41) O Senhor e o Seu Ungido
·
“Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente
contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo:” (Sl
2.2)
Os reis da
terra e seus capachos (governos) não aceitam o
Eterno (Suas leis, caráter e vontade), nem mesmo se Ele vier para cumprir o que Ele
mesmo estabeleceu. Ou seja, a questão não é simplesmente considerar pesados os
mandamentos do Eterno (1Jo 5.3). O problema é
que as pessoas não querem, em hipótese nenhuma, nem o Eterno, nem nada que Lhe diz
respeito, pois o amor não é lucrativo e rompe com qualquer controle que alguém
intente contra o próximo (Lc 19.14; At 16.20,21). Tanto é assim que muitos eram inimigos da cruz que
o Eterno suportou na Sua carne (Fp 3.18).
42) Deus unge Deus
·
“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é
um cetro de eqüidade. Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus,
o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.” (Sl
45.6,7).
Este trecho
está se referindo ao Filho:
·
“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos
séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a
iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais
do que a teus companheiros. E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os
céus são obra de tuas mãos.” (Hb 1.8-10).
Aqui é bem
claro: o Filho é Deus simplesmente porque Ele é o Eterno, O que no princípio
fundou a terra e fez os céus.
Embora o
Eterno só tenha adquirido o título de Filho de Deus quando veio em Jesus, desde
a eternidade estava estabelecido que Ele viria em carne, morreria,
ressuscitaria, depois voltaria de novo para reinar 1.000 anos aqui e, após o
juízo final, entregar o reinado ao Eterno, em Seu papel de Deus, a fim de que
Ele reine por toda a eternidade sendo tudo em todos (1Co
15.28).
Como, todavia,
o Eterno podia ser o Deus de Jesus, sendo que Jesus é o próprio Eterno? Isto
mais uma vez confirma o que disse Jesus (Mt 11.27; Jo 6.44,45). Em outras palavras, o relacionamento do Eterno é
sempre com Ele mesmo. Ele nos criou para que pudéssemos experimentar Seu amor e
sabedoria (dentro de nós) por Ele mesmo
na vida de cada pessoa que Ele criou.
Tudo começa
Nele, continua por meio Dele e termina Nele (Rm 11.36; Jo 14.6; Ap 1.8,11;
21.6; 22.13). Só quem está em Jesus, ou seja, na
vida que Eterno viveu quando em carne, seguindo-O (Mt 16.24) é que pode desfrutar das promessas dadas aos que
creem.
43) Qual o nome do Pai e do Filho? Quem subiu ao céu para trazer o Messias para a terra?
·
“Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos
seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as
extremidades da terra? Qual é o seu nome? E qual é o nome de seu
filho, se é que o sabes?” (Pv 30.4);
·
“Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o
Filho do Homem, que está no céu.” (Jo 3.13);
·
“Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem
subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.)” (Rm
10.6).
·
“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele
cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e
o de seu Pai.” (Ap 14.1).
Já que o Pai é
o Eterno em Sua divindade e Filho, o Eterno em Sua humanidade, que importância
há em saber o nome dos dois (e o nome do Espírito Santo não é importante saber)? Nome significa identidade. É imprescindível
identificar corretamente quem é o Pai e o Filho, já que é o conhecimento de
ambos que caracteriza a eternidade (Jo 17.3):
·
O Pai é o
único ser espiritual a ser buscado, o único que deve estar acima de nós;
·
O Filho
representa o tipo de vida a ser recebido por todo aquele que realmente quer ser
filho do Eterno;
·
O Espírito
Santo é o Eterno operando todas as Suas maravilhas dentro de nós a fim de
vivermos como Ele, em carne, viveu.
O único que subiu ao céu foi o Eterno, o qual
desceu e se fez carne. Mas como o Eterno subiu, se Ele é o Altíssimo? Assim
como o Eterno, não tendo ninguém superior por quem jurar, jurou por Si mesmo (Hb 6.13), não tendo nada nem ninguém que seja acima Dele,
logo Ele fica subindo acima de Si mesmo (Se reafirmando, de modo que
ninguém duvide que nada existe acima Dele), lembrando o
que se dá com as correntes de ar, onde o ar mais frio desce para dar lugar ao
mais quente até ficar mais aquecido e poder subir.
O único humano capaz de subir ao céu levando nossas
misérias é o Eterno, a fim de buscar do Eterno, em Seu papel como Deus, nova
unção, revelação. Aliás, era assim que o Eterno, em carne, crescia em estatura
e graça (Lc 2.52). Ele, como homem,
não era imutável, mas tinha que amadurecer como qualquer homem, de fé em fé (Rm 1.17), de Favor em Favor (Jo 1.16), de glória em glória (2Co 3.18).
