sábado, 30 de setembro de 2017

159 - Apocalipse 3 (Part 1)

APOCALIPSE 3

Carta aos Convertidos de Sardes (os robóticos)

Característica

·         Sei as tuas obras; que tens nome de que vives, e estás morto. (Ap 3.1);

 

Sardes foi a capital do antigo reino de Lídia. Foi situada numa planície regada pelo rio Pactolus, a trinta milhas a sudoeste de Tiatira. Foi conquistada por Ciro e depois por Alexandre, o Grande.        

Este grupo de irmãos tinha um nome. A questão é: diante dos homens ou do Eterno? Conforme as frase  “de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3.5), estes irmãos tinham nome diante do Eterno. Eram indivíduos que nasceram de novo e tinham seus nomes no livro da vida, ou seja, estavam sendo usadas pelo Eterno.

Nada é mencionado acerca das outras seis oholyao. Isto não quer dizer que eles não tivessem o nome de Cristo na vida deles. Contudo, enquanto os outros seis tinha nome apenas por serem filhos do Eterno, Sardes havia também recebido o nome do Cordeiro ao se comprometer com Ele em casamento. Ou seja, os irmãos de Sardes foram os que mais se aprofundaram no relacionamento com o Eterno.

Daí Jesus dizer “lembra-te de como tens recebido e ouvido”. Ou seja, eles receberam Jesus, Sua Palavra, dons e talentos com um amor puro de uma noiva apaixonada.

Contudo, num dado momento, eles começaram se afastar da comunhão com o Altíssimo, o que resultou na corrupção da sabedoria Dele (tal como se deu com Ha-Satan – Ez 28.16,17) e em obras incompletas (estéreis - Ap 3.2).

Contudo, passado algum tempo, eles praticamente pararam de ouvir a voz de Jesus e passaram a viver com base na justiça que é pela lei (Rm 10.5). Eles morreram espiritualmente, embora alguns ainda permanecessem na justiça que é pela fé (Rm 9.30 – Ap 3.4).

A maioria das obras se tornaram mecânicas (sem a intervenção direta de Jesus). Ainda havia algumas obras que eram feitas com base naquilo que Jesus dizia (a voz de Jesus era rara, mas ainda uns poucos a ouviam). Para o mundo, Sardes parece uma estrela. Contudo, Aquele que tem o Espírito sem medida e as sete estrelas sabe diferenciar entre brilho e brilho.

Mas o que poderia tirar a vida espiritual de alguém?

 

·         “Mas a que vive em deleites, vivendo está morta.” (1Tm 5.6) -> prazeres da carne;

·         “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” (2Tm 3.5) -> deixar que os cuidados da vida nos leve a desprezar a eficácia da piedade, de modo a nos levar a passar por cima dos sentimentos dos indivíduos;

·         “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados. Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo” (pela graça sois salvos) (Ef 2.1,5)-> soberba da vida, a qual nos leva a brigar com os indivíduos na medida que buscamos as demais ambições;

·         “Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” (Ef 5.14) -> estar com os olhos fechados para a verdadeira bondade e fazendo vista grossa para o mal.

 

Embora os irmãos de Sardis e Laodicéia não tivessem inimigos internos (não havia heresia, como Jezabel, Balaão e os falsos judeus) ou externos (não havia perseguição, como em Esmirna e em Pérgamo (Ap 2.13)), não permaneceram na comunhão com Jesus.

Três tipos de pessoas estavam havendo em Sardes:

 

·         Os que morreram, mas tinham nome de que viviam (Ap 3.1);

·         Os que estavam vivos, mas prestes a morrer (Ap 3.2). Estavam como que sonolentos (Ef 5.14);

·         Os que estavam cheios de vida (Ap 3.4).

 

Não podemos descansar no nosso passado. A Igreja vive daquilo que Jesus fala no presente.

Como Jesus se apresenta?

·         Isto diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas (Ap 3.1).

 

Os sete espíritos de Deus que estão diante do trono (Ap 4.1) são representados por:

 

·         Sete olhos (Ap 5.6) que percorrem toda a terra (Zc 3.9; 4.10);

·         Sete lâmpadas de fogo (Ap 4.5).

 

O Filho tem o Espírito, não como alguém que recebe-O do Pai, mas como Alguém que pode imputá-Lo aos homens.

Para Sardes, que estava morta (incapaz de passar a Palavra do Eterno de modo vivo e fértil), Jesus se mostra como:

 

·         Aquele que tem os sete Espíritos do Eterno, ou seja:

o    que pode ressuscitar os crentes da morte para a vida e levá-los por toda a terra;

o   Jesus é Aquele que queima toda a impureza e traz à luz as coisas ocultas (1Co 4.5);

·         Aquele que tem as sete estrelas, ou seja, que detém em seu poder os Seus mensageiros que concordam em resplandecer como astros no mundo (Fp 2.14,15). Logo, sem estar nas mãos de Jesus, ninguém consegue fazer algo que transmita vida.

 

Sardes fazia muitas coisas (tinha aparência de que vive), mas nenhuma mudança trazia ao lugar onde habitava. Para resolver então este problema da obra estéril, Jesus se mostra como Aquele que realmente revela o que há oculto nos corações (1Co 14.24,25), tendo poder para queimar todo este lixo, resplandecer nova vida (Rm 6.7; 1Co 15.17) e guiar quem crê pelo mundo afora (Mc 16.15).

Quais qualidades podem ser vistas?

·         Mas tens umas poucas pessoas em Sardes que não contaminaram as suas vestes (Ap 3.4).

 

Enquanto em Pérgamo (Ap 2.14) e Tiatira (Ap 2.20) havia poucos maus entre os bons, em Sardes havia uns poucos bons entre os maus.

Havia um pequeno grupo de pessoas que permaneceu confiando no Eterno e Naquele que Ele enviou (Jo 6.28,29), de modo que seus atos de justiça não ficaram contaminados (Is 64.6) como se deu com o sumo-sacerdote Josué (Zc 3.1-3). Eram perfeitos (Gn 17.1; Mt 5.48) e santos (1Pe 1.16), na medida em que eles buscavam a justiça que vem do alto pela fé (Rm 9.32; 10.6).

Não podemos contaminar nossa justiça com os conceitos, valores, poderes e autoridades deste mundo.

Qual a queixa de Jesus?

·         não tenho achado tuas obras completas diante de meu Deus (Ap 3.2)

 

Em Sardes as coisas funcionavam como um robô programado.

Sardis nada tinha do espírito das duas testemunhas de Ap 11.10, as quais atormentaram os que moravam na terra por meio do seu fiel testemunho (sua presença não era vista pelo mundo como uma ameaça). Muito menos tinham o espírito de Cristo que resistiu até o sangue lutando contra o pecado (Hb 12.3), vindo por isto a ser crucificado (Fp 2.5-8).

O que vem a ser uma obra morta (ou, se preferir, imperfeita, incompleta)? Trata-se de uma obra estéril. Pense numa árvore estéril. Ainda que ela possa crescer e produzir folhas, flores e frutos, todavia se os frutos que ela produzir não tiverem semente, tudo que ela fizer ficará restrito a ela própria.

Trata-se da filosofia comercial que encheu o interior de Ha-Satan de violência (Ez 28.16), a saber: concentrar os recursos em si a fim de atrair todos para sua volta (tal como se deu com Babilônia). Ignoram que a boa dádiva vem do alto (Tg 1.16,17).

A obra do Eterno para o lar consiste em gerar uma semente de piedosos (Ml 2.15), ou seja: não basta apenas ser piedoso; é necessário transmitir esta qualidade para todos aqueles com quem temos contato. Não basta apenas ajudar: temos que levar os indivíduos a ajudarem a si e aos outros.

Os irmãos de Sardes, embora fizessem muitas obras, embora provavelmente pregassem o evangelho a toda criatura (Mc 16.15), não conseguiam transmitir a essência do evangelho, ou seja, a Palavra Viva de Cristo. É bom lembrar que a verdadeira fé é a de Cristo (Ef 2.8,9; Gl 2.20), a qual nada tem a ver com nossa natureza carnal (2Co 5.16). Antes, são feitas dentro do espírito de cada um (2Co 3.1-3) e movidos pela verdade (Jo 4.23,24).

