sexta-feira, 5 de setembro de 2014

70 - CONHECENDO MELHOR A DEUS - Parte 1

CONHECENDO MELHOR A DEUS

1. Introdução

Muita busca há pelo conhecimento. Daniel e Amós já haviam previsto tal explosão do conhecimento e da incessante busca para adquiri-lo (Dn 12.4; Am 8.11-13). Contudo, pouco se busca conhecer a respeito de Deus. Aqueles que têm prazer na Escritura Sagrada pesquisam sobre os mais diversos temas (escatologia, eleição, etc.); buscam conhecer até sobre os demônios, mas não se preocupam em conhecer a Deus.
Quando se medita no apocalipse, empenha-se no sentido de tentar desvendar quem é a besta, o falso profeta, a prostituta, mas pouco interesse há em conhecer a Noiva do Cordeiro, bem como a Ele próprio (e o detalhe é que o apocalipse é revelação acerca de quem é Jesus – Ap 1.1).
Considerando que somos a Noiva, logo deveríamos desejar ardentemente estar perto Dele e conhecê-Lo. É a este grupo de indivíduos que se destina este artigo.
Obs: mesmo que você, a princípio, não concorde com o que foi escrito, não deixe de ler até o final. Com certeza você irá aprender muito e, no final, com certeza irá analisar com mais calma aquilo em que você anda crendo.

2.TRINDADE x POLICIDADE  

a) Só há um só Deus

A primeira coisa que precisa ficar claro é que só existe um Deus. Embora pessoas como os espíritas e católicos afirmem isto, no fundo cada “santo” ou “espírito evoluído” deles no fundo é um deus. Afinal, em qualquer parte que alguém invocar o nome deles, eles ouvem e respondem à invocação, o que faz deles onisciente, onipresente e onipotente.
Para provar que só há um Deus, eis alguns versículos que provam isto:

·         “Porque esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra.” (Êx 9.14);
·         “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.” (Dt 6.4);
·         “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão.” (Dt 32.39);
·         Não há santo como o SENHOR; porque não há outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus.” (1Sm 2.2)
·         “Para que todos os povos da terra saibam que o SENHOR é Deus, e que não há outro.” (1Rs 8.60)
·          “Ó SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, que habitas entre os querubins; tu mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra.” (Isaias 37:16);
·         "Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador." (Isaias 43:10-11).
·         "Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus." (Isaias 44:6).
·         "Não vos assombreis, nem temais; porventura desde então não vo-lo fiz ouvir, e não vo-lo anunciei? Porque vós sois as minhas testemunhas. Porventura há outro Deus fora de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça." (Isaias 44:8).
·         "Assim diz o SENHOR, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o SENHOR que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo;" (Isaias 44:24).
·         “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças; para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro." (Isaias 45:5,6).
·         “Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR e não há outro.” (Is 45.18);
·         “Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos; quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque. " (Isaias 45:21-22).
·         "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim" (Isaias 46:9).
·         "Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.” (Is 42.8)
·         “Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem." (Isaias 48:11);
·         “E vós sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o SENHOR vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado.”
·          “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de nossos pais?” (Ml 2.10);
·         “E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome.” (Zacarias 14:9).
·         "Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão. " (Romanos 3:30).
·         “Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só.” (I Corintios 8:4).
·         "Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele." (I Corintios 8:6).
·         " Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um." (Gálatas 3:20).
·         "Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos." (Efésios 4:6).
·         "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." (I Timóteo 2:5).
·         "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem." (Tiago 2:19).
·         “E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo.” (1Jo 2.20) – Há um Santo apenas;
·         “E logo fui arrebatado no Espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono.” (Apocalipse 4:2) – Existe somente um trono no céu e apenas um sentado nele.

b) O que é a trindade?

Quem Deus é um só, está mais que provado. Mas, e o que dizer da teoria da “santíssima trindade”? Segundo os trinitarianos:

·         Existe apenas um Deus (Jo 17.3);
·         O Pai é Deus (Gl 1.1,3; Ef 6.23; Fp 2.11; Cl 3.17; 2Tm 1.2; Tt 1.4; 1Pe 1.2; 2Pe 1.17; 2Jo 3; Jd 1);
·         Jesus é Deus (Tt 2.13; Hb 1.8; 1Jo 5.20);
·         O Espírito Santo é Deus.

