante que transmite ordens erradas. Isto coloca em risco todo o exército. Daí Paulo enfatizar que, muitas vezes, ele esteve em perigo entre falsos irmãos (2Co 11.26). Pense que tragédia é confiar na palavra errada de alguém que em tudo parece confiável.   

Uma vez que Jesus iria vomitar os irmãos de Laodicéia, logo eles estavam sendo a boca de Cristo inicialmente. Contudo, o prazer nas riquezas e na popularidade estava levando eles a praticarem “política de boa vizinhança”, ou seja, dizer apenas aquilo que é agradável aos ouvidos.

Eles estavam condenados a não serem mais a boca do Eterno (Êx 4.15; Jr 15.19; ver Os 13.1). Eles achavam que simplesmente por estarem dentro da boca do Eterno (sendo usados profeticamente) que isto lhes garantia riqueza, abastança e falta de nada.

Todavia, no que eles deixaram Jesus de fora de suas vidas, passando a falar suas próprias palavras ao invés de as palavras do Eterno (ver Jr 23.18,22,30; Is 55.10,11), eles não estavam mais cultuando um Jesus presente, mas um Jesus passado.

Ainda que estivessem em Cristo (tal como o ramo de uma árvore), contudo a seiva da Palavra viva já não estava mais circulando neles (Jo 15.3). A tendência era secarem e serem cortados. No caso aqui, por não estarem mais ouvindo a voz de Jesus, estavam se apoiando em profecias passadas e, se eles não mudassem, seriam eliminados do ofício profético.

Estes irmãos já não viam necessidade de estarem na presença de Jesus ouvindo Sua voz e se deixando guiar por ela (Rm 8.14). Já não tinham mais nada haver com Jesus, mas com quem eles queriam que Jesus fosse.

O que é prometido aos fiéis?

·      Eis aí estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo. (Ap 3.20).

 

Sempre foi da vontade de Jesus habitar em nosso interior (Jo 14.23) a fim de poder jantar (cear, ou seja, não apenas comer, não apenas estar junto, mas se reunir para desfrutar do privilégio da partilha – Lc 22.29,30). A ceia que Jesus não iria comer mais neste mundo (Mt 26.29), agora referência é feita a ela em Ap 19.9. Isto faz lembrar quando Jesus preparou uma ceia para os apóstolos em João 21.5,6,9,10. Em outras palavras, onde Ele é bem-vindo como hóspede, Ele acaba assumindo o papel de anfitrião, a saber, provendo a ceia.

Já parou para pensar na profundidade disto?

Que Jesus nos convide para vir e cear com Ele já é uma grande honra. Mas, o que dizer de Ele desejar participar da nossa humilde mesa e cear conosco? Não é algo inacreditável?

Em toda a Escritura Sagrada não há toque de amor mais divino, terno e penetrante que “Eu entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo”. Se nós convidamos alguém para nossa mesa, nós temos que prover a festa. Contudo, aqui é Jesus que provê a ceia (ver Lucas 12.37).

Mesmo porque: o que nós temos para oferecer a Cristo?

Além disto, assim como no caso de Zaqueu (Lucas 19.5), a ideia da hospedagem é de Jesus (não foi Zaqueu quem convidou Jesus, mas o contrário).

Cristo bate, mas não arrebenta a porta. Embora Ele tenha, pelo direito de criação, redenção, casamento, compra, conquista, graça, autoridade para comandar todas as portas a se abrirem em Sua aproximação, não obstante Ele, como humilde cortejador, permanece fora. Ele se apresenta como um pleiteador até mesmo com o teimoso.

Além disto, é importante esclarecer que a crença popular que Jesus está sempre batendo no coração dos pecadores é distorção da Escritura. Em Cantares 5.2 repare como o noivo cansa de esperar (2Cr 15.2). O chamar para a festa de casamento (Ap 19.9), para o qual Lucas 12.35-38 apontou, diz: “E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe”. Quando Jesus bater na porta do nosso coração, quem não estiver pronto para abrir, irá apanhar bastante como se deu com a Sulamita (Ct 5.2-7).

Mas infelizmente muitas portas já não estão mais em condições de se abrirem: as fechaduras estão enferrujadas (os indivíduos pararam de se abrir para o próximo), tudo em volta está crescido com ervas envenenadas, muito lixo foi acumulado no caminho que dá acesso a elas.

Por aqui se vê que fazer nada é a mais terrível das coisas que alguém pode fazer, pois isto, antes de tudo, significa manter fechada a porta na face de Cristo. Nenhum antagonismo fervoroso, veemente rejeição, intelectual negação da Sua Verdade e promessa é tão nocivo. Se desejamos nos arruinar, basta fazer nada, pois mesmo o perverso (frio), por estar em atividade, permanece tentando abrir a porta, ainda que sem sucesso.

E, enquanto insistimos em não nos achegarmos a Jesus para ouvi-Lo bater na porta (que é Jesus) através de Sua Igreja, Ele permanece em meio à noite, na escuridão. Todavia, o paciente Filho do Homem, com uma mão posta na porta e a outra suportando a luz (através de Sua Igreja), permanece ali algum tempo. Em Sua face está o amor desprezado e a misericórdia perdida. No toque de Sua mão há gentiliza e autoridade (Ct 5.2).

Isto é para mostrar que o Eterno nunca requereu grandes coisas para ter comunhão conosco. Basta estarmos dispostos a renunciarmos a nós mesmos a fim de podermos receber apenas aquilo que vem Dele e, deste modo, estarmos prontos para abrir a porta (Lc 12.36). Infelizmente, muitos preferem permanecer escondidos lá no fundo da timidez do seu coração (onde supõem que não serão incomodados por causa das suas más obras – ver João 3.19-21). E preferem entulhar o caminho até à porta de ódio, mágoa, desprezo, frustração, etc., para justificarem seu comportamento.

O abrir da porta para o Sol da justiça lembra alguém abrindo a porta de uma casa a fim de que o sol naturalmente entre, ilumine e aqueça (ver Sl 118.19). O Eterno não fica lá no alto esperando nós irmos a Ele. Tal como Jesus fez com Zaqueu, Ele vem até nós e fala conosco (Lc 19.5).

Mas, o que é preciso fazer para Jesus entrar em nosso coração e cear conosco?

Ouvir a voz de Jesus e abrir a porta. É a voz de Jesus que realmente nos move (Ez 2.1,2). É o sopro do Todo-Poderoso que nos dá entendimento (Jó 32.8). Quem não ouve a voz de Jesus com certeza não fará nada.

 

·         Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.” (Sl 24.7,9).

 

Todavia, se como portas pequenas não levantarmos nossas cabeças para ouvir a voz de Jesus e nos levantarmos sob Seu comando, nada acontecerá.

Repare que Cristo não diz: “Se algum homem se fizer moral; se algum homem tentar fazer-se melhor; se algum homem tem produnda tristeza; se algum homem tem fé ponderosa”.

Não! O que Ele diz é: “Se algum homem ouvir minha voz e abrir a porta…”.

Se abrirmos uma porta de arrependimento, ainda que do tamanho do buraco de uma agulha, Jesus abre para nós a porta do aprisco, de modo que possamos trazer bezerros e gado para fora (ver Zc 3.7; Jo 10.9).

Mas, o que vem a ser a porta?

O próprio Jesus é a porta (Jo 10.9), bem como aquele que nos estimula a bater a fim de que Ele possa se abrir para nós (Jo 10.9; Ap 3.20).

E como se abre a porta? Batendo (Mt 7.8), tal como era para Moisés ferir a rocha com a vara a fim de que saísse água dela (Êx 17.6). Todavia, nós só poderemos bater na porta chamada Jesus após Ele bater na porta do nosso coração (que é Ele próprio).

Sei que esta ideia parece esquisita. Mas como você acha que fazemos para abrirmos a porta do nosso coração para Jesus?