Qual a consequência do pecado?

·         Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. (Ap 3.3).

 

Esta advertência é muito mencionada na Escritura Sagrada:

 

·         Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.” (Mt 24.42-44);

·         “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá. E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos. Sabei, porém, isto: que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa. Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais” (Lc 12.35-40);

·         “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.” (1Ts 5.2,3);

·         “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.” (2Pe 3.10);

·         “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.” (Ap 16.15).

 

É bom notar que Jesus promete vir como um ladrão (e não como um assaltante – Ap 16.15; Mt 24.43; Lc 12.39; 1Ts 5.2; 2Pe 3.10). Ou seja, a ênfase aqui não está em ameaçar os que estão vivos separados de Cristo, mas sim em livrar os que pertencem ao Eterno.

Vale, contudo, observar que Jesus vem como ladrão do ponto de vista de quem não é Dele. Na verdade, nós é quem somos os ladrões, os injustos. Contudo, em nossa perspectiva, Jesus tem sido o juiz iníquo (Lc 18.1-7) e o ladrão (ver Sl 50.9-12), já que nos recusarmos a aceitar a retirada de  qualquer coisa sem o nosso consentimento (muitas vezes somos capazes de intentar o mal contra outrem, seja diretamente ou pelas mãos de terceiros).

Já reparou como Jesus disse que viria a nós enquanto estivéssemos neste mundo (Mt 25.34-46)? É sempre na forma de alguém que veio requerer algo de nós (Mt 21.33,34). Pode acontecer de Jesus vir, por exemplo, na forma de um bandido a fim de que, por meio de nós, Ele possa mostrar Sua força (2Cr 16.9).

Logo, se procedermos como os irmãos de Laodicéia (que não tinham zelo pelos seus irmãos, não se importavam com o opróbrio (Sl 15.2) e a fraqueza deles (ver Am 6.3-6; Ez 16.49; 2Co 11.28,29; Rm 14.1; 15.1)) ou os de Sardes (que não eram capazes de comunicar às gerações vindouras a natureza justa dos que creem (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38; Pv 12.12), mesmo que Jesus venha de modo previsível (repleto de sinais como que para anunciar a vinda do Rei), não conseguiremos discernir o tempo que estamos a viver (Lc 12.56).

Mas, o que é vigilância? É zelar daquilo que nos foi confiado.

O que temos que vigiar?

 

·       “E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe.” (Lc 12.36).

 

Sobre o que devemos vigiar?

 

·         “Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo. É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai.” (Mc 13.33-37).

 

E como devemos exercer a vigilância? Devemos estar atentos à obra que nos foi dada para fazermos, de modo que elas sempre permaneçam vivas.

Mas, o que a vigilância tem a ver com estar preparado? A questão é que, quanto mais nos envolvemos com algo, mas ficamos familiarizados com o mesmo. Por exemplo: uma pessoa envolvida com medicina, ao presenciar um acidente de trânsito, focará mais os danos físicos dos envolvidos; já o policial, seu foco será as infrações de trânsito; o advogado, os recursos legais para cada um defender seus direitos; o mecânico, a gravidade dos estragos nos veículos, bem como a estimativa do prejuízo.

De igual modo, quem não estiver familiarizado com as coisas celestiais não será capaz de reconhecer Jesus, nem mesmo se Ele se manifestar cara a cara (como se deu em Lc 24.15,16). A ideia da vigilância é nos afinar cada vez mais com os valores do Reino dos Céus, de modo que, quando Jesus vier (na figura do amigo importuno de Lc 13.6-9), saibamos reconhecê-Lo (Lc 19.44) e possamos estar preparados para sermos Dele (ver 2Tm 2.19-21).

O que é prometido aos fiéis?

·         estas andarão comigo em vestes brancas, porque são dignas. (Ap 3.4)

 

Andar de branco, algo enfatizado no apocalipse (Ap 3.18; 4.4; 6.17; 7.9,13,14; 19.14).

As vestes sujam representam o mundanismo ou as boas obras quando feitas sem integridade, ou seja, com o caráter deturpado e motivações que não levam em conta a vontade e propósito do Eterno, ou seja, que não são santas, mas visam apenas interesses pessoais.

Como homem, Jesus recebeu as vestes brancas; como Deus, Ele as dá.

As palavras “andarão comigo” implica em triunfo, companheirismo e progresso. O fato de eles caminharem com Jesus implica que eles terão a companhia constante de Cristo lhes concedendo vida e liberdade, uma glória que não se corrompe, mas sempre triunfa progressivamente.

Inclusive, a religião pura e sem mácula consiste em mantermos nossas vestes incontaminadas, ou seja, não permitirmos que o mundo nos torne indivíduos perversos (a saber, nos levando a adotar seu sistema de justiça como o modo de solucionar as coisas).

E isto eles terão por causa dos méritos de Cristo neles (ver Ez 16.14; Ap 7.14), a saber, em virtude da Sua justiça manifesta na vida deles, cuja graça os levou a amar o próximo do jeito que Jesus nos amou (João 13.34,35).

Mas, o que são estas vestes? Os atos de justiça dos santos (Ap 19.8). Ou seja, os que creem vão sendo vestidos com base naquilo que os indivíduos, com quem convivem, manifestam de Cristo e da Sua Palavra em consequência do ministério deles.

Note a semelhança entre o que é prometido aos vencedores e o modo de vestir dos que permaneceram puros (Ap 3.4). Logo, as vestes brancas (como em Zc 3.3) profeticamente  simbolizam o corpo glorificado que os que creem hão de receber (2Co 5.1,4).

Quem for indo de vitória em vitória, estará  sempre trajando vestes brancas, andando na luz (1Jo 1.7) e “bebendo” o sangue do Cordeiro (Jo 6.51-57) (ou seja, recebendo Sua vida dentro deles – Gl 2.20) até o dia em que receberão um corpo que os permitirá experimentar a companhia contínua de Jesus enchendo-os de obras de justiça (algo desejado por Jesus – Lc 23.43; Jo 17.24).

Exortação

·         Sê vigilante, e confirma o que ainda permanece, que estava prestes a morrer (Ap 3.2)

·         Lembra-te, portanto, como recebeste e ouviste, guarda-o e arrepende-te. (Ap 3.3)

 

Cinco ordens de Jesus para Sua igreja:

 

1)    Sê vigilante.

 

Sardes caiu porque não vigiou, ou seja, deixou de se preocupar com a sanidade espiritual dos irmãos, vinda a executar cargas vãs e motivos de expulsão (como em Lm 2.14).

 

2)    Fortaleça ou consolida o que ainda vive.

 

Note que, embora eles estivessem mortos, deveriam confirmar aquilo que estava para morrer. Mas como é possível a um morto fazer alguma coisa? A ideia não é que eles saíssem fazendo coisas, mas sim que percebessem o quão impotente eram para fazerem coisas boas (Rm 3.11) e, assim, buscassem o único que pode conceder a vida que restaura e completa.

Mas afinal, o que estava para morrer? As obras que eles estavam fazendo. Ao invés de permanecerem escutando a voz de Jesus e seguindo Suas orientações, eles estavam começando a fazer tudo automaticamente, supondo não precisarem mais de ouvir a voz de Jesus.

 

3)    Lembre-se do modo que vocês receberam e ouviram:

 

·         “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele,” (Cl 2.6);

·         “Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais.” (1Ts 4.1);

·         “E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.” (1Co 11.2);

 

Os irmãos de Sardes deveriam se lembrar:

 

     Dos dons e talentos que eles receberam, bem como dos ensinamentos que eles ouviram;

     De como eles receberam Jesus e ouviram Sua Palavra. Isto não é tudo! Eles deveriam também se lembrar de que receberam a Palavra do Eterno de bom grado, com coração fervoroso e zeloso, visto a serem testemunhas da demonstração de espírito e poder (1Co 2.4,5).

