segunda-feira, 15 de setembro de 2014

79 - Qual o verdadeiro significado do uso do véu e do cabelo comprido em 1Co 11.2-16

QUAL O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE 1CORÍNTIOS 11.2-16

Introdução

Embora este trecho seja bem conhecido no meio evangélico, até hoje são poucos os que compreendem o real significado do mesmo. Visando esclarecimento acerca do assunto, resolvi escrever este artigo.

Tema e objetivo deste trecho: duas lições importantes para a Igreja

A primeira coisa a ser observada é que este trecho (1Co 11.2-16) possui um tema, as saber: a importância da submissão da mulher ao homem e da dedicação deste a ela ao se dirigir ao Eterno ou comunicar uma mensagem Dele aos indivíduos.

E qual o motivo de Paulo ter escrito acerca deste assunto?

 

·        “Não vos torneis causa de tropeço nem para os judeus, nem para os gregos, nem para a igreja de Deus, assim como eu também em tudo quero agradar a todos, não procurando o meu próprio proveito, mas o de todos, para que sejam salvos. Tornai-vos meus imitadores, como eu o sou de Cristo.” (1Co 10.32,33; 11.1 – TB1917).

 

O objetivo é mostrar a importância de ser uma imitação perfeita do Eterno, de modo a não causar tropeço a ninguém, quer seja ela religioso, profano ou membro da Igreja do Eterno. Jamais alguém deve buscar algo que seja proveitoso apenas a si próprio. Antes, deve também buscar o que é de outrem (Fp 2.4).

Ou seja, a primeira grande lição a ser assimilada neste trecho é que, quando o casal não se mantém fiel ao propósito do Eterno para o casamento, isto é motivo de tropeço e escândalo a toda a sociedade.

A segunda lição a ser aprendida é que o casamento não é para proveito próprio, mas sim visando ser agradável e proveitoso a todos (Cl 4.5,6).

Assim como Paulo, em tudo procurava o proveito e agrado de todos, ele estava elogiando os coríntios por estar retendo estes preceitos (a saber, o princípio da liberdade no Eterno, da qual ele começou a falar no capítulo 8) tal como ele fazia.

Terceira lição: a mulher deve estar debaixo da autoridade do marido (e jamais o contrário).

Um dos assuntos de que este trecho está tratando é acerca da autoridade à qual marido e mulher devem se submeter:

 

·        Quero porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo.” (1Co 11.3 – AR1967).

 

Há uma ênfase, em particular, à submissão da mulher em relação ao marido:

 

·        “Pois o homem não é formado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Por esta razão deve a mulher ter o sinal de autoridade sobre a cabeça por causa dos anjos. Portanto, deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade.” (1Co 11.8-10).

 

Note que o véu é símbolo de autoridade.

Vem a questão: o que cabelo e véu tem haver com autoridade?

Vamos do princípio: o que é autoridade? Muitos pensam que se trata de alguém que dá ordens. Contudo, a verdadeira autoridade é o indivíduo que, pelo contato íntimo com uma autoridade superior, absorve todos os bons costumes dela e passa a neles ter prazer, não só por ver a importância dos mesmos, mas pelo apreço que tem pela autoridade.

Em outras palavras, autoridade é alguém que vive com prazer os bons preceitos, sendo capaz de despertar nos que estão à sua volta o desejo de aderirem a tais práticas.

1º ponto: a relação do véu com a autoridade do Eterno sobre o homem

·        “Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.” (1Co 11.4)s

 

A tradição de cobrir a cabeça veio do judeus ainda presos ao Antigo Testamento. Faziam uso deste, quando estavam em público, até mesmo quando iam se dirigir ao Eterno ou falar em nome Dele. Vem a questão: de onde eles tiraram isto? Só existe uma hipótese: seguiram o costume de Moisés:

 

·        “Assim que Moisés acabou de falar com eles, pôs um véu sobre o seu rosto. Porém, entrando Moisés perante o SENHOR, para falar com ele, tirava o véu até sair; e, saindo, falava com os filhos de Israel o que lhe era ordenado. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, e que resplandecia a pele do seu rosto; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com ele.” (Êx 34.33-35)

 

Moisés fez deste gesto de colocar o véu sobre sua cabeça um costume, sempre que saía do tabernáculo e tinha contato com o povo. Sendo ele um dos maiores profetas do Antigo Testamento, se tornou fonte de inspiração para praticamente todos os judeus (veja Jo 5.45,46; 9.28,29). De modo que, a não ser quando estavam sós em casa, perpetuou-se, até a época dos apóstolos, o costume de usar o véu o tempo todo que estivesse em público, inclusive ao orar e declarar a mensagem do Eterno aos israelitas.

Até o momento em que a carta aos coríntios foi escrita, continuava-se em voga tal prática. O detalhe é que ninguém tinha parado para se perguntar o motivo por traz deste costume de Moisés:

 

·        E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório.” (2Co 3.13).

 

Véu representa mistério, esconder a beleza. Por outro lado, falar face a face era sinônimo de falar sem enigmas (Nm 12.8).