Ele, como homem “subia” ao céu em oração, dando
espaço para Ele, como Deus, “descesse” em Seu corpo, ficando neste ciclo de
renovação. A cada momento Seu corpo humano era renovado pela Glória Dele, a
qual ia de encontro ao que cada um estava sofrendo naquele momento.
É assim que as misericórdias do Eterno se renovam a
cada dia na nossa vida (Lm 3.22,23). Mas entenda:
para a unção descer, primeiro é necessário que orações subam pelo Eterno
operando em nosso espírito (é o princípio do orvalho - Gn 2.6).
44) O Filho de Deus já existia antes da fundação do mundo?
Se pensarmos
que, quem estava ocupando o corpo de Jesus, era o próprio Eterno, é lógico que
Ele sempre existiu. Contudo, Ele só se tornou (ou executou o papel) o que realmente significa ser Filho de Deus quando
veio em carne.
Logo, o título
Filho só existiu a partir de Jesus. Antes, o Filho não existia, a não ser na
mente do Eterno como algo que Ele viria a cumprir há cerca de 2.000 anos atrás.
Sendo assim,
como fica então os versículos abaixo?
·
“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” (Is
7.14)
·
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o
principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Is
9.6).
A impressão, a
princípio, é que a profecia de Is 7.14 se cumpriu em Is 9.6 (note o
termo “nasceu”, passado), ou seja, na
época de Isaías. No entanto, quando se analisa Is 9.1, vê-se que trata-se de um
evento futuro, mas que Isaías estava vivenciando o mesmo (e não
apenas vendo e ouvindo).
E como
chamaria o Filho que iria nascer em Israel:
·
Maravilhoso
-> o mesmo nome e característica do anjo que se apresentou a Manoá (Jz
13.18,19). Em tal passagem, o Eterno usa o
anjo para falar com Manoá e sua mulher. Como ambos não podiam compreender nem
suportar a revelação do nome que expressa tudo que Ele é (ver Jo
16.12), o anjo se absteve de revelar-lhe o tal;
·
Conselheiro
-> ou seja, o único que pode aconselhar o Eterno (Rm 11.34), a totalidade do Seu conselho (Jr
23.19,22);
·
Deus Forte
-> não é um Deus distante, mas sempre presente operando Seu querer e efetuar
na vida de quem crê (2Cr 16.9; Fp 2.12,13);
·
Pai da
Eternidade -> não apenas é eterno, mas é aquele que caracteriza a eternidade
(Jo 17.3). Ou seja, é
Ele quem dá origem a toda a eternidade. Em outras palavras, eternidade não é
uma medida de tempo separada do Eterno, mas é a Sua presença que a define.
·
Príncipe da
Paz -> ele não apenas dá a paz, mas faz com que ela seja decisiva no nosso
coração (Cl 3.15). É Ele quem
faz da paz o caminho a ser seguido (ver Is 59.7,8).
45) O Renovo do Senhor: Aquele que vem para renovar a justiça
·
“Naquele dia o renovo do SENHOR será cheio de beleza e de
glória; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de
Israel.” (Is 4.2).
·
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em
quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará
justiça aos gentios. Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os
estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao
povo que nela está, e o espírito aos que andam nela. Eu, o SENHOR, te chamei em
justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo,
e para luz dos gentios.” (Is 42.1,5,6).
·
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo
justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo
e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro;
e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.” (Jr
23.5,6)
·
“Naqueles dias e naquele tempo farei brotar a Davi um Renovo de
justiça, e ele fará juízo e justiça na terra. Naqueles dias Judá
será salvo e Jerusalém habitará seguramente; e este é o nome com o qual Deus a
chamará: O SENHOR é a nossa justiça.” (Jr 33.15,16).
·
“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá,
de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os
tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Mq
5.2)
·
“E fala-lhe, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis aqui o
homem cujo nome é RENOVO; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do
SENHOR. Ele mesmo edificará o templo do SENHOR, e ele levará a glória; assentar-se-á
no seu trono e dominará, e será sacerdote no seu trono, e conselho de paz
haverá entre ambos os ofícios.” (Zc 6.12,13).
O Eterno faz
brotar o Renovo, ou seja, Ele, em pessoa, manifestado em carne. Considerando
que a capacidade de regenerar e renovar é do Espírito Santo, logo vê-se o
Eterno como Aquele que veio em carne para tornar novo em nosso espírito aquilo
que havia envelhecido por ter sido ignorado (a saber, o verdadeiro
propósito (amor) por traz das leis do Antigo Testamento).