 

Como os Efésios, os irmãos de Sardes são relembrados da melhor condição a partir da qual eles tinham recuado.

Os poucos justos que havia em Sardes estavam como os justos que haviam na época de Noé ou de Sodoma e Gomorra. Embora eles estivessem habitando no meio dos ímpios, nenhum destes estavam se convertendo ao evangelho (Ez 14.14,16,18,20).

Muitos deles estavam perecendo na fé, tal como muitos daqueles que eram da linhagem de Enoque (na época do dilúvio) ou dos que entraram com Ló em Sodoma.

Devemos ter sempre em mente quem é este Jesus em quem cremos, qual é a Sua vontade, o que Ele preparou para nós e, principalmente, o modo como acolhemos tudo isto em nossa vida. Afinal, a singularidade do chamado de Cristo em nossas vidas (ver Sl 25.14; Is 65.1), bem como no fervor que tínhamos quando recebemos a boa notícia (ver Jr 2.2), não é algo banal.

 

4)    Obedeça e guarde (Jo 14.21,23);

 

·         “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência” (1Tm 6.20);

·         “O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.” (Lc 6.40).

 

Note como o objetivo não é inventar coisas para fazer em favor de Jesus, mas tão somente segui-Lo (Mt 16.24; Lc 9.23; 15.20), mesmo que seja em meio ao deserto (Jr 2.2).

Não é em vão que Paulo diz para Timóteo se lembrar do bom depósito (2Tm 1.14) que o Eterno colocou no coração dele (despensa – 1Co 4.1,2; 1Pe 4.10). Os irmãos de Sardes estavam perdendo tudo que o Eterno depositara no interior deles. Este depósito (dons, talentos, Palavra, testemunho e, principalmente, irmãos em Cristo) não deveria morrer, ou seja, ficar como um monte de filosofia inútil e sem vida.

 

5)    Arrepende-te

 

Ou seja, sentir tristeza em virtude dos prazeres da carne (Tg 4.8,9), pois é com a tristeza de rosto que o coração se faz melhor (Ec 7.3). Só então quem crê voltará a ser capaz de ter zelo por aquilo que é bom.

Qual a recompensa aos vencedores?

·         O vencedor será assim vestido de vestes brancas: não apagarei o seu nome no livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. (Ap 3.5).

 

Três recompensas:

 

·         Ser vestido de vestes brancas:

 

Ou seja, ser repleto da justiça de Cristo (que nada tem haver com os trapos de imundície nossos e do mundo – Is 64.6), a saber, sendo usando por Jesus para manifestar Sua graça na vida daqueles que o Eterno colocou na nossa vida.

Uma diferença é oportuna ser feita: os fiéis conservaram suas vestes brancas, ou seja, permaneceram na justiça de Cristo enquanto vivendo neste corpo pecaminoso. Como eles conseguiram isto? Os vencedores são vestidos dia a dia de vestes brancas (ver Lm 3.22,23 – ao invés de usar sempre a mesma veste, o Eterno lhes dá cada dia uma nova veste) até o dia em que hão de ter um corpo incorruptível que naturalmente clama pela justiça de Cristo.

 

·         Não ter o nome riscado do livro que retrata a vida de Jesus (que é a ressurreição e a vida - Jo 11.25):

 

Veja a importância do livro da vida:

 

·         “Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.” (Lc 10:20).

 

Veja outras referências sobre o livro da vida (Êx 32.32,33; Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27).

Para um grupo de convertidos estéreis, é dada aos vencedores a promessa de terem os nomes escritos no livro da vida, ou seja, de poderem ser usados por Cristo para fazerem história neste mundo. Lembre-se que Ele possui os sete espíritos do Eterno enviados por toda a terra.

Para entender a importância disto, pense: quando alguém se destaca no futebol, seu nome é escrito como o rei do futebol; quando se destaca como prefeito, seu nome passa ser destaque ou referência de um logradouro público. Quando alguém se destaca no Reino dos Céus ele passa a ser como estrela no céu (Dn 12.3) e seu nome fica registrado como pertencente aos negócios do Pai (Lc 2.49). Lembre-se que Jesus é Aquele que tem todas as estrelas, ou seja, sem Ele qualquer brilho que vier de nós e ilusório e transitório (como se deu com Moisés – 2Co 3.13).

Ser apagado do livro da vida significa que, muitos dos que foram usados por Jesus, não serão lembrados na Sua história de atuação neste mundo (Ez 3.20). Ou seja, as maravilhas que o Eterno faz através daqueles que se desviam Dele e da Sua Palavra não contam para glória Sua.

A ideia é a mesma que se dá quando se assiste a um filme. Existe a personagem central e os figurantes ou personagens que só aparecem uma ou duas vezes para algo tão singular que quase ninguém se lembra do mesmo. Quando o indivíduo nega a fé em Cristo, ele deixa de ser personagem central.

No passado o nome de cada cidadão de uma dada cidade era registrado. Quando o mesmo morria, seu nome era apagado. Muitos de Sardes, embora ainda não tivessem tido seus nomes apagados do livro da vida (referente à cidade celestial), estavam mortos espiritualmente e em breve seus nomes iriam ser apagados de vez do livro da vida do Cordeiro. Isso também prova que é possível o nome de um crente ser riscado do Livro.

Obs: o livro da vida pode muito bem ser ilustrado pelo registro do povo na Aliança da Lei (ver Is 4.3; Ez 13.9).

 

·         Jesus promete confessar o nome do indivíduo:

 

“Diante dos anjos de Deus” (como em Lc 12.8,9) “diante do Meu Pai” (como em Mt 10.32,33). A diferença é que, neste caso, aparece a expressão “que está no céu” é usada para distinguir entre os que estão no céu e os que estão na terra. Já aqui no Apocalipse, não há distinção, pois a visão ocorre no céu.

Mas que importância tem isto? Para alguém ser reconhecido em uma firma, o dono tem que confirmar seu nome entre o rol dos funcionários. Isto lhe confere certos direitos e deveres (por exemplo: a cooperação dos demais funcionários).

Ao confessar o nome dos vitoriosos diante dos anjos, Jesus estava dizendo que iria usá-lo e que ele contaria com a cooperação dos anjos e da Igreja.

Como para os anjos é um privilégio ter acesso às riquezas incompreensíveis de Cristo (1Pe 1.12), ao saber isto, eles passam a ter prazer de acampar junto a esta pessoa (Sl 34.7). Tal indivíduo passa a ter autoridade espiritual (ver At 19.13-16).

Isto também nos ensina que, se nem os anjos que são maior em poder e sabedoria ousam dizer quem é santo ou condenado (ver Jd 1.9), quão dirá nós. Só a confissão de Jesus é a garantia de quem realmente somos. Afinal, apenas nas mãos de Jesus os Seus podem ser encontrados e só Ele é quem sabe em quem Seus sete espíritos estão agindo.

Eis o motivo pelo qual, para Paulo, era pouca coisa ser julgado por algum tribunal humano:

 

·         “Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o SENHOR.” (1Co 4.3,4).

 

Afinal, o que importa é o que Jesus pense a nosso respeito.

Urge salientar que a expressão “Meu Deus” (ou meu pai, como aparece aqui) aparece cinco vezes em Apocalipse (uma vez aqui e quatro vezes em Ap 3.12). Jesus usa tal expressão também em (Jo 20.17; Mt 27.46). A expressão “diante de Deus” é comum no Apocalipse, em Lucas e nas epístolas de Paulo (mas não ocorre em Mateus e Marcos).

Vem a questão: qual a importância disto? Jesus torna público o nome do vencedor a quem o Pai realmente é (e não a quem os indivíduos pensam que o Pai é). Ou seja, esta promessa implica em ser conhecido por quem realmente é o Pai (e não por quem queremos que Ele seja).

Resumindo: para um grupo de irmãos estéreis, Jesus quer tê-los em Suas mãos a fim de que eles possam receber Seus sete espíritos que verdadeiramente concedem a real vida a quem é humilde para recebê-la e, deste modo, eles possam manifestar Sua justiça na vida do próximo e, com isto, serem usados para confirmar Sua palavra a principados e potestades nos céus (Ef 3.10).

