Carta à Convertidos de Laodicéia (os egoístas indiferentes)
Característica
Laodicéia significa
justiça do povo.
Laodicéia
recebeu seu nome de Laodice, esposa de Antíoco (por quem
Antíoco foi envenenado), o segundo
rei da Síria, por quem ela foi reconstruída e embelezada. Originalmente esta
cidade se chamava Dióspolis e, depois, Roas.
Nos tempos
romanos, ela foi a principal cidade entre aquelas do segundo nível na Ásia
Menor. Ela foi também quase destruída
pelo grande terremoto, A. D. 62, mas foi reparada pelos esforços de seus
próprios cidadãos, que não pediram ajuda do Senado Romano. Laodicéia estava a
cerca de 60 milhas ao sul de Hierápolis e quarenta de Éfeso. Seu comércio era
considerável, sendo principalmente de lã crescida no distrito vizinho, o qual
foi celebrado por sua fina textura e riqueza de tonalidades.
Nota: em
Sardes e Laodicéia não é mencionado inimigos perseguindo a Igreja externamente,
nem heréticos agindo internamente. Isto porque não havia sinceros para se
manifestarem (1Co 11.19). O problema com os irmãos de Laodicéia não era
teológico nem moral.
Ao
contrário de Sardes que estava repleto de obras mortas, aqui não havia boas
obras. Trata-se de um grupo de irmãos indiferente com relação ao sofrimento e
espiritualidade dos outros irmãos. Trata-se da busca egoísta ao Eterno.
O que
muitos não pensam (tal como estes irmãos) é que, se para fazer o bem tivermos que passar
por cima de alguém, então já estamos fazendo o mal. E a partir do momento que
nos sentimos na capacidade de julgar acerca de quem merece nossos favores ou
não, estamos nos igualando ao Eterno (ver Gn 3.5,6). De igual modo, quando nos colocamos nas mãos de
alguém, damos-lhe direito para nos julgar e decidir o que merecemos. Em outras
palavras, estamos fazendo desta pessoa um deus.
O correto é seguir o procedimento de Paulo:
·
Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos
para ganhar ainda mais. (1Co 9.19).
Ou seja, ao
invés de permitirmos que as pessoas nos escravizem (1Co 7.23), devemos nos humilhar debaixo da potente mão do
Eterno (1Pe 5.5-7) a fim de podermos servi-Lo na vida das pessoas. É bom lembrar que
alguém só é capaz de servir quando, por algum motivo, considera o próximo acima
de si.
Mas como,
se nada existe na vida do homem que seja bom para nós (Mt 19.18; Mc 10.18; Lc 18.19; Tg 1.16,17)?
Como Jesus se apresenta?
·
Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o
princípio da criação de Deus (Ap 3.14);
·
A quantos eu amo, repreendo e castigo; (Ap 3.19).
Já a fiel e
verdadeira testemunha, e o princípio da criação de Deus são atributos do
caráter o qual pertence a Ele como Mediador Deus-Homem. Por estes dois
atributos Ele tem demonstrado Sua dupla natureza.
Como Filho,
Jesus partilha da divindade do Pai. Nós, em contrapartida, partilhamos da
humanidade do Filho. Como Jesus vive pelo Pai, nós vivemos por Ele.
Considerando
que tudo foi feito em Cristo (Jo 1.3; Cl 1.15,18), que é a sabedoria do Eterno personificada (Pv 8.22-31; Cl 1.15-18), logo nada mais razoável do que Jesus ser o Amém (2Co 1.20), ou seja, a
confirmação de tudo que é bom, o cumprimento e o verificador de todas as
promessas da Escritura Sagrada.
O fato de
Jesus ser o Amém mostra que as divinas promessas, não apenas são executadas por
Ele, mas Ele próprio é o cumprimento de tudo que o Eterno tem falado à Sua
Oholyao. Mais ainda: isto perfeitamente prova Sua divindade.
Para um
grupo de irmãos que se considerava rico, isto era uma forma de mostrar que toda
aquela riqueza que eles possuíam nada significava.
Mas Jesus
também é a fiel testemunha.
Três coisas
são necessárias para alguém ser uma boa testemunha (1Tm 6.13):
1.
Ter visto
com os próprios olhos o que está a afirmar. Ou seja, ter absoluto conhecimento
do assunto do qual afirma. Jesus tem olhos como chama de fogo (ou seja, é onisciente), bem como viu e ouvir direto do Criador tudo que era preciso ser
testemunhado;
2.
Ser
competente para relatar isto aos outros. Ou seja, estar absolutamente acima de
todas as tentações, de modo a ser impossível de ser subornado. Jesus não tem
motivo para enganar, nenhum mal para temer, nenhum benefício a ganhar.
3.
Ter prazer
sincero de manifestar a verdade por onde passa.
Em Cristo
tudo isto se cumpre. Cristo pessoalmente assume para si aquilo que os irmãos
têm cessado de ser. Jesus é a a real testemunha por ser Ele o revelador de Deus
e da verdade para um grupo de irmãos desprovido de tal conhecimento.
Com um
grupo de convertidos mornos (que se acomodaram ao mundo,
simplesmente passando por ele, sem qualquer objetivo, mas vivendo tão somente
em busca de prazer), e pobres
espiritualmente, Jesus, deste modo, se apresenta como aquele que é constante e
fidedigno no meio de tantas mudanças. Por consequência, isto mostra que toda a
espiritualidade deles era enganosa, parcial e instável (Is 64.6).
Por fim
Jesus se apresenta como o princípio da criação do Eterno. Isto porque:
1.
foi Ele que
fez o universo existir, isto é, Ele foi o autor de todas as coisas (Jo 1.3; Ef 3.9; Cl 1.16).
2.
Ele foi o
primeiro ser criado (Mt 19.4,8; 24.8,21; Mc 1.1; 10.6;
13.8,19; Lc 1.2; Jo 1.1,2; 2.11; 6.64; 8.25,44; 15.27; 16.4; 11.14; 1Jo 1.1;
2.7,13,14,24; 3.8,11; 2Jo 5,6).
3.
Ele é a
primazia sobre tudo e está na cabeça do universo (Lc 12.11; Lc
20.20; Rm 8.38; 1Co 15.24; Ef 1.21; 3.10; 6.12; Cl 1.16,18; Cl 2.10,15; Tt 3.1).
4.
Ele quem
revela a nova criação, bem como a real caminhada a ser percorrida a fim de que
este reino possa ser recebido dentro de quem crê.
Levando em
conta a confiança destes irmãos no plano material, o mais lógico é que Jesus se
apresentasse como a origem e fundamento da criação do Eterno. Afinal, do mesmo
jeito que Jesus deu ordem aos caos do universo, Ele pode arrancar a Igreja do
caos espiritual sem depender de nada deste mundo.
A maioria dos
indivíduos só gosta de ouvir as promessas do Eterno, ignorando que nelas está
embutida a correção amorosa Dele (Pv 3.11,12; Hb 12.5-8). Por exemplo:
·
(Dt 28.7) -> para os inimigos fugirem por sete caminhos,
quer dizer que eles virão nos afrontar “sete” vezes;
·
(Sl 23.1) -> se nada vai faltar, quer dizer que também
não vão faltar os problemas, já que é neles que nossa fé é purificada (1Pe 1.6,7);
·
(Sl 23.5) -> o banquete é concedido a quem permanece na
presença dos inimigos amando-os como Jesus ordenou (Mt 5.44,45);
·
(Sl 23.6) -> com a bondade e a misericórdia do Eterno nos
seguindo, ninguém tem desculpa para odiar o próximo;
·
(Sl 91.6) -> se a peste não vai nos alcançar, é sinal
que estamos num lugar empestado;
·
(Sl 91.7) -> para mil caírem do nosso lado e dez à nossa
direita, onze mil têm que se levantar contra nós;
·
(Fp 4.13) -> Só tem sentido Jesus nos fortalecer se
houverem inimigos fortes para serem derrotados, desafios tremendos a serem
vencidos ou uma carga muito pesada a ser carregada. Urge salientar que o jugo
de Jesus é tido por mais suave por causa dos vários irmãos nos ajudando (Mt 11.28-30);
·
(Rm 8.31-39) -> Só é um grande vencedor quem está engajado
em uma grande luta, alistado num exército (2Tm 2.3-5).
Enfim, não
existe promessa na Escritura Sagrada que não esteja relacionada a um desafio a
ser vencido. E as lutas são destinadas justamente àqueles em que Ele manifesta
Seu amor, a fim de que possam dar mais fruto (Jo 15.2,3).
Note como
Jesus, ao invés de ficar paparicando os pecadores, Ele os repreendia e
disciplinava, sem jamais se intimidar pelo possível abandono deles (ver Mt 15.12-14; Jo 6.60-67). Aliás, Ele fazia questão de abalar tudo que era abalável, derrubar
toda vida fundamentada na coisa errada (Mt 7.24-27), queimar todo material na nossa vida que não
provém Dele (1Co 3.12-15) para que ficasse somente o que é inabalável (Hb 12.25-27). Jesus prefere oposição aberta e honesta ao apoio hipócrita.
Daí Jesus
repreender: a fim de despertar em quem crê o zelo (2Co 7.9-11).
Quais qualidades podem ser vistas?
Não recebe
nenhum elogio.
Qual a queixa de Jesus?
·
Sei as tuas obras, que não és nem frio nem quente; oxalá
foras frio ou quente! Visto que dizes: Rico sou e estou enriquecido e de nada
tenho falta, e não sabes que tu és o coitado, miserável, e pobre, e cego e nu, (Ap 3.15,17).
Os irmãos
de Laodicéia chegaram ao mais baixo ponto do caráter que todo seguidor de
Cristo deve ter. Note como não é mencionado nenhuma heresia, o que prova que o
estado espiritual deles era tão grave que nem mesmo as “aves” achavam algo que
pudesse mantê-las vivas neste ambiente (ver Mt
13.31,32). Não havia algo
fazendo a diferença (para que heresias pudessem ser
manifestas), irmãos sinceros
que tivessem interesse em se manifestarem.