As más
intepretações das leis do Antigo Testamento levaram o povo de Israel a ignorar
o significado das mesmas, de modo que, por fim, tudo que restou foi um mero
formalismo religioso externo. Agora, Ele viria em carne para manifestar a verdadeira
justiça do Reino dos Céus (Mt 6.33). Muitos
pensam que Seu reinado é somente físico no milênio. No entanto, o cetro de
ferro com que o Eterno pretende usar para dominar em carne glorificada no
milênio é a Sua justiça, a saber, a capacidade dada ao que crê de “pagar o
preço” pelo pecador a fim de que este volte a ter a capacidade de se ligar ao
amor e ao bem.
Como assim? A
justiça do Renovo não espera que as pessoas se consertem. Antes, ela capacita
os fiéis a serem o que os pecadores precisam para se consertarem.
46) Jesus é o Verbo de Deus
·
“Enviou a sua palavra, e os sarou; e os livrou da sua
destruição.” (Sl 107.20);
·
“Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não
tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao
semeador, e pão ao que come, Assim será a minha palavra, que sair da minha
boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e
prosperará naquilo para que a enviei.” (Is 55.10,11);
·
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus.” (Jo 1.1).
Jesus é
considerado como a Palavra do Eterno, ou seja, não como alguém diferente na
divindade (tal como não é possível separar alguém da Sua
Palavra). Aliás, a palavra de alguém faz parte daquilo que
a define. No caso do Eterno, como Ele não muda (Ml 3.6; Hb 13.8) e não mente (Nm 23.19), Sua Palavra é uma expressão exata de quem Ele é.
Em outras
palavras, Jesus é uma descrição exata de quem é o Eterno. Quer melhor forma de mostrar
o Eterno do que deixando Ele usá-lo para se mostrar aos outros? Nada que
fizermos ou falarmos terá o mesmo efeito.
Pense: quando
Filipe pediu para Jesus mostrar o Pai, Ele não apresentou alguém diferente
Dele. Antes, o que foi que Ele sempre disse?
·
“E quem me vê a mim vê aquele que me enviou" (João
12:45);
·
“Se vós me tivessem conhecido, conheceríeis também a meu Pai. E
desde agora o conheceis e o tendes visto” (João 14:7);
·
“Há tanto tempo estou convosco e não me mendes conhecido Filipe?
Quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu então, mostra-nos o Pai? Tu não
crês que eu estou no Pai, e o Pai em mim? As palavras que eu vos digo não as
digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em mim, é quem faz as obras.
Crede-me que eu estou no Pai e o Pai em mim; crede ao menos por causa das
mesmas obras” (João 14:9-11).
·
“O Pai está em mim, e eu nele" (João
10:38).
A única forma
de Jesus ser a perfeita imagem (descrição) do Pai é
sendo Ele em pessoa. Não havia ninguém diferente a ser apresentado.
47) A sabedoria do Eterno é uma pessoa distinta Dele (Pv 1.20-33; 8.1-36; 9)?
O Eterno usou
Sua sabedoria para fazer céus e terra (Sl 136.5; Pv 3.19; Jr 10.12). Sabedoria é algo inerente a uma pessoa, e não um
ser existente nela. No caso do Eterno, a razão de Ele personificar Sua
sabedoria se deve em virtude de a mesma não ser apenas mera filosofia, mas algo
que faz diferença neste mundo e que por si mesma opera coisas (não
dependo do esforço do homem para se manter viva e íntegra – daí Sl 117.2).
Embora exista
um esforço deliberado para deter a mesma (Rm 1.18), ainda assim a sabedoria de Deus só pode ser
impedida de chegar a alguém se tal pessoa não a quiser em sua vida.
O auge desta
personificação da sabedoria e poder do Eterno se dá no ser humano chamado
Cristo (1Co 1.24). Ao suportar tamanha
oposição dos pecadores, o Eterno manifesta:
·
A grande força
que há no Seu amor, capaz de suportar horrores até o fim só para que Ele
pudesse desfrutar da alegria de ter com quem compartilhar Seus tesouros (caráter,
sabedoria, amor, etc.);
·
A imensa
sabedoria Sua, a qual corta o mal pela raiz (o ego corrompido de cada um) ao invés de apenas amenizar a dor que há no
coração. Parecia loucura: como um morto poderia salvar uma nação? Contudo, o
grão de trigo só dá fruto se morrer (Jo 12.24).
Lembre-se de
que nunca falou a respeito de Si mesmo, mas apenas acerca do Pai:
·
“Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me
enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de
falar.” (Jo 12.49);
·
“Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina
conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” (Jo
7.17)
Mas então,
como explicar os versículos abaixo?