Identidade

Este grupo representa aqueles que nasceram de novo, mas com o tempo deixam de ouvir a voz de Jesus e passam a fazer obras e mais obras em prol do Reino dos Céus firmados apenas nos seus conceitos e valores.

Para que fique claro:

 

·         quando uma pessoa dorme, ela fica alheia a tudo que acontece. Não toma consciência de nada;

·         quando uma pessoa fica anestesiada em todos os membros, embora fique consciente a tudo, não consegue reagir a nada, mas só vê as coisas acontecer;

·         quando alguém morre, além de ela ficar completamente desligada deste mundo, não têm possibilidade de voltar.

 

Todas estas pessoas têm algo em comum: não conseguem conservar todo o Favor que receberam do Eterno. O que receberam vai se perdendo, sendo roubado pelo inimigo de nossas almas, até nada restar.

Diferente de Pérgamo (onde muitos queriam ver só o que lhes interessava e do jeito deles) e de Tiatira (onde muitos viam a apostasia acontecer, sabiam que estava errado, mas nada faziam porque gostavam dos prazeres trazidos – como em 1Sm 1.29), Sardes tinha perdido toda a espiritualidade. Tornou-se puramente carnal, sem qualquer ligação com as coisas espirituais. Todo mundanismo se tornara normal (apenas em Laodicéia algo semelhante aconteceu).

Hoje, este grupo representa parte da Igreja dispersa que, por estar se alimentando de informações negativas emitidas pela mídia, têm perdido a esperança de ver a bondade do Eterno na terra dos viventes (Sl 27.13,14) e, por isto, se apegado aos recursos e poderes deste mundo para combater o mal, como se a Igreja de Cristo fosse mais uma religião, filosofia de vida ou seita radical em meio a tantas.

Resumo

 

Carta aos Convertidos de Filadélfia (os fracos na fé)

Característica

Filadélfia recebeu este nome em homenagem ao seu fundador (Attalus Philadelphus). Fica a setenta e sete milhas a sudoeste de Sardes. É a segunda cidade de Lídia.

Jesus usa nesta carta três símbolos que regem toda a mensagem:

 

·         uma porta aberta;

·         a chave de Davi;

·         ser coluna no santuário de Deus.

 

Uma casa ou edifício possui estes três elementos. Jesus é a porta do santuário do Eterno (Jo 10.9) que é aberta pela chave que está em Suas mãos.

Como Jesus se apresenta?

·                    Isto diz o Santo, o Verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre e ninguém fechará, o que fecha e ninguém abre (Is 3.7)

 

Antes de tudo, precisamos saber em que consiste a casa de Davi:

 

·         “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens. Mas a minha benignidade não se apartará dele; como a tirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre.” (2Sm 7.12-16)

 

Considerando que a única coisa digna de ser eterna é aquilo que pertence ao Criador (Hc 3.6), logo a casa de Davi é a própria casa do Criador (a Igreja). Com relação a esta chave, é oportuno analisarmos a profecia acerca de Eliaquim:

 

·         “E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias; e vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá. E fixá-lo-ei como a um prego num lugar firme, e será como um trono de honra para a casa de seu pai. E nele pendurarão toda a honra da casa de seu pai, a prole e os descendentes, como também todos os vasos menores, desde as taças até os frascos. Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, o prego fincado em lugar firme será tirado; e será cortado, e cairá, e a carga que nele estava se desprenderá, porque o SENHOR o disse.” (Is 22.20-25).

 

Eliaquim foi usado profeticamente para ilustrar o dia em que Jesus iria conduzir pessoalmente Seu povo. Inicialmente, os primeiros seguidores (israelitas) tentaram lançar sobre a Igreja toda a carga do Testamento da Lei. Contudo, Jesus foi crucificado por meio da lei (Dt 21.23; Gl 3.13) a fim de que toda esta carga da chamada Antiga Aliança se desprendesse.

Hoje Jesus tem a chave da morte e do inferno, bem como a chave da Igreja.

A chave, neste caso, é um símbolo de controle. Ou seja, Jesus tem o controle de toda a casa de Davi (a casa é Dele). E como a porta que Ele abre ninguém fecha (e vice-versa), logo ninguém mais tem esta chave. A chave da casa de Davi estar sobre os ombros de Jesus, ou seja, no lugar mais seguro que existe, onde ninguém poderia ter acesso para roubar (tal segurança é repetida em Jo 10.28,29), era motivo de grande alegria para irmãos fracos na fé (Rm 14.1; 15.1), pois era sinal de que ninguém poderia mudar o destino deles.

Vem a questão: qual a diferença entre esta chave e a chave do Reino dos Céus que Jesus deu a Pedro?

 

·         “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 16.18,19).

 

Jesus deu as chaves do perdão e do evangelho a Pedro a fim de que ele pudesse ligar os indivíduos uns aos outros em Cristo e, assim, proporcionar a edificação da Igreja. Estas duas chaves deveriam ligar os irmãos bem intencionados e desligar aqueles que estavam na Igreja pensando apenas em bênçãos egoístas (a verdade deveria ser pregada e o perdão exercitado a fim de conservar apenas o que é de Jesus).

Jesus é a própria chave da Igreja, a essência do perdão e do evangelho, o qual deve ser conservado a todo custo, de modo que toda porta do inferno não prevaleça dentro da Igreja impedindo a entrada daquilo que é de Cristo ou permitindo a entrada daquilo que não é Dele.

Nas coisas espirituais e eternas, se Jesus não for a chave que abre e fecha a porta, certamente o que está a ser guardado não é algo bom.

Para um grupo de irmãos fracos na fé, Jesus se apresenta como sendo:

 

·         O santo. No Testamento da Lei, “o Santo” é um nome frequente do Eterno (Jó 6.10; Sl 16.10; 89.18; 145.17; Is 1.4; 5.9,24; 6.3; 10.7,20; 12.6; 30.11; 41.14,16,20; 47.4; 48.17; 49.7; 54.5; 55.5; Jr 1.1-19; 51.5; Ez 39.7; Os 11.9; Hc 3.3; Mc 1.24; Lc 4.34; At 3.14; Ap 4.8; 6.10). Ou seja, Jesus foi Aquele que, mesmo sendo pobre (ver Fp 2.5-8), não tendo onde reclinar a cabeça (Mt 8.20; Lc 9.58), ainda assim Ele e seus doze apóstolos conseguiram viver por quase quatro anos sem trabalhar e sem ceder às imposições do sistema (como muitos fazem, alegando que, como precisam sustentar sua família, têm que ser tão corruptos quanto seus patrões).

·         O verdadeiro (Ap 1.5; 3.14; 6.10; 15.3; 16.7; 19.2,11; 21.5; Mt 24.35; Jo 14.6; 1Jo 5.20 – em oposição aos ídolos (2Cr 15.3; Sl 31.5; Jr 10.10; 1Ts 1.9; 1Jo 5.20)). Ou seja, mesmo diante das perseguições, ameaças, torturas e morte, ainda assim Ele conservou a verdade em Sua boca e modo de viver. Sem contar que Jesus é a única testemunha que retrata fielmente o Eterno (em contraste com os embusteiros de Ap 3.9).

·         O que tem a chave de Davi. Ou seja, o único capaz de abrir a porta da fé dos corações:

o   “E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé (At 14.27).

o   “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários” ( 1Co 16.9).

o   “Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e abrindo-se-me uma porta no SENHOR,” (2Co 2.12).

o   “Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;” (Cl 4.3).

Ou seja, Jesus é o único realmente capaz de colocar os indivíduos certos na nossa vida, transformar corações e retirar de perto de nós aqueles que nada têm a ver conosco e com a missão a nós confiada. Em outras palavras, não temos que nos modificar para agradarmos os indivíduos (Jr 15.19).