A princípio, muitos são enclausurados dentro de si mesmos pelo amor. Por não quererem pelejar contra o Amor (ver Gn 32.25,26; Is 1.18; 27.5), bater no Amor até que Ele se abra, jamais também conseguirão sair com Jesus para os pastos verdejantes. Ao invés disto, sempre ficará diante do Amor, como se o mesmo fosse uma prisão, um monte de exigências supostamente impossíveis de serem cumpridas (ver 1Jo 5.3). Para os tais o amor, que deveria servir de alegria, acaba servindo de tropeço (Mt 11.6; Rm 9.32,33; 1Pe 2.8).

Mas como não aceitarmos em nós tudo aquilo que é necessário para o bem-estar do próximo em todas as áreas (ou se preferir, como aceitaremos que fique conosco algo que machuque o próximo? – 1Jo 5.3), se queremos realmente desfrutar do verdadeiro amor. Afinal, o amor não faz mal ao próximo (Rm 13.10).

Somente após nos chocarmos contra o Amor e sermos moldados por Ele, poderemos bater em Jesus no coração das pessoas, de modo que delas recebamos o que é bom (Mt 7.11; Lc 11.13).

Exortação

·      eu te aconselho que de mim compres ouro refinado no fogo para te enriqueceres, vestes brancas para te cobrires e para que a vergonha da tua nudez não seja manifesta, e também colírio para ungires os olhos a fim de que vejas. (Ap 3.18);

·      sê, pois, zeloso e arrepende-te. (Ap 3.19)

 

Cristo prefere dar conselhos em vez de ordens. Sendo Aquele que realmente satisfaz (algo maior que a compreensão de qualquer criatura – Ef 3.8,19,20), Ele não precisa impor, pois não existe outro caminho para a vitória.

Note como, enquanto que o mundo cobra caro por aquilo que é bom, com Jesus o único requisito para recebermos a verdadeira bênção (1Co 2.9) é aceitarmos Sua graça em nossas vidas (de graça receber e de graça dar – sem nos esforçarmos para adquirir algo do Eterno e sem exigirmos tal esforço dos indivíduos – Mt 10.8).

Mas, se é de graça, como é mencionado a compra?

 

·      “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.” (Is 55.1,2).

 

Ele os incita a “comprem de mim”. Mas, se eles eram tão pobres, como eles poderiam comprar? Nada havia em Laodicéia a ser recomendado.

 

·      “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Sl 51.17).

 

Eis aí a moeda de compra.

A salvação tem um preço (ver Is 4.1; Mt 13.44,46). Aliás, um preço tão alto que temos que entregar tudo que temos e somos (tanto no corpo como na mente, sentimento e espírito) para sermos capazes seguir Jesus (Mt 16.24; Rm 6.1-4; Gl 6.14). Embora Laodicéia não tivesse nada para dar, eles deveriam dar tudo que eles tinham (tal como Jesus fez em Mt 13.44,46).

Contudo, entenda: Jesus pede para comprar, não porque Ele necessite de algo nosso, mas sim para que nos desfaçamos de tudo que impede Sua glória repousar em nós (ver Is 55.1-3).

Quando é dito que a salvação é de graça, isto não significa que não houve preço e custo. Antes, significa que Jesus pegou o preço estabelecido pelo Eterno. Tudo que chega a nós de graça, alguém pagou por ele em nosso lugar, na esperança de que, no futuro, possamos fazer o mesmo por quem necessita.

Em outras palavras, a graça nada mais é do que a substituição do sistema monetário pelo verdadeiro método de negociarmos com os indivíduos, a saber, com a entrega da nossa vida para fazer por eles aquilo que eles realmente precisam.

Se recebermos os indivíduos certos (os que o Eterno traz até nós) pelo motivo certo, faremos tudo com alegria por amor, em prol de Jesus e Sua Palavra.

Entende agora por que Ap 22.17 alega ser gratuita a Água da Vida?

Além disto, considerando que, na verdade, tudo pertence a Jesus e não a nós (Sl 24.1; 50.10; Jo 17.2; Ef 1.21-23), então na verdade não estamos dando um centavo que nos pertença. E a razão de termos que entregar tudo que Jesus nos deu nas mãos Dele é porque o preço a ser pago pela salvação é recebermos a Favor Dele pelo mundo (Jo 3.16) em nós agora (a palavra de Jesus tem que ser viva e para agora, e não com base nos ensinamentos passados).

É isto que significa ser salvo pelo Favor de Deus através da nossa total confiança em Jesus (Ef 2.8,9). Temos que deixar para traz tudo que recebemos de Jesus ontem para que possamos receber o que Ele tem para nós hoje (ver Fp 3.13,14).

Já parou para pensar no real significado da preciosa mercadoria que Jesus está a oferecer?

 

·         Ouro provado no fogo (riqueza espiritual - vida) -> Para enriquecer alguém, é necessário, obrigatoriamente, que o ouro seja provado no fogo? Embora este possa ter mais valor que o ouro bruto, um quilo de ouro, por exemplo, continua sendo um quilo de ouro (mesmo que misturado com outra coisa). E por que não prata ou alguma pedra preciosa? Por que ouro, propriamente dito?

Isto vem a mostrar que não basta sermos ricos. Se não tivermos a riqueza correta, acabemos prejudicados. Por exemplo: de que adianta um mecânico adquirir tudo que há de mais moderno para um consultório odontológico? Isto ficará entulhando, ocupando espaço, enferrujando e gerando preocupação.

O ouro representa a verdade (Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23) e aquele que creem em Jesus, cuja fé, após provada, é mais preciosa que o ouro perecível (1Pe 1.6,7). De nada adianta conhecer a verdade sobre muitas coisas se não temos como colocá-la em prática a serviço do próximo (1Co 13.2)?

Embora seja importante termos amigos, não é qualquer amizade que satisfaz. Apenas aqueles que Jesus colocou dentro de nós (ver Gn 2.22,23) é que, no momento certo, serão trazidos à vida para nós, vindo a ser no edifício da nossa vida como ouro, prata e pedras preciosas (1Co 3.12-15).

·         Vestes brancas (justiça – graça) -> Se os laodicenses estavam realmente nus, que diferença faz a cor da roupa? Logo, a nudez deles não era por não possuírem alguma vestimenta. Sendo eles ricos, com certeza tinham à disposição muitas vestes luxuosas. No entanto, diante do Eterno, isto era como as roupas feitas de folhas de figueira que Adão coseu (Gn 3.7-10).

Entendendo que as vestes brancas são os atos de justiça dos santos (Ap 19.8), logo elas representam a justiça e o testemunho de Cristo na vida dos indivíduos que Ele colocou na nossa vida. Elas é que irão testificar quem é Jesus na nossa vida.

Vestir alguém implica em honrá-lo com indivíduos (são eles que testificam quem somos). Sem esta veste, o indivíduo fica à mercê da frieza deste mundo, das tempestades das circunstâncias, dos ânimos irritados e do vexame.

·         Colírio (unção do Espírito Santo – salvação) -> Só se coloca colírio em um olho enfermo ou com cisco. Este não tem poder algum contra a cegueira. Logo, o problema com estes irmãos é que eles, embora dotados de perfeita visão, estavam enxergando tudo distorcido. Em outras palavras, embora possuíssem conhecimento espiritual, eles insistiam em querer ver as coisas por eles mesmos (do ponto vista carnal, tal como Eva – Gn 3.5,6).

Entendendo que a palavra que sai da boca do Criador é lâmpada para os pés e luz para o nosso caminho (Sl 119.105), logo o colírio representa o caráter de Cristo, o qual faz com que todas as coisas sejam puras para nós (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36; Tt 1.15). Se pensarmos que o caráter de Cristo só se desenvolve e purifica na medida que temos comunhão com os irmãos (daí 2Tm 2.22; 1Jo 1.7), logo o que está sendo oferecido é voltar a ver Cristo e os irmãos de modo espiritual (2Co 5.16).