Mas então quer dizer que existem três deuses? Segundo os trinitarianos, não!
A trindade diz que existe um Deus e três pessoas. No entanto, ao consultar o dicionário, pode-se confirmar que pessoas vem do latim “persona”, que nada mais é do que “máscara de texto” ou, se preferir, uma personagem que a pessoa cria para se apresentar ao público.
Ou seja, o que os adeptos da trindade estão dizendo (ainda que a maioria sequer se dá conta disto) é que  Deus tem três personalidades inventadas pela imaginação de um líder religioso sagaz, ou seja, três deuses, tal como se dá nas religiões pagãs.
Sendo a trindade uma doutrina do catolicismo romano herdada do paganismo, foi introduzida com o objetivo de adequar o cristianismo às demais religiões pagãs que compunham o império romano, de modo a poder abraçar todas elas e fazer seus adeptos se sentirem à vontade no império e, assim, acabar com qualquer possível revolta. Pesquise e você verá como doutrina da trindade foi difundida desde a época da Babilônia só que, em cada nação, ela recebia um nome diferente:

·         Babilônia -> Ninrode, Semíramis e Tamuz;
·         Egito -> Osíris, Ísis, Horus;
·         Grécia -> Adonis, Afrodite e Eros;
·         Roma -> Apolo, Vênus, Cupido.

E o pior é que muitos pensam assim:

·         Vêem o Pai como um velho tirano e rabugento que está com um chicote na mão pronto para punir a menor desobediência. Porém, isso é completamente absurdo! Quer Deus mais paciente que o nosso, que foi capaz de suportar o povo de Israel murmurando no deserto por 40 anos? Nós custamos aguentar murmuração por cerca de 4 minutos!
·         o Filho, por outro lado, é visto como alguém mais paciente, bondoso e diplomático (em virtude de distorcerem, por exemplo, 1Jo 2.1). Tais pessoas acham que o Pai só não acaba de vez com a humanidade porque Jesus fica como que “aliando a cabecinha do velho” tentando acalmá-Lo. Acham que a função de Jesus como advogado é fazer o Pai mudar de ideia a nosso favor;
·         O Espírito Santo, embora o sistema religioso evangélico acredite ser uma pessoa, no fundo o consideram como uma energia, capaz de colocar alguém em êxtase (falando coisas que ninguém entende e enchendo-a de gozo, vendo coisas que ninguém entende, como se dá com os alucinógenos), curar, fazer milagres, etc. Ou seja, o veem como uma energia milagrosa que faz todos os que dela são cheios sentirem bem consigo mesmos, apesar de toda sujeira que engoliram e insistem em guardar no coração.

É curioso como as pessoas evangélicas condenam o uso de imagens, mas elas mesmas tentam imaginar Deus como 3 pessoas. Mesmo que digam o contrário, no fundo, a maioria dos que se dizem cristãos creem em três deuses.

