segunda-feira, 8 de setembro de 2014

78 - QUANTO MAIS DESAGRADÁVEL É O PRÓXIMO, MAIOR É A BÊNÇÃO PARA A QUAL VOCÊ ESTÁ SENDO PREPARADA. DESPREZÁ-LO É SER CONDENADO À MEDIOCRIDADE

QUANTO MAIS DESAGRADÁVEL É O PRÓXIMO, MAIOR É A BÊNÇÃO PARA A QUAL VOCÊ ESTÁ SENDO PREPARADA. DESPREZÁ-LO É SER CONDENADO À MEDIOCRIDADE

 

·         “Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Lc 14.11).

 

Qual é a melhor maneira para humilharmos a nós mesmos? Infelizmente, por causa do entendimento errado que nos é passado pelo Sistema Babilônico, somos induzidos a acreditar que o objetivo é sempre ganhar. Quando nos é dito para negarmos a nós mesmos e tomarmos nossa cruz (Mc 8.34), não conseguimos admitir isto em nós mesmos. Como, no entanto, resolver isto?

Para ilustrar isto melhor, imagine uma competição de cavalos onde o vencedor é o mais lento. Como dois indivíduos, cada qual com seu cavalo, faria para provar que seu cavalo é o menos veloz? Se cada um tentasse ir mais devagar do que o outro, por fim ambos parariam e ninguém chegaria a lugar algum. Não haveria corrida.

Infelizmente, a maioria se agarra em suas próprias mentiras (como se deu com Judá em Am 2.4). Não é mais capaz de viver a verdade e sofrer para que a mesma seja confirmada. Não se luta mais pela vida do próximo que o Eterno colocou na nossa vida, mesmo sendo o 2º mandamento do Eterno (Mt 22.39). Esquecem que é este que Ele usa para trazer-lhes aquilo que Ele lhes deu (Mt 18.18,19), para os fazer crescer a fim de que possam aproveitar a oportunidade que Ele lhes preparou (Ec 9.11). Sem amar o próximo chato, desagradável (se humilhando debaixo da potente mão do Eterno – Tg 4.6; 1Pe 5.5-7), jamais o indivíduo será maduro (ver Gl 4.1-3) o suficiente para ser colocado na presença daqueles que são grandes aos olhos do Eterno (Pv 22.29).

Certa vez li a seguinte ilustração. Um prisioneiro de guerra foi conduzido a uma fortaleza escabrosa. Após permanecer ali alguns dias foi lhe dada a seguinte opção: se você quiser continuar vivo, pode ficar aqui como escravo ou você pode enfrentar o que existe atrás daquela porta ali e, caso vença, fica livre. Como o lugar e, principalmente, a porta, eram sobremodo horrendos, a grande maioria preferia continuar vivendo como escravo.

Um dia, um dos leais servos do general conquistador lhe perguntou acerca do que havia detrás da porta. Ele chamou o servo e mostrou. Tratava-se de uma porta que conduzia à liberdade. Infelizmente, o medo deixava a maioria dos escravos paralisada para o bem, preferindo passar pela vida como escravo do que viver a liberdade fazendo bom uso da mesma.

Hoje, a  luta do indivíduo é a de buscar, no Eterno, uma vida de amor e dedicação ao próximo.

Se, ao invés de o indivíduo buscar alcançar a vitória em si mesmo, pensasse em fazer o cavalo do adversário chegar na frente, ele alcançaria o prêmio com seu cavalo mais lento. De igual modo, no que cada um pensa em diminuir-se para alcançar a salvação do Eterno, ela acaba numa contradição terrível. Além de não conseguir se humilhar, no final, que benefício isto traz para os que o Eterno colocou em sua vida? Muitos acham que se humilhar é se fazer de “coitadinho”, manifestar uma pretensa inferioridade que ninguém, nem mesmo o próprio indivíduo quer aceitar. Mesmo que humildade fosse fazer o que os outros desejam, isto poderia até dar condições para o indivíduo buscar o auto-crescimento. Contudo, o esforço ainda seria dela.

Por outro lado, se ao invés de tentar se diminuir, o indivíduo buscasse levar os outros a crescerem, ele acabaria sendo a menor (Mt 20.26-28) e o alvo das bênçãos (ver Hb 7.7). Mais: ele seria de extremo valor, pois foi bem além do que simplesmente obedecer ordens. Tal indivíduo buscou métodos para aperfeiçoar os recursos do seu senhor, o que lhes colocaria num patamar mais elevado do que estava (não sendo mais mero servo inútil – Lc 17.7-10). O bom servo não pensa apenas em tarefas, nem em paparicar o seu senhor, mas sim na vontade dele.

Para exemplificar: imagine que o presidente da república emitisse um decreto ordenando que nenhum motorista ultrapassasse 60 Km/h a fim de evitar desperdício de combustível. Um indivíduo que nunca ultrapassasse o limite de velocidade, mas deixasse o carro ligado enquanto estivesse esperando por alguém, embora estivesse respeitando a lei, não estava cumprindo a vontade do seu senhor (algo condenado em Mt 7.21-23). Por outro lado, outro indivíduo que, ao descer uma imensa ladeira, deixasse o carro em ponto-morto, chegaria a atingir 140 Km/h, contudo, sem haver maior gasto de energia. Embora não tivesse cumprido a lei, ele contribuiu para a vontade do seu senhor, já que, aproveitando as ladeiras, ele chegaria mais rápido no destino, economizando combustível.

Algo semelhante se deu com o administrador infiel de Lc 16. Ele estava cobrando bem mais do que deveria, achando que dando mais lucro para o seu senhor ele seria mais bem visto. Ele não compreendia que o verdadeiro bem do Eterno, onde Ele repousa e guarda Seus tesouros (Lc 16.9) é o coração de quem crê.

No que o administrador enxergou isto, viu que o importante era conquistar o coração dos devedores do seu senhor, pois só assim ele poderia continuar em contato com o Eterno e com aquilo que era Dele. E como conquistar o coração deles? Ajudando-os a pagar a dívida (Lc 16.5-7), ao invés de continuar exigindo que cada um pagasse toda sua dívida. No que ele entendeu a importância de levarmos as cargas uns dos outros (Gl 6.2), ele estava fazendo história na vida de cada um deles.

Entenda: no que este administrador seguiu o exemplo de Cristo (1Pe 2.21-24) de se entregar nas mãos do Eterno para que o próximo  pudesse alcançar Nele o cancelamento de tudo que o mantinha afastado Dele (2Co 5.18-20), ele agora estava fazendo parte do livro da vida, bem como da vida do próximo, mesmo que este, por orgulho ou vingança, não quisesse. 

 

           

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