 

Percebe como isto tudo tem a ver com o desejo que todos sejam zelosos e se arrependam (Ap 3.19)? O zelo pela saúde espiritual dos irmãos é que nos faz ver os acontecimentos do jeito certo, deixa nosso caráter vestido diante de todos e também nos enriquece de felicidade, generosidade e bons pensamentos e sentimentos. Sem contar que o zelo que conduz à comunhão é a grande prova de que Jesus existe e nos ama (João 13.34,35; 17.11,21-23).

Entretanto, embora os membros de Laodicéia não fossem zelosos contra a verdade, também não o eram pela verdade. Não havia entusiasmo, seja para o bem ou para o mal. Muitos exaltavam o pecado da mornidão como se o mesmo fosse virtude.

Esta mornidão é indício de um mal muito maior: a auto complacência. Todo autocomplacente é morno e, muitas vezes, confundem: zelo com excentricidade; fervor com esquemas selvagens e mau considerados; zelo com falar alto; entusiasmo com mero delírio e extravagância.

O verdadeiro zelo deve ser consequência do conhecimento. É o sentimento cheio de sobriedade e razão, a emoção a qual corresponde à verdade que ela invoca.

Logo, a promessa era a disciplina do Eterno a qual, por sua vez, era a prova do Seu amor para conosco (Jó 5.17; Pv 3.11,12; Hb 12.5-11). Tome como exemplo Manassés que veio a conhecer que o Criador é Deus após passar pela luta (2Cr 33.11-13).

Qual a recompensa aos vencedores?

·      Ao vencedor, fá-lo-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e sentei-me com meu Pai no seu trono. (Ap 3.21)

 

Esta passagem está em harmonia com (Lc 1.32,33; Mt 19.28; At 2.30,34,35). Cristo estará assentado no trono de Davi, ou seja, governando todo o mundo, tendo Israel como capital.

A administração de todo o reino do Eterno é posto nas mãos de Jesus (e consequentemente, do Seu corpo), seja:

·         o reino da natureza (por ser Ele o Filho do Pai);

·         o reino da graça (por ser Ele o sumo-sacerdote sobre o trono do Pai);

·         o reino de glória (até o dia em que Ele entregar o reino ao Pai – 1Co 15.28).

 

Estes reinos, antes de tudo, representam o trono da alma humana.

É bom lembrar que o Eterno concede algo, de modo a despertar o indivíduo a uma busca espiritual mais intensa e profunda. Ou seja, Ele dá ao indivíduo algo que só pode alcançar se crescer espiritualmente. Para um grupo de irmãos que estavam repletos de infelicidade, miséria, pobreza, cegueira e nudez, o mais indicado é que eles teriam que ser preenchidos com as dádivas de Jesus para alcançarem o melhor do Criador para suas vidas.

Jesus venceu como Cordeiro e se assentou no trono do Pai (Ap 5.5). Depois Ele concedeu isto aos vencedores (Ap 20.4; 22.5), tal como tinha prometido aos apóstolos (Mt 19.28; Lc 22.30).

E o trono é símbolo desta autoridade que Jesus recebeu e delegou aos discípulos (Mt 28.18).

Todavia, o trono é mais que um lugar para dar ordens, mesmo porque o Rei é Jesus. O trono é o símbolo de autoridade, ou seja, de exemplo a ser seguido. A comunhão, que começou secretamente no nosso coração (com Jesus trazendo para nós Sua riqueza, veste e modo de enxergar as coisas), agora se torna pública com Ele nos levando para onde Ele é um com o Pai. Primeiro Ele vem até nós para habitar conosco, conduzindo nosso espírito às regiões celestiais (Ef 1.3; 2.6); depois Ele nos leva até onde Ele está para habitarmos Nele (Ap 21.23) (medite em Jo 15.1-7).

Todo aquele que deseja ser assim deve buscar a alegria que é capaz de encher de bons pensamentos. Só assim o tal será incapaz de maltratar o meu próximo e, deste modo, entristecer o coração do Eterno.

O fato de Jesus cear conosco e nós com Ele implica, antes de tudo, em pleno prazer na companhia um do outro (ao ponto de descansarem um no outro - Jo 6.56; 14.21,23).

Note como Jesus ao mesmo tempo é:

 

·         Anfitrião (iremos habitar Nele – Jo 15.1-7; Ap 21.22) que promove a festa (Mt 25.1);

·         O hóspede que bate na porta (Ap 3.20);

·         A porta na qual se bate (Jo 10.9);

·         A ceia (Jo 6.51-57).

 

Urge salientar que há dois tronos: o trono do Pai (a autoridade do Eterno por ser o Criador de tudo com Sua boa, agradável e perfeita vontade – Rm 12.1) e o trono do Filho (a autoridade do Eterno por ser o Único a viver perfeitamente como homem e, com isto, nos capacitar para viver uma vida pura e santa diante Dele). É neste que iremos nos sentar. Logo, nossa autoridade não tem sua origem em nós (tal como se dá com o Pai). Antes, a herdamos quando aceitamos que Jesus viva Sua vida em nós.

É bom lembrarmos que nos assentaremos com Jesus em Seu trono do mesmo jeito que Ele se assentou com o Pai no Seu trono. Ou seja, à medida que vencermos o mundo do jeito que Ele venceu (Fp 2.5-8; 1Jo 5.3).

Detalhe: uma vez que Jesus conquistou, isto mostra que a noção de vitória da teologia da prosperidade está equivocada. Afinal, Jesus venceu o mundo na medida que não permitiu que Seu caráter e Palavra mudassem diante das maiores pressões do mundo. Ele, sendo pobre, simples e humilde, foi que o recebeu verdadeiro tesouro.

Em suma:

 

·         O Pai se assenta no trono da autoridade espiritual (Ele é Deus de fato);

·         Jesus se assenta no trono da autoridade física que Ele conquistou: Ele é Deus de direito (Ele viveu como Deus, ou seja, sem pecar);

·         A Igreja se assenta no trono da autoridade que recebeu de Jesus (1Co 6.2) quando ela permitiu Jesus viver em si (Gl 2.20).

 

Esta profecia é colocada no fim das sete cartas como coroa sobre as demais promessas, como que ajuntando tudo em uma só.

Sem contar que esta promessa dada a Laodicéia é o elo de ligação para a próxima parte do livro, onde o Cordeiro é visto assentado no trono do Seu Pai (Ap 4.2,3; 5.5,6).

Identidade

Laodicéia representa o grupo de irmãos que se enganam a si mesmos, achando que são auto-suficientes e baseando a qualidade de seu relacionamento com o Criador na sua satisfação pessoal.

Isto é algo bem normal nas instituições religiosas de hoje. Cada pessoa vai àquela que se sente bem e atribui ao Espírito Santo toda manifestação que lhes dá uma sensação interior agradável (ignorando o fato de que o coração do homem é enganoso – Jr 17.9). Todavia, não há qualquer zelo com relação às coisas da alma e do espírito na vida dos irmãos.

Lição a ser tirada dos sete tipos de convertidos que é possível existir

Quem é Jesus

Jesus se apresenta de modo progressivo àqueles que creem:

 

1ª -    Como Aquele que está no meio da Igreja, e passa por tudo que nós passamos (Rm 8.3,4; Fp 2.5-8; Hb 2.14,15; 4.14,15) -> “e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem” (Ap 1.13);

2ª -   Como Aquele que nos cobre até os pés com Sua justiça -> “vestido de uma roupa talar” (Ap 1.13). Quando nos sentirmos injustiçados, lembremo-nos que Jesus nos concede a justiça celestial e não a terrena;

3ª -   Como a Verdade mantém Sua justiça firme a nós -> “cingido pelos peitos com uma cinta de ouro” (Ap 1.13). Só poderemos ter nossa sede de justiça satisfeita quando quisermos ver pessoas e circunstâncias do jeito certo.