·
“Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim
mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde
vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou.” (Jo
8.14);
·
“Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica
também o Pai que me enviou.” (João 8.18).
A única
explicação é que, testificar de Si era testificar do Pai. Ou seja, Jesus não é
uma personalidade diferente existente do Eterno, mas quem Ele sempre foi, mas
que as pessoas entenderam (e entendem até hoje) errado por não compreenderem a diferença entre Antigo e Novo Testamento
(a saber, que o novo, embora mais antigo que o velho, era novo por ser
renovado pela presença do Eterno ao invés de permanecer como uma letra morta –
2Co 3.6).
48) Santo, santo, santo
·
“E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o
SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Is
6.3)
·
“E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao
redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de
noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que
era, e que é, e que há de vir.” (Ap 4.8).
Isto lembra o
que fora profetizado pro Jeremias:
·
“Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do SENHOR.” (Jr
22.29)
Aqui não havia
três terras. Antes, o que estava sendo profetizado é que, seja no passado, no
presente ou no futuro, toda a terra deveria se preocupar em ouvir a palavra do
Eterno.
Repare a
ligação do “santo, santo, santo” com o fato de a terra ter se enchido da glória
do Eterno. Mas como a terra haveria de se encher da glória do Eterno como as
águas cobrem o mar (Is 9.11; Hc 2.14)? Simples: por que Ele sempre haveria de enviar Sua palavra, seja no
passado (o que era), presente (o que é) e futuro (o que há de vir), de modo que Sua santidade estivesse disponível a
todos quantos estivessem dispostos a enxergar Sua beleza (Sl 29.2;
96.9).
E assim como o
fato de repetir a palavra “santo” três vezes não implica que há três deuses ou
três pessoas na divindade, o fato de aparecer a palavra Senhor ou Deus duas ou
três vezes nos versículos abaixo também não:
·
“O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça
resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; o SENHOR
sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.” (Nm 6.24-26) -> aqui estava sendo enfatizado o nome do Eterno
em conexão com aquilo que Ele deseja fazer em cada um:
o abençoar e guardar – o Eterno assim faz a fim de
que os fiéis sejam guardados do pecado pelo Seu Favor para com as pessoas (Jd 21);
o resplandecer Seu rosto sobre o indivíduo e ter misericórdia
dele – o Eterno resplandece Seu rosto a fim de salvá-lo da mágoa, de modo que
ele possa sempre ser usado para o perdão dos perdidos que lhe machucaram (Sl 20.5;
35.9; 40.16; 70.4).
o levantar Seu rosto sobre a pessoa e dar-lhe a paz –
quando alguém caía sobre o seu rosto, estava reverenciando seu senhor. Contudo,
melhor do que preceder assim para com o Eterno é buscar que o rosto Dele seja
exaltado sobre a nossa vida. Nada adianta renunciarmos nossa vontade se a Dele
não for evidenciada na nossa vida. É para tomarmos o jugo dele para nós (Mt
11.28-30).
·
“Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.”
(Dt 6.4) -> aqui é dito a Israel que o
nome do Eterno é único, ou seja, não poderia ser atribuído a nenhum ser humano.
Também jamais Seu caráter deveria ser confundido. Ou seja, jamais devemos
pensar que encontraremos alguém com o caráter do Eterno. O que é possível de
encontrarmos é alguém usado pelo Eterno. Neste caso, encontrarmos alguém que
manifesta Seu caráter (Gl 5.22). Todavia, não
é porque a pessoa se tornou boa, mas sim porque Ele deu espaço apenas para a
vontade de Deus na sua vida.
·
“Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as
suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto,
por amor do Senhor.” (Dn 9.17) -> O Eterno ouve a oração por amor a Ele, e não
a nós (2Rs 19.34; 20.6; Is 37.35; 43.25; 48.9,11; 66.5;
Ez 20.9,14,22,44; 36.21). Louvado seja
Ele por isso, pois se Seu amor e fidelidade a nós dependesse de nós, estávamos
todos perdidos. De igual modo, nosso amor pelo próximo deve estar firmado
naquilo que o Eterno é em nós e deseja ser na vida da pessoa.
49) O homem que é meu companheiro
·
“Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é
o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos. Fere ao pastor, e espalhar-se-ão
as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os pequenos.” (Zc
13.7).
O Eterno, em
sua divindade, chama a espada contra Si próprio em carne humana, confirmando
aquilo que Ele mesmo disse:
·
“Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a
tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder
para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.” (Jo
10.17,18).
