sábado, 30 de setembro de 2017

158 - Apocalipse 2 (Parte 2)

Carta aos Convertidos de Pérgamo (os cegamente submissos e acomodados - aqueles que assalariam líderes religiosos para amar o próximo em lugar deles)

Característica

Sei onde habitas; onde Satanás tem o seu trono, onde habita Satanás. (Ap 2.13)

 

Nesta igreja não há punição tão drástica como em Éfeso, visto que nem todos se corromperam. Há poucas deficiências em comparação com as qualidades, mas elas são muito sérias.

Pérgamo perdera o caráter de peregrino e estava fazendo deste mundo uma habitação (Ap 2.13). E considerando que Ha-Satan é o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11), que o mundo jaz no maligno (1Jo 5.19) e que a besta se apoia nas muitas águas (povão), logo, o povão é o trono de Ha-Satan e a Igreja, o trono do Eterno.

Satanás significa adversário. Embora Ha-Satan seja o adversário de nossas almas, com certeza não é dele que está se referindo. Afinal, Ha-Satan é espírito e não está preso a um dado lugar. Ele é príncipe da potestade do ar (Ef 2.1,2).

Quem é, então?

 

·         “E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mt 16.22,23).

 

Note que, no que este apóstolo tentou induzir Jesus a ver as coisas do ponto de vista humano e carnal, Jesus o chamou de satanás. Considerando a presença dos nicolaítas, logo satanás trata-se de membros de sistema religioso que, por terem adquirido tanto prestígio junto ao império romano, estavam reinando sobre a cidade de Pérgamo (tal como se deu na época de Jesus, quando o sinédrio governava os israelitas com o apoio do império romano – Jo 11.47,48; 19.15).

Em outras palavras, os nicolaítas e os adeptos da doutrina de Balaão não eram simples pessoas isoladas, mas servos do imperador infiltrado na congregação de Pérgamo a fim de conduzi-los ao sacrifício aos ídolos e prostituição, alegando que assim fazendo eles se aproximariam mais do Eterno e seriam capazes de manipular de exércitos de espíritos malignos no sentido de atender às necessidades materiais de cada um.

Deste modo, a fé de todos se carnalizou. Estes falsos mestres ensinavam aos servos do imperador romano como estimular os irmãos de Pérgamo a prostituírem e a participarem da mesa dos demônios (1Co 10.18-21), vindo a corromper a sabedoria do Eterno e a levar os seguidores de Jesus a adorarem o imperador, mas pensando que estavam adorando a Jesus (Jo 16.2).

Logo, quando diz que em Pérgamo estava o trono de satanás, está dizendo que o sistema religioso (satanás) estava usando os ensinos de Cristo nesta cidade e já tinha condicionado o povo (o trono de satanás) a prestar culto ao imperador e ao mundo (com a suposta desculpa que era por amor a Cristo).

Este grupo de irmãos estava sendo levado pela bruxaria (tentando controlar o Eterno e os anjos) e encantamentos (ídolos e prostituição, buscando controlar pessoas), de modo a usar a fé de todos na direção que desejavam. Ao invés de combaterem a fé dos falsos mestres, estes estavam tendo lugar para manipular a fé dos irmãos e usar o potencial deles em seu favor deles (o escravo que pensa ser livre trabalha com mais fervor).

Como Jesus se apresenta?

Isto diz aquele que tem a afiada espada de dois gumes (Ap 2.12).

 

Jesus é Aquele em cuja boca está a única Palavra capaz de discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12). É Sua Palavra pronunciada que destrói o iníquo (quando se fala algo, indiretamente o indivíduo assopra - 2Ts 2.8), bem como os seus seguidores (Ap 19.21).

Embora a Escritura Sagrada seja de extrema importância, apenas quando Jesus pronuncia (ao vivo) Sua Palavra é que ela tem poder. E não existe outra palavra que seja viva e eficaz. O grande erro de Eva e Adão foi o de colocar sua confiança em outra palavra que não a do próprio Eterno (Gn 3.11), pensando ser isto fonte de sabedoria (Gn 3.5,6).

Ao invés de confiarmos na palavra de homens (Jr 17.5) ou na sabedoria deste mundo (1Co 3.18-20) toda nossa confiança deve estar depositada apenas no que diz Senhor Jesus. Suas ovelhas seguem unicamente Sua voz (Jo 10.2-5), pois apenas a Palavra que Jesus profere na hora é que transforma realidades.

Mas isto não é tudo! Jesus tem a espada de dois gumes a fim de dividir toda instituição religiosa em diversas denominações (ver 1Co 11.19). Afinal, quem não age com Jesus, está contra Ele; e quem com Ele não ajunta, espalha (Mt 12.30). Jesus não projetou um sistema que pudesse funcionar mecanicamente sem a presença Dele.

Quais qualidades podem ser vistas?

·         Sei onde habitas; onde Satanás tem o seu trono; e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde habita Satanás. (Ap 2.13).

 

·         Conservar o nome de Jesus, ou seja, conservar tudo que Ele é (Seu caráter, a saber, conceito correto);

·         Não negar a fé de Cristo. Veja que não é “negar a fé em Cristo”, mas a fé Dele, ou seja, o modo de Ele crer no Pai (visão correta).

 

Note como Pérgamo tinha começado bem, conservando os conceitos e a visão correta acerca de Jesus. Vem a questão: como um grupo de convertidos, que foi capaz de enfrentar até o martírio (Ap 2.13), caiu de uma forma tão vergonhosa (Ap 2.14)? Isto mostra que o desejo da alma, na maioria das vezes, acaba falando mais alto até mesmo que as necessidades do corpo ou do espírito.

Qual a queixa de Jesus?

1.        tens aí aos que seguem o ensino de Balaão, que ensinava a Balaque a pôr uma pedra de tropeço diante dos filhos de Israel, isto é, a comer das coisas sacrificadas aos ídolos e a fornicar. (Ap 2.14).

2.       Assim tu tens igualmente aos que seguem o ensino dos nicolaítas. (Ap 2.15).

 

Como Ha-Satan não pode fazer muito através da perseguição (porque muitos se mantinham firmes na fé, como Antipas), ele decidiu, então, seduzir os líderes através de alianças políticas e os irmãos, através das comidas deliciosas dos templos pagãos e da prostituição.

Circunstâncias difíceis não são justificativas para se fazer aliança com o mundo e seus representantes. É fácil, em tempos difíceis alguém justificar tal compromisso em nome de “nós necessitamos de toda a ajuda possível”. Mas a Igreja de Cristo não necessita desta espécie de ajuda.

Como Finéias foi recompensado com “sacerdócio eterno” em virtude do seu zelo contra este tipo de pecado, assim o sacerdócio celestial é a recompensa prometida para aqueles que são zelosos contra os balaamitas do Novo Testamento (os quais tentam a Igreja tal como Israel outrora fora seduzido).

Muitos consideram que o problema deste grupo de irmãos era as doutrinas erradas. No entanto, quem era este tal de Balaão?

 

·         “Porquanto não saíram com pão e água, a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, de Mesopotâmia, para te amaldiçoar.” (Deuteronômio 23.4).

·         “Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra, e está parado defronte de mim. Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; talvez o poderei ferir e lançar fora da terra; porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado. Então foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas suas mãos; e chegaram a Balaão, e disseram-lhe as palavras de Balaque.” (Números 22.5-7).

 

Balaão era um bruxo gentio filho de Beor, natural de Petor na Mesopotâmea (Dt 23.4). Ele era tão famoso que cobrava caro pelos seus encantamentos. Nota-se, pela fala de Balaque, que suas bênçãos e maldições eram muito eficazes. Embora ele conhecesse muitas entidades, ele também conhecia o Eterno o suficiente para reconhecer Sua voz (Nm 22.8-13; 23.4,5), bem como aquilo que Lhe agradava.

Certamente ele era um estudioso dos deuses das nações, já que ele sabia o que era necessário para manipular cada um (e pensou que pudesse fazer o mesmo com o Eterno).

Embora o Eterno não possa ser manipulado, ele sabia muito bem aquilo que Lhe agradava ou não. Assim, por amar o prêmio da injustiça (2Pe 2.15; Jd 11) Balaão se aproveitou deste conhecimento para ensinar Balaque o método mais eficiente para levar o povo a tropeçar na fé e, assim, se tornar uma maldição.

Após ver que Deus estava do lado de Israel, Balaão, como falso mestre, para não perder os prêmios e honrarias de Balaque (Nm 24.10,11), usou o conhecimento que tinha acerca do Senhor e de Sua Palavra para “induzir” o Criador a se voltar contra Israel. Estes ensinamentos constituem a doutrina de Balaão.

Note que Balaão não se infiltrou em Israel para induzir os hebreus a mudarem suas crenças. Antes, o que ele fez foi ensinar Balaque como estimular Israel a se afastar do verdadeiro Deus e seguir coisas vãs, bem como os prazeres da carne, a saber: convencendo-o a escolher mulheres belas a fim de que estas ficassem dançando de modo sensual junto à fronteira de Israel e, com isto, induzisse os que ali estavam a se prostituírem com elas (tanto física como espiritualmente, como acontecia em Êx 34.15,16; Is 1.21; Ez 16; 23; Os 1.2; Ap 17) e adorar outros deuses (Nm 25.1-3), além de comer coisas sacrificadas aos ídolos (1Co 8.7-13; 10.20,21). Ao invés da força militar, Balaão aconselhou a força da sedução.

É este o tipo de atitude adotado pelo Sistema Babilônico. No mundo, o sistema político-econômico usa de propaganda e esperteza para que a insatisfação tome conta das pessoas e, assim, elas passem a consumir cada vez mais.