4ª -   Como Aquele cujos pensamentos e sentimentos são puros e elevados (Is 55.8,9) -> a cabeça branca (Ap 1.14);

5ª -   Como Aquele que possui sabedoria e autoridade (Cãs simbolizam isto – Lv 19.32; Pv 16.31; 20.29) -> “os cabelos eram brancos como lã branca, como a neve” (Ap 1.14);

6ª -   Como Aquele cujos olhos veem tudo com bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36) e não deixam que nenhuma cena impura entre em nosso coração -> “os olhos eram como uma chama de fogo” (Ap 1.14);

7ª -   Como Aquele cujos pés queimam todo o lixo moral e espiritual por onde passamos, de modo que  nossos pés não venham a vacilar (Sl 91.12) -> “os pés eram semelhantes ao latão polido como se fosse derretido na fornalha” (Ap 1.15);

8ª -   Como Aquele cuja voz, embora mansa (1Rs 19.12), não é difícil de ser ouvida, já que a verdade é visível e incontestável (Rm 1.20) -> “a voz era como a voz de muitas águas” (Ap 1.15). Logo, nós só não ouvimos Sua voz quando insistimos em querermos as coisas do nosso jeito.

9ª -   Como Aquele que tem em Suas mãos todo aquele que aceita ser mordomo da Igreja -> “Ele tinha na destra sete estrelas” (Ap 1.16). Logo, não precisamos (nem devemos) julgar os erros dos outros. Mesmo porque todos havemos de comparecer perante o tribunal de Cristo (Rm 14.10; 2Co 5.10).

10ª -Como Aquele cujo falar é muitíssimo desejável e corta plenamente o mal nas nossas vidas-> “da boca saía uma espada de dois gumes” (Ap 1.16);

11ª -  Como Aquele cujo caráter traz a salvação a todos quantos olham para Ele (ver Êx 33; Sl 31.16; 67.1; 80.3,7; 119.135) -> “o rosto era como o sol quando brilha na sua força” (Ap 1.16);

12ª -  Como nossa segurança plena -> “e ele pôs a sua destra sobre mim, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último” (Ap 1.17). Não há nada que chegue a nós sem que Jesus permita, nem que vá acontecer após todo o plano do Eterno ter se concretizado na nossa vida;

13ª - Como Aquele que não pode ser detido nem mesmo pela morte -> “o que vivo; fui morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1.18);

14ª -Como Aquele que determina quem vive ou morre, bem como quem vai para o Seio de Abraão ou para o Inferno -> “tenho as chaves da morte e do Hades”. (Ap 1.18). O que implica que ninguém morre antes da hora.

 

Observe os degraus. Primeiro Jesus se mostra como Aquele que está no meio da Igreja, e passa por tudo que nós passamos. Nos momentos em que o mundo rouba nossos direitos, Jesus nos cobre até os pés com Sua justiça.

No início, supomos que Ele nos abandonou porque não conseguimos compreender Sua justiça. Todavia, Ele nos revela Sua verdade a qual, então, nos faz compreender a verdadeira característica da Sua justiça.

Isto, então, abre espaço em nós para Seus puros e elevados pensamentos e sentimentos.  Aceitando isto dentro de nós, perceberemos em cada acontecimento da nossa vida Sua sabedoria e autoridade.

A partir de então, passaremos a não ver mal algum na nossa vida (Sf 3.14). Antes, enxergaremos tudo com bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36), o que nos capacitará para caminhar por onde quer que Jesus queira nos levar sem nos machucarmos ou nos contaminarmos.

Melhor: passaremos a ouvir Sua doce, mas poderosa voz nos mostrando como ninguém (principalmente quem Lhe pertence), nem nada escapa do Seu controle e juízo (Jó 42.2; Is 43.13; Rm 14.10; 2Co 5.10). Neste momento, Suas palavras, embora mais cortantes do que nunca, nos parecerão extremamente desejáveis, pois, de tanto amarmos Jesus, repudiaremos com veemência tudo que não é de Jesus na nossa vida.

A expectativa por querer ser como Jesus (ter Seu caráter – 1Jo 3.3) será tal que o indivíduo desejará olhar para Jesus a fim de querer ser salvo de vez da Sua natureza terrena (Cl 3.5) e, assim, finalmente enxergar todos os acontecimentos do ponto de vista certo, a saber, que nada pode deter Jesus de nos fazer o bem, nem mesmo a morte: tudo está no controle Dele. Ninguém morre antes da hora muito menos vai para o inferno sem a permissão Dele.

Com isto podemos aprender que:

 

1ª -        Devemos nos identificar com aqueles a quem Jesus quer operar através de nós;

2ª -        Tudo em nosso caminhar deve mostrar a todos quem Jesus é, bem como Seu Favor disponível a todos;

3ª -        Não adianta lutar pela justiça fazendo uso de métodos escusos. O verdadeiro fim é a conclusão daquilo que o Eterno vem fazendo na Igreja, e não um resultado vazio de virtude, como se a única coisa que importasse fosse os resultados;

4ª -        É imprescindível conservar a mente firme em tudo que Jesus é;

5ª -        Como um grão de mostarda, é preciso que o poder e a virtude do Eterno cresçam todo o Seu crescimento (Mt 13.31,32; Lc 17.6);

6ª -        Embora não haja como evitar as cenas pervertidas deste mundo, como o que sai do homem é que o contamina (Mc 7.20-23), logo nossa forma de enxergar as coisas (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36; Tt 1.15) deve ser como o fogo do holocausto que tudo queima, como sacrifício de cheiro suave e agradável ao Eterno (Lv 1.9,13,17);

7ª -        A palavra que sai da boca do Eterno, como lâmpada para nossos pés (Sl 119.105), deve iluminar e queimar todo nosso caminhar, de modo a purificar o que é bom e destruir o que não é do Criador. Ajuntando com o item anterior, nosso coração deve submeter ao fogo tudo que tenta entrar em nós através dos nossos cinco sentidos para que todo nosso caminho fique como as ruas de ouro da Nova Jerusalém (Ap 21.21);

8ª -        Jamais devemos ter língua dobre (1Tm 3.8 – e, obviamente, ânimo dobre – Tg 1.5-8; 4.8,9). Nosso falar deve ser sempre honesto e firme (Mt 5.37; 2Co 1.17; Tg 5.12), de modo promover confiança na verdade por onde passarmos;

9ª -        Devemos conservar em nossa companhia aqueles que resplandecem na Igreja (Dn 12.3; Fp 2.14,15) invocando ao Criador com coração puro (2Tm 2.22), a fim de poderem zelar melhor deles (Ap 3.19). Esta é a forma correta de conservar pura a própria alma;

10ª -      Jamais devemos privar nossa espada espiritual do sangue (Jr 48.10), muito menos compactuar com o próximo (Lv 19.17) quando o mesmo estiver envolvido nas obras das trevas (1Tm 5.22);

11ª -      Assim como o semblante iluminado do rei representa vida (Pv 16.15), nosso rosto deve estar descoberto diante do Criador a fim de refletir Sua presença viva a todos que estão a nosso redor, dando espaço para que eles sejam transformados de glória em glória na imagem perfeita de quem o Eterno é (2Co 3.18);

12ª -      Assim como a destra de Jesus, que tem as sete estrelas, toca e anima quantos por Ele são tocados, nossa vida deve servir de estímulo para que todos que são de Jesus queiram sempre trazer com eles todos os que pertencem a Ele. A ideia é que todos percebam que não existe motivação legítima que surja antes do Eterno ou que vá além Dele;

13ª -      A melhor maneira de evangelizar é sendo levado por Cristo aonde quer que Jesus queira nos levar. Se os que cressem assim fizessem, todos à volta constatariam que Jesus é real. Afinal, é isto que todos precisam ver: que Jesus é real.

14ª -      Ao invés de temermos os homens (Hb 13.5,6), devemos temer Aquele que tem poder de lançar alguém no inferno (Lc 12.5). Além disto, é Ele quem irá trazer em Sua companhia os que dormem Nele (1Ts 4.13-18).