 

Para os convertidos de Filadélfia que são fracos, o fato de que apenas Cristo pode abrir ou fechar o coração das pessoas, decidindo quem entra e quem fica de fora, é grande conforto.

Quando temos contato com alguém, quatro são as hipóteses:

 

1º-       A pessoa fica sendo indiferente a nós: nem nos lembramos dela (relacionamento morno);

2º-       Ficamos com boa impressão dela, mas ela fica ali encostada num cantinho do coração: não a desprezamos, mas também não aproximamos até precisarmos delas novamente  (relacionamento morno);

3º-       A pessoa passa a ocupar um lugar de honra na nossa vida, alguém que realmente faz parte da nossa vida (relacionamento quente);

4º-       Ele termina fazendo parte da nossa lista negra (relacionamento frio).

 

A partir do momento que Jesus permitiu que alguém entrasse na nossa vida, devemos cuidar para que o indivíduo não nos acuse diante de Jesus no dia do juízo (Mt 5.23-26; Lc 12.58,59). Ou seja, a ideia é que cada um tenha, não apenas bons sentimentos a nosso respeito, mas principalmente boas coisas que dizer acerca daquilo em cima do que está baseada a nossa fé (1Jo 2.28; 1Pe 2.12).

Não podemos ficar permitindo que alguém continue machucando nosso coração. É sinal que existem indivíduos que tem algo contra nós. Já pensou tal pessoa tendo do que nos acusar no dia do juízo? O destino final é o lago de fogo e enxofre, onde teremos que pagar por tudo que fizemos contra esta pessoa.

Quanto mais mal uma pessoa faz contra o próximo, mais receberá dela tormento (Mt 18.33-35). E como o verme que há dentro do agressor nunca morre e fogo que há no interior do agredido nunca se apaga (ver Ez 28.18), a pessoa jamais conseguirá achar a paz.

Entenda: para indivíduos fracos na fé, o fato de Jesus ser o abridor de corações, ou seja, Aquele que une indivíduos a fim de que eles encontrem toda a força para sofrer a verdade e santidade de Cristo, de modo a permanecerem no amor Dele (João 15.9; Rm 11.22) é tremendamente consolador, já que é garantia de vitória rumo à vida eterna.

Isto, aos olhos do mundo, parece loucura, pois este valoriza apenas os fortes, ágeis e espertos. Contudo, Jesus não requer super-homens, pois nunca foi Seu intento que o homem trabalhasse por Ele (Jo 5.34,41; At 17.25). Antes, o que Jesus quer é fortalecer os Seus através do Seu Espírito agindo na vida uns dos outros.

Veja o caso de Gideão (Jz 6.14,15). Embora sua família fosse a mais pobre em Manassés e ele o mais fraco, como o poder do Criador se aperfeiçoa na fraqueza (2Co 12.9,10), logo era o mais adequado a ser usado para unir indivíduos rumo à vitória (2Cr 16.9) (afinal, quem tem que crescer é Jesus, e não o homem - Jo 3.30; 2Co 4.7) (veja Jz 7.2).

Enfim, enquanto para a rica Laodicéia Jesus estava de fora, para a pobre Filadélfia o amor de Jesus estava sempre disponível. Em Filadélfia Jesus tinha uma porta aberta e em Laodicéia, a porta estava fechada para Jesus.

Quais qualidades podem ser vistas?

·         Guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (Ap 3.8)

·         Guardaste a palavra da minha paciência (Ap 3.10)

 

Os de Filadélfia não se agarraram à Escritura Sagrada. Eles se apegaram ao aspecto do evangelho que revela Jesus no exercício de toda a Sua paciência. Lembre-se que Jesus suportou tudo por amor ao Pai e a nós (Rm 3.24-26; 1Pe 2.21-24).

Acreditar em Jesus e em Sua Palavra até Ha-Satan acredita e treme (Tg 2.19). Mas a questão é: “vede, pois, como ouvis” (Lc 8.18). Ou seja, temos que guardar a Escritura Sagrada tendo em vista o conceito e a visão corretos. Temos que ver Jesus e as pessoas de modo espiritual (2Co 5.16), entender Sua Palavra com base nos conceitos do Reino dos Céus, e não do ponto de vista do sistema que rege este mundo (1Co 2.1-5).

Que você pense que é negar o nome de Jesus? Não é simplesmente ignorá-Lo ou falar mal Dele, mas principalmente falar bem Dele, mas com base nas coisas deste mundo (ver Mt 16.22,23). A palavra a ser guardada não é persuasão baseada na sabedoria humana, como se o Eterno tivesse que se adequar à lógica doida deste mundo (1Co 3.18-20). Devemos exaltar Cristo crucificado (1Co 2.1,2), segundo o qual o mundo com sua força, justiça, sabedoria e recursos tem que estar crucificado para nós e nós para o mundo (Gl 6.14).

Devemos exaltar a morte do Senhor Jesus até que Ele venha (1Co 11.26), aceitando:

 

·         Comer do corpo de Cristo, ou seja, fazer dos pecadores perdidos nosso alimento (Mt 9.12,13; Lc 15.3-10). Devemos construir nossos relacionamentos, não em cima das qualidades dos outros, mas sim dos defeitos, certos de que:

o   A quem mais se perdoa maior é a capacidade de amar (Lc 7.47), pois ao invés de nos importarmos com as falhas delas ou nossa, nos importaremos com aquilo que Jesus quer trabalhar nela.

o   A lei veio para que a ofensa aumentasse, mas onde abundou o pecado, o Favor do Eterno superabundou (Rm 5.20).

·         Beber a vida de Cristo, ou seja, deixar que Jesus viva a vida que Ele viveu neste mundo em nós (Gl 2.20; 1Pe 2.21-24).

Qual a queixa de Jesus?

·         tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.  (Ap 3.8)

 

Isto pode não parecer defeito. No entanto, perceba a conjunção “contudo” pode ser visualizada de modo subentendido. Isto indica que, se o termo escrito em vermelho é qualidade, logo o termo em azul é um defeito.

Além disto, cada um deve:

 

·         prosseguir rumo ao que é perfeito (Fp 3.13,14);

·         aprofundar suas raízes (Lc 8.13) até achar o Rio de Água Viva (Jr 17.7,8);

·         edificarem uns aos outros na fé santíssima (Jd 20) até atingirem a unidade da fé (Ef 4.11-14);

·         andar de fé em fé (Rm 1.17), de glória em glória (2Co 3.18), de Favor em Favor do Eterno (Jo 1.16);

·         progredir cada vez mais (1Ts 4.1) no amor e no fruto do Espírito Santo (2Pe 1.5-8);

·         ter fé como um grão de mostarda (Lc 17.6) a qual, embora seja a menor das sementes, se torna a maior das hortaliças (Mt 13.31,32);

·         encher-se do Espírito Santo (Ef 5.18);

·         estar exercitado na fé (1Pe 1.6,7) e na palavra a fim de poder discernir tanto o bem quanto o mal (Hb 5.12-14).

 

Ou seja, eles estavam como que a figueira da parábola (Lc 13.6-9) que não havia sido adubada direito. Embora esta não dava frutos como era possível ver em Filadélfia, com certeza eles tinham um potencial muito maior para o bem.

Repare como Jesus tinha posto uma porta aberta para eles. Contudo, considerando que logo a seguir Jesus cita a pouca força deles, logo dá a entender que eles não estavam conseguindo entrar por esta porta estreita e caminhar por este caminho apertado. Eles estavam porfiando por entrar pela porta (Lc 13.23), já que estavam guardando a palavra de Jesus e não estavam negando Seu nome. Contudo, eles estavam usando a desculpa de que a carne é fraca para justificar sua indisposição de vencer o pecado.

Qual a consequência do pecado?

·                    para que ninguém tome a tua coroa. (Ap 3.11).

 

Quem não quiser perder o privilégio de coroar o Rei dos reis (como os 24 anciãos – Ap 4.10,11), entregando-lhe o poder, riquezas, sabedoria, força, honra, glória, e ações de graças (Ap 5.12) jamais deve se render ao mal. O mal só vence o Favor de Cristo quando aquele que o tem se entrega à maldade (Pv 28.4).