O Eterno, em
carne, era o único homem capaz de ser Seu pastor e companheiro, ainda mais num
momento crítico como este. Enquanto que o ser humano que serve ao Eterno
questiona quando é vítima de injustiça, apenas o próprio Eterno, em carne, é
capaz de permanecer firme até o fim em dar Sua vida pelas ovelhas (Jo 10.11).
O verdadeiro
desafio é ir aonde quer que o Eterno vá (Jr 2.2), mesmo quando tudo parece estar contra mão.
50) Jesus se alegrou no Espírito Santo e orou ao Pai
·
“Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e
disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste
estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é,
ó Pai, porque assim te aprouve.” (Lc 10.21);
O Eterno, em
Seu papel divino, manifesta Sua alegria no ser humano que Ele proveu para Si.
Em resposta, Este se dirige a Ele, demonstrando mais uma vez um perfeito
diálogo e intimidade entre os centros de consciência que há Nele, bem como a
perfeita comunhão entre a humanidade e a divindade do Eterno em Cristo. Em
outras palavras, o que alegra um centro de consciência, alegra os demais. E
jamais eles se alegram isoladamente.
b) Teofania
Uma das coisas
que as pessoas usam para tentar justificar a questão da trindade são as
teofanias, ou seja, a aparição, revelação ou manifestação do Eterno em forma
visível. O sistema religioso alega que, nestas teofanias, era Jesus quem estava
a aparecer (principalmente quando o Eterno se manifestava em
forma humana, como se deu com Abraão, por exemplo. O Eterno apareceu em uma
visão como homem (Gênesis 18:1-33). O Eterno e
dois anjos apareceram na forma de três homens (Gn 18:2) e ambos comeram daquilo que Abraão proveu. Os dois
anjos partiram para Sodoma enquanto o Eterno permaneceu falando com Abraão (Gênesis
18:22; 19:1).
Contudo, não
se trata da manifestação de uma pessoa separada da trindade. Antes, é o Eterno
mesmo que está a se manifestar. Sendo Ele Deus, não existe dificuldade alguma
para Ele se manifestar em forma de pomba, ser humano, planta, elementos da
natureza, etc. ao mesmo tempo. Muito menos de se revelar por meio de algum
sinal, como mostrado abaixo:
·
Através de
sonho - “E sonhou: e
eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de
Deus subiam e desciam por ela; e eis que o SENHOR estava em cima dela, e
disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra,
em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; e a tua descendência
será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte,
e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da
terra; e eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te
farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que
te tenho falado. Acordando, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o
SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia.” (Gn
28.12-16);
·
Manifestando
Sua glória em forma de fogo consumidor – “Então disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e
dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para
os ensinar. E levantou-se Moisés com Josué seu servidor; e subiu Moisés ao
monte de Deus. E disse aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós; e
eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio, se chegará a eles.
E, subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte. E a glória do SENHOR
repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia
chamou a Moisés do meio da nuvem. E o parecer da glória do SENHOR era como
um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel.” (Êx
24.12-17);
·
Manifestou Sua
glória – “Mas toda a
congregação disse que os apedrejassem; porém a glória do SENHOR apareceu
na tenda da congregação a todos os filhos de Israel. E disse o SENHOR a Moisés:
Até quando me provocará este povo? E até quando não crerá em mim, apesar de
todos os sinais que fiz no meio dele?” (Nm 14.10,11);
·
Deus se
manifestou à vista de todo o Israel em meio a trovão, raios, nuvem, e som de
bozina, fumaça, fogo - “E
aconteceu que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos sobre
o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que
estremeceu todo o povo que estava no arraial. E Moisés levou o povo fora do
arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo o monte
Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu
como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o sonido
da buzina ia crescendo cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia
em voz alta. E, descendo o SENHOR sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte,
chamou o SENHOR a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.” (Êx
19.16-20);
“Face a face o SENHOR falou
conosco no monte, do meio do fogo” (Dt 5.4);
·
Como homem - “E sucedeu que, estando Josué
perto de Jericó, levantou os seus olhos e olhou; e eis que se pôs em pé
diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua; e chegou-se Josué a
ele, e disse-lhe: És tu dos nossos, ou dos nossos inimigos? E disse ele: Não,
mas venho agora como príncipe do exército do SENHOR. Então Josué se
prostrou com o seu rosto em terra e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu
senhor ao seu servo? Então disse o príncipe do exército do SENHOR a Josué:
descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué
assim.” (Jz 5.13-15) - O título