Qualidades vistas

1ª -    Sei as tuas obras, o teu trabalho e a tua perseverança, e que não podes suportar os maus; e que puseste à prova os que se dizem ser apóstolos, e não o são, e os achaste falsos; e que tens perseverança, e por amor do meu nome sofreste, e não te hás cansado. (Ap 2.2,3).

Mas isto tens, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. (Ap 2.6).

2ª -   Sei a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico) (Ap 2.9).

3ª -   Sei onde habitas; onde Satanás tem o seu trono; e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde habita Satanás. (Ap 2.13).

4ª -   Sei as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e os teus serviços e a tua perseverança, e que as tuas últimas obras são mais numerosas do que as primeiras. (Ap 2.19).

5ª -   Mas tens umas poucas pessoas em Sardes que não contaminaram as suas vestes (Ap 3.4).

6ª -   Guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (Ap 3.8)

Guardaste a palavra da minha paciência (Ap 3.10)

 

Eis as qualidades que agradam a Jesus e que vão se acumulando no remanescente fiel, com vistas a fazê-lo firme na fé:

 

1ª -        Trabalho fiel -> Perseverar em fazer bem aquilo em que se está a trabalhar;

2ª -        Ser cúmplice nas boas obras (3Jo 7,8) -> Não servir de suporte para a maldade;

3ª -        Provar os espíritos (1Jo 4.1) -> Colocar à prova os falsos apóstolos a fim de não comunicar em nada que deponha contra a verdadeira fé;

4ª -        Morrer para si mesmo (Mt 16.24; Rm 6.1-4; Cl 3.3) -> Recusar o prazer e o luxo quando isto coloca em risco o bom nome de Jesus;

5ª -        Permanecer na bondade de Jesus (Jo 15.9; Rm 11.22) -> Não se cansar de fazer o que é bom aos olhos do Criador, mesmo quando, aparentemente, parece não valer a pena (ver Gl 6.9);

6ª -        Sair do Sistema Babilônico que rege este mundo -> Repudiar toda obra que estimula a contenda (por exemplo, colocando uns acima dos outros);

7ª -        Confiar apenas no Eterno (1Tm 6.17) -> Não se deixar prender pelo conforto ou riquezas (1Tm 6.7,8), mas sim buscar ser rico para com o Eterno (Lc 12.21), entendendo que a riqueza não é nossa: é Dele;

8ª -        Não permitir que a fé sofra mutações no coração -> Conservar o nome de Jesus e não negar a fé que Dele vem, mesmo diante das perseguições por causa da verdade, bem como de qualquer outra circunstância que nos acometa;

9ª -        Perseverar nas obras que alimentem o amor e na fé, procurando crescer nelas (1Ts 4.10; 2Pe 1.5-8);

10ª -      Conservar a justiça de Jesus ao invés de querer estabelecer a própria justiça (Rm 10.3);

11ª -      Guardar a Palavra de Jesus, bem como o Seu caráter e verdadeira obra, de modo a entender e enxergar as coisas do modo correto;

 

É claro que isto não é suficiente. Do contrário haveria um remanescente fiel em Éfeso, o que não é verdade. Repare que não houve promessa para os fiéis de Éfeso (e Pérgamo), mas apenas para os vencedores.

No entanto, no que a pessoa busca em Cristo conservar todas estas qualidades, ela dificilmente irá se desviar da fé.

Queixas de Jesus

1ª -    Eu, porém, tenho contra ti que deixaste o teu primeiro amor (Ap 2.4);

2ª -   Não temas o que estás para sofrer; (Ap 2.10);

3ª -   tens aí aos que seguem o ensino de Balaão, que ensinava a Balaque a pôr uma pedra de tropeço diante dos filhos de Israel, isto é, a comer das coisas sacrificadas aos ídolos e a fornicar. (Ap 2.14);

Assim tu tens igualmente aos que seguem o ensino dos nicolaítas. (Ap 2.15);

4ª -   Tenho, porém, contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se chama a si mesma profetiza; ela ensina e seduz os meus servos a fornicar e a comer das carnes sacrificadas aos ídolos. (Ap 2.20);

5ª -   não tenho achado tuas obras completas diante de meu Deus (Ap 3.2);

6ª -   tens pouca força (Ap 3.8);

7ª -   Sei as tuas obras, que não és nem frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Visto que dizes: Rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta, e não sabes que tu és o coitado, miserável, e pobre, e cego e nu, (Ap 3.15,17).

 

Os sete itens formam um degrau decrescente, mostrando os passos de degradação do ser humano. Primeiro, o indivíduo perde o primeiro amor, ou seja, passa a valorizar mais as obras do que ao próprio Jesus e aos indivíduos. Como é perfeito amor (o de Jesus) que lança fora todo o medo, no que o indivíduo o perde, o medo toma conta dele.

Mais ainda: ele se acomoda na arte de amar ao próximo e passa a assalariar indivíduos que se dizem pregadores do Criador para que cumpram sua obrigação de orar, meditar na Escritura Sagrada e ajudar ao próximo.

Nesta altura, o indivíduo já que acomodou tanto à submissão cega que não se importa mais em saber se o líder espiritual é realmente temente ao Eterno e foi por Ele escolhido, vindo a aceitar (e até incentivar) que as mulheres abandonem seu papel no lar e venham a governar as instituições religiosas (o que contraria 1Timóteo 2.9-15; 1Coríntios 14.34,35).

O indivíduo agora se torna um perfeito robô. Simplesmente executa coisas, sem se preocupar se isto está agradando a Jesus ou não. Nesta altura, mesmo que o indivíduo permaneça em meio aos irmãos sem negar Jesus e Sua Palavra, sua força para conservar a Verdade (como é dito em 1Tm 3.15) está comprometida e tudo está prestes a ruir.

Por fim, o indivíduo acabará se acomodando aos padrões do mundo, sem qualquer amor pela verdade, por Jesus ou pelos irmãos, pensando apenas em prosperar por meio da sua religião.

Enfim, quem tenta ajudar o próximo pensando em recompensa humana, certamente enquadrar-se-á em uma das sete categorias:

 

1ª -        O servo inútil (Rm 3.12) -> Quando alguém deixa Jesus (o verdadeiro Amor), suas palavras e atitudes não passam de filosofia e rituais que nenhum benefício efetivo trazem na vida da pessoa;

2ª -        Paralítico espiritual -> O medo de sofrer acaba com toda coragem que alguém poderia ter de ajudar o próximo;

3ª -        Fonte de tropeço -> O tal serve de tropeço na vida dos outros e, obviamente, passa isto adiante. Deste modo uns passam a perna nos outros, vindo a tropeçarem juntamente (Mt 18.6-10). Isto inclui alguém querer ser rei ou líder espiritual sobre as demais. Isto é algo nato no ser humano (como pode ser visto em 1Sm 8.19,20) o qual busca, a todo custo, um herói que faça o bem no lugar deles.

4ª -        Servo de mulheres -> Aquele que, por preguiça de conhecer mais a fundo de Jesus e Sua Palavra, prefere ser guiado por mulheres (tal como se vê como Baraque – Jz 4.8).

5ª -        Letárgico espiritual -> Torna-se mau e negligente (Mt 25.26). Faze a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10), ou seja, trabalha para o próximo mecanicamente, ao invés de encararem isto como um serviço do Criador (Cl 3.22-24).

6ª -        Superficial -> Não procura aprofundar suas raízes em Cristo (Lc 8.13), nem viver Sua Palavra, de modo a ter seu espírito constituído e fortalecido por ela (Hb 5.12-14). O indivíduo O trata como a maioria dos súditos ao seu rei: com fidelidade, mas só vendo-o à distância;

7ª -        Carnal -> administra os bens do Eterno como se fossem seus, esquecendo de buscar o real interesse do Eterno. Trata-se de alguém de duplo ânimo (ver Tg 4.8,9).