Ser fraco não é desculpa para a negligência espiritual. Foi isto que o cidadão do Reino dos Céus da parábola alegou (Mt 25.24,25; Lc 19.20,21). Ele conhecia o Senhor, recebera algo Dele, mas ainda assim preferiu negligenciar Seu dom como se o mesmo fosse algo comum (ver Ml 1.12; At 10.15).

Ou seja, a fraqueza não deve ser cultuada, nem usada como desculpa.

Alguém poderia alegar que o poder do Eterno se aperfeiçoa na fraqueza (2Co 12.9,10). Isto, todavia, quer dizer que devemos ser gratos ao Eterno pela nossa incapacidade de resolver, por nossa própria conta, as adversidades, visto serem elas que dão ocasião a Jesus de evidenciar em nós Sua virtude.

Todavia, jamais devemos nos conformar com fraqueza de vontade ou caráter, pois ela nos rouba toda vitalidade necessária para que as pessoas possam desfrutar da plenitude do Espírito Santo através de nós.

Apesar da intensidade das lutas e de eles não terem condições de fazer nada para se salvarem (a pouca força deles também implica nisto), eles não deveriam desistir de Cristo, mas permanecerem confiando Nele e na Sua Palavra.

Logo, ao dizer “conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa", Jesus estava falando da possibilidade de perder-se o galardão (os indivíduos, os quais são nossa coroa – 1Ts 2.19) e, obviamente, a salvação, já que ninguém pode comparecer diante de Criador de mãos vazias (ver Êx 23.15; 34.20; Dt 16.16).

Jesus será coroado por nós pelo amor com que amamos uns aos outros (Jo 13.34,35; 17.11,21-23).

O que é prometido aos fiéis?

·      (eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar) (Ap 3.8);

·      Eis que farei que alguns da sinagoga de Satanás, que dizem ser judeus, e não o são, mas mentem, eis que farei que venham prostrar-se aos teus pés e conheçam que eu te amei. (Ap 3.9);

·      Te guardarei na hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para provar os que habitam na terra. (Ap 3.10);

·      Venho sem demora; (Ap 3.11)

 

Estes que são da sinagoga de Ha-Satan são cristãos judaizantes ou judeus perseguidores?

Trata-se de judeus que, embora se vangloriassem de serem judeus, não se comportavam como tais (Rm 2.28,29).

Note que Jesus não promete aos irmãos de Esmirna que os da sinagoga de Ha-Satan iriam adorar prostrado aos pés deles. Esta promessa foi dada a Filadélfia em virtude da fraqueza espiritual deles. Infelizmente eles precisavam ter certeza de que Jesus estava perto deles, bem como do Seu amor para com eles.

Assim, o fato de Jesus levar os da sinagoga de Ha-Satan adorar aos pés dos irmãos de Filadélfia era uma forma de testificar Sua presença no meio deles. Note que quem é adorado é Jesus em virtude de Seu amor unindo os irmãos de Filadélfia.

Estes da sinagoga de Ha-Satan experimentam dentro de si o amor de Jesus pelos irmãos de Filadélfia e, então, passam a adorar o Eterno junto com eles.

Note como esta promessa é bem mais excelente do que se dava no Testamento da Lei (Is 45.14):

 

·      “E os reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas amas; diante de ti se inclinarão com o rosto em terra, e lamberão o pó dos teus pés; e saberás que eu sou o SENHOR, que os que confiam em mim não serão confundidos.” (Is 49.23);

·      “Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e prostrar-se-ão às plantas dos teus pés todos os que te desprezaram; e chamar-te-ão a cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel.” (Is 60.14).

 

O curioso é que tais passagens eram promessas aos judeus e, aqui Jesus diz que não é a Igreja que vai se dobrar ao judaísmo, mas sim este que vai se curvar ante a ela.

Para os irmãos que guardarem a Palavra da paciência de Cristo, Ele promete livrá-los “na hora da tentação” que há de vir sobre todo o mundo.

Não pode ser “provação” porque jamais o mundo inteiro será provado pelo Criador. Afinal, não tem sentido provar alguém que nada tem a ver com o Reino do Eterno.

Não pode ser “tribulação” porque o evangelho, que é a Palavra que mostra a paciência de Jesus, em momento algum retrata Jesus tendo paciência em alguma tribulação. Afinal, tribulação é consequência do pecado humano e Jesus não teve pecado.

Também não pode ser “da hora da tentação” porque todos são exortados a não se deixarem enganar pelo anticristo (Mt 24.4). Isto significa que toda a Igreja entra na 70ª semana de Daniel. No entanto, nesta época onde o anticristo irá tentar toda a humanidade com seus sinais e prodígios da mentira (2Ts 2.10-12), Jesus promete evidenciar a Verdade de modo tão claro para aqueles que, embora estejam passando por momentos difíceis, ainda assim não cedem à tentação, mas permanecem esperando com paciência no Eterno (Sl 40.1). Como eles não querem soluções enganosas, Jesus não os deixa ser enganados.

Note como a fraqueza da fé não é desculpa para negar Jesus e Seu nome ou para negligenciar Sua palavra. Quem guarda a palavra de modo correto e permanecesse confessando o nome de Jesus receberá o auxílio necessário para superar até mesmo a maior das tentações e, no final, ter a fé fortalecida.

A ideia é nos ensinar que, ao invés de sofrermos em prol de conquistarmos ou mantermos compromissos e facilidades, devemos sofrer por amor a Jesus e Seu nome.

Não é em vão que o Criador colocou uma porta aberta justamente na vida daqueles que têm pouca força. Afinal, para quem é fraco, nada mais indicado do que exercitar a fé passando pela porta estreita e pelo caminho apertado. É claro que os da sinagoga de Ha-Satan não querem, de modo algum, que tais irmãos passem por esta porta e, por isto, fazem de tudo para fechá-la, ou seja, para nos fazer desistir daquelas pérolas que realmente são para nós (ver Mt 7.6).

Todavia, como a porta que Jesus abre ninguém fecha, só não conquistaremos o coração daqueles que o Eterno nos deu se desistirmos deles. Afinal, Jesus tem a chave da salvação.

É claro que, para aqueles que tentam buscar a Cristo com base nos preceitos da carne, pode parecer mais conveniente crer que a chave está nas mãos de um ser humano (para arrumarem uma desculpa caso fracassem em sua missão).

Mas, que porta é esta? Como já visto, são aqueles que pertencem a Jesus e que o Eterno nos deu. Tentar entrar quando as portas estão fechadas é rebeldia. Deixar de entrar quando estão abertas é insensatez.

Mas, que desculpa os irmãos de Filadélfia poderiam arrumar para não quererem passam pela porta aberta?

 

a)    Sua fraqueza (Ap 3.8).

b)    A oposição de inimigos como os falsos judeus (Ap 3.9)

c)    A ameaça de futura tentação (Ap 3.10)

 

Em compensação, o que Jesus lhes promete?

 

·         Ninguém tem força para fechar a porta que pus diante de ti (Ap 3.8). Quando o Eterno age (Is 43.13), nenhum plano pode ser frustrado (Jó 42.2). Se o Criador é por nós, quem será contra nós (Rm 8.31)?

·         Os da sinagoga de Ha-Satan irão se prostrar aos teus pés (Ap 3.9). Não importa o quão forte eles pareçam ser, no final terão que se curvar (Rm 14.11);

·         Eu amo vocês (Ap 3.9). Logo, não lhes deixarái órfãos (Jo 14.18), mas estará convosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.20).

·         Te guardarei na hora da tentação que virá sobre todo o mundo (Ap 3.10). Esta atingirá apenas os que habitam sobre a terra (esta expressão refere-se àqueles que se recusaram a aceitar Cristo e Seu estilo de vida - veja também Ap 6.10; 8.13; 11.10; 13.8,12,14; 17.2,8). Os que estão assentados nas regiões celestiais (Ef 1.3; 2.6) nenhum mal experimentarão;

·         Venho sem demora (Ap 3.11). Ou seja, as aflições do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós o Criador quer revelar (Rm 8.18; 2Co 4.16). O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pelo amanhecer (Sl 30.5). Só a estes irmãos Jesus promete voltar. Logo, eles O esperavam com ansiedade (o que mostra que a tribulação que eles estavam passando era intensa).