c) A “policidade” de Deus

Com base no que foi dito no tópico anterior, não concordo que se diga que há três pessoas no Criador. Primeiro, por causa da etimologia da palavra. Como até hoje não consegui pensar em coisa melhor, adoto o termo “centro de consciência” (embora este termo não me agrade, até que alguém me sugira algo melhor, é nisto que vou acreditar).
Segundo, não existe apenas três centros de consciência no Criador, mas vários. Note como em apocalipse a Escritura Sagrada fala dos sete espíritos de Deus (Ap 1.4; 3.1; 4.5; 5.6). Considerando que sete é um número simbólico que significa “total, completo”, logo há um número de centros de consciência no Eterno que o faz completo, o qual não pode ser mensurado nem entendido pelo ser humano, mas que compõem o “conselho da vontade do Eterno” (Jr 23.18,22; Ef 1.1).
Tentar explicar isso seria o mesmo que tentar arrumar uma explicação para a onisciência, onipotência e onipresença de Deus. Como pode um único Deus estar em todos os lugares, sabendo o que se passa no coração de mais de 6 bilhões de pessoas que falam as mais diversas línguas? Como pode Ele cuidar de cada uma individualmente, protegendo, ajudando e consolando? Como o Eterno faz para saber e fazer tudo isso?
E quanto à eternidade de Deus? Como pode Deus ter sempre existido? Não há lógica nisso. Porém, nós cremos que é verdade.
Embora não exista nenhum exemplo que explique quem o Eterno é (pois Ele é incomparável – Is 40.18; 46.5), para você ter uma vaga ideia do que seja a policidade do Eterno, pense num computador com vários processadores idênticos dentro dele. Qualquer pessoa que a ele se dirige para executar alguma programa, só enxerga um computador. É o computador que executa todas as tarefas. No entanto, internamente, há vários processadores trabalhando em paralelo em plena concordância para que tudo seja feito na ordem certa e do jeito certo.
O computador não funciona sem todos os processadores. Tampouco se pode isolar um processador para trabalhar sozinho, fora do computador. Todos os processadores estão dentro do computador, trabalham em perfeita harmonia e não se pode separá-los.
Assim, quando alguém conversava com Jesus, embora estivesse vendo e conversando com um único indivíduo normal (com uma cabeça e um corpo), internamente todo o conselho do Eterno estava em comunhão plena e sobrenatural.
            Assim é a questão da “policidade de Deus”. NÃO EXISTE esta palavra no dicionário. EU INVENTEI este termo para mostrar que, ao invés de três, há vários centros de consciência. Contudo, não há como explicar o que é cada um deles (pois o Criador é incomparável – Is 40.18; 46.5). Não é possível enxergarmos que diferença há entre eles, nem como eles constituem um só Deus. O importante é que cada centro de consciência é Deus (e não apenas parte Dele), sendo impossível separá-los. É erro grave querer separá-los (como se dá na trindade).
            Isto, todavia, é para nos ensinar que se o Eterno, que é Deus, sempre reparte as tarefas em Seu interior, trabalhando sempre em conjunto com todos os Seus centros de consciência, sem jamais fazer algo fora de todo o conselho da Sua vontade (Ef 1:11), quem somos nós para agirmos de forma diferente? O Eterno assim procede, servindo-nos de exemplo (Ef 5:1; 1Ts 1:6; 1Pe 2.21; Jo 20:21; 1Jo 2:6).
Que fique claro: não são vários deuses:

1º -     Porque eles não estão separados como na mitologia grega ou romana (onde há deus do vinho, deus da guerra, etc.), nem como se dá, de modo disfarçado, na religião católica, espírita, etc. Só que, nestas, os deuses são chamados de santos (santo casamenteiro, santo curandeiro, etc.) ou entidades;
2º -     Porque não são três pessoas como creem os trinitarianos, onde cada pessoa tem uma personalidade diferente.