 

Os seja, estes são os sete erros que acabam com a vida espiritual de alguém, transformando-a em um religioso. Ainda que ele permaneça congregando com os irmãos, nada de bom produzirá na vida de alguém.

Consequências do pecado

1ª -    venho a ti, e removerei o teu candeeiro do seu lugar, se não te arrependeres. (Ap 2.5).

2ª -   eis que o diabo está para meter alguns de vós em prisão para serdes provados, e passareis por uma tribulação de dez dias. (Ap 2.10).

3ª -   Venho a ti sem demora, e pelejarei contra eles com a espada da minha boca (Ap 2.16).

4ª -   Eis aí a lanço num leito, e numa grande tribulação os que adulteram com ela, se não se arrependerem dos atos ensinados por ela. Farei morrer a seus filhos; e todas as igrejas conhecerão que eu sou o esquadrinhador dos rins e corações, e darei a cada um de vós segundo as suas obras. (Ap 2.22,23).

5ª -   Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. (Ap 3.3).

6ª -   para que ninguém tome a tua coroa. (Ap 3.11).

7ª -   Assim porque tu és morno, e nem és frio nem quente, estou para te vomitar da minha boca. (Ap 3.16).

 

Estas sete consequências mostram a degradação crescente de quem abandona ao Eterno:

Primeiro, sua luz (sabedoria, conhecimento, dons, talentos, etc) perde a utilidade. Não será vista por ninguém que se interessa pela luz. É como colocar a lâmpada debaixo do alqueire (Mt 5.14-16). Em seguida o indivíduo é preso e atribulado com vistas a receber em si a prova da supremacia de Cristo e Sua virtude em meio ao sofrimento e, deste modo, ser livre do medo que o escraviza.

Se, no entanto, o indivíduo não se converter, a Palavra que sai da boca de Jesus irá combater ao invés de auxiliar. Jesus irá se colocar como adversário (ver Nm 22.22,32; Jr 21.5).

Nesta altura, as mulheres, não conformadas com a má administração dos homens, irão tomar a frente, seja do lar, da nação, etc. Jesus, para mostrar que este modo resolver as coisas está errado, passa a permitir a doença na vida delas, a qual acaba trazendo grande tribulação sobre os líderes espirituais que distorcem a Escritura Sagrada junto com ela e morte (seja física ou espiritual) sobre os que as seguem.

Muitos, então, ainda que permaneçam na Igreja, no fundo verão Jesus como um juiz iníquo. Afinal, Sua vinda serviu para tirar deles aquilo que lhes parecia ser seu e que, aparentemente, lhes trazia benefícios. Tal indivíduo não conseguirá mais exaltar o Eterno (perdeu a coroa) vindo, por fim, a ser lançado fora da boca de Cristo, onde ele não poderá mais ouvir Sua voz e transmitir algo vivo e eficaz aos indivíduos com quem tem contato.

Está condenado a voltar a ser inútil (Rm 3.11), vagueando por este mundo sem razão para existir (Os 9.17).

Enfim, o indivíduo, ao ser expulso do corpo de Cristo, além de não ser mais capaz de exaltar o Criador, é prejudicado por aquilo que mais deveria ser motivo de bênção e alegria em sua vida (Jesus e tudo aquilo que vem Dele, incluindo Sua luz, palavra e ministério). O tal passa a uma visão completamente distorcida de Jesus e dos acontecimentos e, portanto, incapaz de ver o bem (Jr 17.6; Is 48.22; 57.19-21).

Promessas aos fiéis

                          1º -             Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida.  (Ap 2.10).

                         2º -             Eu não vos ponho outro fardo; (Ap 2.24).

                         3º -             estas andarão comigo em vestes brancas (Ap 3.4).

                         4º -             eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar (Ap 3.8);

                         5º -             Eis que farei que alguns da sinagoga de Satanás venham prostrar-se aos teus pés e conheçam que eu te amei. (Ap 3.9);

                         6º -             Te guardarei na hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para provar os que habitam na terra. (Ap 3.10);

                          7º -             Venho sem demora; (Ap 3.11);

                         8º -             Eis aí estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo. (Ap 3.20).

 

Quais são os processos usados por Jesus para se aproximar de nós?

 

1ª -        Pessoalmente – Ele nos coroa com Sua vida. Jesus permanece conosco sempre  (Mt 28.20; Fp 4.5) a fim de que sejamos identificados diante de todos como aquele que recebeu autoridade da parte de Jesus para conceder vida. Após isto, Jesus nos liberta dos nossos fardos e, por fim, acaba

2ª -        nos dando o Seu fardo leve (Mt 11.28-30). Nada de rituais vazios que não unem pessoas na Verdade. Para tanto, temos Jesus

3ª -        exercendo Sua Justiça limpa e pura (em contraposição a Is 64.6) através de nós. Isto toca os indivíduos de tal modo que  depois eles irão nos vestir diante de todos, ou seja, testificar acerca do nosso bom procedimento em Cristo (2Co 9.13,14).

4ª -        Nos abrindo a porta da palavra (Cl 4.3). Note como a porta da evangelização só é aberta após sermos capazes de testificar acerca da justiça de Cristo.

5ª -        Abrindo os corações dos religiosos para que recebam Jesus através de nós. No que Jesus nos concede isto, eles poderão ver o amor que o Eterno teve por eles apesar de todas as perseguições por eles efetuadas. E é isto que nos dará fé para enxergarmos Seu cuidado por nós

6ª -        através da Sua manifestação contínua nos guardando durante as lutas que devemos travar;

7ª -        através do Sua vinda para nos dar a vitória -> Sendo zeloso, Jesus caminha conosco até Ele vir fisicamente a nós através de alguém (Mt 25.41-46). Finalmente, Ele se manifesta

8ª -        através da Comunhão -> ou seja, Jesus leva os irmãos a serem perfeitamente unidos (João 13.34,35; 17.11,21-23).

 

Ninguém, por mais poderoso e sábio, pode resolver todos os conflitos que tomam conta de uma humanidade caída. Por mais que queiramos ser justos e promover o bem na vida de todos, jamais teremos êxito, visto que o mal está na vida de cada um e nada há que possamos fazer para eliminar o mesmo da vida deles. Só o conhecimento pleno de Jesus, com Ele fazendo do Seu corpo o nosso (Rm 13.14; 1Co 15.47-53), é capaz de nos livrar de fazer o mal.

Apenas Sua presença, fazendo do Seu corpo e sangue (vida) a nossa nutrição, pode nos encher do verdadeiro amor. Daí Jesus prometer, dos mais diversos modos, permanecer junto de nós.

Exortações

1ª -    Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras (Ap 2.5);

2ª -   Não temas o que estás para sofrer (Ap 2.8).

3ª -   Ser fiel até a morte (Ap 2.10);

4ª -   Arrepende-te (Ap 2.16);

5ª -   Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. (Ap 2.25);

6ª -   Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer (Ap 3.2);

7ª -   Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te (Ap 3.3);

8ª -   guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. (Ap 3.11);

9ª -   Eu te aconselho que de mim compres ouro refinado no fogo para te enriqueceres, vestes brancas para te cobrires e para que a vergonha da tua nudez não seja manifesta, e também colírio para ungires os olhos a fim de que vejas. (Ap 3.18).

10ª -Sê pois zeloso e arrepende-te. (Ap 3.19).

 

Cada exortação representa um conselho para que o indivíduo prossiga na fé em Cristo e se aproxime Dele. Aquele que permanecer em cada uma destas coisas vencerá. Elas formam uma escada, onde cada degrau subido nos fortalece para alcançar o degrau superior:

 

1ª -        Devemos trazer à memória o lugar onde estávamos originalmente. Note como o verdadeiro ato de arrependimento está vinculado à consciência de quem Jesus realmente é, quem devemos ser e do que realmente cabe a nós.  Não devemos esquecer dos lugares celestiais onde Jesus coloca os que a Ele se entregam (Ef 1.3; 2.6), a fim de que possam sempre praticar as obras certas. Uma vez certos da vontade de Jesus,

2ª -        nada de ter medo. Ainda que seja necessário sofrer (1Pe 4.12-14) por amor a Cristo, que o amor de Jesus seja suficiente para nos livrar de todo o medo (1Jo 4.18), de modo a não abrirmos mão das nossas reais bênçãos  (Lc 14.26),

3ª -        sermos fiéis até à morte.