Para facilitar isto, o sistema religioso, por meio de seus representantes (os líderes religiosos), usa a Escritura Sagrada para afastar as pessoas do Eterno a fim de que, assim, elas fiquem insatisfeitas, vindo a se tornarem presas fáceis.

Que não era fácil para os gentios se absterem da idolatria e prostituição, isto é algo compreensível. No entanto, como Israel pode se deixar levar tão facilmente? Só há uma explicação: eles estavam tão familiarizados com a vizinhança (como mostrado em Ap 18.3) que não queriam mais ser diferentes (ver 1Sm 8.19,20). Israel é tão bom para crescer em relação aos povos pagãos que se tornou prostituta (Jr 23.15; Ez 16.46-52)  e, no fim, será a Grande Prostituta (a inigualável (Ap 13.3,4; 18.18), a mais hábil em manipular as massas e as riquezas e os governantes. Note como Israel é o único país que está envolvido intimamente com todos os países). Ela é grande justamente porque, aos olhos da maioria, ela será insuperável, perfeita, magnífica (Lm 4.12).

Enfim, Balaão agiu externamente usando o poder da sedução. Ele tentou manipular as pessoas e até o próprio Eterno através da força do sentimento (desejos carnais no homem, pureza e santidade de Deus com relação à Sua Palavra).

Mas alguns deste grupo de irmãos foi além. Adotaram também a doutrina dos nicolaítas.

E pensar que eles tinham começado bem (conservando o nome de Jesus e não negando a fé que vem Dele – Ap 2.13). Contudo, com o tempo, deixaram de confiar na liderança de Cristo, vindo a se curvar diante de homens, a ser objeto de maldição (Jr 17.5) e a ser incapaz de ver o bem na sua vida (Jr 17.6; Is 57.19-21).

Isto dá lugar aos nicolaítas que, segundo dizem, vem da união da palavra “nikaoll” (que significa conquistar) com a palavra “laos” (que significa “povo comum”). Ou seja, nicolaítas são aqueles que se levantam para conquistar (ou dominar) o povo comum. Esta conduta de se colocar acima dos demais (tal como se dá em uma profissão ou como um mediador) é querer tomar o lugar de Cristo (1Tm 2.5), se apresentando como a solução de todos os problemas e, ao mesmo tempo, afirmando (ainda que muitas vezes sem perceber) que é melhor do que Ele.

Há quem considere o nome “nicolaíta” como sendo “devorador do povo”, o que condiz com o caráter das pessoas, já que, quem não entra pela porta que é Jesus (Jo 10.2,8,9), entra para roubar, matar e destruir a vida com a abundância que Deus dá (Jo 10.10).

E o pior: este gesto acaba semeando contenda entre os irmãos (Pv 6.19), bem como o partidarismo, como se pode ver em Corinto (1Co 1.10-13; 3.3-7).

Ou seja, os nicolaítas são pessoas de dentro que se julgam melhores que as demais e que, por isto, as teme de tal modo que não suportam a hipótese de vê-las em liberdade. Assim sendo, usam o conhecimento da Escritura Sagrada para manter o povo cativo (seja pela força do medo, da astúcia, da manipulação da Escritura Sagrada, etc.).

A união destas duas doutrinas produz pessoas que se infiltram na Igreja a fim de buscar seduzir os irmãos com desejos carnais e, assim, dominar sobre eles. Trata-se de em harmonizar a Escritura Sagrada com os desejos da carne dos irmãos, a fim de poder mais facilmente mantê-los sob controle.

É exatamente isto que acontece em nossos dias. As pessoas vêm sendo convencidas pelo sistema religioso que o pecado é algo natural neste mundo e que Cristo morreu para que pudéssemos viver em nossa conduta satânica e, ainda assim, sermos salvos. Segundo esta teoria, basta tão somente confessarmos nossos pecados (distorcem 1Jo 1.8-10) e obedecermos a voz do líder religioso (que se colocou no lugar de sumo-sacerdote). Os adeptos desta doutrina defendem que só seremos perfeitos quando ressuscitarmos e que, se algum dia alcançarmos a perfeição neste mundo, logo Jesus nos tira Dele.

MENTIRA! Jesus não nos libertou para sermos salvos no pecado, mas sim para sermos salvos do pecado (ver 1Jo 3.5-9 ARC). Até a bíblia versão ARA tenta enfraquecer isto dizendo que o que não pode acontecer é viver pecando, como se um pecadinho aqui, outro ali, não tivesse importância.

Deste modo, o que se tem é uma instituição religiosa que acredita mentalmente na Escritura Sagrada, mas acha normal ela não ser levada a sério.

Quem não odeia aquilo que o Criador odeia está em pecado. A Igreja foi criada para ser pura e santa. Note que, enquanto que o sistema religioso é uma grande prostituta (repleta de alianças políticas e econômicas), a Igreja é noiva (ligada a Jesus e Suas coisas celestiais). Repare que, enquanto que Israel é chamado de esposa (daí João ter dito que quem tem a esposa é o esposo, pois ele estava na Antiga Aliança – Jo 3.29), a Igreja só é chamada de esposa depois de Ap 18, quando Jesus irá usá-la como testemunha do Seu julgamento (Ap 19.7; 21.2,9). Antes disto, ela é tão somente noiva.

Você pode questionar: mas que diferença isto faz? A grande prostituta, após ter relação com todos os reis da terra (Ap 18.3) gera inúmeros filhos para o mundo; a noiva, por outro lado, não gera filhos físicos, visto que os mesmos são uma das respostas do Eterno à morte física para que o mundo continue a ser habitado pelo ser humano (Lc 20.34-36).

A Noiva não pensa neste mundo (ver Cl 3.1-3; Gl 6.14), mas nas coisas celestiais (Mt 6.19-21). Ela não pode gerar filhos, pois o casamento com Jesus ainda não se consumou (ela é apenas noiva – 2Co 11.2; Ef 5.25-27). A noiva é usada como abrigo para aqueles que, por ter sido escolhidos e comprados por Jesus, precisam ser retirados do mundo (Jo 15.18-20) (visão esta simbolizada pelo arrebatamento) quando, então, receberão a adoção de filhos (Rm 8.19-22).

A Igreja não traz acréscimos ao mundo, mas sim retira dele aqueles dos quais o mundo não é digno (Hb 11.38).

Quem gera filhos é a Grande Babilônia, a qual, somado o DNA de Ha-Satan ao DNA de cada rei da terra gera uma corrupção da Escritura Sagrada e do verdadeiro Deus com base da cultura daquele país e dos interesses daqueles que o governam.

Aqui vale uma observação: o sistema religioso tenta convencer a todos de que o problema nesta congregação era a introdução de falsas doutrinas. No entanto, note como Jesus diz que tem umas poucas coisas contra eles (Ap 2.14). Isto quer dizer que a maioria das pessoas estava se mantendo fiéis a Jesus e Sua Palavra. E os que estavam se desviando não o estavam fazendo de má fé, mas por fraqueza na carne e por não estarem percebendo as sutilezas do sistema religioso.

Qual a consequência do pecado?

Venho a ti sem demora, e pelejarei contra eles com a espada da minha boca (Ap 2.16).

 

O que seria esta espada que saía da boca de Jesus? Isto não quer dizer que a língua de Jesus fosse uma espada, mas sim que Sua Palavra era viva, eficaz e capaz de penetrar no ponto onde alma e espírito se dividem. Repare, todavia, que não saem várias espadas da boca de Jesus, mas apenas uma espada, o que mostra que Sua Palavra é completa. Não é um conjunto de palavras, mas uma única palavra, só que pronunciada aos poucos.

Esta espada também tem a ver com a espada daquele anjo que queria matar Balaão por ter ele menosprezado a Palavra que saiu da boca do Eterno (Nm 22.12,31-33). Também tem haver com Apocalipse 19:

 

·         “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.” (Ap 19.15).

·         “E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes. ” (Ap 19.15).

 

E pensar que esta espada é para ser instrumento de cura, libertação e salvação de todos os que creem. Quer coisa mais triste do que não conseguir conviver com aquilo que o Eterno fez especialmente para nós? Por exemplo: após pecar, Adão não conseguia mais ter paz no jardim do Éden que fora feito especialmente para ele (daí ele costurar folhas de figueira – Gn 3.7). O ímpio, embora receba do Criador a paz, não consegue conviver com ela (Is 57.19-21).

Vem a questão: se o homem não consegue estar no lugar que o Criador preparou, desfrutar daquilo que foi criado especialmente para ele, com o que ele dará certo? Se a Palavra do Criador é algo estranho para o homem (Jr 6.10), então o que resta para ele seguir e confiar? Na sabedoria podre e limitada dos príncipes deste mundo (ver Ef 2.1,2)?

O que é prometido aos fiéis?

Nada é mencionado.

Exortação

Arrepende-te (Ap 2.16).

 

Embora apenas alguns membros da Igreja se desviaram, os outros deviam se arrepender por terem sido tolerantes com o pecado. Ao invés de se alegrarem com o pecado, deveriam buscar a tristeza que trabalha, no coração, o arrependimento que conduz à salvação:

 

·         “Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” (Ec 7.3).

·         “Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2Co 7.9,10);

·         “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza.” (Tg 4.8,9).

Qual a recompensa aos vencedores?

Ao vencedor darei do maná escondido e lhe darei também uma pedra branca, e nesta pedra um novo nome escrito, o qual ninguém sabe senão quem o recebe. (Ap 2.17).

 

O maná foi a provisão sobrenatural que o Eterno deu ao povo de Israel quando este peregrinava pelo deserto. Era algo que estava além da imaginação de qualquer um (daí o nome maná – Êx 16.15,31).