Ainda que
pudessem fazer coisas religiosas certas (por exemplo
cantar, orar, etc.), não havia
zelo pelos irmãos.
Por que não
queremos nos amarrar àqueles que o Eterno colocou na nossa vida? Que interesse
nós temos que não lhes beneficia em nada ou qual é o interesse deles que nada
tem a ver conosco?
Estes
irmãos estavam deixando de lado o interesse de Cristo. O zelo ardente (quente) pelos
irmãos estava dando lugar à busca de obras que visassem enriquecimento e promoção.
Infelizmente
eles tinham os olhos abertos para o mal (Gn 3.7), o que acontece cada vez que o indivíduo cresce
em força, sabedoria, poder, etc. Quanto mais o indivíduo cresce neste mundo,
mais seus olhos crescem para os recursos que ele oferece.
Veja o caso
de Efraim (representando as dez tribos do norte de Israel). Em Os 12.8 ele é visto se enriquecendo às custas
da exploração dos outros e achando que era tudo normal.
Em Israel
era comum o vacilar entre duas opiniões:
·
Não sabiam
se deviam servir ao Criador ou a baal (1Rs 18.21);
·
Adoravam ao
Eterno, mas adoravam também aos deuses de outras nações (2Rs 17.41);
Hoje,
muitos tentam servir a dois senhores (Mt 6.24); outros voltam para o mundo, como se deu com
Demas (2Tm 4.10). Não é à toa que Jesus afirma ser a testemunha fiel (que não vacila ou muda) e verdadeira, Aquele que realmente confirma a identidade do Eterno (Ele é o Amém), bem como o fundamento de cada uma das Suas obras (para que ninguém confunda a obra do Eterno com a do ser humano).
Eles
buscavam tanto os prazeres que se tornaram:
·
Infelizes -> não possuíam a alegria do Eterno, a qual nos faz fortes (Ne 8.10), pois não O temiam, muito menos andavam nos
Seus caminhos (Sl
128.1), visto não ter prazer nos Seus mandamentos (Sl 112.1).
·
Miseráveis -> em virtude de buscarem em Cristo apenas nas coisas
deste mundo.
·
Pobres -> não eram ricos para com o Eterno (Lc 12.21).
·
Cegos -> não possuíam fé, virtude, ciência, temperança, paciência,
piedade, fraternidade e amor provenientes do céu (2Pe 1.5-7,9). Foram cegados pelo deus deste século (2Co 4.3,4). A cegueira não era total, pois, do contrário, o colírio não iria resolver.
·
Nus -> apenas a veste provida pelo Eterno (Gn 3.7-10; Ap 19.8) pode realmente cobrir nossa nudez. O ato de despir frequentemente
representa por alguém em vergonha (2Sa 10:4; Is 20:4; 47:2-3; Ez 16:37. Compare também Mateus 22:11-13; Cl 3:10-14).
E o pior é
que eles se consideravam (seja fisicamente ou
espiritualmente):
·
Ricos ->
com potencial para empreenderem coisas boas;
·
Abastados
-> com possibilidade para capacitar os outros para a boa obra;
·
Satisfeitos
-> com capacidade de usufruir das riquezas (ver Ec
5.19,20) e obter o que
realmente precisavam para suas vidas.
Todavia,
eles necessitavam das coisas mais básicas da vida.
Mas, quando
é que alguém se torna morno:
1.
quando
deixa de ter contato com aqueles que são frios na fé (creem na coisa errada), mas não buscam se aproximar da verdade;
2.
quando tem
contato com os quentes na fé, mas vai aos poucos se distanciando da verdade.
O frio
somente dificulta a ação dos microrganismos; o calor, por outro lado, os mata.
Qual a consequência do pecado?
·
“Assim porque tu és morno, e nem és frio nem quente,
estou para te vomitar da minha boca.” (Ap 3.16)
Jesus iria
vomitar ao invés de cuspir porque Ele não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11).
Entretanto, se os irmãos de Laodicéia não se arrependessem, a natureza pura e
santa de Jesus naturalmente o expeliria do Seu interior, mesmo que Ele, a
princípio, não quisesse isto.
Os irmãos
de Laodicéia estavam sendo como o catarro que sai da boca naturalmente quando
alguém tosse. Como o catarro é formado pela inflamação das mucosas, tais
indivíduos atrapalham a o pronunciamento de Jesus no coração dos indivíduos.
O curioso é
que se algo é muito quente ou muito frio, isto agride nossa boca e, dependendo,
cordas vocais. A temperatura morna é justamente aquela que não agride o
organismo. Contudo, espiritualmente falando, Jesus quer ter suas entranhas
comovidas pelas nossas orações, pela compaixão que Ele quer exercer para com os
indivíduos através de nós.
Assim como
o vômito só acontece quando o organismo não consegue digerir algo, Jesus não
consegue “digerir” palavras que não causam impacto na vida dos indivíduos.
Aqueles que
falam palavras frívolas (Mt 12.37) ou torpes (Ef 4.29) (os seguidores de Cristo que estão
no corpo, mas se recusam a dar o fruto do Espírito Santo - daí João 15.2,3) serão vomitados (julgados). Afinal, a Palavra de Cristo não é como palha,
mas como fogo purificador ou martelo que esmiúça os corações de pedra (Jr 23.28,29). Uma palavra que Cristo disser através de nós pode mudar a realidade (Mt 8.8).
Nada de
proferir palavras que apenas massageiam o ego, mas que não expõem o erro dos
indivíduos e, desde modo, lhes dá oportunidade de se arrependerem, converterem
e serem salvos (ver Lv 19.17).
É bem fácil
de entender: como soldados de Cristo (2Tm 2.3-5), imagine que tragédia é confiar a vida nas mãos
de um comandante que transmite ordens erradas. Isto coloca em risco todo o
exército. Daí Paulo enfatizar que, muitas vezes, ele esteve em perigo entre
falsos irmãos (2Co 11.26). Pense que tragédia é confiar na palavra errada
de alguém que em tudo parece confiável.
Uma vez que
Jesus iria vomitar os irmãos de Laodicéia, logo eles estavam sendo a boca de Cristo
inicialmente. Contudo, o prazer nas riquezas e na popularidade estava levando
eles a praticarem “política de boa vizinhança”, ou seja, dizer apenas aquilo
que é agradável aos ouvidos.
Eles
estavam condenados a não serem mais a boca do Eterno (Êx 4.15; Jr 15.19; ver Os 13.1). Eles achavam que simplesmente por estarem dentro
da boca do Eterno (sendo usados profeticamente) que isto lhes garantia riqueza, abastança e falta
de nada.
Todavia, no
que eles deixaram Jesus de fora de suas vidas, passando a falar suas próprias
palavras ao invés de as palavras do Eterno (ver Jr
23.18,22,30; Is 55.10,11), eles não
estavam mais cultuando um Jesus presente, mas um Jesus passado.
Ainda que
estivessem em Cristo (tal como o ramo de uma árvore), contudo a seiva da Palavra viva já não estava
mais circulando neles (Jo 15.3). A tendência era secarem e serem cortados. No
caso aqui, por não estarem mais ouvindo a voz de Jesus, estavam se apoiando em
profecias passadas e, se eles não mudassem, seriam eliminados do ofício
profético.
Estes
irmãos já não viam necessidade de estarem na presença de Jesus ouvindo Sua voz
e se deixando guiar por ela (Rm 8.14). Já não tinham mais nada haver com Jesus, mas com
quem eles queriam que Jesus fosse.
O que é prometido aos fiéis?
·
Eis aí estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz
e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo. (Ap 3.20).
Sempre foi
da vontade de Jesus habitar em nosso interior (Jo 14.23) a fim de poder jantar (cear, ou seja,
não apenas comer, não apenas estar junto, mas se reunir para desfrutar do
privilégio da partilha – Lc 22.29,30). A ceia que Jesus não iria comer mais neste mundo (Mt 26.29), agora
referência é feita a ela em Ap 19.9. Isto faz lembrar quando Jesus preparou uma
ceia para os apóstolos em João 21.5,6,9,10. Em outras palavras, onde Ele é
bem-vindo como hóspede, Ele acaba assumindo o papel de anfitrião, a saber,
provendo a ceia.
Já parou
para pensar na profundidade disto?
Que Jesus
nos convide para vir e cear com Ele já é uma grande honra. Mas, o que dizer de
Ele desejar participar da nossa humilde mesa e cear conosco? Não é algo
inacreditável?
Em toda a
Escritura Sagrada não há toque de amor mais divino, terno e penetrante que “Eu
entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo”. Se nós convidamos alguém
para nossa mesa, nós temos que prover a festa. Contudo, aqui é Jesus que provê
a ceia (ver Lucas 12.37).
Mesmo
porque: o que nós temos para oferecer a Cristo?
Além disto,
assim como no caso de Zaqueu (Lucas 19.5), a ideia da hospedagem é de Jesus (não foi Zaqueu quem convidou Jesus, mas o contrário).
Cristo
bate, mas não arrebenta a porta. Embora Ele tenha, pelo direito de criação,
redenção, casamento, compra, conquista, graça, autoridade para comandar todas
as portas a se abrirem em Sua aproximação, não obstante Ele, como humilde
cortejador, permanece fora. Ele se apresenta como um pleiteador até mesmo com o
teimoso.
Além disto,
é importante esclarecer que a crença popular que Jesus está sempre batendo no
coração dos pecadores é distorção da Escritura. Em Cantares 5.2 repare como o
noivo cansa de esperar (2Cr 15.2). O chamar para a festa de casamento (Ap 19.9), para o
qual Lucas 12.35-38 apontou, diz: “E sede vós semelhantes aos homens que
esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier,
e bater, logo possam abrir-lhe”. Quando Jesus bater na porta do nosso
coração, quem não estiver pronto para abrir, irá apanhar bastante como se deu
com a Sulamita (Ct 5.2-7).
Mas
infelizmente muitas portas já não estão mais em condições de se abrirem: as
fechaduras estão enferrujadas (os indivíduos pararam de se abrir
para o próximo), tudo em
volta está crescido com ervas envenenadas, muito lixo foi acumulado no caminho
que dá acesso a elas.