4ª -        Sentirmos tristeza pelos nossos pecados (Ec 7.3; Tg 4.8,9). Afinal, é inadmissível a quem tem o Espírito Santo permanecer desagradando Seu Noivo (Rm 8.5-9; 1Jo 3.5-9; 5.18). Todavia, temos que

5ª -        conservar o que temos, reter isto bem firme até que Jesus venha. Nada de andarmos por aí seguindo todo vento de doutrina (Ef 4.14). Antes, renunciemos tudo o que não é de Jesus e preservemos só o que é Dele. Afinal,

6ª -        só se vigia (zela para manter) o que é bom. Todos aqueles que são usados para manifestar a vida de Cristo deve ser mantidos vivos na fé, de modo que tudo de bom que o Eterno colocou neles (dons, talentos, verdade) não se perca; antes, sirva para que todos possam melhorar sua visão acerca do que vigiar e do que jogar fora. Toda obra viva deve permanecer sendo alimentada com aquilo que agrada a Jesus a fim de que o Espírito Santo continue tendo lugar ali (tal como se dava com o fogo no altar do holocausto e no castiçal – Êx 27.20; Lv 6.12,13).

Mas, como saber o que é obra viva ou morta? Para discernirmos isto, é necessário

7ª -        lembrarmos de tudo que Jesus nos ministrou. Nem todo presente é bênção. Logo, devemos guardar o que Jesus nos dá, pois isto é insubstituível, sendo este tipo de bondade que nos conduz ao arrependimento (Rm 2.4). Embora devamos andar em novidade de vida (Rm 7.6), devemos sempre avançar para as coisas que estão diante de nós (Fp 3.13,14),

8ª -        Temos que guardar o que Jesus nos deu. Por quatro vezes é ordenado isto, visto que tudo o que Jesus nos dá de novo nada mais é do que um aprimoramento  (e renovação) daquilo que é velho. Ou seja, o papel da Igreja não é correr atrás de novidades, mas deixar que Jesus vivifique aquilo que, de velho, estava para morrer (renovado – ver Tt 3.4-6). Isto lembra o Antigo Testamento, onde a ordem não era buscar fogo estranho (Lv 10.1,2), mas conservar o fogo do Eterno vivo lançando nele madeira nova (Êx 27.20; Lv 6.9,12,13; 24.2).

É claro que, para isto, precisamos

9ª -        estar dispostos a pagar o preço a fim de:

a.    se ter no coração a Verdade e as pessoas certas, e não aquilo e aquelas que, embora nos agrade, nada de bom nos acrescenta. Pelo contrário: só nos enchem de frustração;

b.    podermos nos vestir da justiça do Reino dos Céus, e não com aquilo que parece justo aos nossos olhos. A ideia não é praticarmos a justiça do Sistema Babilônico para obter o favor dos seus adeptos, mas sim deixar que Jesus manifesta o verdadeiro significado de justiça;

c.    sermos capazes de receber de Jesus Seu modo de ver as coisas, a fim de que vejamos tudo com bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36) e haja em nós lugar para ser construído o caráter de Cristo.

Finalmente estarem em condição de

10ª -      zelar por aqueles que Jesus nos deu, ao invés de nos conformarmos em vê-los se perdendo no mundo ou tendo os dons e talentos do Eterno em sua vida sendo usados indiscriminadamente por pessoas inescrupulosas.

Contudo, este zelo só terá sentido quando tivermos sentido em nós a tristeza de viver uma vida que benefício algum traz para o próximo.

 

Note como arrependimento e conservar o que é de Jesus na nossa vida são dois fatores preponderantes. Apenas os irmãos de Esmirna não recebem nenhuma destas duas exortações. Sempre devemos estar lamentando nossas imperfeições, pois é isto que faz o nosso coração melhor (Ec 7.3; Tg 4.8,9).

Repare como cada uma das exortações representa um dos requisitos para nos aproximarmos de Jesus.

Recompensas aos Vencedores

A ordem das promessas nas sete cartas corresponde àquela que mostra o desdobramento do reino do Eterno: seu começo na terra e consumação no céu:

 

·         1ª carta: a árvore da vida (Ap 2.7) – lembrando a árvore da vida (Gn 2.9) e em contraste com a punição que caiu sobre a mulher (Gn 3.16) e com a proibição de comer da árvore da vida (Gn 3.24).

·         2ª carta: não sofrer o dano da segunda morte (Ap 2.11) – em resposta à morte que entrou no  mundo por causa do pecado do homem (Gn 2.17; 3.19; Rm 5.12);

·         3ª carta:

o   o maná escondido (Ap 2.17) – lembrando o maná derramado ao povo de Israel no deserto (Êx 16.31), o maná que fora escondido na arca da aliança (Êx 16.33 – o qual a partir de Salomão não é mais encontrado lá – 2Cr 5.10) e em contraste com a maldição de ter de comer do suor do rosto (Gn 3.19);

o   uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe (Ap 2.17) – em contraste com as várias pedras preciosas existentes no Éden (Gn 2.11,12; Ez 28.13) e em resposta às pedras do Antigo Testamento que continham os nomes das tribos de Israel: nas duas pedras de ônix que ficavam nas ombreiras do éfode estavam os nomes das 12 tribos (seis nomes em cada pedra – Êx 28.9-12); em cada uma das doze pedras preciosas que estavam engastadas no peitoral do juízo, estava o nome de uma tribo de Israel (Êx 28.17,21);

·         4ª carta:

o   poder sobre as nações (Ap 2.26,27) – em contraste com os espinhos e cardos que a terra passaria a produzir por causa da desobediência do homem (Gn 3.18). Aqui termina as promessas terrenas;

o   estrela da manhã (Ap 2.28) – em resposta a Isaías 14.12, onde o diabo ficou sendo a estrela da manhã do mundo corrompido e foi tentar Eva no Éden (Gn 3.1-5; 1Tm 2.14). Isto lembra Ap 12.1.

·         5ª carta:

o   será vestido de vestes brancas (Ap 3.5) – em contraste com as vestes sujas do sumo-sacerdote Josué (Zc 3.3,4),  bem como às vestes de folhas de figueira que Adão coseu (Gn 3.7) e aos trapos de imundície da justiça humana (Is 64.6);

o   de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida (Ap 3.5) – em contraste com a rejeição de Israel pelo Eterno (Nm 14.12; 2Rs 23.27; Jr 31.37; 33.26), com a promessa de riscar do Seu livro quem pecar contra Ele (Êx 33.33) e de a terra ter se tornado maldita por causa de Adão (Gn 3.17). Se, por um lado, a memória do homem natural cai no esquecimento quando morre (Ec 9.5,6), Jesus dá ao vencedor um bom nome (Pv 22.1; Ec 7.1);

o   confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos (Ap 3.5) – lembrando a imagem e semelhança do Eterno que é para existir na família (Gn 1.25,26) e em contraste com Jesus negando diante do Pai quem O nega diante dos homens (Mateus 10.33 - tal como visto em Mateus 7.21-23; 25.12; Lc 13.23-28).