O maná escondido é uma alusão ao vaso de ouro contendo o maná, o qual foi colocado dentro da arca da aliança. Este maná não era para se comer, mas sim um memorial da comida que outrora eles comeram.

As gerações que sucederam Moisés não comeram maná (com exceção dos que estavam vivos quando Josué começou a conquista da terra prometida), mas apenas ouviam falar dele. Embora tivessem uma porção dele sempre a acompanhá-los, ninguém podia sequer vê-lo (quão dirá comê-lo).

E mesmo se ele pudesse ser visto por cada um, isto tão somente satisfaria uma mera curiosidade. Mesmo porque, mesmo se fosse permitido comer deste maná, somente um indivíduo poderia comê-lo, e isto uma única vez.

Todos os vencedores, todavia, poderão comer do maná escondido o tempo todo. Basta que morram para os dez mandamentos e ressuscitem para serem continuamente guiados pelo Espírito Santo, o qual vela pela palavra do Eterno (Jr 1.11,12; Rm 8.14). Isto significa ser liberto de ter que ser sustentado pelos recursos deste mundo.

O maná era considerado como o “pão dos anjos” (Sl 78.25), o que nos ensina que esta comida era o símbolo do verdadeiro alimento espiritual destinado àqueles que desejam ser mensageiros do Eterno.

Isto nos leva a concluir que Jesus é o maná escondido, a revelação de todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2.3). O que Salomão pediu (1Rs 3.9) e muitos reis e profetas desejaram ver (Mt 13.17; Lc 10.24). Jesus entregou isto de bandeja aos que vencessem.

Como o maná escondido no santuário era, pelo divino poder, preservado da corrupção, assim Cristo o é em Seu corpo incorruptível. Ele tem adentrado os céus e está “escondido” lá até o tempo da Sua segunda vinda. Cristo, em Si, é o maná “escondido do mundo”, mas que foi revelado aos fiéis, os quais já vêm de antemão sentindo o sabor da Sua presença.

Entenda: o nosso alimento é o corpo de Cristo (Jo 6.55) e o maná escondido (Sua Palavra). Este maná escondido lembra a comida de Cristo, à qual os apóstolos não conheciam (Jo 4.32), a saber, fazer a vontade do Criador (Jo 4.34; Jó 23.12). De igual modo, lembra cada um de nós, já que somos o corpo de Cristo, o alimento verdadeiro do qual é obrigado a comer todos que desejam ser salvos (João 6.51-57).

Em contraste com a comida sacrificada aos ídolos (Ap 2.14), os vencedores (os quais conseguiram se abster disto) irão se alimentar da comida celestial: o maná escondido (eles irão se alimentar daquilo que Jesus começou a fazer na vida dos outros – João 4.37,38).

Considere que não é só de pão que vive o homem, mas de tudo que sai da boca do Eterno (Dt 8.3; Mt 4.4; Lc 4.4; Jo 6.48-50) e que Jesus é o Pão vivo que desceu do céu (Jo 6.33,35). Ele está escondido ao mundo, mas disponível àquele que Nele crê.

Jesus se deu a fim de saciar toda a sede de conhecimento que acompanha todo ser humano. O desejo por esta busca é algo que nasce com cada um. Infelizmente, a maioria das pessoas se cansam buscando o conhecimento e a sabedoria errada (Is 57.10; Jr 9.5). E o pior é que, no final, acham que é a busca por estar mais próximo de Jesus que traz enfado (Is 43.22). Como, todavia, poderão ter ânimo para o que é bom, se já se gastaram por completo no mal?

Já a nossa bebida, por outro lado, é o sangue de Cristo e a Água Viva (Jo 4.13,14; 7.37-39).

Ajuntando isto com o fato de que:

 

Ø  “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” (João 6.63).

Ø  É o Espírito Santo quem nos insere no corpo de Cristo (1Co 12.13).

Ø  Há três que testificam da vida eterna na terra: o Espírito, a água e o sangue (1Jo 5.8).

 

Logo, nossa bebida é o testemunho de Cristo na terra.

A segunda recompensa é a pedrinha com um nome novo. No Antigo Testamento, a mudança de nome significava uma mudança no estilo de vida. Eis alguns exemplos: (Gn 17.5,15; 32.28). Isto, sem contar:

 

·         “E os gentios verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do SENHOR designará. E serás uma coroa de glória na mão do SENHOR, e um diadema real na mão do teu Deus. Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais: Assolada; mas chamar-te-ão: O meu prazer está nela, e à tua terra: A casada; porque o SENHOR se agrada de ti, e a tua terra se casará.” (Is 62.2-4).

·         “E deixareis o vosso nome aos meus eleitos por maldição; e o Senhor DEUS vos matará; e a seus servos chamará por outro nome.” (Is 65.15).

 

Mas isto não é tudo! Esta pedrinha com o novo nome também representa o segredo do Eterno (Sl 25.14). E pensar que Eva pecou porque estava em busca de uma sabedoria que era para permanecer oculta (Gn 3.5,6).

Muitas pessoas vão em busca de um profeta para descobrir o que o Eterno tem para si, ou para tomar conhecimento de coisas que não lhes compete saber (At 1.7).

 No entanto, considerando que apenas o Espírito Santo sonda as coisas mais profundas do Eterno (1Co 2.10,11) e que Ele tem esta pedrinha cujo nome é conhecido apenas por aquele que o recebe, logo apenas o Espírito Santo pode revelar aquilo que realmente fará diferença na nossa vida.

Não importa o quanto alguém pense em nos ajudar e esteja capacitado, seja física ou espiritualmente. Como o Eterno tem algo peculiar a cada um, logo não há como alguém receber algo efetivamente bom sem comunhão íntima com o Espírito do Eterno.

Isto, todavia, é para que cada um possa perceber o quão único e especial é cada pessoa diante do Eterno e, assim, ninguém venha a descartar o próximo, sob pena de ter tal bênção desligada do céu (Mt 18.18). Afinal, o que o Eterno tem de especial para um indivíduo não será dado a ninguém mais.

Isto confirma a verdade ensinada pelos apóstolos: que o que o Eterno tem para os eleitos está além de tudo que existe neste mundo:

 

·         “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.” (1Co 2.9);

·         (Porque andamos por fé, e não por vista).” (2Co 5.7);

·         “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” (2Co 4.17,18).

 

E não apenas isto!

 

·         Até a adoração é algo invisível (Jo 4.23,24);

·         A verdadeira comida de quem segue a Jesus é invisível (Jo 4.32,34; 6.27 ou seja, se alimentar do que Jesus fez (corpo) e faz (sangue) na Igreja (Jo 6.51-57)). (Mt 6.19-21, Cl 3.1,2);

·         A obra de Deus é espiritual (Jo 6.28,29);

·         O reino de Jesus não é deste mundo (Jo 18.36);

·         A sabedoria de Deus está oculta no mistério Dele (1Co 2.7);

·         A fé (Hb 6.11,12) e a esperança (Hb 6.18,19) são baseadas naquilo que não se vê. Amor baseado naquilo que se vê no próximo não tem valor e é mera hipocrisia (Mt 5.44-48).

 

A pedra com nome único também significa que o Eterno tem algo que só a pessoa pode entender e receber. Com certeza trata-se de uma revelação de Cristo a respeito da pessoa que está recebendo a pedrinha:

 

·         “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” (1Co 13.12).

 

Não conhecerão a Cristo apenas de modo impessoal, por meio de outras pessoas, mas experimentarão Sua presença dentro de si mesmos.

Contudo, embora a verdadeira sabedoria e Favor sempre estiveram escondidos dos poderosos deste século (Mt 11.27; 1Co 2.6-12), para os vencedores, eles estão disponíveis na forma de maná. E tal como o povo de Israel, naquela época não sabia o que era o maná (Êx 16.15), hoje os que afirmam estar seguindo Jesus também não estão sabendo e, por isto, estão se alimentando apenas do conhecimento do bem e do mal expresso na lei do Eterno e, principalmente, na lei dos homens.

Ainda há mais uma analogia a ser observada. No Antigo Testamento, o sumo-sacerdote usava urim e tumim, os quais eram pedras mortas, posta no peitoral do juízo (Êx 28.29,30) sobre o coração a fim de obter do Eterno a direção correta a ser tomada em certas circunstâncias:

 

·         “Farás também o peitoral do juízo de obra esmerada, conforme à obra do éfode o farás; de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido o farás. Quadrado e duplo, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura. E o encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras; a ordem de um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo; esta será a primeira ordem; e a segunda ordem será de uma esmeralda, de uma safira, e de um diamante; e a terceira ordem será de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista; e a quarta ordem será de um berilo, e de um ônix, e de um jaspe; engastadas em ouro serão nos seus engastes. E serão aquelas pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão esculpidas como selos, cada uma com o seu nome, para as doze tribos. Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no santuário, para memória diante do SENHOR continuamente. Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do SENHOR: assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do SENHOR continuamente.” (Êx 28.15-21,29,30).

 

No peitoral do juízo se achavam doze pedras nas quais estava escrito o nome das doze tribos de Israel, bem como Urim e Tumim. A princípio, pela lógica, só ele é quem deveria ter o privilégio de comer o maná escondido (já que só ele entrava no santo dos santos, e isto uma vez no ano) e de saber o que estava escrito em cada uma das pedras que estava no peitoral.

Tudo isto, porém é para nos ensinar que o vencedor é aquele que, ao invés de buscar o que o mundo lhe mostra ou esconde, temos que buscar aquilo que está oculto com Deus e em Deus.

O nome novo não era necessariamente novo em si mesmo (como se Jesus fosse, necessariamente, receber um nome completamente diferente - Is 62.2; 65.15). Ao invés disto, o novo nome é uma nova revelação da natureza (poder, sabedoria, etc.) e do caráter do Eterno, o qual somente aqueles que têm recebido Jesus podem compreender (Ap 14.1; 19.12). Também significa visão, atividades, pureza e alegrias completamente novas.