O problema com o ser humano é tentar humanizar o Eterno, como se Ele tivesse obrigação de ser igual à criatura. Entretanto, não há como definir com precisão estes centros de consciência porque não existe nada que se compara.
Pense: como pode o Eterno ser amor e manifestar amor antes de ter criado o mundo, a menos que, Nele, houvessem vários centros de consciência que expressavam Seu amor uns para com os outros? Além disto, já pensou no que consiste a imagem e semelhança do Eterno, segundo a qual fomos feitos (Gn 1.26,27)?
Considerando que somos transformados de glória em glória na imagem da glória do Eterno (2Co 3.18), logo a imagem Dele tem haver com Seus atributos que confirmam que Ele está presente (os mesmos que caracterizam o fruto do Espírito Santo – Gl 5.22).
Quanto à semelhança do Eterno, trata-se da Igreja. Bastar pensar que acerca de Moisés é dito que ele enxergava a semelhança do Eterno (Nm 12.8). Ora, como Moisés demonstrava isto? Quando o Eterno mostrava Sua ira por Israel (a ponto de merecerem ser destruídos), Moisés intercedia por eles por amor ao Eterno, por ver que Seu nome seria difamado (Êx 32.9-14; Nm 14.11-20). Ou seja, não era amor meramente por Israel (como se Moisés fosse um intercessor corrupto que só tenta defender um dos lados, a saber, o de Israel). Moisés não considerava o Eterno como tirano corrupto que precisava da articulação de um bom político para ser persuadido.
O interesse de Moisés não era defender os interesses do seu povo, mas sim o do Eterno, a quem Ele amava e não queria ver Seu nome injuriado, nem Seu coração triste por ser “obrigado” por Sua santidade a eliminar aqueles que Ele tanto amava. Neste episódio, ao dizer que ia destruir Israel, o que o Eterno estava mostrando era Sua dor em ter assim proceder, bem como Seu desejo que surgisse um intercessor, por meio do qual Ele poderia dar oportunidade de salvação para Israel (ver Jó 33.24; Ez 22.30; Jr 5.1). Em outras palavras, o Eterno não demonstrou Sua ira (como o sistema religioso nos induz a pensar), mas sim Seu amor e desejo de compaixão.
É bem verdade que o Eterno podia nos amar desde a eternidade passada, já que Ele vive o futuro como se fosse presente (Rm 4.17). Também é verdade que o Eterno, em espírito, ama o corpo humano no qual Ele haveria de habitar (Jo 3.35; 5.20; 15.9 – e vice-versa) antes mesmo que tudo viesse a existir (Jo 17.24).
Todavia, a semelhança do Eterno implica em Seus centros de consciência se amando uns aos outros e constituindo uma só cabeça (Deus), tal como os fiéis devem se amar uns aos outros, formando um só corpo (a Igreja). Inclusive, alguém poderia alegar que, se a comunhão da Igreja lembra a dos centros de consciência que há no Eterno, logo há muitos deuses dentro do Eterno.
Não é verdade! Note que o ser humano foi feito à “semelhança” do Eterno (Gn 1.26,27), e não “igualdade”.
Enfim, o Eterno veio em carne para nos mostrar o quanto Ele, em espírito, nos ama e também para ser o exemplo acerca do modo correto de se amá-Lo. Assim, o Eterno se fez homem para mostrar Seu amor pela humanidade e, ao mesmo tempo, instruí-la acerca da forma exata de prestar-lhe culto.

d) Como entender a policidade?

Toda confusão a respeito de Deus deve-se à dificuldade de entender que Jesus é, ao mesmo tempo, 100% homem e 100% Deus. No que a pessoa entende isto, tudo fica bem mais fácil.
Existe apenas um Deus. Jesus é Deus e Nele estava toda a plenitude na divindade (Cl 2.9). Uma vez que Jesus é a perfeita imagem de Deus, quantas pessoas há em Deus? Ora, Jesus não era apenas uma pessoa? Logo, Deus é uma pessoa. Pai, Filho e Espírito Santo são três papéis que o Criador adotou durante a história da humanidade:

·         Como Pai, Ele criou a humanidade e se relacionou com as pessoas externamente de modo invisível (isto caracterizou o Antigo Testamento);
·         Como Filho, Ele fez para Si um corpo a fim de poder habitar entre nós (Jo 1.14), se relacionando com o ser humano externamente, de modo físico, face a face. É chamado Filho porque Ele, para nos dar exemplo, anulou toda a Sua vontade corporal (analise Hb 4.14,15) para fazer o que Ele, na eternidade, determinou para o ser humano. O termo Filho lembra obediência, submissão.
Este corpo que recebeu o nome de Jesus era 100% homem e, ao mesmo tempo, recebeu toda a plenitude da divindade (Cl 2.11). Foi a única carne gerada que possuía essa característica. Daí Jesus ser o Filho Unigênito de Deus (uni + gênito = único gerado - Jo 1.14,18; 3.16,18; 1Jo 4.9).
Jesus também é o primogênito por ser a primazia de toda a criação de Deus (Cl 1.18), o que serviu de modelo para o corpo do ser humano (daí este ser a imagem do Criador – Gn 1.26,27).
Quanto ao nome Jesus, este significa “o Senhor Salva”. O título Cristo (grego) é tradução do hebraico Messias que significa “ungido”. Ou seja, o nome Jesus Cristo foi dado para mostrar como o Eterno separou um corpo (ungido = separado) só para salvar o mundo.
O intento do Eterno era revelar a Si mesmo através do corpo chamado Jesus (Jo 14.10,11).
·         Como Espírito Santo o Eterno se tornou um com o espírito de quem crê (1Co 6.17), tendo relação com Ele internamente. A razão deste título é a seguinte:
o   Espírito, porque é na área do espírito que Ele age na vida do cristão, se tornando um com este, consolando, fortalecendo contra o pecado e testificando ser ele filho de Deus;
o   Santo, porque Ele é santo e seu objetivo é levar todos que a Ele se entregam à santidade.