“príncipe do exército do SENHOR” e o fato de que ele não repreender Josué por
adorá-Lo sugerem que esta foi realmente uma manifestação de Deus. Josué não
poderia ter adorado ao Eterno por causa do aparecimento do príncipe, já que isto
contradiz Apocalipse (Ap 19:9-10; 22:8-10);
·
O Eterno se
manifestou em meio a um redemoinho - “Depois disto o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho,
dizendo:” (Jó 38.1);
“Com o ouvir dos meus ouvidos
ouvi, mas agora te vêem os meus olhos.” (Jó
42.5);
·
O Eterno
manifesta Sua glória e envia fogo - “Então entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; depois
saíram, e abençoaram ao povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o
povo. Porque o fogo saiu de diante do SENHOR, e consumiu o holocausto e
a gordura, sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilaram e caíram sobre as
suas faces.” (Leviticos 9:23-24);
·
O Eterno envia
fogo para consumir os dois religiosos - “E OS filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu
incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram
fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de
diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR.” (Leviticos
10:1-2);
·
O Eterno
aparece sentado no trono – “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor “assentado
sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.” (Is
6.1);
·
O Eterno
manifesta Sua glória e em fogo - “Sucedeu, pois, no sexto ano, no sexto mês, no quinto dia do mês,
estando eu assentado na minha casa, e os anciãos de Judá assentados diante de
mim, que ali a mão do Senhor DEUS caiu sobre mim. E olhei, e eis uma
semelhança como o aspecto de fogo; desde o aspecto dos seus lombos, e daí
para baixo, era fogo; e dos seus lombos e daí para cima como o aspecto de um
resplendor como a cor de âmbar. E estendeu a forma de uma mão, e tomou-me pelos
cabelos da minha cabeça; e o Espírito me levantou entre a terra e o céu, e
levou-me a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro,
que olha para o norte, onde estava o assento da imagem do ciúmes, que provoca
ciúmes. E eis que a glória do Deus de Israel estava ali, conforme o aspecto que
eu tinha visto no vale.” (Ez 8.1-4).
·
Como um ancião
de Dias - “Eu continuei
olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se
assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a
pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente.” (Dn
7.9)
·
“Vi o Senhor, que estava em pé sobre o altar; e me disse:
Fere o capitel, e estremeçam os umbrais, e faze tudo em pedaços sobre a cabeça
de todos eles; e eu matarei à espada até ao último deles; nenhum deles
conseguirá fugir, nenhum deles escapará.” (Am 9.1).
·
“E continuou o SENHOR a aparecer em Siló; porquanto o SENHOR se
manifestava a Samuel em Siló pela palavra do SENHOR.” (I
Samuel 3:21);
·
“E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e
abençoou-o. E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas
Israel será o teu nome. E chamou-lhe Israel.” (Gn
35.9,10);
·
“E apareceu-lhe o SENHOR, e disse: Não desças ao Egito;
habita na terra que eu te disser;” (Gn 26.2).
·
“E apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite, e disse: Eu
sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e
abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão meu
servo.” (Gn 26.24).
·
“E apareceu o SENHOR a Abrão, e disse: À tua descendência
darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.” (Gn
12.7)
·
“SENDO, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o
SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha
presença e sê perfeito.” (Gn 17.1);
·
Numa coluna de
nuvem - “E logo o
SENHOR disse a Moisés, a Arão e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação. E
saíram eles três. Então o SENHOR desceu na coluna de nuvem, e se pôs à
porta da tenda; depois chamou a Arão e a Miriã e ambos saíram.” (Nm
12.4,5);
·
“Então o SENHOR pôs a palavra na boca de Balaão, e disse:
Torna-te para Balaque, e assim falarás.” (Nm 23.5);
·
“E, encontrando-se o SENHOR com Balaão, pôs uma palavra na
sua boca, e disse: Torna para Balaque, e assim falarás.” (Nm
23.16);
·
“E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e
ele proclamou o nome do SENHOR.” (Êx 34.5)
·
“E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de
Israel. E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que
uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade.
Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas
viram a Deus, e comeram e beberam.” (Êxodo 24:9-11).
Tudo isto,
todavia, não é indício de distintas pessoas ou seres na divindade, mas sim de
que Ele tem poder e onipresença, a ponto de poder se manifestar na forma que
melhor lhe convier e em vários lugares ao mesmo tempo.
c) O anjo do SENHOR: Trata-se de teofania ou um anjo como os outros?
Em certos
lugares tudo leva a crer se tratar de uma teofania, a saber, o Eterno se
tornando visível ao ser humano. Será que isto é verdade? Eis alguns exemplos:
·
“E o anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no
deserto, junto à fonte no caminho de Sur. E ela chamou o nome do SENHOR,
que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu
também para aquele que me vê?” (Gn 16.7,13) – com certeza era com um anjo que Hagar conversou.