Por aqui se
vê que fazer nada é a mais terrível das coisas que alguém pode fazer, pois
isto, antes de tudo, significa manter fechada a porta na face de Cristo. Nenhum
antagonismo fervoroso, veemente rejeição, intelectual negação da Sua Verdade e
promessa é tão nocivo. Se desejamos nos arruinar, basta fazer nada, pois mesmo
o perverso (frio), por estar em atividade, permanece tentando abrir
a porta, ainda que sem sucesso.
E, enquanto
insistimos em não nos achegarmos a Jesus para ouvi-Lo bater na porta (que é Jesus) através de Sua Igreja, Ele permanece em meio à noite, na escuridão.
Todavia, o paciente Filho do Homem, com uma mão posta na porta e a outra
suportando a luz (através de Sua Igreja), permanece ali algum tempo. Em Sua face está o
amor desprezado e a misericórdia perdida. No toque de Sua mão há gentiliza e
autoridade (Ct 5.2).
Isto é para
mostrar que o Eterno nunca requereu grandes coisas para ter comunhão conosco.
Basta estarmos dispostos a renunciarmos a nós mesmos a fim de podermos receber
apenas aquilo que vem Dele e, deste modo, estarmos prontos para abrir a porta (Lc 12.36). Infelizmente, muitos preferem permanecer escondidos lá no fundo da
timidez do seu coração (onde supõem que não serão
incomodados por causa das suas más obras – ver João 3.19-21). E preferem entulhar o caminho até à porta de
ódio, mágoa, desprezo, frustração, etc., para justificarem seu comportamento.
O abrir da
porta para o Sol da justiça lembra alguém abrindo a porta de uma casa a fim de
que o sol naturalmente entre, ilumine e aqueça (ver Sl
118.19). O Eterno não
fica lá no alto esperando nós irmos a Ele. Tal como Jesus fez com Zaqueu, Ele
vem até nós e fala conosco (Lc 19.5).
Mas, o que
é preciso fazer para Jesus entrar em nosso coração e cear conosco?
Ouvir a voz
de Jesus e abrir a porta. É a voz de Jesus que realmente nos move (Ez 2.1,2). É o sopro
do Todo-Poderoso que nos dá entendimento (Jó 32.8). Quem não ouve a voz de Jesus com certeza não
fará nada.
·
“Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó
entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.” (Sl 24.7,9).
Todavia, se
como portas pequenas não levantarmos nossas cabeças para ouvir a voz de Jesus e
nos levantarmos sob Seu comando, nada acontecerá.
Repare que Cristo
não diz: “Se algum homem se fizer moral; se algum homem tentar fazer-se melhor;
se algum homem tem produnda tristeza; se algum homem tem fé ponderosa”.
Não! O que
Ele diz é: “Se algum homem ouvir minha voz e abrir a porta…”.
Se abrirmos
uma porta de arrependimento, ainda que do tamanho do buraco de uma agulha, Jesus
abre para nós a porta do aprisco, de modo que possamos trazer bezerros e gado para
fora (ver Zc 3.7; Jo 10.9).
Mas, o que
vem a ser a porta?
O próprio
Jesus é a porta (Jo 10.9), bem como aquele que nos estimula a bater a fim
de que Ele possa se abrir para nós (Jo 10.9; Ap 3.20).
E como se
abre a porta? Batendo (Mt 7.8), tal como era para Moisés ferir a rocha com a
vara a fim de que saísse água dela (Êx 17.6). Todavia, nós só poderemos bater na porta chamada
Jesus após Ele bater na porta do nosso coração (que é Ele
próprio).
Sei que
esta ideia parece esquisita. Mas como você acha que fazemos para abrirmos a
porta do nosso coração para Jesus?
A princípio,
muitos são enclausurados dentro de si mesmos pelo amor. Por não quererem pelejar
contra o Amor (ver Gn 32.25,26; Is 1.18; 27.5), bater no Amor até que Ele se abra, jamais também
conseguirão sair com Jesus para os pastos verdejantes. Ao invés disto, sempre
ficará diante do Amor, como se o mesmo fosse uma prisão, um monte de exigências
supostamente impossíveis de serem cumpridas (ver 1Jo 5.3). Para os tais o amor, que deveria servir de
alegria, acaba servindo de tropeço (Mt 11.6; Rm 9.32,33; 1Pe 2.8).
Mas como
não aceitarmos em nós tudo aquilo que é necessário para o bem-estar do próximo
em todas as áreas (ou se preferir, como aceitaremos
que fique conosco algo que machuque o próximo? – 1Jo 5.3), se queremos realmente desfrutar do verdadeiro
amor. Afinal, o amor não faz mal ao próximo (Rm 13.10).
Somente
após nos chocarmos contra o Amor e sermos moldados por Ele, poderemos bater em
Jesus no coração das pessoas, de modo que delas recebamos o que é bom (Mt 7.11; Lc 11.13).
Exortação
·
eu te aconselho que de mim compres ouro refinado no fogo
para te enriqueceres, vestes brancas para te cobrires e para que a vergonha da
tua nudez não seja manifesta, e também colírio para ungires os olhos a fim de
que vejas. (Ap 3.18);
·
sê, pois, zeloso e arrepende-te. (Ap 3.19)
Cristo
prefere dar conselhos em vez de ordens. Sendo Aquele que realmente satisfaz (algo maior que a compreensão de qualquer criatura – Ef 3.8,19,20), Ele não precisa impor, pois não existe outro
caminho para a vitória.
Note como,
enquanto que o mundo cobra caro por aquilo que é bom, com Jesus o único
requisito para recebermos a verdadeira bênção (1Co 2.9) é aceitarmos Sua graça em nossas vidas (de graça receber e de graça dar – sem nos esforçarmos para
adquirir algo do Eterno e sem exigirmos tal esforço dos indivíduos – Mt 10.8).
Mas, se é
de graça, como é mencionado a compra?
·
“Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os
que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem
dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não
é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me
atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.” (Is 55.1,2).
Ele os
incita a “comprem de mim”. Mas, se eles eram tão pobres, como eles poderiam
comprar? Nada havia em Laodicéia a ser recomendado.
·
“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a
um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Sl 51.17).
Eis aí a
moeda de compra.
A salvação
tem um preço (ver Is 4.1; Mt 13.44,46). Aliás, um preço tão alto que temos que entregar
tudo que temos e somos (tanto no corpo como na mente,
sentimento e espírito) para sermos
capazes seguir Jesus (Mt 16.24; Rm 6.1-4; Gl 6.14). Embora Laodicéia não tivesse nada para dar, eles
deveriam dar tudo que eles tinham (tal como Jesus fez em Mt 13.44,46).
Contudo,
entenda: Jesus pede para comprar, não porque Ele necessite de algo nosso, mas
sim para que nos desfaçamos de tudo que impede Sua glória repousar em nós (ver Is 55.1-3).
Quando é
dito que a salvação é de graça, isto não significa que não houve preço e custo.
Antes, significa que Jesus pegou o preço estabelecido pelo Eterno. Tudo que
chega a nós de graça, alguém pagou por ele em nosso lugar, na esperança de que,
no futuro, possamos fazer o mesmo por quem necessita.
Em outras
palavras, a graça nada mais é do que a substituição do sistema monetário pelo
verdadeiro método de negociarmos com os indivíduos, a saber, com a entrega da
nossa vida para fazer por eles aquilo que eles realmente precisam.
Se
recebermos os indivíduos certos (os que o Eterno traz até nós) pelo motivo certo, faremos tudo com alegria por
amor, em prol de Jesus e Sua Palavra.
Entende
agora por que Ap 22.17 alega ser gratuita a Água da Vida?
Além disto,
considerando que, na verdade, tudo pertence a Jesus e não a nós (Sl 24.1; 50.10; Jo 17.2; Ef 1.21-23), então na verdade não estamos dando um centavo
que nos pertença. E a razão de termos que entregar tudo que Jesus nos deu nas
mãos Dele é porque o preço a ser pago pela salvação é recebermos a Favor Dele
pelo mundo (Jo 3.16) em nós agora (a palavra de
Jesus tem que ser viva e para agora, e não com base nos ensinamentos passados).
É isto que
significa ser salvo pelo Favor de Deus através da nossa total confiança em
Jesus (Ef 2.8,9). Temos que deixar para traz tudo que recebemos de Jesus ontem para que
possamos receber o que Ele tem para nós hoje (ver Fp
3.13,14).
Já parou
para pensar no real significado da preciosa mercadoria que Jesus está a
oferecer?
·
Ouro
provado no fogo (riqueza espiritual - vida) -> Para enriquecer alguém, é necessário,
obrigatoriamente, que o ouro seja provado no fogo? Embora este possa ter mais
valor que o ouro bruto, um quilo de ouro, por exemplo, continua sendo um quilo
de ouro (mesmo que misturado com outra coisa). E por que não prata ou alguma pedra preciosa?
Por que ouro, propriamente dito?
Isto vem a mostrar
que não basta sermos ricos. Se não tivermos a riqueza correta, acabemos
prejudicados. Por exemplo: de que adianta um mecânico adquirir tudo que há de
mais moderno para um consultório odontológico? Isto ficará entulhando, ocupando
espaço, enferrujando e gerando preocupação.
O ouro representa
a verdade (Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23) e aquele que creem em Jesus, cuja fé, após provada,
é mais preciosa que o ouro perecível (1Pe 1.6,7). De nada adianta conhecer a verdade sobre muitas
coisas se não temos como colocá-la em prática a serviço do próximo (1Co 13.2)?
Embora seja
importante termos amigos, não é qualquer amizade que satisfaz. Apenas aqueles que
Jesus colocou dentro de nós (ver Gn 2.22,23) é que, no momento certo, serão trazidos à vida
para nós, vindo a ser no edifício da nossa vida como ouro, prata e pedras
preciosas (1Co 3.12-15).
·
Vestes
brancas (justiça – graça) -> Se os laodicenses estavam realmente nus, que diferença faz a cor
da roupa? Logo, a nudez deles não era por não possuírem alguma vestimenta.