Exortação

·                    Guarda bem o que tens (Ap 3.11).

 

Não precisamos inventar nada, mas tão somente guardar o que temos. Quanto mais as pessoas tentam achar um caminho melhor que o caminho do Eterno, pior fica. Infelizmente ninguém leva Jesus a sério:

 

·                     “Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.” (Jo 15.20);

·                     Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?” (Mt 10.24-26);

·                     “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (Jo 14.12).

 

A maioria dos seguidores de Cristo querem ser melhores do que Ele, como se o Altíssimo tivesse criado a humanidade para tirar umas férias ou usasse os que Nele creem para se exibir e incentivar as pessoas a renunciarem seus desejos carnais só para cumprir Seus caprichos.

Embora seja verdade que todos devamos fazer morrer nossa natureza terrena (Cl 3.1,2), o motivo disto não é cumprir regras ou fazer coisas, mas sim eliminar da nossa vida tudo que pode nos distrair com relação às pessoas, de modo que possamos ser o dom do Criador na vida delas (Sl 68.18; Ef 4.8).

É bem provável que, tal como hoje, muitos estavam achando que o problema estava no fato de eles não terem recursos para combater o mundo de igual para igual. Contudo, o que ninguém para pra pensar é: por que alguém iria querer tomar nossa coroa? Com certeza não é para poder usá-la, já que ela é pessoal e intransferível. Sem contar que não é a coroa que confere autoridade a alguém. Antes, ela é a confirmação de uma autoridade adquirida.

E para que eles não tivessem a coroa tomada, eles tinham que guardar o que tinham. E o que é que eles deveriam tinham para ser guardado? A palavra da paciência de Cristo.

Jesus e Seu corpo são a nossa coroa. Se renunciarmos aos princípios da Escritura Sagrada, tudo que Jesus é se torna sem sentido. Não consegue fazer diferença na vida de quem crê.

Qual a recompensa aos vencedores?

·      Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, donde jamais sairá; escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu da parte do meu Deus, e também o meu novo nome. (Ap 3.12).

 

Coluna no templo – Estas lembram as belas colunas do templo de Salomão, a saber, Jaquim (ele (ou isto) será estabelecido) e Boaz (Nele está a força). O que significa esta promessa já que não haverá templo na Nova Jerusalém, visto que, nela, não há distinção entre santo e profano (nossa vida é para ser sagrada – 1Co 3.16)?

Pedro, Tiago e João eram considerados colunas da Igreja (Gl 2.9). A coluna serve para sustentar, ornamentar e ser usada como referência. Como colunas, os que creem são um suporte para conservar a verdade na Nova Jerusalém (1Tm 3.15) de modo reto, firme, constante e inabalável, tanto no coração quanto nas palavras e atitudes a fim de fortalecer os fracos na fé.

Isto parece um paradoxo! Como alguém com fé tão frágil pode servir, por exemplo, de sustentação? Todavia, ao contrário do mundo, onde cada um tem que entrar na forma do sistema (ver Rm 12.2) para poder ser algo (pois o mundo não quer investir em seres humanos, mas nas máquinas que movem o sistema) no Reino do Eterno Ele escolhe aqueles por meio dos quais Ele pode operar sem reservas. Afinal, para um fraco aguentar o peso de um edifício, só pela força do Eterno.

Para exemplificar isto:

 

o   Quando a viúva de Sarepta se encontrou diante de uma seca terrível, com apenas um pouquinho de azeite e farinha, ao invés de mandar alguém para lhe dar água ou cesta básica, ele enviou um esfomeado;

o   Quando a viúva de 2Reis 4.1-7 estava só com um pouquinho de azeite e prestes a perder seus filhos, ao invés de o Eterno enviar alguém para pagar a dívida da viúva, Ele ordenou que ela buscasse mais vasilhas vazias para serem enchidas com este pouquinho de azeite.

 

Isto é para nos ensinar que Seu objetivo não é construir coisas sólidas através de indivíduos perfeitos, mas sim através de indivíduos fracos, limitados e cheios de defeitos a fim de que ficasse evidente a excelência da Sua virtude.

Muitos não têm a resposta às suas orações porque buscam no Eterno serem independentes Dele. Pedem pão para carregá-lo para dentro das câmaras e, assim, comê-lo de modo egoísta; pedem poder para poderem sujeitarem todos a si; entram na presença do Eterno, o adoram por um momento para receberem e depois saem para gastarem e esbanjarem no seu paraíso.

O correto é permanecer junto a Cristo e ali permanecer a fim de ser livre do pecado e, obviamente, de tudo que nos separa Dele (Is 59.1,2). Os tais amam estar com Jesus (Sl 37.4) e só saem quando enviados por Ele ao vale da sombra da morte para resgatar perdidos (Sl 23.4; Is 9.1,2; Mt 4.15,16) e, então, desfrutar da felicidade na presença Dele.

Considerando que cada um que crê em Jesus é o templo do Eterno (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16), nosso papel é servir de suporte na vida da Igreja que está sendo construída dentro do próximo (Ef 4.2; Cl 3.13). Mas como servir de suporte a esta Nova Jerusalém que está sendo construída dentro?

Ao contrário do mundo, onde o consolo e o suporte (ativo) dado a alguém é passivo, o consolo (2Co 1.3-6) e suporte do Eterno é algo ativo. Ou seja, quando a Escritura Sagrada diz que é para carregarmos as cargas uns dos outros (Gl 6.2), isto não quer dizer carregar os indivíduos nas nossas costas, mas sim servir de estímulo na vida deles para a prática do bem. A ideia é que nossa presença lhes conceda os recursos e o estímulo necessários para o bom exercício da vida e da piedade (2Pe 1.3).

Mas para isto temos que enxergar o irmão como o templo do Deus de Jesus, ou seja, não é o Deus que nós queremos que Ele seja, mas quem Ele realmente é.

A quem vencer, ou seja, tiver a paciência que Cristo teve ao lidar com o próximo, permanecerá eternamente na vida daqueles que o Eterno lhe deu.

E para que o irmão tenha certeza de que está recebendo a coluna certa em sua vida (apesar da mesma ser fraca e parecer não ser uma boa referência), o Eterno sela o indivíduo com:

 

       o nome do Deus de Jesus (o nome do Pai). A verdadeira identidade do único Deus;

       o nome da cidade do Deus de Jesus (da Igreja, a Nova Jerusalém, nossa mãe – Gl 4.26; Mt 12.48-50). A identidade da cidade que é usada pelo Eterno para fazer de nós filhos Dele (Jo 1.12).

O termo Nova Jerusalém implica aquilo que, não apenas é novo, mas diferente, superando a velha Jerusalém e sua política.

A Nova Jerusalém é chamada:

o    Por João de a grande e santa (Ap 21.10);

o    Por Mateus, a santa cidade (Mt 4.5);

o    Por Paulo, Jerusalém a qual é de cima (Gl 4.6).

o    Para o escritor de Hebreus, a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial (Hb 12.22).

Ela desce do céu, ou seja, ela não é deste mundo. Ela será arrebatada três dias e meio após a primeira metade  da septuagésima semana e permanecerá lá até por ocasião do juízo final.

       o novo nome de Cristo (o nome do nosso irmão, a essência do que vem a ser o cidadão perfeito na cidade celestial). Após o juízo final, Jesus não terá mais do que redimir os Seus, visto que todos terão sido libertos do corpo do pecado e não haverá mais dúvidas acerca da necessidade de Jesus e Sua Palavra para fazeres as coisas funcionarem. Jesus, então, entregará todo o domínio ao Pai (1Co 15.28) e desempenhará um novo papel na vida daqueles que hão de herdar a salvação (2Co 5.17).