Todavia, entendendo que não era o anjo, mas sim o Eterno que a favoreceu, ela,
acertadamente, identificou o Eterno (e não ao anjo) na Sua vida por um nome;
·
“E apareceu-lhe o anjo do SENHOR em uma chama de fogo do
meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se
consumia.” (Êx 3.2) – quem
apareceu a Moisés foi um anjo, mas era o Eterno quem estava a falar (At
7.30-38) por ele (como em Mt 10.19,20);
·
“E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os
guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que
caminhassem de dia e de noite.” (Êx 13.21) – Conforme Êxodo 14:19, trata-se de um anjo que o
Eterno estava usando para guiar Seu povo.
·
“Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como
príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. E Jacó lhe
perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que
perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. E chamou Jacó o nome daquele lugar
Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi
salva.” (Gn 28.28-30) - Conforme
Oséias 12.4, trata-se de um anjo que o Eterno estava usando para lutar contra
Jacó (tanto que Jacó dizer que viu Deus face a face). Daí ser dito que Ele estava lutando com Deus (Os 12.3). Note que não é dito que era o anjo do SENHOR.
Logo era um anjo lutando com tal fidelidade que Jacó enxergou a mão do Eterno
ali;
·
“E subiu o anjo do SENHOR de Gilgal a Boquim, e disse: Do
Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado e
disse: Nunca invalidarei a minha aliança convosco.” (Jz
2.1) – Novamente era um anjo proferindo a mensagem do
Eterno. O que acontece é que, quando alguém se porta como um perfeito porta-voz
de uma autoridade, é como se fosse esta mesma quem estivesse a falar, já que o
indivíduo não fala de si mesmo, da sua vontade, mas expressando exatamente
aquilo que a autoridade queria falar se estivesse presente;
·
“Então o anjo do SENHOR lhe apareceu, e lhe disse: O
SENHOR é contigo, homem valoroso.” (Jz 6.12) – o Eterno estava usando o anjo (Jz
6.20,21) para olhar para Gideão (Jz 6.14) e falar com Ele (Jz 6.16,23).
·
“E o anjo do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis
que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um
filho.” (Jz 13.3) – Não há
dúvidas de que era uma anjo, já que ele não aceitou holocaustos (Jz 13.16). Contudo, o fato de o Eterno tê-lo usado para
falar com Manoá e sua esposa os levou a crer que era o próprio Eterno que eles
estavam vendo (Jz 13.22).
·
“Mas o anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse:
Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão
sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e
não me negaste o teu filho, o teu único filho.” (Gn
22.11,12) – Não há dúvidas que era o próprio
Eterno falando (Gn 22.16-18) pela boca do
anjo (Gn 22.15).
·
“E a ira de Deus acendeu-se, porque ele se ia; e o anjo do
SENHOR pôs-se-lhe no caminho por adversário; e ele ia caminhando, montado
na sua jumenta, e dois de seus servos com ele.” (Nm
22.22). - Por diversas vezes é afirmado que se trata de um
anjo (Nm 22.23-27,31,32,34,35). Se Balaão se
prostrou diante do anjo não foi para adorá-lo, mas sim por medo (Nm 22.31).
·
“E começou Salomão a edificar a casa do SENHOR em Jerusalém, no
monte Moriá, onde o SENHOR aparecera a Davi seu pai, no lugar que Davi
tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu.”;
“Estendendo, pois, o anjo a
sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e
disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua
mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu. E,
vendo Davi ao anjo que feria o povo, falou ao SENHOR, dizendo:
Eis que eu sou o que pequei, e eu que iniquamente procedi; porém estas ovelhas
que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai.” (2Sm
24.16,17) – somente uma vez neste versículo diz se tratar do
anjo do SENHOR. Note, todavia, que nas demais vezes só é dito anjo (2Sm 24.17). Trata-se de o Eterno usando o anjo para mandar a
peste sobre Israel (2Sm 24.15; 1Cr 21.15,16). Por isto é dito que o Senhor aparecera a Davi (2Cr
3.1).
·
“Olhei de noite, e vi um homem montado num cavalo vermelho; e ele estava
parado entre as murtas que estavam na baixada; e atrás dele estavam cavalos
vermelhos, malhados e brancos. E eles responderam ao anjo do SENHOR, que estava
entre as murtas, e disseram: Nós já percorremos a terra, e eis que toda a terra
está tranqüila e quieta.” (Zc 1.8,11) – Um anjo será usado pelo Eterno para tirar a paz
dos pagãos (Zc 1.12) que não se
afligem com a ruína do povo do Eterno (ver Zc 1.14,15; Am 6.1,3-6).