Sendo eles ricos, com certeza tinham à disposição muitas vestes luxuosas. No
entanto, diante do Eterno, isto era como as roupas feitas de folhas de figueira
que Adão coseu (Gn 3.7-10).
Entendendo que as
vestes brancas são os atos de justiça dos santos (Ap 19.8), logo elas representam a justiça e o testemunho
de Cristo na vida dos indivíduos que Ele colocou na nossa vida. Elas é que irão
testificar quem é Jesus na nossa vida.
Vestir alguém
implica em honrá-lo com indivíduos (são eles que testificam quem somos). Sem esta veste, o indivíduo fica à mercê da
frieza deste mundo, das tempestades das circunstâncias, dos ânimos irritados e
do vexame.
·
Colírio (unção do Espírito Santo – salvação) -> Só se coloca colírio em um olho enfermo ou
com cisco. Este não tem poder algum contra a cegueira. Logo, o problema com
estes irmãos é que eles, embora dotados de perfeita visão, estavam enxergando
tudo distorcido. Em outras palavras, embora possuíssem conhecimento espiritual,
eles insistiam em querer ver as coisas por eles mesmos (do ponto vista carnal, tal como Eva – Gn 3.5,6).
Entendendo que a
palavra que sai da boca do Criador é lâmpada para os pés e luz para o nosso
caminho (Sl 119.105), logo o colírio representa o caráter de Cristo, o qual faz com que
todas as coisas sejam puras para nós (Mt 6.22,23;
Lc 11.33-36; Tt 1.15). Se
pensarmos que o caráter de Cristo só se desenvolve e purifica na medida que
temos comunhão com os irmãos (daí 2Tm 2.22; 1Jo 1.7), logo o que está sendo oferecido é voltar a ver
Cristo e os irmãos de modo espiritual (2Co 5.16).
Percebe
como isto tudo tem a ver com o desejo que todos sejam zelosos e se arrependam (Ap 3.19)? O zelo
pela saúde espiritual dos irmãos é que nos faz ver os acontecimentos do jeito
certo, deixa nosso caráter vestido diante de todos e também nos enriquece de
felicidade, generosidade e bons pensamentos e sentimentos. Sem contar que o
zelo que conduz à comunhão é a grande prova de que Jesus existe e nos ama (João 13.34,35; 17.11,21-23).
Entretanto,
embora os membros de Laodicéia não fossem zelosos contra a verdade, também não
o eram pela verdade. Não havia entusiasmo, seja para o bem ou para o mal. Muitos
exaltavam o pecado da mornidão como se o mesmo fosse virtude.
Esta
mornidão é indício de um mal muito maior: a auto complacência. Todo autocomplacente
é morno e, muitas vezes, confundem: zelo com excentricidade; fervor com
esquemas selvagens e mau considerados; zelo com falar alto; entusiasmo com mero
delírio e extravagância.
O verdadeiro
zelo deve ser consequência do conhecimento. É o sentimento cheio de sobriedade
e razão, a emoção a qual corresponde à verdade que ela invoca.
Logo, a
promessa era a disciplina do Eterno a qual, por sua vez, era a prova do Seu
amor para conosco (Jó 5.17; Pv 3.11,12; Hb 12.5-11). Tome como exemplo Manassés que veio a conhecer
que o Criador é Deus após passar pela luta (2Cr 33.11-13).
Qual a recompensa aos vencedores?
·
Ao vencedor, fá-lo-ei sentar-se comigo no meu trono,
assim como eu venci e sentei-me com meu Pai no seu trono. (Ap 3.21)
Esta
passagem está em harmonia com (Lc 1.32,33; Mt 19.28; At
2.30,34,35). Cristo estará
assentado no trono de Davi, ou seja, governando todo o mundo, tendo Israel como
capital.
A
administração de todo o reino do Eterno é posto nas mãos de Jesus (e consequentemente, do Seu corpo), seja:
·
o reino da
natureza (por ser Ele o Filho do Pai);
·
o reino da
graça (por ser Ele o sumo-sacerdote sobre o trono do Pai);
·
o reino de
glória (até o dia em que Ele entregar o reino ao Pai – 1Co
15.28).
Estes
reinos, antes de tudo, representam o trono da alma humana.
É bom
lembrar que o Eterno concede algo, de modo a despertar o indivíduo a uma busca
espiritual mais intensa e profunda. Ou seja, Ele dá ao indivíduo algo que só
pode alcançar se crescer espiritualmente. Para um grupo de irmãos que estavam
repletos de infelicidade, miséria, pobreza, cegueira e nudez, o mais indicado é
que eles teriam que ser preenchidos com as dádivas de Jesus para alcançarem o
melhor do Criador para suas vidas.
Jesus
venceu como Cordeiro e se assentou no trono do Pai (Ap 5.5). Depois Ele concedeu isto aos vencedores (Ap 20.4; 22.5), tal como tinha prometido aos apóstolos (Mt 19.28; Lc
22.30).
E o trono é
símbolo desta autoridade que Jesus recebeu e delegou aos discípulos (Mt 28.18).
Todavia, o trono
é mais que um lugar para dar ordens, mesmo porque o Rei é Jesus. O trono é o
símbolo de autoridade, ou seja, de exemplo a ser seguido. A comunhão, que
começou secretamente no nosso coração (com Jesus
trazendo para nós Sua riqueza, veste e modo de enxergar as coisas), agora se torna pública com Ele nos levando para
onde Ele é um com o Pai. Primeiro Ele vem até nós para habitar conosco,
conduzindo nosso espírito às regiões celestiais (Ef 1.3; 2.6); depois Ele nos leva até onde Ele está para
habitarmos Nele (Ap 21.23) (medite em Jo 15.1-7).
Todo aquele
que deseja ser assim deve buscar a alegria que é capaz de encher de bons
pensamentos. Só assim o tal será incapaz de maltratar o meu próximo e, deste
modo, entristecer o coração do Eterno.
O fato de Jesus
cear conosco e nós com Ele implica, antes de tudo, em pleno prazer na companhia
um do outro (ao ponto de descansarem um no outro
- Jo 6.56; 14.21,23).
Note como
Jesus ao mesmo tempo é:
·
Anfitrião (iremos habitar Nele – Jo 15.1-7; Ap 21.22) que promove a festa (Mt 25.1);
·
O hóspede
que bate na porta (Ap 3.20);
·
A porta na
qual se bate (Jo 10.9);
·
A ceia (Jo 6.51-57).
Urge
salientar que há dois tronos: o trono do Pai (a autoridade
do Eterno por ser o Criador de tudo com Sua boa, agradável e perfeita vontade –
Rm 12.1) e o trono do Filho
(a autoridade do Eterno por ser o Único a viver
perfeitamente como homem e, com isto, nos capacitar para viver uma vida pura e
santa diante Dele). É neste
que iremos nos sentar. Logo, nossa autoridade não tem sua origem em nós (tal como se dá com o Pai). Antes, a herdamos quando aceitamos que Jesus viva Sua vida em nós.
É bom
lembrarmos que nos assentaremos com Jesus em Seu trono do mesmo jeito
que Ele se assentou com o Pai no Seu trono. Ou seja, à medida que vencermos o
mundo do jeito que Ele venceu (Fp 2.5-8; 1Jo 5.3).
Detalhe: uma
vez que Jesus conquistou, isto mostra que a noção de vitória da teologia da
prosperidade está equivocada. Afinal, Jesus venceu o mundo na medida que não
permitiu que Seu caráter e Palavra mudassem diante das maiores pressões do
mundo. Ele, sendo pobre, simples e humilde, foi que o recebeu verdadeiro
tesouro.
Em suma:
·
O Pai se
assenta no trono da autoridade espiritual (Ele é Deus de
fato);
·
Jesus se
assenta no trono da autoridade física que Ele conquistou: Ele é Deus de direito
(Ele viveu como Deus, ou seja, sem pecar);
·
A Igreja se
assenta no trono da autoridade que recebeu de Jesus (1Co 6.2) quando ela permitiu Jesus viver em si (Gl 2.20).
Esta
profecia é colocada no fim das sete cartas como coroa sobre as demais
promessas, como que ajuntando tudo em uma só.
Sem contar
que esta promessa dada a Laodicéia é o elo de ligação para a próxima parte do
livro, onde o Cordeiro é visto assentado no trono do Seu Pai (Ap 4.2,3; 5.5,6).
Identidade
Laodicéia
representa o grupo de irmãos que se enganam a si mesmos, achando que são
auto-suficientes e baseando a qualidade de seu relacionamento com o Criador na
sua satisfação pessoal.
Isto é algo
bem normal nas instituições religiosas de hoje. Cada pessoa vai àquela que se
sente bem e atribui ao Espírito Santo toda manifestação que lhes dá uma
sensação interior agradável (ignorando o fato de que o coração
do homem é enganoso – Jr 17.9). Todavia, não há qualquer zelo com relação às coisas da alma e do
espírito na vida dos irmãos.
Lição a ser tirada dos sete tipos de convertidos que é possível existir
Quem é Jesus
Jesus se apresenta
de modo progressivo àqueles que creem:
1ª - Como Aquele que está no meio da Igreja, e
passa por tudo que nós passamos (Rm 8.3,4; Fp 2.5-8; Hb
2.14,15; 4.14,15) -> “e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem”
(Ap 1.13);
2ª - Como Aquele que nos cobre até os pés com Sua
justiça -> “vestido de uma roupa talar” (Ap 1.13). Quando nos sentirmos injustiçados, lembremo-nos que Jesus nos concede a
justiça celestial e não a terrena;
3ª - Como a Verdade mantém Sua justiça firme a
nós -> “cingido pelos peitos com uma cinta de ouro” (Ap 1.13). Só poderemos ter nossa sede de justiça
satisfeita quando quisermos ver pessoas e circunstâncias do jeito certo.
