QUANTO MAIS
DESAGRADÁVEL É O PRÓXIMO, MAIOR É A BÊNÇÃO PARA A QUAL VOCÊ ESTÁ SENDO
PREPARADA. DESPREZÁ-LO É SER CONDENADO À MEDIOCRIDADE
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“Porquanto qualquer que a si
mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será
exaltado.” (Lc 14.11).
Qual é a melhor maneira para humilharmos a nós
mesmos? Infelizmente, por causa do entendimento errado que nos é passado pelo
Sistema Babilônico, somos induzidos a acreditar que o objetivo é sempre ganhar.
Quando nos é dito para negarmos a nós mesmos e tomarmos nossa cruz (Mc 8.34), não conseguimos admitir
isto em nós mesmos. Como, no entanto, resolver isto?
Para ilustrar isto melhor, imagine uma competição de
cavalos onde o vencedor é o mais lento. Como dois indivíduos, cada qual com seu
cavalo, faria para provar que seu cavalo é o menos veloz? Se cada um tentasse
ir mais devagar do que o outro, por fim ambos parariam e ninguém chegaria a
lugar algum. Não haveria corrida.
Infelizmente, a maioria se agarra em suas próprias
mentiras (como se deu com Judá em Am 2.4). Não é mais capaz de viver a
verdade e sofrer para que a mesma seja confirmada. Não se luta mais pela vida
do próximo que o Eterno colocou na nossa vida, mesmo sendo o 2º mandamento do
Eterno (Mt 22.39). Esquecem que é este que Ele
usa para trazer-lhes aquilo que Ele lhes deu (Mt 18.18,19), para os fazer crescer a fim
de que possam aproveitar a oportunidade que Ele lhes preparou (Ec
9.11). Sem
amar o próximo chato, desagradável (se humilhando debaixo da potente mão do
Eterno – Tg 4.6; 1Pe 5.5-7), jamais o indivíduo será
maduro (ver Gl 4.1-3) o suficiente para ser
colocado na presença daqueles que são grandes aos olhos do Eterno (Pv
22.29).
Certa vez li a seguinte ilustração. Um prisioneiro
de guerra foi conduzido a uma fortaleza escabrosa. Após permanecer ali alguns
dias foi lhe dada a seguinte opção: se você quiser continuar vivo, pode ficar
aqui como escravo ou você pode enfrentar o que existe atrás daquela porta ali
e, caso vença, fica livre. Como o lugar e, principalmente, a porta, eram
sobremodo horrendos, a grande maioria preferia continuar vivendo como escravo.
Um dia, um dos leais servos do general conquistador
lhe perguntou acerca do que havia detrás da porta. Ele chamou o servo e
mostrou. Tratava-se de uma porta que conduzia à liberdade. Infelizmente, o medo
deixava a maioria dos escravos paralisada para o bem, preferindo passar pela
vida como escravo do que viver a liberdade fazendo bom uso da mesma.
Hoje, a luta do indivíduo é a de buscar, no
Eterno, uma vida de amor e dedicação ao próximo.
Se, ao invés de o indivíduo buscar alcançar a
vitória em si mesmo, pensasse em fazer o cavalo do adversário chegar na frente,
ele alcançaria o prêmio com seu cavalo mais lento. De igual modo, no que cada
um pensa em diminuir-se para alcançar a salvação do Eterno, ela acaba numa
contradição terrível. Além de não conseguir se humilhar, no final, que
benefício isto traz para os que o Eterno colocou em sua vida? Muitos acham que
se humilhar é se fazer de “coitadinho”, manifestar uma pretensa inferioridade
que ninguém, nem mesmo o próprio indivíduo quer aceitar. Mesmo que humildade
fosse fazer o que os outros desejam, isto poderia até dar condições para o
indivíduo buscar o auto-crescimento. Contudo, o
esforço ainda seria dela.
Por outro lado, se ao invés de tentar se diminuir, o
indivíduo buscasse levar os outros a crescerem, ele acabaria sendo a menor (Mt
20.26-28) e o
alvo das bênçãos (ver Hb 7.7). Mais: ele seria de
extremo valor, pois foi bem além do que simplesmente obedecer ordens. Tal indivíduo
buscou métodos para aperfeiçoar os recursos do seu senhor, o que lhes colocaria
num patamar mais elevado do que estava (não sendo mais mero servo inútil – Lc 17.7-10). O bom servo não pensa apenas em tarefas, nem em
paparicar o seu senhor, mas sim na vontade dele.
Para exemplificar: imagine que o presidente da
república emitisse um decreto ordenando que nenhum motorista ultrapassasse 60
Km/h a fim de evitar desperdício de combustível. Um indivíduo que nunca
ultrapassasse o limite de velocidade, mas deixasse o carro ligado enquanto
estivesse esperando por alguém, embora estivesse respeitando a lei, não estava
cumprindo a vontade do seu senhor (algo condenado em Mt
7.21-23). Por
outro lado, outro indivíduo que, ao descer uma imensa ladeira, deixasse o carro
em ponto-morto, chegaria a atingir 140 Km/h, contudo, sem haver maior gasto de
energia. Embora não tivesse cumprido a lei, ele contribuiu para a vontade do
seu senhor, já que, aproveitando as ladeiras, ele chegaria mais rápido no
destino, economizando combustível.
Algo semelhante se deu com o administrador infiel de
Lc 16. Ele estava cobrando bem mais do que deveria,
achando que dando mais lucro para o seu senhor ele seria mais bem visto. Ele
não compreendia que o verdadeiro bem do Eterno, onde Ele repousa e guarda Seus
tesouros (Lc 16.9) é o coração de quem crê.
No que o administrador enxergou isto, viu que o
importante era conquistar o coração dos devedores do seu senhor, pois só assim
ele poderia continuar em contato com o Eterno e com aquilo que era Dele. E como
conquistar o coração deles? Ajudando-os a pagar a dívida (Lc
16.5-7), ao
invés de continuar exigindo que cada um pagasse toda sua dívida. No que ele
entendeu a importância de levarmos as cargas uns dos outros (Gl
6.2), ele
estava fazendo história na vida de cada um deles.
Entenda: no que este administrador seguiu o exemplo
de Cristo (1Pe 2.21-24) de se entregar nas mãos do Eterno para que o próximo pudesse
alcançar Nele o cancelamento de tudo que o mantinha afastado Dele (2Co 5.18-20), ele agora estava fazendo
parte do livro da vida, bem como da vida do próximo, mesmo que este, por
orgulho ou vingança, não quisesse.
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