·
“E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo
do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua
mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;” (Mt
1.20).
“E, tendo eles se retirado,
eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te,
e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te
diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.” (Mt
2.13) – Embora pouco seja dito acerca deste anjo, não há
motivo para duvidar que é o Eterno falando a José por meio dele;
·
“E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor,
descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela.” (Mt
28.2) – Dois anjos apareceram a estas mulheres (Lc 24.4;
Jo 20.12). Um foi chamado anjo do Senhor por
ter sido usado pelo Eterno para falar-lhes (Mc 16.5);
·
“E o anjo do SENHOR falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e
vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está
deserta.” (At 8.26) - Repare como
era o Eterno falando por meio deste anjo a Filipe (At 8.29).
·
“Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te
repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda! Não
é este um tição tirado do fogo?” (Zc 3.7 – AR1967).
“Jeová disse a Satanás:
Que Jeová te repreenda, ó Satanás; sim, repreenda-te Jeová que escolheu a
Jerusalém: acaso não é este um tição tirado do fogo?” (Zc
3.2 – TB1917).
Pense: como
que o Eterno poderia dizer: “que o Eterno te repreenda, ó Ha-Satan”? Se fosse
Ele, o mais correto seria: “Eu te repreendo, ó Ha-Satan”. Logo, o mais correto
de pensar é que é o anjo do Senhor, aqui, não é o Eterno, mas um simples anjo
sendo usado pelo Eterno como porta-voz para repreender Ha-Satan (ver Mt
10.19,20).
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Vem a questão:
por que não se vê teofania na época de Jesus e dos apóstolos. Enquanto o Eterno
estava presente em carne, não precisava de mais nenhum outro tipo de
manifestação, mesmo porque era este corpo chamado Jesus que deveria ser
exaltado. E depois da morte do Eterno, em carne, não havia mais necessidade,
pois Seu Espírito passou a falar diretamente com todo que Nele crê, de modo que
cada um passou a ser “anjo do SENHOR”.
A diferença
entre o “anjo do SENHOR” e os demais anjos é que, enquanto estes ouviam a
mensagem do Eterno e a transmitia, aquele era usado como instrumento pelo
Eterno falar ou fazer diretamente aquilo que era da Sua vontade. Trata-se de
uma manifestação tão intensa do Eterno que via-se apenas a Ele.
d) Qual é o problema em se crer na trindade?
1º - Limita-se Deus a três centros de consciência;
2º - A pessoa afirma que a manifestação de Deus em Cristo não foi plena;
3º - Conduz as pessoas a separarem Deus, como se Ele se dividisse para
realizar tarefas.
4º - Induz as pessoas a enxergarem cada centro de consciência de um
determinado modo.
e) Por que o Eterno permitiu que houvesse muitos versículos que dessem margem a confusão?
Em primeiro
lugar, o Eterno não tem culpa de as pessoas tentarem interpretar Sua Escritura
Sagrada com conceito e visão errados;
Segundo, o
Eterno nunca pretendeu que a Escritura Sagrada o substituísse. Ou a Escritura
Sagrada aproxima o indivíduo do Eterno, ou acaba por afastá-lo de vez Dele.
Para quem não O quer em sua vida, nem têm prazer em amar o próximo, a Escritura
Sagrada é instrumento para instalar confusão.
·
“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e,
ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que
diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, E, vendo, vereis, mas não
percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau
grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos,
E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os
cure. Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos,
porque ouvem.” (Mt 16.13-16).
Resumindo:
para quem ama a Verdade a ponto de querer guardá-la, ensiná-la, vivê-la, o
Eterno faz questão que a pessoa não seja confundida (Rm 10.11). Para quem tem prazer em suas más obras, Ele
próprio envia a enganação:
·
“E se o profeta for enganado, e falar alguma coisa, eu, o SENHOR,
terei enganado esse profeta; e estenderei a minha mão contra ele, e
destruí-lo-ei do meio do meu povo Israel. E levarão sobre si o castigo da sua
iniqüidade; o castigo do profeta será como o castigo de quem o consultar. Para
que a casa de Israel não se desvie mais de mim, nem mais se contamine com todas
as suas transgressões; então eles serão o meu povo, e eu lhes serei o seu Deus,
diz o Senhor DEUS.” (Ez 14.9-11).
·
“A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o
poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para
os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por
isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que
sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na
iniquidade.”. (2Ts 2.9-12).
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