4ª - Como Aquele cujos pensamentos e sentimentos são
puros e elevados (Is 55.8,9) -> a cabeça branca (Ap 1.14);
5ª - Como Aquele que possui sabedoria e
autoridade (Cãs simbolizam isto – Lv
19.32; Pv 16.31; 20.29) -> “os cabelos eram brancos como lã branca, como a neve” (Ap 1.14);
6ª - Como Aquele cujos olhos veem tudo com bons
olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36) e não deixam que nenhuma cena impura entre
em nosso coração -> “os olhos eram como uma chama de fogo” (Ap 1.14);
7ª - Como Aquele cujos pés queimam todo o lixo
moral e espiritual por onde passamos, de modo que nossos pés não venham a vacilar (Sl 91.12) -> “os pés eram semelhantes ao latão polido como se fosse
derretido na fornalha” (Ap 1.15);
8ª - Como Aquele cuja voz, embora mansa (1Rs 19.12), não é difícil de ser ouvida, já que a verdade é
visível e incontestável (Rm 1.20) -> “a voz era como a voz de muitas águas” (Ap 1.15). Logo, nós só não ouvimos Sua voz quando
insistimos em querermos as coisas do nosso jeito.
9ª - Como Aquele que tem em Suas mãos todo aquele
que aceita ser mordomo da Igreja -> “Ele tinha na destra sete estrelas” (Ap 1.16). Logo, não precisamos (nem devemos) julgar os erros dos outros. Mesmo porque todos
havemos de comparecer perante o tribunal de Cristo (Rm 14.10; 2Co 5.10).
10ª -Como Aquele cujo falar é muitíssimo
desejável e corta plenamente o mal nas nossas vidas-> “da boca saía
uma espada de dois gumes” (Ap 1.16);
11ª - Como Aquele cujo caráter traz a salvação a
todos quantos olham para Ele (ver Êx 33; Sl 31.16; 67.1;
80.3,7; 119.135) -> “o rosto era como o sol quando brilha na sua força” (Ap 1.16);
12ª - Como nossa segurança plena -> “e ele pôs a
sua destra sobre mim, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último” (Ap 1.17). Não há nada que chegue a nós sem que Jesus
permita, nem que vá acontecer após todo o plano do Eterno ter se concretizado
na nossa vida;
13ª - Como Aquele que não pode ser detido nem
mesmo pela morte -> “o que vivo; fui morto, mas eis que estou vivo pelos
séculos dos séculos” (Ap 1.18);
14ª -Como Aquele que determina quem vive ou
morre, bem como quem vai para o Seio de Abraão ou para o Inferno -> “tenho as
chaves da morte e do Hades”. (Ap 1.18). O que implica que ninguém morre antes da hora.
Observe os
degraus. Primeiro Jesus se mostra como Aquele que está no meio da Igreja, e
passa por tudo que nós passamos. Nos momentos em que o mundo rouba nossos
direitos, Jesus nos cobre até os pés com Sua justiça.
No início,
supomos que Ele nos abandonou porque não conseguimos compreender Sua justiça.
Todavia, Ele nos revela Sua verdade a qual, então, nos faz compreender a
verdadeira característica da Sua justiça.
Isto,
então, abre espaço em nós para Seus puros e elevados pensamentos e sentimentos. Aceitando isto dentro de nós, perceberemos em
cada acontecimento da nossa vida Sua sabedoria e autoridade.
A partir de
então, passaremos a não ver mal algum na nossa vida (Sf 3.14). Antes, enxergaremos tudo com bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36), o que nos capacitará para caminhar por onde quer que Jesus queira nos
levar sem nos machucarmos ou nos contaminarmos.
Melhor:
passaremos a ouvir Sua doce, mas poderosa voz nos mostrando como ninguém (principalmente quem Lhe pertence), nem nada escapa do Seu controle e juízo (Jó 42.2; Is 43.13; Rm 14.10; 2Co 5.10). Neste momento, Suas palavras, embora mais
cortantes do que nunca, nos parecerão extremamente desejáveis, pois, de tanto
amarmos Jesus, repudiaremos com veemência tudo que não é de Jesus na nossa
vida.
A
expectativa por querer ser como Jesus (ter Seu
caráter – 1Jo 3.3) será tal
que o indivíduo desejará olhar para Jesus a fim de querer ser salvo de vez da
Sua natureza terrena (Cl 3.5) e, assim, finalmente enxergar todos os
acontecimentos do ponto de vista certo, a saber, que nada pode deter Jesus de
nos fazer o bem, nem mesmo a morte: tudo está no controle Dele. Ninguém morre
antes da hora muito menos vai para o inferno sem a permissão Dele.
Com isto
podemos aprender que:
1ª -
Devemos nos
identificar com aqueles a quem Jesus quer operar através de nós;
2ª -
Tudo em
nosso caminhar deve mostrar a todos quem Jesus é, bem como Seu Favor disponível
a todos;
3ª -
Não adianta
lutar pela justiça fazendo uso de métodos escusos. O verdadeiro fim é a
conclusão daquilo que o Eterno vem fazendo na Igreja, e não um resultado vazio
de virtude, como se a única coisa que importasse fosse os resultados;
4ª -
É
imprescindível conservar a mente firme em tudo que Jesus é;
5ª -
Como um
grão de mostarda, é preciso que o poder e a virtude do Eterno cresçam todo o Seu
crescimento (Mt 13.31,32; Lc 17.6);
6ª -
Embora não
haja como evitar as cenas pervertidas deste mundo, como o que sai do homem é
que o contamina (Mc 7.20-23), logo nossa forma de enxergar as coisas (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36; Tt 1.15) deve ser como o fogo do holocausto que tudo
queima, como sacrifício de cheiro suave e agradável ao Eterno (Lv 1.9,13,17);
7ª -
A palavra
que sai da boca do Eterno, como lâmpada para nossos pés (Sl 119.105), deve
iluminar e queimar todo nosso caminhar, de modo a purificar o que é bom e
destruir o que não é do Criador. Ajuntando com o item anterior, nosso coração
deve submeter ao fogo tudo que tenta entrar em nós através dos nossos cinco
sentidos para que todo nosso caminho fique como as ruas de ouro da Nova
Jerusalém (Ap 21.21);
8ª -
Jamais
devemos ter língua dobre (1Tm 3.8 – e, obviamente, ânimo
dobre – Tg 1.5-8; 4.8,9). Nosso
falar deve ser sempre honesto e firme (Mt 5.37; 2Co
1.17; Tg 5.12), de modo promover
confiança na verdade por onde passarmos;
9ª -
Devemos
conservar em nossa companhia aqueles que resplandecem na Igreja (Dn 12.3; Fp 2.14,15) invocando ao Criador com coração puro (2Tm 2.22), a fim de poderem zelar melhor deles (Ap 3.19). Esta é a
forma correta de conservar pura a própria alma;
10ª -
Jamais
devemos privar nossa espada espiritual do sangue (Jr 48.10), muito menos compactuar com o próximo (Lv 19.17) quando o
mesmo estiver envolvido nas obras das trevas (1Tm 5.22);
11ª -
Assim como
o semblante iluminado do rei representa vida (Pv 16.15), nosso rosto deve estar descoberto diante do
Criador a fim de refletir Sua presença viva a todos que estão a nosso redor,
dando espaço para que eles sejam transformados de glória em glória na imagem
perfeita de quem o Eterno é (2Co 3.18);
12ª -
Assim como
a destra de Jesus, que tem as sete estrelas, toca e anima quantos por Ele são
tocados, nossa vida deve servir de estímulo para que todos que são de Jesus
queiram sempre trazer com eles todos os que pertencem a Ele. A ideia é que
todos percebam que não existe motivação legítima que surja antes do Eterno ou que
vá além Dele;
13ª -
A melhor
maneira de evangelizar é sendo levado por Cristo aonde quer que Jesus queira
nos levar. Se os que cressem assim fizessem, todos à volta constatariam que
Jesus é real. Afinal, é isto que todos precisam ver: que Jesus é real.
14ª -
Ao invés de
temermos os homens (Hb 13.5,6), devemos temer Aquele que tem poder de lançar
alguém no inferno (Lc 12.5). Além disto, é Ele quem irá trazer em Sua
companhia os que dormem Nele (1Ts 4.13-18).
Qualidades vistas
1ª - Sei as tuas
obras, o teu trabalho e a tua perseverança, e que não podes suportar os maus; e
que puseste à prova os que se dizem ser apóstolos, e não o são, e os achaste
falsos; e que tens perseverança, e por amor do meu nome sofreste, e não te hás
cansado. (Ap 2.2,3).
Mas isto tens, que aborreces as obras dos nicolaítas, as
quais eu também aborreço. (Ap 2.6).
2ª - Sei a tua
tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico) (Ap 2.9).
3ª - Sei onde
habitas; onde Satanás tem o seu trono; e que conservas o meu nome e não negaste
a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto
entre vós, onde habita Satanás. (Ap 2.13).
4ª - Sei as tuas
obras, e o teu amor, e a tua fé, e os teus serviços e a tua perseverança, e que
as tuas últimas obras são mais numerosas do que as primeiras. (Ap 2.19).
5ª - Mas tens umas
poucas pessoas em Sardes que não contaminaram as suas vestes (Ap 3.4).