Estes três papéis que o Eterno haveria se exercer na história do universo é demonstrado pela natureza:

·         Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis(Rm 1:19).

Veja que a natureza expressa até a divindade de Deus. Ora, como bem sabemos:

o   o Tempo é composto de Passado, Presente e Futuro – entretanto, não são três tempos diferentes, mas sim três modos diferentes de se lidar com o tempo;
o   o Espaço é compreendido por Altura, Largura e Profundidade – não são três espaços diferentes, mas três modos de enxergar que se complementam e nos permite enxergar a completa realidade das coias;
o   a Matéria apresenta-se em três estados diferentes: Sólido, Líquido e Gasoso – não são três matérias, mas três modos em que a matéria se apresenta para ser trabalhada pelo ser humano;
o   o Ser humano é constituído de Corpo, Alma e Espírito – não são três seres humanos dentro de nós (embora, em certo sentido, a impressão que se tem é a de se tratarem de três personalidades dentro de cada pessoa). Antes, trata-se de três modos que o ser humano dispõe para se relacionar com este mundo e interpretar os acontecimentos à volta.

Para ser mais exato:

Ø  O corpo é onde estão a medula, os nervos e os neurônios que, juntos, têm a capacidade de sentir a dor, o sabor dos alimentos e tomar decisões que, muitas vezes, são involuntárias. Basta pensar: quando alguém lhe dá um beliscão ou você encosta o braço em algo quente, imediatamente você o afasta por reflexo. Você não pensou para reagir assim. Foi algo instintivo, da carne mesmo. De igual modo, não é a sua alma ou espírito que faz o coração, rim, intestino, etc, trabalhar. É tudo algo involuntário da própria carne. Logo, há nela uma comunicação com este mundo independente da alma e do espírito.
Ø  A alma, por sua vez, é a nossa parte que pensa, tem vontade e sente, tudo relacionado às coisas deste mundo
Ø  Finalmente, o espírito é a nossa parte que tem comunicação (ou pelo menos é para ter) com o mundo espiritual). O espírito raciocina, deseja, sente em conformidade com aquilo que é bom e agradável aos olhos do Eterno.

Em virtude da enorme diferença de interesses entre corpo, alma e espírito, muitos até pensam que são três personalidades diferentes. Afinal:

·         O corpo quer proteger-se a si mesmo;
·         A alma quer defender seus interesses;
·         O espírito quer as coisas celestiais.

Embora a alma e o corpo sejam muito íntimos, há casos em que até mesmo estes não agem em conformidade, como no caso do beliscão citado, onde o corpo reage sem consultar a alma.
Entre o espírito e a alma nem fala! A Escritura Sagrada diz que há uma luta sendo travada entre o homem interior e o exterior (2Co 4:16; Gl 5:17).
De igual modo, Pai, Filho e Espírito Santo são os três modos do Eterno lidar com o ser humano.
Vejamos a coisa de outro modo:
Deus criou o mundo e o entregou aos homens (Sl 115.16). A partir do livro de Êxodo, Deus constitui Moisés como mediador da lei (Gl 3.19,20). A partir daí, a pessoa podia escolher entre viver sua vida do seu jeito ou do jeito dado através de Moisés. Seja qual fosse o caso, o fato é que cada um se desviava pelo seu caminho (Is 53.6) como ovelhas desgarradas (1Pe 2.25). Afinal, não havia um caminho estabelecido, mas tão somente leis a serem observadas neste caminho.
Em outras palavras, a pessoa podia fazer sua obra (Êx 20.9), contanto que respeitasse rigorosamente os mandamentos. É claro que ninguém conseguiu!
Deus então decidiu vir ao mundo e atuar como ser humano (Jo 1.14):

·        “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (1Tm 2.5)
  • “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.” (1Jo 4.2,3).