Jesus prometeu escolher Seu novo nome na vida dos vencedores que foram elogiados justamente por não negarem o nome Dele.

 

Ou seja, eis o que estava sendo gravado sobre o vencedor:

 

O nome do Criador

O dono e Senhor a quem prestar contas

O nome da cidade do Criador.

O lugar onde o vencedor deve permanecer

O nome do cidadão perfeito (Jesus)

O papel do vencedor

 

Há uma dúvida: quantos nomes serão escritos no indivíduo?

 

o   Um novo nome (o qual contém os três);

o   Um novo nome que representa os três ou

o   Três nomes?

 

Eu creio que é a segunda hipótese.

Seja como for, estes nomes mostram como é identificado aquele que crê em Jesus, a saber, com base na família celestial. Ou seja, somos gerados pelo Criador dentro da Igreja a fim sermos filhos Dele, livres de tudo aquilo que nos impede de manifestar Sua imagem e semelhança.

Esta é a identidade do vencedor, que assegura que estamos na missão certa.

Quando alguém entra para a Igreja, ele é registrado com um nome (o nome de Jesus) que representa os três papéis que o Eterno manifestou na história do universo:

 

o   como Pai Ele criou todas as coisas;

o   como Filho Ele, em pessoa, obedeceu a tudo que Ele estabeleceu;

o   como Espírito Santo, Ele faz Sua Palavra funcionar em cada ser humano que isto permite.

 

Contudo, a vitória diária de quem crê permite a escrita nele de um nome mais preciso, o qual O identifica com Sua missão na vida dos irmãos. Quando nasce de novo, o indivíduo passa a crer em Jesus e a servir na Igreja de modo carnal (nome do Pai, Filho e Espírito Santo - 2Co 5.16); quando amadurece, passa a pertencer à Noiva de Cristo e a ver Jesus e a Noiva de modo espiritual (novo nome).

A ideia deste nome é confirmar que pertencemos para sempre ao Criador (somos propriedade exclusiva Dele – 1Pe 2.9), a Cristo e ao Seu povo. Detalhe: Cristo se refere a Deus como sendo Deus Dele, o que nos ensina que Deus só é nosso Deus porque, antes de tudo, é de Cristo e nós pertencemos a Ele.

Isto lembra a lâmina de ouro puro que ficava na frente da mitra do sumo-sacerdote (Êx 28.36-38). Nela estava escrita “santidade ao Senhor”, como que testemunhando a todos de que ele deveria ser para uso exclusivo do Eterno, não devendo jamais ser procurado para qualquer outra proposta. O mesmo acontecerá no milênio:

 

·      “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18);

·      “E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai.” (Ap 14.1);

·      “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.” (Ap 20.1).

 

Tal como também prometera outrora:

 

·      “Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.” (Is 56.5);

·      “E os gentios verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do SENHOR designará.” (Is 62.2).

 

Como Ha-Satan sempre tenta dissimular o que o Eterno faz:

 

·         A besta (Ap 13.16,17) instituirá sua marca nos seus seguidores;

·         A Grande Babilônia terá um nome escrito na sua testa (Ap 17.5).

 

Para que se entenda a importância desta promessa, veja o que é dito a Daniel: “... mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro" (Dn 12.1). O povo de Daniel é todo aquele que é achado inscrito no livro da vida, a saber, o Israel verdadeiro, composto de judeus e gentios que, em espírito e em verdade, adoram o Criador (Jo 4.23,24).

Devida à fraqueza dos irmãos de Filadélfia, nada mais indicado do que receber a promessa de ser coluna no santuário de Deus (Ap 3.12). Sendo a coluna aquilo que sustenta o santuário, isto confirma que o Eterno os estava fazendo firmes e fortes diante Dele (Ef 5.25-27).

Identidade

Este grupo representa os fracos na fé (Rm 14.1; 15.1). Trata-se de indivíduos que, embora sinceros, não pesquisam a fundo a Escritura Sagrada. Vivem apenas na superficialidade (ver Jr 17.5-9). Tais indivíduos, embora guardem a Palavra de Cristo, não conseguem mantê-la firme em meio às circunstâncias que vivem. A convicção da verdade ainda não é grande o suficiente para passarem pelas portas que Jesus abriu em suas vidas (pessoas abertas ao evangelho). Ainda se prendem às circunstâncias trazidas a eles.

Ou seja, a fé deles não é suficiente para entrarem por estas vidas difíceis de conviver e andarem em meio às circunstâncias apertadas nas quais elas se encontram (Mt 7.13,14) com vistas a confirmar a Palavra do Eterno.

Embora guardem a palavra de paciência de Jesus e não neguem o nome Dele, ainda assim fazem um esforço tremendo para conservarem tudo que receberam de Jesus. Para os tais, os métodos de Jesus não são suficientes. É preciso recursos do mundo para o sucesso do evangelho.

Tais irmãos não possuem uma fé madura, que aprofundou as raízes o suficiente para encontrar o Rio de Vida e não estar mais sujeitos às intempéries deste mundo (Sl 1.1-3; Jr 17.6,7). Não estão tão superficiais quanto a semente que caiu nos pedregais (Mt 13.5,6,20,21), mas necessitam de um a palavra de ânimo proferida pela boca do Senhor, a fim de não virem a perder a coroa (Ap 3.11).

Eles não conseguiam enxergar a Palavra do Eterno como algo vivo que produz em nosso interior a ação desejada pelo Eterno (a menos que resistamos a ela). Ou seja, quando o indivíduo lê a Escritura Sagrada sem o Espírito Santo, sua lei vai matando tudo que há de bom na vida dela (2Co 3.6). Quando, todavia, é o Espírito Santo quem pronuncia Sua Palavra na vida da pessoa, Sua Graça começa a trabalhar o seu interior.

Resumo

Em relação à casa do Eterno, vejamos o que Jesus faz:

 

1.    É somente por Cristo que alguém é admitido na casa de Davi, ou seja, na Igreja. Embora haja uma organização externa que insiste em se denominar igreja (na verdade são instituições religiosas), a verdadeira Igreja é invisível, construída internamente no coração de quem crê.

É claro que, em cada grupo de irmãos (oholyao), há imperfeições: sempre haverá um Jonas em cada navio, um Acã em cada acampamento ou um Judas em cada grupo de discípulos. E não há leis e regras capazes de deixar um grupo puro (ver Ef 2.8,9). Contudo, se em organizações humanas sempre há impurezas, na verdadeira Igreja só se entra por meio de Cristo, sendo impossível negar ou questionar a autenticidade de tal membresia.

2.    Jesus concede os dons e talentos necessários para o serviço na Igreja (Ef 4.7-13; Rm 12.6-8; 1Co 12.4-11; 1Pe 4.10,11), bem como trabalhadores para o exercício do ministério (1Co 3.10,22).

3.    Cristo abre a porta para a pregação do evangelho nos corações (ver At 16.9,10; 18.9-11).

4.    Cristo quer que Seus servos sejam responsíveis a Ele somente (Mt 25.14-30; Rm 14.10-12; 1Co 4.1-5), exclusivamente a Seu comando (Lc 14.33), em total fidelidade (Lc 16.10; 1Co 4.2; Ap 2.10).

5.    Ele aponta a disciplina a ser aplicada à oholyao (ver 1Co 12.23,24), a qual jamais deve ser vista como instrumento de vingança e criancice (ver 1Co 5.1-13; Mt 16.19; 18.17-20; 1Tm 4.1-16; 1Tm 1.19,20).

6.    Jesus aponta a recompensa de cada um aqui e na eternidade, com base em três princípios: proporcionalidade, graça e equidade, amor envolvido ao executar cada serviço (Mt 5.19; 25.1-46; 19.27-20.16).

7.    Jesus continua mantendo os Seus em Suas mãos, mesmo após Sua partida neste mundo (Mt 16.18; Rm 14.8; 1Ts 5.10; Ap 1.18).

8.    Quando Jesus vier em glória, Ele se manifestará também naqueles que são Dele (Cl 3.4).

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