6ª - Guardaste a
minha palavra e não negaste o meu nome (Ap 3.8)
Guardaste a palavra da minha paciência (Ap 3.10)
Eis as
qualidades que agradam a Jesus e que vão se acumulando no remanescente fiel,
com vistas a fazê-lo firme na fé:
1ª -
Trabalho
fiel -> Perseverar
em fazer bem aquilo em que se está a trabalhar;
2ª -
Ser
cúmplice nas boas obras (3Jo 7,8) -> Não
servir de suporte para a maldade;
3ª -
Provar os
espíritos (1Jo 4.1) -> Colocar
à prova os falsos apóstolos a fim de não comunicar em nada que deponha contra a
verdadeira fé;
4ª -
Morrer para
si mesmo (Mt 16.24; Rm 6.1-4; Cl 3.3) -> Recusar o prazer e o luxo quando isto coloca em risco o bom nome
de Jesus;
5ª -
Permanecer
na bondade de Jesus (Jo 15.9; Rm 11.22) -> Não se cansar de fazer o que é bom aos olhos do Criador, mesmo
quando, aparentemente, parece não valer a pena (ver Gl 6.9);
6ª -
Sair do
Sistema Babilônico que rege este mundo -> Repudiar toda obra que estimula a contenda (por exemplo, colocando uns acima dos outros);
7ª -
Confiar
apenas no Eterno (1Tm 6.17) -> Não
se deixar prender pelo conforto ou riquezas (1Tm 6.7,8), mas sim buscar ser rico para com o Eterno (Lc 12.21),
entendendo que a riqueza não é nossa: é Dele;
8ª -
Não
permitir que a fé sofra mutações no coração -> Conservar o nome de Jesus e não negar a fé que Dele vem, mesmo
diante das perseguições por causa da verdade, bem como de qualquer outra
circunstância que nos acometa;
9ª -
Perseverar
nas obras que alimentem o amor e na fé, procurando crescer nelas (1Ts 4.10; 2Pe 1.5-8);
10ª -
Conservar a
justiça de Jesus ao invés de querer estabelecer a própria justiça (Rm 10.3);
11ª -
Guardar a
Palavra de Jesus, bem como o Seu caráter e verdadeira obra, de modo a entender
e enxergar as coisas do modo correto;
É claro que
isto não é suficiente. Do contrário haveria um remanescente fiel em Éfeso, o
que não é verdade. Repare que não houve promessa para os fiéis de Éfeso (e Pérgamo), mas
apenas para os vencedores.
No entanto,
no que a pessoa busca em Cristo conservar todas estas qualidades, ela
dificilmente irá se desviar da fé.
Queixas de Jesus
1ª - Eu, porém,
tenho contra ti que deixaste o teu primeiro amor (Ap 2.4);
2ª - Não temas o que
estás para sofrer; (Ap 2.10);
3ª - tens aí aos que
seguem o ensino de Balaão, que ensinava a Balaque a pôr uma pedra de tropeço
diante dos filhos de Israel, isto é, a comer das coisas sacrificadas aos ídolos
e a fornicar. (Ap 2.14);
Assim tu tens igualmente aos que seguem o ensino dos
nicolaítas. (Ap 2.15);
4ª - Tenho, porém,
contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se chama a si mesma profetiza; ela
ensina e seduz os meus servos a fornicar e a comer das carnes sacrificadas aos
ídolos. (Ap 2.20);
5ª - não tenho
achado tuas obras completas diante de meu Deus (Ap 3.2);
6ª - tens pouca
força (Ap 3.8);
7ª - Sei as tuas
obras, que não és nem frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Visto que
dizes: Rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta, e não sabes que tu
és o coitado, miserável, e pobre, e cego e nu, (Ap 3.15,17).
Os sete
itens formam um degrau decrescente, mostrando os passos de degradação do ser
humano. Primeiro, o indivíduo perde o primeiro amor, ou seja, passa a valorizar
mais as obras do que ao próprio Jesus e aos indivíduos. Como é perfeito amor (o de Jesus) que lança
fora todo o medo, no que o indivíduo o perde, o medo toma conta dele.
Mais ainda:
ele se acomoda na arte de amar ao próximo e passa a assalariar indivíduos que
se dizem pregadores do Criador para que cumpram sua obrigação de orar, meditar
na Escritura Sagrada e ajudar ao próximo.
Nesta
altura, o indivíduo já que acomodou tanto à submissão cega que não se importa
mais em saber se o líder espiritual é realmente temente ao Eterno e foi por Ele
escolhido, vindo a aceitar (e até incentivar) que as mulheres abandonem seu papel no lar e
venham a governar as instituições religiosas (o que
contraria 1Timóteo 2.9-15; 1Coríntios 14.34,35).
O indivíduo
agora se torna um perfeito robô. Simplesmente executa coisas, sem se preocupar
se isto está agradando a Jesus ou não. Nesta altura, mesmo que o indivíduo
permaneça em meio aos irmãos sem negar Jesus e Sua Palavra, sua força para
conservar a Verdade (como é dito em 1Tm 3.15) está comprometida e tudo está prestes a ruir.
Por fim, o
indivíduo acabará se acomodando aos padrões do mundo, sem qualquer amor pela
verdade, por Jesus ou pelos irmãos, pensando apenas em prosperar por meio da
sua religião.
Enfim, quem
tenta ajudar o próximo pensando em recompensa humana, certamente enquadrar-se-á
em uma das sete categorias:
1ª -
O servo
inútil (Rm 3.12) -> Quando
alguém deixa Jesus (o verdadeiro Amor), suas palavras e atitudes não passam de filosofia
e rituais que nenhum benefício efetivo trazem na vida da pessoa;
2ª -
Paralítico
espiritual -> O medo de
sofrer acaba com toda coragem que alguém poderia ter de ajudar o próximo;
3ª -
Fonte de
tropeço -> O tal serve
de tropeço na vida dos outros e, obviamente, passa isto adiante. Deste modo uns
passam a perna nos outros, vindo a tropeçarem juntamente (Mt 18.6-10). Isto
inclui alguém querer ser rei ou líder espiritual sobre as demais. Isto é algo
nato no ser humano (como pode ser visto em 1Sm 8.19,20) o qual busca, a todo custo, um herói que faça o
bem no lugar deles.
4ª -
Servo de
mulheres -> Aquele que,
por preguiça de conhecer mais a fundo de Jesus e Sua Palavra, prefere ser
guiado por mulheres (tal como se vê como Baraque – Jz
4.8).
5ª -
Letárgico
espiritual -> Torna-se
mau e negligente (Mt 25.26). Faze a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10), ou seja,
trabalha para o próximo mecanicamente, ao invés de encararem isto como um
serviço do Criador (Cl 3.22-24).
6ª -
Superficial -> Não procura aprofundar suas raízes em
Cristo (Lc 8.13), nem viver Sua Palavra, de modo a ter seu espírito constituído e
fortalecido por ela (Hb 5.12-14). O indivíduo O trata como a maioria dos súditos
ao seu rei: com fidelidade, mas só vendo-o à distância;
7ª -
Carnal -> administra os bens do Eterno como se fossem
seus, esquecendo de buscar o real interesse do Eterno. Trata-se de alguém de
duplo ânimo (ver Tg 4.8,9).
Os seja, estes são os sete erros que acabam com a
vida espiritual de alguém, transformando-a em um religioso. Ainda que ele
permaneça congregando com os irmãos, nada de bom produzirá na vida de alguém.
Consequências do pecado
1ª -
venho a ti, e removerei o teu candeeiro do seu lugar, se
não te arrependeres. (Ap 2.5).
2ª - eis que o diabo
está para meter alguns de vós em prisão para serdes provados, e passareis por
uma tribulação de dez dias. (Ap 2.10).
3ª - Venho a ti sem
demora, e pelejarei contra eles com a espada da minha boca (Ap 2.16).
4ª - Eis aí a lanço
num leito, e numa grande tribulação os que adulteram com ela, se não se
arrependerem dos atos ensinados por ela. Farei morrer a seus filhos; e todas as
igrejas conhecerão que eu sou o esquadrinhador dos rins e corações, e darei a
cada um de vós segundo as suas obras. (Ap 2.22,23).
5ª - Pois se não vigiares,
virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. (Ap 3.3).
6ª - para que
ninguém tome a tua coroa. (Ap 3.11).
7ª - Assim porque tu
és morno, e nem és frio nem quente, estou para te vomitar da minha boca. (Ap 3.16).
Estas sete
consequências mostram a degradação crescente de quem abandona ao Eterno:
Primeiro, sua
luz (sabedoria, conhecimento, dons, talentos, etc) perde a utilidade. Não será vista por ninguém que
se interessa pela luz. É como colocar a lâmpada debaixo do alqueire (Mt 5.14-16). Em
seguida o indivíduo é preso e atribulado com vistas a receber em si a prova da
supremacia de Cristo e Sua virtude em meio ao sofrimento e, deste modo, ser livre
do medo que o escraviza.
Se, no
entanto, o indivíduo não se converter, a Palavra que sai da boca de Jesus irá
combater ao invés de auxiliar. Jesus irá se colocar como adversário (ver Nm 22.22,32; Jr 21.5).
Nesta
altura, as mulheres, não conformadas com a má administração dos homens, irão
tomar a frente, seja do lar, da nação, etc. Jesus, para mostrar que este modo
resolver as coisas está errado, passa a permitir a doença na vida delas, a qual
acaba trazendo grande tribulação sobre os líderes espirituais que distorcem a
Escritura Sagrada junto com ela e morte (seja física
ou espiritual) sobre os que as
seguem.
Muitos,
então, ainda que permaneçam na Igreja, no fundo verão Jesus como um juiz
iníquo. Afinal, Sua vinda serviu para tirar deles aquilo que lhes parecia ser
seu e que, aparentemente, lhes trazia benefícios. Tal indivíduo não conseguirá
mais exaltar o Eterno (perdeu a coroa) vindo, por fim, a ser lançado fora da boca de
Cristo, onde ele não poderá mais ouvir Sua voz e transmitir algo vivo e eficaz
aos indivíduos com quem tem contato.
Está
condenado a voltar a ser inútil (Rm 3.11), vagueando por este mundo sem razão para existir (Os 9.17).
Enfim, o
indivíduo, ao ser expulso do corpo de Cristo, além de não ser mais capaz de
exaltar o Criador, é prejudicado por aquilo que mais deveria ser motivo de
bênção e alegria em sua vida (Jesus e tudo aquilo que vem Dele,
incluindo Sua luz, palavra e ministério). O tal passa a uma visão completamente distorcida de Jesus e dos
acontecimentos e, portanto, incapaz de ver o bem (Jr 17.6; Is
48.22; 57.19-21).
Promessas aos fiéis
1º -
Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida. (Ap 2.10).
2º -
Eu não vos ponho outro fardo; (Ap 2.24).
3º -
estas andarão comigo em vestes brancas (Ap 3.4).
4º -
eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que
ninguém pode fechar (Ap 3.8);
5º -
Eis que farei que alguns da sinagoga de Satanás venham
prostrar-se aos teus pés e conheçam que eu te amei. (Ap 3.9);
6º -
Te guardarei na hora da provação que há de vir sobre o
mundo inteiro, para provar os que habitam na terra. (Ap 3.10);
7º -
Venho sem demora; (Ap 3.11);
8º -
Eis aí estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz
e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo. (Ap 3.20).