Atente para a conexão entre o novo nome de Cristo (Ap 3.12) e o dos eleitos. O novo nome deles é o nome de Cristo, o qual foi colocado como selo na vida deles. Quando a mulher se casa com o marido, ela recebe o nome dele. O novo nome expressa, deste modo, um novo estilo de vida, mais elevado, mais verdadeiro, fruto de uma mudança intensa de coração e caráter. Indica, neste caso, que o noivo escolheu a noiva para receber sua essência, identidade.

Considerando que Jesus é o nosso sumo-sacerdote, logo estas duas promessas implicam em ter acesso à presença íntima do Eterno. Ao invés de ter o Eterno apenas como Deus e Senhor, O temos, antes de tudo, como nosso Pai, em cujo coração nós temos nosso próprio lugar, o que nos garante uma percepção peculiar de quem o Eterno é.

Contudo, é preciso esclarecer que as dádivas dadas pelo Eterno não são prêmio, mas presentes gratuitos. Jesus os concede com base na graça, ou seja, baseado na capacidade e desejo que cada um tem de receber aquilo que diz respeito a Ele.

O que está sendo prometido aqui àquele que vencer o mundo (1João 5.4) é a verdadeira vida e alimento deles:

 

·         “Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Colossenses 3.3)

·         “Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.” (Mateus 10.39)

 

Vem a questão: quem seria o vencedor neste caso? Aquele que conseguiu viver o Reino dos Céus apesar de toda a conspiração contrária do mundo, tentando-os a aceitar suas regras. Aquele que recusou qualquer participação na mesa dos demônios, esperando pelo verdadeiro alimento de sua alma. Ao invés de saírem levados em roda por todo vento de doutrina (Ef 4.13,14) seguindo seres humanos (Rm 16.17,18; 1Tm 6.3-5; 2Jo 10,11), não se contentam com menos do que por ouvir a voz do Eterno (Jo 5.24,25; Ap 22.17).

A pedra branca com o nome singular e o maná escondido são os dois requisitos necessários para o exercício do sacerdócio. Assim como Finéias, por ter sido zeloso pelo Seu Deus, recebeu a recompensa do sacerdócio eterno (Nm 25.11-13), quem vencer receberá esta recompensa.

Identidade

Este grupo representa indivíduos que, embora saibam o que é certo, se conformam em ver os outros ensinando e fazendo a coisa errada. Em razão da distorção promovida pelo sistema religioso, o povão foi levado a crer que, como o sangue de Jesus purifica de todo pecado (versículo tirado do contexto de 1Jo 1.9) e o líder religioso é, supostamente, o representante do Eterno na terra, então se eles tiverem cultuando ao Eterno do modo errado, a culpa não é deles, mas do líder (ignoram que tanto quem ensina o erro, como quem o pratica, irão sofrer as consequências de seus pecados – Is 9.16,17; 19.13,14; 30.1-3; 31.1-3; Ez 14.9-11; Mt 15.14).

Soma-se isto ao fato de que os tais não querem ter compromisso com aquilo que é bom, o que torna conveniente a contratação de alguém (o líder religioso) para amar o próximo em seu lugar, bem como buscar Jesus por si. Deste modo, fica mais fácil de culpar alguém caso algo dê errado. Sem contar que, com isto, a pessoa se sente em “paz” consigo mesma, apesar de seus atos malignos, pois acredita que está cumprindo com suas obrigações diante do Eterno (como se o Reino do Eterno fosse uma obrigação a ser seguida ou um lugar de descanso e isenção de problemas).

Não percebem que o Reino do Eterno é a experiência contínua do caráter e bondade Dele operando dentro de cada um. Trata-se da possibilidade de viver o tempo todo em prol de amar e abençoar o próximo.

Obviamente, isto estimula muitos seguidores de Cristo a ingressarem em cursos de teologia e a pactuarem com a maçonaria em virtude da prosperidade que adquiriram no mundo. Afinal, quer algo mais sedutor que dominar soberanamente sobre um grupo de pessoas (nicolaítas) e, somado a isto, conseguir o “privilégio” de participar de alianças políticas e econômicas extremamente vantajosas?

E é claro que, para sustentarem estas alianças, eles precisam ensinar os maçons o que fazer para induzir os seguidores de Cristo (principalmente os que alcançaram algum destaque no sistema religioso) a se aliarem a eles para adorarem seus ídolos (por exemplo: promovendo eventos ou lançando produtos com roupagem “gospel”, mas que, na verdade, estão repletos de conceitos e valores mundanos, alegando que é uma estratégia para alcançar os perdidos).

Esteja certo: nas instituições religiosas, principalmente as maiores, quem efetivamente governa é a maçonaria por meio de seus fantoches disfarçados de ministros do Eterno (ver 2Co 11.13-15), escondidos atrás de obras de “pilantropia” (afinal, nelas não há nada de amor ao próximo, mas sim uma forma encoberta de se ver livre das obrigações fiscais).

Os irmãos que confiam suas vidas a líderes religiosos passam a buscar o Eterno apenas as coisas desta vida (1Co 15.19), o que faz deles indivíduos miseráveis e, por causa da transitoriedade deste mundo, escravos de um trabalho excessivo. Acabam cansados e sobrecarregados (Mt 11.28) com as obrigações seculares e, principalmente, com o jugo pesado imposto pelos líderes que elegeram sobre si (dízimos, ofertas, “obras de Deus”, etc.).

Em suma, este grupo é caracterizado por aqueles que aceitam de bom grado nicolaítas sobre si (aqueles que querem governar o mundo através da religião) a fim de poderem viver sua vida egoisticamente sem se preocupar com as consequências disto, já que, supostamente, quem irá pagar pela prática de toda doutrina errada é o líder religioso (contrariando as exortações de Js 7.1,10,11; Is 9.16; 19.13-15; 30.1-3; 31.1-3; Ez 14.7-11; Os 4.6; Mt 15.14; At 5.9,10).

São pessoas tímidas, preguiçosas e más que, condenando ao Eterno por sua suposta rigidez e intolerância (tal como fez aquele que escondeu o talento (Mt 25.24,25) e a mina (Lc 19.21)), preferem ser governado por seres humanos (como se deu com Israel – Êx 20.18-20; Dt 5.23-27) pelo prazer que têm nas suas más obras (Hb 12.18-21).

Este povão gospel, embora veja o pecado acontecer, fazem como Pôncio Pilatos: lavam as mãos e jogam a responsabilidade nas costas dos outros (Mt 27.24). Têm tanto prazer no pecado que, embora saibam que está errado, nada fazem para combate-lo:

 

·         A maioria porque gosta;

·         O restante, por não querer ser criticado e condenado pelos que amam tais práticas. Até usam a desculpa que é uma “estratégia” para alcançar os perdidos a fim de se sentirem em paz, mesmo sabendo que tais costumes contrariam a Escritura Sagrada.

Resumo

Aqui os irmãos fazem aliança com o Sistema Babilônico com vistas a seduzir o líderes religiosos das grandes denominações religiosas a aderir aos seus interesses e, assim, seduzir os irmãos a estarem buscando em Cristo a prosperidade carnal.

Para combater isto, Jesus alerta dizendo que apenas a Sua boca é capaz de proferir palavras que penetram até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas, sendo aptas para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12). Ou seja, só Seus ensinamentos produzem reais resultados.

Quem conseguir passar por este planeta sem se sujeitar aos ditames do mundo, receberá duas recompensas:

 

Ø  Receberá a verdadeira vida, o alimento sobrenatural do Eterno que confirma que tudo que Ele foi no passado Ele ainda o é (como estímulo para ajudar a vencer a doutrina de Balaão, ou seja, para mostrar que a verdadeira riqueza está escondida do mundo, bem além deste (1Co 2.9; Ef 3.20)).

Ø  Receberá um indivíduo que realmente pertence à Igreja e que revela algo novo acerca de quem é Cristo na vida dele, bem como de quem realmente ele é (combatendo a doutrina dos nicolaítas que induz o indivíduo a querer ser mais do que os outros).

Carta aos Convertidos de Tiatira (o ministério feminino)

Característica

Tiatira está situada nos confins da Mísia e Iônia, a quarenta milhas a sudoeste de Pérgamo, um pouco à esquerda da estrada romana que vai de Pérgamo a Sardis. Tiatira era um centro comercial, especialmente de púrpura real. Foi aí que Lídia nasceu (At 16.14). Inscrições encontradas no local testemunham a existência de uma corporação de vendedores de púrpura.

Certas porções da descrição são tomadas para indicar a especial relação do Cristo vivo para cada particular grupo de irmãos. Jesus não Se revela à Igreja por completo, mas naquilo que a Igreja necessita saber Dele.

Tiatira foi simplesmente o inverso de Éfeso. Nesta, muito zelo por ortodoxia, mas pouco amor; aqui, muita atividade de fé e amor, mas insuficiente zelo por disciplina piedosa e doutrina, uma tolerância ao erro mesmo onde não participam dele.

Éfeso zelava pelas boas obras e pureza na doutrina, mas acabou se tornando fria e rancorosa. Tiatira, embora uma igreja calorosa e afetuosa, no que procurou tratar bem a todos, acabou abrindo mão da pureza da doutrina para ser agradável.

Embora Tiatira estivesse trabalhando por amor ao próximo mais do que no início da sua caminhada (Ap 2.19), a ausência da verdade fazia com que tudo se tornasse desagradável aos olhos de Jesus. (estavam trabalhando em cima do erro – Mc 12.24,27). E quanto mais se persevera nisto, mais para longe se vai do Criador.