·         6

·ª carta:

o   ser coluna no templo do Deus de Jesus, e dele nunca sair (Ap 3.12) – em contraste com a proibição de entrar no Jardim do Éden (Gn 3.23,24). Em resposta a vários salmos, onde as pessoas buscam encontrar um lugar fixo para o Eterno em suas vidas (Sl 42.1; 63.1; 69.3; 84.4,5,10; 121.1; 130.5,6; 132.3-5), aqui é prometido aos fiéis um lugar onde poderá contemplar a face Dele e Suas maravilhas ininterruptamente. (Jesus não é para ser colocado em um lugar como amuleto)

o   ter o nome do Deus de Jesus escrito sobre si, bem como o nome da cidade do Seu Deus, a Nova Jerusalém, que desce do céu, do Seu Deus, e também o Seu novo nome (Ap 3.12) – em contraste com o nome que homem e mulher receberam do Eterno (Gn 5.1,2). Enquanto muitos alegam pouca força para conservar o Espírito Santo junto a si (por exemplo, para não entristecê-Lo – Ef 4.30), aqui a pessoa foi fixada na vida dos que crê pelo poder do amor de Jesus, por meio do Seu corpo, pela vida de Cristo neles que os identifica como um selo, de modo que ninguém tem autoridade para arrebatá-los dali (Jo 10.28,29);

·         7ª carta: se assentar com Jesus no trono; assim como Jesus venceu e se assentou com Seu Pai no seu trono. (Ap 3.21) – em contraste com o domínio (Gn 1.28) que o homem entregou a Ha-Satan ao pecar (Lc 4.6; Jo 14.30; Ef 2.1,2; 1Jo 5.19) e em resposta à imagem e semelhança do Eterno (Gn 1.26,27) que o homem perdeu, mas que vai sendo recuperada de glória em glória (2Co 3.18), até que possamos ser como Ele é (1John 3.2).

 

O primeiro prêmio que o indivíduo recebe é o acesso à árvore da vida, ou seja, Jesus e Seus ramos (a Igreja – João 15.1). Se o indivíduo andar na luz, Ele permanecerá nessa comunhão e o sangue de Jesus irá livrar o indivíduo do dano da segunda morte (1Jo 1.7), ou seja, de pecar contra o plano do Eterno na vida dos irmãos.

Se ele andar nos caminhos de Cristo e observar Sua ordenança, também julgará Sua casa, guardará os átrios dela e receberá livre acesso na Igreja (Zc 3.7), o que lhe permitirá ter acesso ao “maná escondido”, ou seja, à revelação especial acerca de tudo que Jesus fez de modo sobrenatural em Sua Igreja quando esta passava pelo deserto da vida (isto significa ter uma ideia de onde Jesus vem – ver Êx 16.32; João 8.14).

A partir de então, o vencedor receberá uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. Em outras palavras, ele receberá o conhecimento da nova identidade de Cristo, o que implica em enxergar a si mesmo e aos irmãos de uma nova forma, espiritualmente (2Co 5.16).

Imbuído de tudo isto, o indivíduo estará pronto para receber a abundância do Favor do Eterno e do dom da justiça, ou seja, para receber o poder para reinar em vida sobre o pecado, o mundo (incluindo nações) e a morte através de Jesus (Rm 5.17).

Daí por diante o indivíduo será visto assentado nas regiões celestiais (Ef 1.3; 2.6) com a estrela da manhã, ou seja, anunciando a Palavra que sai da boca do Eterno (2Pe 1.19) em meio a um mundo imerso em trevas (Is 9.1,2; Mt 4.15,16; Lc 21.25-28).

E não pense que tal indivíduo será uma bênção apenas em si mesmo.  Ele será usado para transformar as vidas ao redor dele e se vestir com os seus atos de justiça (vestes brancas). De maneira nenhuma seu nome será riscado do livro da vida, ou seja, deixará de ser usado por Jesus.

Pelo contrário: seu nome será confessado por Jesus diante do Seu Pai e diante dos Seus anjos, ou seja, mais será ouvido dos feitos de Jesus através dele.

Após tanto ser exercitado no amor, piedade e verdade, o indivíduo, que já vinha servindo de coluna e baluarte da verdade aqui na terra (1Tm 3.15), agora será feita coluna na Igreja celestial (o templo do Deus de Jesus). Para ser mais claro: uma coisa é ser referência da verdade num mundo cheio de injustiça e dolo; outra é ser digno de ser referência para a verdade num mundo onde a verdade e justiça está por toda parte.

E para que ninguém tivesse dúvida de que a verdade por eles confirmada era autêntica e perfeita (sem acrescentar, nem tirar, nem modificar nada), este indivíduo recebe em si três identificações: o nome do Deus de Jesus escrito sobre si, bem como o nome da cidade do Seu Deus, a Nova Jerusalém, que desce do céu, do Seu Deus, e também o Seu novo nome .

Ou seja, é testificado que a verdade anunciada pelo indivíduo confirma quem o Eterno é no céu (como Criador), na terra (como Redentor) e na Igreja (como Santificador e Purificador).

Finalmente, o indivíduo consegue entrar no repouso de Jesus (Hb 4.11), vindo a descansar e esperar sempre Nele (Sl 37.7) ou, se preferir, a servir como assento da autoridade de Jesus, alguém em quem Ele se compraz e usa para confirmar plenamente Sua autoridade sobre tudo e todos.

Resumindo: o indivíduo finalmente se torna o templo de habitação contínua do Eterno, como Ele sempre quis (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; 1Jo 2.27).

Enfim, em cada promessa estava um modo adotado por Jesus para aproximar o vencedor de Si. Em outras palavras, Jesus concede:

 

1ª -   Seu alimento espiritual (Jo 6.51-57). Quem de Jesus se alimenta recebe

2ª -   Sua vitória definitiva sobre a morte (separação). A partir de então o indivíduo passa a desfrutar da

3ª -   intimidade diária com Ele (por meio da Palavra que sai da Sua boca em resposta a como ele deve proceder para levar a carga de cada irmão (Gl 6.2)), a qual lhe capacita para a

4ª -   abundância do Favor do Eterno. Esta lhe confere o poder para manifestar a direção da Verdade em meio aos acontecimentos que envolver os que estão presentes em sua vida (ver Zc 3.7). Em outras palavras, o irmão recebe a palavra profética, a qual, se ele seguir, verá Jesus operar

5ª -   Sua justiça, a qual o fará célebre diante dos fiéis e, principalmente, conhecido nos lugares celestiais (Ef 1.3; 2.6), de modo a poder ter acesso livre ao Reino dos Céus e contar com o auxílio dos anjos a serviço de Jesus. Perseverando nisto, o indivíduo  recebe

6ª -   a bênção de ser integrante do Seu santuário, a saber, do coração das pessoas que são de Jesus, de modo a ter o privilégio do contato contínuo com Jesus. Isto permitirá ao indivíduo receber uma marca contínua em sua vida, a saber, o conhecimento preciso (o de Jesus) acerca de quem é o Criador, a cidade santa e Ele próprio.

7ª -   o privilégio de ser conduzido por Ele em tudo e, obviamente, de poder descansar e esperar o tempo todo no prazer da Sua companhia.

 

Resumindo: para manter o vencedor junto a Si, Deus lhe dá:

 

1ª -  Sustento;

2ª -  Capacidade de se ligar aos outros;

3ª -  Relacionamento com Ele e com os irmãos;

4ª -  Poder;

5ª -  Justiça e reconhecimento espiritual;

6ª -  Lugar fixo no Seu corpo;

7ª -  Sua presença contínua a nos guiar.

 

Deste modo, ninguém tem desculpa para dizer que é difícil ter comunhão com Cristo e fazer Sua vontade. Vem a questão: mas se isto é uma recompensa para o vencedor, aparentemente isto significa que só conseguiremos esta bênção depois do juízo final. Como, então, fazer até lá?

Embora a vitória completa seja concretizada nesta ocasião, isto não quer dizer que esta será a única vitória. Na verdade, a cada vez que deixamos Jesus usar Sua Palavra para nos conduzir em meio a uma adversidade na nossa vida, uma vitória é computada no Reino dos Céus a nosso favor. Devemos vencer o mundo, o pecado e Há-Satan todos os dias.

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