Quais são
os processos usados por Jesus para se aproximar de nós?
1ª -
Pessoalmente
– Ele nos coroa com Sua vida. Jesus permanece conosco sempre (Mt 28.20; Fp 4.5) a fim de que sejamos identificados diante de
todos como aquele que recebeu autoridade da parte de Jesus para conceder vida.
Após isto, Jesus nos liberta dos nossos fardos e, por fim, acaba
2ª -
nos dando o
Seu fardo leve (Mt 11.28-30). Nada de rituais vazios que não unem pessoas na Verdade.
Para tanto, temos Jesus
3ª -
exercendo
Sua Justiça limpa e pura (em contraposição a Is 64.6) através de nós. Isto toca os indivíduos de tal
modo que depois eles irão nos vestir
diante de todos, ou seja, testificar acerca do nosso bom procedimento em Cristo
(2Co 9.13,14).
4ª -
Nos abrindo
a porta da palavra (Cl 4.3). Note como a porta da evangelização só é aberta
após sermos capazes de testificar acerca da justiça de Cristo.
5ª -
Abrindo os
corações dos religiosos para que recebam Jesus através de nós. No que Jesus nos
concede isto, eles poderão ver o amor que o Eterno teve por eles apesar de
todas as perseguições por eles efetuadas. E é isto que nos dará fé para
enxergarmos Seu cuidado por nós
6ª -
através da
Sua manifestação contínua nos guardando durante as lutas que devemos travar;
7ª -
através do Sua
vinda para nos dar a vitória -> Sendo zeloso, Jesus caminha conosco até Ele
vir fisicamente a nós através de alguém (Mt 25.41-46). Finalmente, Ele se manifesta
8ª -
através da
Comunhão -> ou seja, Jesus leva os irmãos a serem perfeitamente unidos (João 13.34,35; 17.11,21-23).
Ninguém,
por mais poderoso e sábio, pode resolver todos os conflitos que tomam conta de
uma humanidade caída. Por mais que queiramos ser justos e promover o bem na
vida de todos, jamais teremos êxito, visto que o mal está na vida de cada um e
nada há que possamos fazer para eliminar o mesmo da vida deles. Só o
conhecimento pleno de Jesus, com Ele fazendo do Seu corpo o nosso (Rm 13.14; 1Co 15.47-53), é capaz de nos livrar de fazer o mal.
Apenas Sua
presença, fazendo do Seu corpo e sangue (vida) a nossa nutrição, pode nos encher do verdadeiro
amor. Daí Jesus prometer, dos mais diversos modos, permanecer junto de nós.
Exortações
1ª - Lembra-te,
pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras (Ap 2.5);
2ª -
Não temas o que estás para sofrer (Ap 2.8).
3ª -
Ser fiel até a morte (Ap 2.10);
4ª -
Arrepende-te (Ap 2.16);
5ª -
Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. (Ap 2.25);
6ª -
Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam
para morrer (Ap 3.2);
7ª -
Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o,
e arrepende-te (Ap 3.3);
8ª -
guarda o que tens,
para que ninguém tome a tua coroa. (Ap 3.11);
9ª -
Eu te aconselho que de mim compres ouro refinado no fogo
para te enriqueceres, vestes brancas para te cobrires e para que a vergonha da
tua nudez não seja manifesta, e também colírio para ungires os olhos a fim de
que vejas. (Ap 3.18).
10ª -Sê pois zeloso e arrepende-te. (Ap 3.19).
Cada
exortação representa um conselho para que o indivíduo prossiga na fé em Cristo
e se aproxime Dele. Aquele que permanecer em cada uma destas coisas vencerá.
Elas formam uma escada, onde cada degrau subido nos fortalece para alcançar o
degrau superior:
1ª -
Devemos trazer
à memória o lugar onde estávamos originalmente. Note como o verdadeiro ato de
arrependimento está vinculado à consciência de quem Jesus realmente é, quem
devemos ser e do que realmente cabe a nós.
Não devemos esquecer dos lugares celestiais onde Jesus coloca os que a
Ele se entregam (Ef 1.3; 2.6), a fim de que possam sempre praticar as obras
certas. Uma vez certos da vontade de Jesus,
2ª -
nada de ter
medo. Ainda que seja necessário sofrer (1Pe 4.12-14) por amor a Cristo, que o amor de Jesus seja
suficiente para nos livrar de todo o medo (1Jo 4.18), de modo a não abrirmos mão das nossas reais
bênçãos (Lc 14.26),
3ª -
sermos
fiéis até à morte.
4ª -
Sentirmos
tristeza pelos nossos pecados (Ec 7.3; Tg 4.8,9). Afinal, é inadmissível a quem tem o Espírito
Santo permanecer desagradando Seu Noivo (Rm 8.5-9; 1Jo
3.5-9; 5.18). Todavia, temos
que
5ª -
conservar o
que temos, reter isto bem firme até que Jesus venha. Nada de andarmos por aí
seguindo todo vento de doutrina (Ef 4.14). Antes, renunciemos tudo o que não é de Jesus e
preservemos só o que é Dele. Afinal,
6ª -
só se vigia
(zela para manter) o que é bom. Todos aqueles que são usados para manifestar a vida de
Cristo deve ser mantidos vivos na fé, de modo que tudo de bom que o Eterno
colocou neles (dons, talentos, verdade) não se perca; antes, sirva para que todos possam
melhorar sua visão acerca do que vigiar e do que jogar fora. Toda obra viva
deve permanecer sendo alimentada com aquilo que agrada a Jesus a fim de que o
Espírito Santo continue tendo lugar ali (tal como se
dava com o fogo no altar do holocausto e no castiçal – Êx 27.20; Lv 6.12,13).
Mas, como saber o
que é obra viva ou morta? Para discernirmos isto, é necessário
7ª -
lembrarmos de
tudo que Jesus nos ministrou. Nem todo presente é bênção. Logo, devemos guardar
o que Jesus nos dá, pois isto é insubstituível, sendo este tipo de bondade que
nos conduz ao arrependimento (Rm 2.4). Embora devamos andar em novidade de vida (Rm 7.6), devemos
sempre avançar para as coisas que estão diante de nós (Fp 3.13,14),
8ª -
Temos que
guardar o que Jesus nos deu. Por quatro vezes é ordenado isto, visto que tudo o
que Jesus nos dá de novo nada mais é do que um aprimoramento (e renovação) daquilo que é velho. Ou seja, o papel da Igreja
não é correr atrás de novidades, mas deixar que Jesus vivifique aquilo que, de
velho, estava para morrer (renovado – ver Tt 3.4-6). Isto lembra o Antigo Testamento, onde a ordem
não era buscar fogo estranho (Lv 10.1,2), mas conservar o fogo do Eterno vivo lançando
nele madeira nova (Êx 27.20; Lv 6.9,12,13; 24.2).
É claro que, para
isto, precisamos
9ª -
estar
dispostos a pagar o preço a fim de:
a.
se ter no
coração a Verdade e as pessoas certas, e não aquilo e aquelas que, embora nos
agrade, nada de bom nos acrescenta. Pelo contrário: só nos enchem de frustração;
b.
podermos
nos vestir da justiça do Reino dos Céus, e não com aquilo que parece justo aos
nossos olhos. A ideia não é praticarmos a justiça do Sistema Babilônico para
obter o favor dos seus adeptos, mas sim deixar que Jesus manifesta o verdadeiro
significado de justiça;
c.
sermos
capazes de receber de Jesus Seu modo de ver as coisas, a fim de que vejamos
tudo com bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36) e haja em nós lugar para ser construído o caráter
de Cristo.
Finalmente estarem
em condição de
10ª -
zelar por
aqueles que Jesus nos deu, ao invés de nos conformarmos em vê-los se perdendo
no mundo ou tendo os dons e talentos do Eterno em sua vida sendo usados
indiscriminadamente por pessoas inescrupulosas.
Contudo, este zelo
só terá sentido quando tivermos sentido em nós a tristeza de viver uma vida que
benefício algum traz para o próximo.
Note como arrependimento e conservar o que é de Jesus na nossa vida são
dois fatores preponderantes. Apenas os irmãos de Esmirna não recebem nenhuma
destas duas exortações. Sempre devemos estar lamentando nossas imperfeições,
pois é isto que faz o nosso coração melhor (Ec 7.3; Tg
4.8,9).
Repare como cada uma das exortações representa um dos requisitos para
nos aproximarmos de Jesus.
Recompensas aos Vencedores
A ordem das
promessas nas sete cartas corresponde àquela que mostra o desdobramento do
reino do Eterno: seu começo na terra e consumação no céu:
·
1ª carta: a árvore da vida (Ap 2.7) – lembrando a árvore da vida (Gn 2.9) e em
contraste com a punição que caiu sobre a mulher (Gn 3.16) e com a proibição de comer da árvore da vida (Gn 3.24).
·
2ª carta: não sofrer o dano da segunda morte (Ap 2.11) – em
resposta à morte que entrou no mundo por
causa do pecado do homem (Gn 2.17; 3.19; Rm 5.12);
·
3ª carta:
o o maná escondido (Ap 2.17) – lembrando o maná derramado ao povo de Israel no
deserto (Êx 16.31), o maná que fora escondido na arca da aliança (Êx 16.33 – o qual a partir de Salomão não é mais encontrado lá
– 2Cr 5.10) e em contraste
com a maldição de ter de comer do suor do rosto (Gn 3.19);
o uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito,
o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe (Ap 2.17) – em contraste com as várias pedras preciosas
existentes no Éden (Gn 2.11,12; Ez 28.13) e em resposta às pedras do Antigo Testamento que
continham os nomes das tribos de Israel: nas duas pedras de ônix que ficavam
nas ombreiras do éfode estavam os nomes das 12 tribos (seis nomes em cada pedra – Êx 28.9-12); em cada uma das doze pedras preciosas que
estavam engastadas no peitoral do juízo, estava o nome de uma tribo de Israel (Êx 28.17,21);
·
4ª carta:
o poder sobre as nações (Ap 2.26,27) – em contraste com os espinhos e cardos que a
terra passaria a produzir por causa da desobediência do homem (Gn 3.18). Aqui
termina as promessas terrenas;
o estrela da manhã (Ap 2.28) – em resposta a Isaías 14.12, onde o diabo ficou
sendo a estrela da manhã do mundo corrompido e foi tentar Eva no Éden (Gn 3.1-5; 1Tm 2.14). Isto lembra Ap 12.1.