Quem tem ouvidos, a partir desta carta, é colocada depois da promessa ao vencedor.

Como Jesus se apresenta?

·         Isto diz o Filho de Deus, que tem olhos como uma chama de fogo, e os seus pés são semelhantes ao latão polido (Ap 2.18).

 

Note como, nos evangelhos, Jesus costumava referir-se a Si como “Filho do Homem”. Mesmo em outros lugares do Apocalipse (Ap 1.13; 19.13), Jesus é chamado deste modo. Todavia, aqui Ele se apresenta como “Filho de Deus”.

Os olhos de Jesus como chama de fogo mostra que Ele vê:

 

Ø  A riqueza espiritual dos irmãos de Esmirna, apesar de sua pobreza material;

Ø  O remanescente fiel existente em Tiatira;

Ø  A morte espiritual dos irmãos de Sardes apesar de terem reputação de serem vivos e avivados;

Ø  A porta aberta existente para os irmãos de Filadélfia, apesar de sua pouca força.

Ø  A infelicidade, miséria, pobreza, cegueira e nudez dos irmãos de Laodicéia, apesar de serem tão ricos e abastados por fora.

 

Para a igreja de Tiatira, que estava tolerando a idolatria e imoralidade, Jesus assim se apresenta como:

 

·         Filho de Deus (Sl 2.7,9; Ap 2.27) -> aquele que agrada a Deus, não simplesmente pelo que Ele faz, mas por ser Ele quem Ele é. Considerando que estes irmãos foram induzidos pelos líderes religiosos a se envolverem mais e mais em seus projetos ambiciosos (achando que estavam fazendo a obra do Criador) (note que, no mesmo versículo, tem-se três referências a obras: “obras”, “serviços”, “últimas obras”), ao dizer isto Jesus estava mostrando que não é fazendo grandes obras que irão agradar ao Eterno, mas sim permitindo que Ele coloque Sua semelhança neles.

·         Tendo olhos como chama de fogo -> Considerando que a fé deles os levava a perseverar em obras cada vez mais audaciosas, ao afirmar ser Aquele que sonda mentes e corações (Ap 2.23) (Sl 7.9; Jr 17.10), Jesus estava dizendo que o que Ele observava não era a quantidade de coisas feitas, mas os pensamentos e sentimentos envolvidos. Sendo os olhos de Jesus como fogo, logo não há nada escuro para Ele. Antes, vê tudo como se tudo estivesse claro.

·         Tendo pés semelhantes ao bronze polido -> Ele quebrará as nações tal como se quebra os vasos de oleiro (Ap 2.27) e depois as pisará queimando (Ml 4.1,2), sem com isto se machucar (com espinhos, pedras, etc., visto seus pés serem duros como bronze) ou contaminar (afinal, o bronze refinado no fogo não é atingido por impurezas). Estes pés simbolizam Seu julgamento (repare: "E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios" - Ap 14.20) sobre aqueles que menosprezaram os pés dos que anunciam as boas obras.

Quais qualidades podem ser vistas?

·         Sei as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e os teus serviços e a tua perseverança, e que as tuas últimas obras são mais numerosas do que as primeiras. (Ap 2.19).

 

Aqui temos dois conjuntos de qualidades: ativo (obras e serviços) e passive (fé e perseverança), sendo o amor o elo que liga os dois.

As qualidades dos irmãos de Tiatira faziam eles parecer um grupo perfeito.

Muitos, com sinceridade de coração, aderiam ao conselho dado em (1Ts 4.1), vindo a mergulharem em muitas obras. Tanto que as últimas obras eram mais numerosas que as primeiras. Embora, no início, estas fossem fruto de amor e fé, com o tempo a fé foi sendo direcionada para a coisa errada. Eles passaram a valorizar mais as pessoas do que o próprio Eterno. A partir daí a motivação deles em servir o Eterno era lotar os locais de reunião.

Quando isto acontece, o indivíduo passa a ser mais transigente com o pecado, achando que é agradando a carne das pessoas que lhes permitirão conhecer a Cristo. A partir daí, cumpre-se o que está em Ap 22.11: o espírito do vício toma conta da pessoa, de modo que o último estado desta fica pior que o primeiro (Mt 12.45; 2Pe 2.20).

Enfim, era um grupo de irmãos amorosos que estava começando a abrir mão da verdade para manter a unidade (tal como se vê em muitas instituições religiosas).

Qual a queixa de Jesus?

·         Tenho, porém, contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se chama a si mesma profetiza; ela ensina e seduz os meus servos a fornicar e a comer das carnes sacrificadas aos ídolos. (Ap 2.20).

 

Quais são as falhas destes irmãos?

 

1º - A presença de Jezabel

Quem era Jezabel?

 

·         “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele. E sucedeu que ( como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate ) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou.” (1Rs 16.30,31).

·         “Porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do SENHOR, Obadias tomou cem profetas, e de cinqüenta em cinqüenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e água.” (I Reis 18.4)

·         “Agora, pois, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.” (I Reis 18.19)

·         “Então Jezabel, sua mulher lhe disse: Governas tu agora no reino de Israel? Levanta-te, come pão, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jizreelita. Então escreveu cartas em nome de Acabe, e as selou com o seu sinete; e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na sua cidade e habitavam com Nabote.” (1Rs 21.7,8).

·         “E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?” (II Reis 9.22).

 

Como se pode ver, Jezabel era a líder na adoração a Baal, mestra em prostituições e feitiçarias. Ela é quem de fato governava Israel nas costas de Acabe, o que lembra a elite global. É o governo das sombras.

Jezabel também ensinava, ou seja, exercia controle sobre o povo de Israel.

Semelhantemente, em Tiatira, a mulher de um dos anciãos da comunidade (talvez do anjo a quem a carta é direcionada), estava usando o nome do marido para exercer sua influência e, assim, induzir os membros ao pecado.

Esta mulher, arrogantemente, se intitulando profetiza do Criador e, portanto, dona da verdade sagrada, não queria parar de possuir a Noiva do Cordeiro. Apesar de ser apenas o Noivo (Jesus) que tem este direito (Jo 3.29), ela queria que o zelo da Noiva fosse em favor dela (Gl 4.17). Ela, não apenas estava adulterando a Palavra do Eterno na vida dos demais irmãos, mas fazia de tudo para controlar a vida de um por um, manipulando cada instante deles.

E o pior é que tais pessoas estavam tão arraigadas no pecado que faziam questão de continuarem adulterando toda a vontade do Eterno para suas vidas.

 

·       “Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras.” (Ap 2.22,23).

 

Os que adulteram com Jezabel estavam corrompendo a si mesmos (vindo a liderar os irmãos junto com ela) e levando muitos a se desviarem da fé. Estes são os filhos da Jezabel, os quais irão sair pelo mundo para contaminarem mais indivíduos, trazendo-os para o seu aprisco religioso.

Veja o problema: quando uma mulher tinha relação com outro homem, ela estava dando continuidade à semente lançada por ele no seu ventre. De igual modo, quem assim procede acaba também prostituindo a fé, adulterando a Palavra do Eterno e passando-a adiante da forma errada (seja no conceito ou na visão da mesma).

2º - A idolatria

Seduzindo os irmãos a fim de que comessem coisas sacrificadas aos ídolos. Idolatria é mudar a visão dos indivíduos acerca do Eterno, de modo a levá-los a enxergarem Nele algo deste mundo. Assim, as pessoas passam a adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.25).

Para entender isto, pense: é possível alguém adorar um outro Deus? É lógico que não, pois existe apenas um Deus (Ef 4.6). Você pode se perguntar: e quanto a astarote, baal, milcom, dagom, tamuz, quemós, etc.? Trata-se do cumprimento de Rm 1.23:

 

·         “E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.” (Rm 1.23).

 

Ou seja, trata-se do adultério espiritual mencionado a seguir. Alguém pode questionar: mas como você tem certeza de que não é prostituição física? Embora isto possa ter acontecido, mas considerando a idolatria, com certeza trata-se de manipulação espiritual. Cada um estava começando a moldar o Eterno do jeito que melhor lhe convinha, vindo a adaptar o evangelho de acordo com os próprios interesses.

Sei que isto soa agressivo, mas em momento algum Jesus disse para centralizar Seus ensinamentos. Antes, a ordem era ir por todo o mundo fazendo discípulos (Mt 28.18; Mc 16.15), ou seja, fazendo do seu dia a dia um ensinamento para tais irmãos até que os mesmos, após terem entendido o necessário, pudessem ser levados ao lugar onde Jesus os queria.

3º - A prostituição

·         “Eu lhe dei tempo para que se arrependesse, e ela não quer arrepender-se da sua fornicação.” (Ap 2.21).

 

Mas afinal, o que é fornicação (prostituição)?

Primeiro é preciso entender o que vem a ser adultério. Adulterar é modificar deliberadamente as características de algo. Por exemplo: se um remédio foi adulterado, significa que algum dos seus componentes químicos foi alterado.

A partir do momento que alguém decide se casar, um só corpo é constituído entre este indivíduo e o outro (Gn 2.24) com vistas a gerar uma descendência de piedosos (Ml 2.15). No que um dos cônjuge decide se ajuntar com outro indivíduo, ele está contaminando o propósito do Eterno para a vida sua, do cônjuge e de seus filhos. Afinal, ele está encontrando outra fonte de prazer que manterá sua alma dividida e incapaz de se concentrar plenamente no seu lar. Ao invés disto, adquirirá para si lembranças, pensamentos, sentimentos que constituem elemento estranho em seu lar.

A prostituição nada mais é do que repetir este processo incontáveis vezes (1Co 6.15-17).