Ou seja, Ele esvaziou-se de Si mesmo (Fp 2.5-8) e se tornou tão humano como qualquer um de nós, vivendo exatamente aquilo que Lhe agradava. O Eterno, na pessoa de Jesus, viveu a vida perfeita que era um cumprimento de toda a Sua Palavra.
Ou seja, enquanto cada um falhou com o Eterno ao seguir Seu caminho, Jesus mostrou a todos o estilo de vida perfeito que satisfaz a pureza, justiça e santidade do Eterno celestial.
A partir de então a pessoa tinha duas escolhas:

1.    Reconhecer que a vida de Jesus foi perfeita, mas achar que é capaz também de conseguir viver uma vida agradável a Deus, que satisfaça todos os Seus desejos. É claro que isto é muita arrogância, já que bilhões e bilhões de pessoas tentaram ao longo de toda a história e falharam (Rm 3.9-18,23).
2.    Reconhecer que a vida de Cristo é a única capaz de satisfazer todos os requisitos do Eterno, (refletindo exatamente quem Ele é - Jo 1.18), aceitando-a para si mesmo.

A partir daí a pessoa pode:

·         Ignorar isto e viver sua vida de qualquer jeito, ou seja, como religioso pagão (cultuando a si mesmo, ao dinheiro ou qualquer outra entidade maligna que, supostamente, lhe dará o que deseja);
·         Continuar como discípulo de Moisés (Jo 9.28), tentando viver sua vida como religioso cristão. Ou seja, tentando imitar Cristo, mas sempre se desculpando dos erros, alegando que só Jesus é perfeito e que, supostamente, Ele morreu para que, mesmo falhando, pudéssemos ser salvos.
·         Desejar viver como Jesus, sem ignorar que precisa do Espírito Santo para conseguir isto.

Neste caso, Deus promete operar em nós tanto o querer como o efetuar de acordo com Sua vontade (Fp 2.12,13). Ou seja, Ele mesmo promete guiar nosso espírito (Rm 8.14), de modo que possamos pensar e sentir como Ele (1Co 2.14-16). A este controle do Pai no nosso interior, adestrando nossa alma de modo que Sua Palavra e caráter seja parte integrante de nós (ver Jo 14.21,23; Gl 5.17) é conhecido como Espírito Santo.
Para ficar mais claro, eis um quadro com as diferenças entre trindade e policidade:


TRINDADE
POLICIDADE
1
Há três pessoas em Deus, cada uma com Sua personalidade.
Embora exista vários centros de consciência no Eterno, há apenas um só Deus indivisível.
2
Pai, Filho, e Espírito Santo são as três pessoas da Divindade, distintas, mas iguais e de mesma essência.
Porém, o Pai é cabeça. O Filho obedece ao Pai e o Espírito Santo, a Jesus.
Pai, Filho, e Espírito Santo são diferentes manifestações, papéis, títulos, atributos, ou relacionamentos com o homem. Santo. O Filho é o Eterno manifestado em carne.
3
Jesus Cristo é a encarnação da segunda pessoa da trindade.

Jesus é o Filho de Deus, encarnação da plenitude de Deus. Em Sua deidade, Jesus é o Pai e o Espírito Santo.
4
O Filho é eterno.
O Filho é gerado, não eterno. Existiu desde a eternidade somente como um plano na mente de Deus. O corpo de Cristo veio à existência atual na encarnação que se deu no ventre de Maria.
5
O Verbo (João 1.1) é a segunda pessoa da Divindade, isto é Deus Filho.
O Verbo não é uma pessoa separada, mas é o pensamento, plano, atividade, ou expressão do Eterno que, na plenitude dos tempos (Gl 4.3) se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14).
6
Jesus é o nome humano dado a Deus Filho quando se manifestou em carne.
Jesus (Jeová-salvador) é o nome pelo qual o Eterno revelou tudo que Ele realmente é.
7
O batismo nas águas é administrado "no nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Somos batizados nos ensinamentos do Salvador com a finalidade de confirmar o Eterno em Seus três papéis: Pai, Filho e Espírito Santo.
8
Veremos a Trindade ou o Triuno Deus na eternidade.
Veremos o Eterno, seja em espírito ou na pessoa de Jesus Cristo no milênio e, após o juízo final, apenas em espírito.
9
A Divindade é um mistério. Temos que aceitar pela fé o mistério da Trindade apesar de suas contradições aparentes.

A Divindade não é nenhum mistério para a igreja. Embora seja impossível entender os atributos da divindade, não há dúvidas de que Jesus é o único Deus que se manifestou na carne.

Para melhorar ainda mais e entendimento, analisemos separadamente cada um dos três títulos.

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