·
5ª carta:
o será vestido de vestes brancas (Ap 3.5) – em
contraste com as vestes sujas do sumo-sacerdote Josué (Zc 3.3,4), bem como às vestes de folhas de figueira que
Adão coseu (Gn 3.7) e aos trapos de imundície da justiça humana (Is 64.6);
o de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da
vida (Ap 3.5) – em contraste com a rejeição de Israel pelo Eterno (Nm 14.12; 2Rs 23.27; Jr 31.37; 33.26), com a promessa de riscar do Seu livro quem pecar
contra Ele (Êx 33.33) e de a terra ter se tornado maldita por causa de
Adão (Gn 3.17). Se, por um lado, a memória do homem natural cai no esquecimento
quando morre (Ec 9.5,6), Jesus dá ao vencedor um bom nome (Pv 22.1; Ec 7.1);
o confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante
dos seus anjos (Ap 3.5) – lembrando a imagem e semelhança do Eterno que é
para existir na família (Gn 1.25,26) e em contraste com Jesus negando diante do Pai
quem O nega diante dos homens (Mateus 10.33 - tal como visto em
Mateus 7.21-23; 25.12; Lc 13.23-28).
6
·ª carta:
o ser coluna no templo do Deus de Jesus, e dele
nunca sair (Ap 3.12) – em contraste com a proibição de entrar no
Jardim do Éden (Gn 3.23,24). Em resposta a vários salmos, onde as pessoas
buscam encontrar um lugar fixo para o Eterno em suas vidas (Sl 42.1; 63.1; 69.3; 84.4,5,10; 121.1; 130.5,6; 132.3-5), aqui é prometido aos fiéis um lugar onde poderá
contemplar a face Dele e Suas maravilhas ininterruptamente. (Jesus não é para ser colocado em um lugar como amuleto)
o ter o nome do Deus de Jesus escrito sobre si, bem
como o nome da cidade do Seu Deus, a Nova Jerusalém, que desce do céu, do Seu
Deus, e também o Seu novo nome (Ap 3.12) – em contraste com o nome que homem e mulher
receberam do Eterno (Gn 5.1,2). Enquanto muitos alegam pouca força para
conservar o Espírito Santo junto a si (por exemplo,
para não entristecê-Lo – Ef 4.30), aqui a pessoa foi fixada na vida dos que crê pelo poder do amor de
Jesus, por meio do Seu corpo, pela vida de Cristo neles que os identifica como
um selo, de modo que ninguém tem autoridade para arrebatá-los dali (Jo 10.28,29);
·
7ª carta: se assentar com Jesus no trono; assim como Jesus
venceu e se assentou com Seu Pai no seu trono. (Ap 3.21) – em contraste com o domínio (Gn 1.28) que o
homem entregou a Ha-Satan ao pecar (Lc 4.6; Jo 14.30; Ef 2.1,2; 1Jo
5.19) e em resposta à
imagem e semelhança do Eterno (Gn 1.26,27) que o homem perdeu, mas que vai sendo recuperada
de glória em glória (2Co 3.18), até que possamos ser como Ele é (1John 3.2).
O primeiro
prêmio que o indivíduo recebe é o acesso à árvore da vida, ou seja, Jesus e
Seus ramos (a Igreja – João 15.1). Se o indivíduo andar na luz, Ele permanecerá
nessa comunhão e o sangue de Jesus irá livrar o indivíduo do dano da segunda
morte (1Jo 1.7), ou seja, de pecar contra o plano do Eterno na vida dos irmãos.
Se ele
andar nos caminhos de Cristo e observar Sua ordenança, também julgará Sua casa,
guardará os átrios dela e receberá livre acesso na Igreja (Zc 3.7), o que lhe
permitirá ter acesso ao “maná escondido”, ou seja, à revelação especial acerca
de tudo que Jesus fez de modo sobrenatural em Sua Igreja quando esta passava
pelo deserto da vida (isto significa ter uma ideia de
onde Jesus vem – ver Êx 16.32; João 8.14).
A partir de
então, o vencedor receberá uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o
qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. Em outras palavras, ele
receberá o conhecimento da nova identidade de Cristo, o que implica em enxergar
a si mesmo e aos irmãos de uma nova forma, espiritualmente (2Co 5.16).
Imbuído de
tudo isto, o indivíduo estará pronto para receber a abundância do Favor do
Eterno e do dom da justiça, ou seja, para receber o poder para reinar em
vida sobre o pecado, o mundo (incluindo nações) e a morte através de Jesus (Rm 5.17).
Daí por
diante o indivíduo será visto assentado nas regiões celestiais (Ef 1.3; 2.6) com a estrela da manhã, ou seja, anunciando a Palavra que sai da boca
do Eterno (2Pe 1.19) em meio a um mundo imerso em trevas (Is 9.1,2; Mt
4.15,16; Lc 21.25-28).
E não pense
que tal indivíduo será uma bênção apenas em si mesmo. Ele será usado para transformar as vidas ao
redor dele e se vestir com os seus atos de justiça (vestes
brancas). De maneira
nenhuma seu nome será riscado do livro da vida, ou seja, deixará de ser usado
por Jesus.
Pelo
contrário: seu nome será confessado por Jesus diante do Seu Pai e diante dos Seus
anjos, ou seja, mais será ouvido dos feitos de Jesus através dele.
Após tanto
ser exercitado no amor, piedade e verdade, o indivíduo, que já vinha servindo
de coluna e baluarte da verdade aqui na terra (1Tm 3.15), agora será feita coluna na Igreja celestial (o templo do Deus de Jesus). Para ser mais claro: uma coisa é ser referência da verdade num mundo
cheio de injustiça e dolo; outra é ser digno de ser referência para a verdade
num mundo onde a verdade e justiça está por toda parte.
E para que
ninguém tivesse dúvida de que a verdade por eles confirmada era autêntica e
perfeita (sem acrescentar, nem tirar, nem modificar nada), este indivíduo recebe em si três identificações:
o nome do Deus de Jesus escrito sobre si, bem como o nome da cidade do Seu
Deus, a Nova Jerusalém, que desce do céu, do Seu Deus, e também o Seu novo nome
.
Ou seja, é
testificado que a verdade anunciada pelo indivíduo confirma quem o Eterno é no
céu (como Criador), na terra (como Redentor) e na Igreja (como
Santificador e Purificador).
Finalmente,
o indivíduo consegue entrar no repouso de Jesus (Hb 4.11), vindo a descansar e esperar sempre Nele (Sl 37.7) ou, se
preferir, a servir como assento da autoridade de Jesus, alguém em quem Ele se
compraz e usa para confirmar plenamente Sua autoridade sobre tudo e todos.
Resumindo: o indivíduo finalmente se torna o templo de habitação
contínua do Eterno, como Ele sempre quis (1Co 3.16;
6.19; 2Co 6.16; 1Jo 2.27).
Enfim, em
cada promessa estava um modo adotado por Jesus para aproximar o vencedor de Si.
Em outras palavras, Jesus concede:
1ª -
Seu
alimento espiritual (Jo 6.51-57). Quem de
Jesus se alimenta recebe
2ª -
Sua vitória
definitiva sobre a morte (separação). A partir
de então o indivíduo passa a desfrutar da
3ª -
intimidade
diária com Ele (por meio da Palavra que sai da Sua boca em resposta a como ele
deve proceder para levar a carga de cada irmão (Gl 6.2)), a qual lhe capacita para a
4ª -
abundância
do Favor do Eterno. Esta lhe
confere o poder para manifestar a direção da Verdade em meio aos acontecimentos
que envolver os que estão presentes em sua vida (ver Zc 3.7). Em outras palavras, o irmão recebe a palavra
profética, a qual, se ele seguir, verá Jesus operar
5ª -
Sua justiça, a qual o fará célebre diante dos fiéis e,
principalmente, conhecido nos lugares celestiais (Ef 1.3; 2.6), de modo a poder ter acesso livre ao Reino dos
Céus e contar com o auxílio dos anjos a serviço de Jesus. Perseverando nisto, o
indivíduo recebe
6ª -
a bênção de
ser integrante do Seu santuário, a saber, do coração das pessoas que são de Jesus, de modo a ter o
privilégio do contato contínuo com Jesus. Isto permitirá ao indivíduo receber uma
marca contínua em sua vida, a saber, o conhecimento preciso (o de Jesus) acerca de
quem é o Criador, a cidade santa e Ele próprio.
7ª -
o
privilégio de ser conduzido por Ele em tudo e, obviamente, de poder descansar e esperar o tempo todo no prazer da
Sua companhia.
Resumindo:
para manter o vencedor junto a Si, Deus lhe dá:
1ª - Sustento;
2ª - Capacidade de se ligar aos outros;
3ª - Relacionamento com Ele e com os irmãos;
4ª - Poder;
5ª - Justiça e reconhecimento espiritual;
6ª - Lugar fixo no Seu corpo;
7ª - Sua presença contínua a nos guiar.
Deste modo,
ninguém tem desculpa para dizer que é difícil ter comunhão com Cristo e fazer
Sua vontade. Vem a questão: mas se isto é uma recompensa para o vencedor,
aparentemente isto significa que só conseguiremos esta bênção depois do juízo
final. Como, então, fazer até lá?
Embora a vitória
completa seja concretizada nesta ocasião, isto não quer dizer que esta será a
única vitória. Na verdade, a cada vez que deixamos Jesus usar Sua Palavra para
nos conduzir em meio a uma adversidade na nossa vida, uma vitória é computada
no Reino dos Céus a nosso favor. Devemos vencer o mundo, o pecado e Há-Satan
todos os dias.
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