No caso dos irmãos em Tiatira, Jezabel estavam corrompendo a semente do Espírito Santo implantada nos corações: a Palavra do Eterno (Lc 8.11).

A ideia era levar os irmãos a pensarem que poderiam, através da oração e da manipulação da Escritura Sagrada, levar os irmãos a pensarem que poderiam obter bênçãos (o que pode ser corroborado por falsos testemunhos). Ao ver vários que se dizem irmãos em Cristo sendo abençoados supostamente pela oração do líder religioso (Jezabel) ou por devotarem suas vidas a ele, os demais eram induzidos a pensarem que poderiam alcançar o mesmo caso aderissem.

4º - Tolerar que Jezabel ensinasse

Sem dúvida, o maior dos males estava sendo cometido pelo anjo da Tiatira: a tolerância dele para com os falsos profetas, tal como Acabe tolerava o comportamento de Jezabel, satisfazendo-lhe o desejo.

Em primeiro lugar, quando a Igreja for reunida pelo Espírito Santo num dado lugar, ninguém tem o direito de ocupar o lugar de Cristo na vida de ninguém. Além disto, é bom lembrar que a mulher não podia ensinar, nem exercer autoridade sobre o marido e os demais irmãos. É Jesus quem deve, PESSOALMENTE, ensinar (Mt 11.27-29; Jo 6.44,45; Ef 4.20,21), tratar (Ef 5.25-27), conduzir (Rm 8.14), purificar (Tt 3.3), livrar (2Pe 2.9) e edificar Sua Noiva (Mt 16.18).

Apenas no início da conversão é que Jesus levanta mestres a serem usados por Ele para discipular os Seus. Mas isto é apenas até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4.13).

O Eterna irá separar cada um para a obra que Ele os designou (At 13.2). Não é papel de ninguém ficar carregando alguém nas costas a vida inteira. Antes, devemos ser instrumentos para que as pessoas sejam despertadas a experimentarem o amor de Jesus operando dentro deles e, então, se deixarem guiar por Ele.

5º - Conhecer as coisas profundas de Ha-Satan

Enquanto o propósito do Eterno é nossa santificação e pureza, o de Ha-Satan é nossa corrupção. Em sua incansável busca de induzir os crentes ao pecado, ele irá usar:

 

·         o antimessias para tentar seduzir a Igreja a fazer uso da força do mundo para resolver seus problemas.

Muitas vezes tememos tanto que as pessoas nos negue um bem que preferimos adorar o deus das forças (Dn 11.38) a usarmos de humildade para com o próximo, dando-lhe a possibilidade de escolha. Mesmo que alcancemos o benefício desejado, não experimentaremos o verdadeiro amor que poderia acompanhá-lo caso nos coloquemos na posição de humildade.

·         o falso profeta para convencer a todos de que o messias por ele inventado é o verdadeiro e, deste modo, elevá-lo à condição de Deus.

Aqui o objetivo é levar os irmãos a buscarem na Escritura Sagrada os supostos meios para controlar o Eterno.

·         a grande Babilônia, ou seja, o sistema político-religioso que visa carnalizar a Igreja, de modo que ela seja firmada e conduzida com base nos conceitos e valores deste mundo.

Seu papel é promover um sistema de adoração divertida, fácil, que sugue os recursos dos fiéis e os mantenha sob controle.

 

Todavia, ao invés de conhecer as coisas profundas de Ha-Satan, o que cada um deve procurar são os tesouros ocultos que o Eterno tem para cada um (1Co 2.10; Ap 2.24).

Pode estar certo de que não é querendo controlar Ha-Satan, muito menos usar as armas dele, que alguém será bem sucedidos.

Qual a consequência do pecado?

·         “Eis aí a lanço num leito, e numa grande tribulação os que adulteram com ela, se não se arrependerem dos atos ensinados por ela. Farei morrer a seus filhos; e todas as igrejas conhecerão que eu sou o esquadrinhador dos rins e corações, e darei a cada um de vós segundo as suas obras. (Ap 2.22,23).

 

Quando a Escritura Sagrada diz “adulteraram com ela”, isto pode acontecer de quatro maneiras:

 

Ø  Ajudando ela diretamente;

Ø  Sofrendo por ver ela agir, mas sem tomar uma atitude contra ela;

Ø  Ignorando-a, sem se importar se o que está fazendo é correto ou não;

Ø  Saindo de perto e, assim, deixando-a livre para agir.

 

Se esconder atrás de uma alma tímida implica em encorajar Jezabel a continuar em tal prática (ver Ez 3.18-20; 33.8,9).

Tem-se aqui três tipos de punição:

 

o   Jezabel é lançada num leito;

o   Os líderes religiosos que adulteraram com Jezabel (espiritualmente, embora possa ter ocorrido também fornicação) será lançada em uma grande tribulação. Note como o motivo das últimas obras destes irmãos serem mais numerosas do que as primeiras é justamente por causa dos acréscimos feitos pelos líderes religiosos sem escrúpulos. Não faziam o que Jesus mandava e, no lugar, instituíam uma série de práticas que nada tinham a ver com a vontade do Eterno para Seu povo. Ou seja, estava havendo um sucateamento dos evangelhos e dos dons espirituais e ministeriais.

o   Os filhos desta prostituição religiosa entre Jezabel e os líderes religiosos (os discípulos) iriam morrer.

 

Note como a punição sobre os filhos é mais severa do que sobre os adúlteros que, por sua vez, é mais severa que a sentença sobre Jezabel. Somos induzidos pelo sistema religioso a pensar que é o contrário (que, por ser Jezabel quem estava encabeçando o mal, logo era ela quem deveria receber o castigo maior). Todavia, pior que o bandido são as pessoas que apoiam o bandido. Afinal, este só consegue agir porque, infelizmente, existem pessoas o apoiando.

Entenda: Jezabel só consegue se manter porque tem pessoas gerando filhos com ela. Do contrário, ela nenhuma eficácia teria. E quanto aos filhos, por terem sido gerados com o DNA de Ha-Satan (Gn 3.15), estão completamente desprovidos de bondade e justiça.

Assim, em termos de maldade, temos:

 

1º -         Filhos;

2º -         Os que adulteraram com Jezabel;

3º -         Jezabel.

 

Contudo, como a possibilidade dos filhos serem recuperados é maior (analise Mt 5.3; Lc 7.47; Rm 5.20; Tg 2.5), logo a correção sobre eles é mais severa. Lembre-se que o Eterno corrige a quem Ele ama (Hb 12.5).

 

o   para Jezabel, ser colocada em uma cama é o suficiente. Como dificilmente ela irá se arrepender (Ap 2.21), é inútil (ver Is 1.5; Hb 6.1-3) investir muito esforço. Para que o Eterno iria impor sofrimento a Si mesmo por causa dos pecados dos outros se eles se recusam converter (afinal, Deus entristece a ninguém de bom grado – Lm 3.33; Mq 7.18. É por isto que a Escritura Sagrada diz que Deus sofre os nossos pecados (Is 43.24,25)). Afinal, tal pessoa sabe a verdade, mas deliberadamente transformou a verdade em mentira (Rm 1.18,25). Jezabel representa o grupo daqueles que gostam de enganar;

o   para os que adulteram com ela é difícil a recuperação, já que tal pessoa sabe a verdade, mas ainda assim decidiu seguir o vento da doutrina estabelecida por Jezabel (Ef 4.14). Ou seja, este é o grupo dos que gostam de ser enganados, se isto lhes permitir obter vantagens (mesmo que, para isto, tenha que usar de enganação). São pessoas mornas que querem viver na sombra dos outros.

A tribulação aqui é o meio empregado por Jesus para chacoalhar a pessoa, de modo que ela tenha tempo para se arrepender, converter e abandonar de vez a condição de líder religioso.

o   para os filhos há total possibilidade de recuperação (veja 1Jo 5.16,17; Ap 22.11), pois quando as primícias da massa são impuras, todo o resto o será (ver Sl 42.7; Rm 11.16). Por terem sido gerados com o DNA de Ha-Satan (Gn 3.15), nunca tiveram a oportunidade de conhecer o caminho do Favor de Deus. Os dois primeiros nasceram de novo, mas retrocederam para a perdição (Mt 12.43-45; Hb 10.37-39; 2Pe 2.20-22). Estes, por outro lado, por nunca terem conhecido Jesus, podem, agora, morrer e nascer de novo (1Co 15.36).

Ou seja, estes são o grupo dos sinceramente enganados, ou seja, daqueles que, achando que estão agradando o Eterno, se envolvem em inúmeras obras. Os tais não conseguem perceber que, por estarem trabalhando no erro (Mc 12.24,27), estão indo para mais longe Dele (Sl 82.3-5).

 

Jesus dará a cada um segundo a sua obra (Sl 62.11,12; Pv 24.12; Ez 18.30; 33.20; Mt 16.27). Não apenas com relação à obra em si, mas sobretudo no que diz respeito à motivação, fé e amor com os quais a pessoa assim procedeu. Se você prestar atenção, verá no Antigo Testamento a morte terrível que caiu sobre os adoradores de baal (1Rs 18.40) e os filhos de Acabe (2Rs 10.6,7,24,25).

Quanto à expressão “ferirei de morte” (Ap 2.23), este pleonasmo (ferir, na Escritura, normalmente está relacionado a morte quando diz respeito a seres humanos – por exemplo: Gn 14.15; 36.35; Êx 12.29; Nm 21.24) aponta para uma morte sobrenatural (ver Nm 16.29).

Vale notar ainda que este mensagem é para a Igreja como um todo, em todos os tempos e épocas. A prova disto é o Eterno dizer: “e todas as igrejas conhecerão que eu sou o esquadrinhador dos rins e corações” (Ap 2.23).

Detalhe: toda estas punições são para que aqueles que são do Eterno não tenham dúvidas de que Ele é onisciente e sonda o mais íntimo de cada um.

Uma das prerrogativas mais atribuídas na Escritura Sagrada ao Eterno é Sua capacidade de sondar mentes (rins) e corações (sentimentos) (1Cr 28.9; Sl 7.9; 11.4; 44.21; 139.2; Pv 15.3; Jr 11.20; 17.10; 20.12; 32.19; Hb 4.13).

O que é prometido aos fiéis?

·         Digo, porém, a vós outros que estais em Tiatira, a quantos não seguem este ensino e que não conhecem as coisas profundas de Satanás, como eles dizem: Eu não vos ponho outro fardo; (Ap 2.24).

 

A luta para não permitir Jezabel divulgar seus ensinos e não deixá-la corromper pela prostituição e idolatria (seja física ou espiritual) é tão intensa que Jesus se dispôs a não impor outra carga sobre eles.

Logo, não há necessidade de novidades, como se houvesse algo bom fora da Escritura Sagrada. Chega dos inúmeros fardos lançados sobre os ombros dos homens pelo sistema religioso, os quais não passam de enfado (Mt 11.28-30) e cargas vãs (Lm 2.14).

A verdade de Jesus é suficiente. Tudo está feito (Jo 19.30). O banquete da salvação já foi preparado (Mt 22.3,4).

O que precisamos é levar as cargas uns dos outros (Gl 6.2), ou seja, suportarmos as canseiras deles. Não é suportar os falsos irmãos, como estes irmãos estavam fazendo, mas sim levar tudo aquilo que mina a força espiritual dos irmãos em Cristo.

Muitos, a exemplo dos fariseus, embora digam que a fé em Jesus é que salva, ainda assim sustentam a importância de obedecer às leis do Antigo Testamento, bem como de elaborar técnicas cada vez mais avançadas para neutralizar Ha-Satan. Para eles, Jesus e tudo que Ele fez no Gólgota não foi o suficiente.  Eles gostam de leis porque isto lhes permite controlar todas as coisas sem precisar do Eterno (pelo menos é o que eles pensam).

Ao invés de buscar novidade para vencer o inimigo, volte às veredas antigas (Jr 6.16; 18.15) e tome posse da vida eterna (Fp 3.13,14; 1Tm 6.12).

Exortação

·         não seguem este ensino e que não conhecem as coisas profundas de Satanás, como eles dizem (Ap 2.24).

·         somente aquilo que tendes, guardai-o bem, até que eu venha. (Ap 2.25).

 

Eles se vangloriavam de conhecerem o inimigo profundamente, como se isto fosse parte do conhecimento do Eterno, como se fosse possível vencê-lo com suas próprias armas e estratégia. Não percebem que o mal não é uma entidade, mas um conceito que ganha vida quando alguém o traz para dentro de si (tal como se dá no teatro quando um personagem ganha vida através da alma que resolve incorporá-lo).

Por exemplo: no que Adão pecou, aquela árvore repleta de conhecimento misto (Gn 2.17) ganhou vida dentro dele. Agora ele tinha que conviver com isto pelo resto de sua vida. Ele não podia fingir que não sabia nada. Agora tal conhecimento habitava dentro de si, perturbando sua forma de ver e perceber as coisas. Por isto ele teve que ser expulso do paraíso e morrer: porque fisicamente nada mais havia para mudar esta realidade. Só a morte poderia levar tudo ao esquecimento (Ec 9.5,6).

Por isto é que só pode seguir Jesus quem morre para seus pensamentos, sentimentos, desejos, planos e ações (Mt 16.24), ou seja, considera como escória tudo que conquistou neste mundo (Gl 6.14; Fp 3.8,13,14) a fim de poder alcançar a Cristo.

Hoje, as profundezas de Ha-Satan tem haver com a teologia da batalha espiritual. É dito pelas instituições religiosas que cada um deve conhecer bem o inimigo a fim de poder derrotá-lo. Somado isto às supostas estratégias de Ha-Satan para derrotar a Igreja, os irmãos foram induzidos a pensar que deveriam se envolver em uma série de atividades a fim de que o inimigo não tivesse mais ocasião para agir; antes, fosse derrotado.

Isto é um erro! Primeiro porque não existe guerra entre Ha-Satan e Jesus. Deus é Todo-Poderoso. Obviamente, não existe inimigo algum à altura Dele. Ha-Satan é inimigo das nossas almas. No entanto, sua ação é limitada pelo Criador. Logo, o que devemos fazer não é conhecer os caminhos de Ha-Satan, mas sim buscarmos estar retos aos olhos do Eterno.

As profundezas de satanás também têm haver com o esforço dos líderes em elaborarem métodos cada vez mais eficazes para lutar contra Ha-Satan a fim de tirar pessoas das suas garras e levar para Jesus. Pode parecer algo certo, mas a cada estratégia elaborada, mais eles lutam para conhecer profundamente quem é Ha-Satan a fim de poder subjugá-lo.

Ora, convenhamos: o ser humano caiu, não por ter praticado o mal, mas por ter tomado conhecimento do mesmo. Quanto mais a pessoa se aprofunda na arte da maldade, mais ela fica escrava deste mal e menos ela tem conhecimento de tudo que Jesus é. Daí Paulo dizer que devemos ser sábios para o bem, mas símplices para o mal (Rm 16.19).

Atente para a diferença: enquanto Éfeso não suportava os perversos (Ap 2.2), aqui muitos estavam servindo de suporte para eles.

Que fique claro: a questão não é simplesmente deixar de apoiar Jezabel, mas sim buscar, de todas as formas, neutralizá-la, de modo que os irmãos deixem de conservar dentro de si esta doutrina maldita.

Guarda o que tens – tal exortação sempre será necessária porque, sempre que alguém se levanta em prol da justiça e verdade, certamente haverá alguém para tentar fazer este indivíduo hesitar, parar, ou seja, para intimidá-los, seja por meio de reprovações, ameaças, calúnias e perseguições.

Aquele, porém, que perseverar até o fim (até que Jesus venha), este será salvo (Mt 24:13).

Vem a questão: o que eles deveriam guardar?

O que tinham da sã doutrina (Jd 3). Hoje, as doutrinas de demônios (1Tm 4.1,2), as coisas profundas de satanás, têm sido exploradas nas instituições religiosas. Embora a Escritura Sagrada nada mencione acerca de hierarquia de demônios, mapeamento espiritual, nomes e classes de demônios, nem ordena que se investigue tais coisas, muitas instituições religiosas evangélicas criam toda uma teologia em volta disto a fim de tentar convencer os membros mais acomodados de que precisam da “cobertura espiritual” dos líderes religiosos que eles elegem consoante os interesses deles.

Contudo, tais ensinos enfraquecem e, até mesmo, tiram o foco de Cristo (ver Gl 1.6-9; 4.17; 1Tm 6.3-5; 2Pe 2.1-3).

A ordem é: batalhar pela unidade da fé (Jd 3), esconder a Palavra do Eterno no coração para não pecarmos contra Ele (Sl 119.11). Afinal, apenas aquele que tem os mandamentos de Jesus e os guarda é que, na verdade, O ama (Jo 14.21,23).

Considerando que Jesus não veio até hoje, isto significa que esta palavra é também para todos nós. O fato de Jesus dizer que vem em breve significa que cada pessoa deve estar pronto para ser chamado por Jesus, pois esta palavra se aplica a todas as gerações. E como nossa vida é tão breve, logo a vinda de Cristo para nós está como que “na mão” ou seja, extremamente próxima de nós.

Qual a recompensa aos vencedores?

·         Ao vencedor, e ao que guarda as minhas obras até o fim, lhe darei autoridade sobre as nações. Ele as regerá com vara de ferro, quebrando-as, como são quebrados os vasos de oleiro, assim como eu a recebi de meu Pai. Eu lhe darei a estrela da manhã. (Ap 2.26-28).

 

Quem é o vencedor? O vencedor é quem guarda até o fim as obras de Jesus, ao invés de querer enxergar Ha-Satan em cada esquina e vencê-lo. Jesus menciona “minhas obras” para fazer um contraste com as obras do sistema religioso, visto que as Dele promovem o fruto do Espírito Santo. O vencedor, ao invés de conhecer as coisas profundas de Satanás, irá conhecer as coisas profundas de Cristo (Ap 2.28).

Quem pela fé venceu o mundo, está acima deste (Jo 8.32-36). Para um grupo de irmãos tolerante ao pecado, o vencedor obtém duas promessas:

Receber autoridade sobre as nações, vindo a regê-las com vara de ferro.

Esta promessa fora confirmada outras vezes (Mt 19.28; 20.23; Jo 17.22,24; 2Tm 2.12; Ap 2.26,27; 20.6).

O vencedor vai julgar os ímpios e reinar com Cristo (1Co 6.2,3; Ap 20.4). Poder sobre as nações é alusão ao Sl 2.8,9. Os crentes não terão meramente domínio sobre as nações, mas legítimo direito de regê-las com Cristo (analise Mateus 19.28; 25.21,23).

E quem são estes vencedores? Aqueles que foram decapitados (Ap 20.4) e tinham autoridade para julgar porque se mantiveram firmes na Verdade apesar de tamanha perseguição e sofrimento. Eles são o juízo, visto serem a prova de que a Palavra do Eterno é possível de ser mantida mesmo correndo o risco de ser torturado.

Mas o que é reinar com cetro de ferro?

Reinar com cetro de ferro, no que se refere a Cristo (ver Sl 2.8,9; Ap 12.5), não se trata de uma ditadura. A verdade de Cristo age como vara de ferro, pois, depois que Jesus proclama Sua verdade (Jo 15.24), a pessoa que a recusa já se torna possuído pelo ódio contra o Eterno e o Cordeiro. Ela vai sendo esmagada pelo ódio ao contemplar o amor e sabedoria do Eterno nos outros.

Por outro lado, aquele que conserva a sã doutrina também vai sendo esmagado por dentro em virtude de ver tanta injustiça e nada poder fazer.

Este cetro pode bem ser a vara de pastor mau. O Eterno levanta maus pastores sobre os rebeldes (por exemplo, os pastores insensatos que, além de não cuidar das ovelhas, as conduzem para o caminho errado – ver Jr 6.3; Zc 11.6; Lc 2.14 e compare com Is 19.13,14; 30.28).

Veja estas ilustrações acerca deste tipo de pastor:

 

Ø  “À formosa e delicada assemelhei a filha de Sião. Mas contra ela virão pastores com os seus rebanhos; levantarão contra ela tendas em redor, e cada um apascentará no seu lugar.” (Jr 6.2,3).

Ø  “Porque, eis que suscitarei um pastor na terra, que não cuidará das que estão perecendo, não buscará a pequena, e não curará a ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda, e lhe despedaçará as unhas.” (Zc 11.16).

 

Cristo, primeiro, rege com cetro de ferro para depois reinar com cetro de ouro: primeiro vem a lei, depois a graça. O "reger com vara de ferro" simboliza certeza de justificação e triunfo com Cristo. (Rm 5.17; Gl 3.22-25).

Com base nisto, ao dizer que os vencedores irão reger com Jesus, implica que eles irão reger consoante o que Ele recebeu do Pai. Lembre-se que Jesus recusou o reino sem cruz das mãos de Ha-Satan, ou seja, a salvação sem vara de ferro (Sl 2.7-9).

A princípio, alguém pode achar que governar com vara de ferro é algo prazeroso para quem rege. Entretanto, a pior coisa que existe é ser obrigado a dar ordens a alguém que deveria, a princípio, obedecer por amor e sabedoria.

Enfim, ao vencedor Jesus permitirá que compartilhe com Ele a gloriosa vitória a qual o Pai Lhe prometeu sobre todas as nações que ainda resistem a Ele.

Esta promessa tem a ver com o fato de Jesus se apresentar como Aquele que tem os pés semelhantes ao bronze polido e com o erro que eles estavam cometendo de comerem dos sacrifícios da idolatria e  praticarem prostituição.

Assim como o Eterno promete esmagar a cabeça de Ha-Satan debaixo dos pés da Igreja (ver Gn 3.15; Rm 16.20), Ele promete estraçalhar todas as nações com vara de ferro, de modo que os que são de Jesus poderão pisar as cinzas que sobraram deles (Ml 4.3).

De igual modo, Jesus está a passar por Sua Igreja para queimar toda idolatria e esmagar toda prostituição, tanto física quanto espiritual, a fim de que todos os creem em Jesus possam, em vida, reinar por meio de Jesus (Rm 5.17). Idolatria e prostituição enfraquecem todo seguidor de Jesus (Os 13.1), deixando-os à mercê do mundo e seus seguidores, já que ambos tiram o coração do indivíduo (Os 4.11).

Quem se deixa prender por tais coisas, se torna escravo dos prazeres (Pv 21.17) e, por isto, nunca alcança a verdadeira riqueza. Pelo contrário: tudo que faz é no sentido de afastar a todos com quem convive de tudo que realmente é bom.

Possuir a estrela da manhã (2:26-28)

Ao prometer a estrela da manhã, Jesus estava prometendo a Si mesmo (Ap 22.16), assim como fez ao prometer o maná escondido (Jo 6.31-33). Ele é a estrela que fere os termos dos moabitas (Nm 24.17), a estrela que guiou os vários magos que vieram do oriente quando Ele tinha dois anos de idade (Mt 2.2). Muitos teólogos ficam especulando a natureza desta estrela, sendo que era o próprio Jesus os conduzindo até Ele.

Ou seja, Jesus brilha na vida de alguém a fim de conduzi-lo para junto de Si e, deste modo, poderem brilhar como astros neste mundo (Dn 12.3; Mt 5.14-16; Fp 2.14,15). É observável que Jesus não disse que faria com que os vencedores fossem estrelas da manhã (como em Dn 12.3), nem que eles seriam comparados a estrela da manhã (como o rei de Babilônia – Is 14.12), nem que eles lembrariam uma estrela da manhã (que pudesse ser visto por alguém como Balaão de modo figurado – Nm 24.17).

Vem a questão: o que significa “estrela da manhã”? É a última estrela a desaparecer do céu ofuscada pelo brilho do sol. Ou seja, é a estrela que só desaparece após ser dia completo. Jesus é Aquele que permanece conosco durante todo o período em que as trevas profundas de Ha-Satan cobrem o mundo (Is 9.1,2; Mt 4.15,16) e fica conosco até o dia em que Ele irá reinar finalmente neste mundo.

Esta promessa está relacionada com o fato de Jesus se apresentar como “Filho de Deus” e “Aquele que tem os olhos como chama de fogo” e com o erro que eles estavam cometendo de “quererem conhecer as coisas profundas de Ha-Satan” e “tolerarem Jezabel”.

O Eterno concede a Estrela da manhã ao que vence, a cada dia, os falsos profetas (1Jo 4.4). Com isto:

 

1 - ninguém precisa conhecer Ha-Satan profundamente. Afinal, considerando que Jesus é o Filho do Eterno, nada, nem ninguém, pode contra Ele (Jó 42.2; Is 43.13). Não importa os problemas que surgem, em Cristo já somos mais que vencedores (Rm 8.37). E permanece conosco até a noite em nossa vida se torne em dia. Não há necessidades de estratégia para vencer Ha-Satan e seus males (trazidos pelos seus asseclas).

 

2 – ninguém precisa tolerar Jezabel. Não precisamos ficar à mercê de falsos profetas (ver 2Pe 1.19). Afinal, todos os tesouros da sabedoria e da ciência estão Nele (Cl 2.3). Com Jesus recebemos a graça e a verdade (Jo 1.17).

Não há necessidade de revelações que vão além dos preceitos da Escritura Sagrada. Como é bem sabido, à mulher não é permitido ensinar (1Co 14.34,35; 1Tm 2.12-15). A mulher não necessita deixar a missão que o Eterno lhe deu para ensinar o que é bom à Igreja.

Jesus deu a estrela da manhã a fim de que possamos enxergar tudo com clareza, mesmo quando o mundo está crescendo na apostasia (2Ts 2.1-3). Afinal, como Jesus tem olhos como chama de fogo, não há nada que não seja escrutinado por Ele (Jr 17.10; 1Co 2.10,11).

Além disto, é bom lembrar que foi justamente por ter dado ouvidos à voz da sua mulher que Adão caiu:

 

Ø  “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” (Gn 2.17).

 

O anjo de Tiatira, ao invés de aceitar que uma mulher controlasse os irmãos, ele deveria estimular os irmãos a buscarem ouvir a voz do Espírito Santo e, com base nela, governarem seus lares, bem como as reuniões dos irmãos.

Vem a questão: nós vamos compartilhar o domínio de Cristo, ou vamos ser esmagados por Sua glória? Nós vamos ser cheios de alegria quando Ele vier, ou nós vamos nos esconder nas cavernas (Ap 6.15,16)?

Identidade

Jezabel, tal como no Antigo Testamento, é o retrato perfeito do ministério e governo feminino.

Mas o problema não está apenas em Jezabel, mas no fato de muitos homens tolerarem e até apoiarem e justificarem com base na Escritura Sagrada o ministério e governo feminino dentro da Igreja.

Diferentemente dos irmãos de Sardes que estavam dormindo espiritualmente, aqui as pessoas não estão anestesiadas. Vêm o erro, têm condições de agir, mas não agem. Enquanto em Pérgamo o bruxo Balaão seduzia à prostituição do lado de fora de Israel, em Tiatira a feiticeira Jezabel seduzia internamente, distorcendo deliberadamente a Escritura Sagrada.

Resumo

Uma mulher feiticeira conseguira infiltrar em meio a estes irmãos casando com algum dos anciãos desta comunidade. Alegando possuir revelação divina, estava ensinando seus conceitos e valores aos irmãos, bem como induzindo-os a participarem do altar dos deuses pagãos e a prostituírem, seja fisicamente ou na fé.

E ninguém estava fazendo nada a respeito. Pelo contrário: muitos estavam aderindo a tal prática.

Diante disto, temos o seguinte quadro:

 

JESUS SE APRESENTA

DEFEITO NESTA COMUNIDADE

PROMESSA AO VENCEDOR

Filho de Deus

Buscando conhecer as coisas profundas de Ha-Satan

Estrela da manhã

Aquele que tem olhos como chama de fogo

Tolerar que Jezabel ensinasse

Estrela da manhã

Aquele que tem os pés semelhantes ao bronze polido

Comer das coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem prostituição.

Reger as nações com vara de ferro junto com Jesus

 

Resumindo: Jesus promete estar junto o tempo todo com cada um que se dispusesse a vencer dia a dia (ver 1Co 15.31). Deste modo, não necessita de ensinos que nada têm a ver com a Escritura Sagrada (como errou Adão – Gn 3.11).

Ele, em pessoa, nos ensina tudo o que é útil e nos guia pelo caminho em que devemos andar (Is 48.17,18). Afinal, Ele é o único que sabe e pode tudo, que pode esmagar e queimar tudo que não presta sem se contaminar. E se deixarmos que Ele nos guie, seremos capazes de enxergarmos os erros à nossa volta e aniquilarmos com os mesmos, sem com isto termos nossa fé manchada e corrompida.

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