Ou seja, aquele costume não era algo abençoado. Tratava-se do meio empregado por Moisés para que o povo de Israel não percebesse a fragilidade da Antiga Aliança que com eles estava a ser estabelecida. Moisés estava tentando esconder uma coisa que não deveria ser escondida, a saber, a qualidade da glória do Eterno na Antiga Aliança. Era imprescindível que Israel visse o quão débil era esta na vida daqueles que tentam viver debaixo de leis, crendo Nele segundo a carne (2Co 5.16) buscando Nele apenas as coisas desta vida (1Co 15.19). Isto mantinha Israel enganado, pensando que a fidelidade a esta aliança os salvaria.

A única razão de o Antigo Testamento ser revestido de glória era simplesmente para provar ao homem que, mesmo querendo (2Co 3.7,9), por suas forças, ser justo aos olhos Dele, não lograria êxito, nem mesmo com a bênção do Eterno. Aliás, no regime da Antiga Aliança, quanto mais o Eterno abençoava, mais o indivíduo pervertia Seus ensinamentos (daí ser ministério da condenação).

Agora pense, se na Antiga Aliança, já era um erro colocar este véu, quão dirá na Nova Aliança, na qual a glória do Eterno é permanente. Se o homem usasse o véu, estaria dizendo que tinha vergonha da glória do Eterno que estava na sua vida. Em outras palavras, estaria declarando que tinha vergonha do Eterno e testificando que a glória da Nova Aliança é passageira.

Agora entende por que era vergonhoso para o homem cobrir a cabeça?

 

·        “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.” (1Co 11.3).

 

Como a cabeça do homem era Cristo, cobri-la implicava em dizer que a glória de Jesus era transitória e a Nova Aliança, passageira, falha (tal como era o Antigo Testamento – 2Co 3.7,8). Não é à toa que o véu está associado a dureza de coração, à velha criatura.

 

·        “Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2Co 3.14-18).

 

Ou seja, quando o homem retirava o véu, ele estava renunciando a este princípio que teve início com Moisés e passado a confiar na autoridade do Eterno que estava na vida dele. Assim como Moisés não precisava esconder a transitoriedade da glória do Eterno na sua face, visto que ele tinha o privilégio de conversar com o Eterno face a face, aquele que crê no Eterno não precisa temer falhar, pois é o próprio Eterno que estará a usar a boca dele para conduzi-lo (Mt 10.19,20 – tal como Ele quis fazer com Moisés (Êx 4.11,12)).

Enfim, ao tirar o véu, o homem estava confiando na autoridade do Eterno, e não na sua própria autoridade ou capacidade.

2º ponto: a relação do cabelo comprido com a autoridade do Eterno sobre o homem

·        “Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu? Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?” (1Co 11.13,14)

 

Vem a pergunta: por que era uma desonra para o homem do Novo Testamento usar cabelo comprido? O problema é que, no Antigo Testamento, de um modo geral, só usava cabelo comprido o homem que tinha feito voto de nazireu (Nm 6.5). E não é para menos: em virtude das inúmeras guerras experimentadas por Israel, não era conveniente o homem usar cabelo comprido.

Logo, se um homem na Nova Aliança era visto com cabelo comprido, a ideia que todos iriam fazer dele é que ele estava ainda preso na Antiga Aliança e, deste modo, destituído do Favor do Eterno (Gl 5.4).

Você pode questionar: “mas alguém poderia muito bem usar cabelo comprido por questão de gosto”. Certamente. Entretanto, na época, como já dito, isto era algo bastante incomum. Logo, o uso do cabelo comprido fatalmente iria despertar nos membros da Igreja um desejo de zelar pela tradição do Antigo Testamento, algo altamente vergonhoso em face da sublimidade que há em Cristo.

Note a ênfase em orar e profetizar, o que implica que estes princípios do cabelo e do véu têm haver com a Igreja do Eterno. Ou seja, o homem usar véu ou cabelo comprido era uma desonra, não diante da sociedade, mas para a Igreja, em virtude de induzir os membros a negarem a supremacia de Cristo e ficarem tentando conciliar a Antiga Aliança com a Nova (algo que deu muita discussão (At 15.1,2 – veja, por exemplo, a carta aos Gálatas) e continua dando até hoje).

Logo, quando o homem cortava o cabelo para que ele não ficasse comprido, ele estava declarando que seu modo de se consagrar ao Eterno não era através de rituais externos, mas sim interiormente, deixando que o Eterno produzisse o fruto Dele em seu espírito. Ou seja, era a autoridade do Eterno sobre ele que iria separá-lo para uso exclusivo do Eterno (e não rituais que proveito algum tinha, senão para satisfação da carne – Cl 2.18-23).

3º ponto: a relação entre o uso do véu pela mulher e sua submissão ao homem

·        “Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada.” (1Co 11.5).

 

Com certeza as mulheres também adotaram o costume de Moisés. Note que, antes de Moisés, não era costume a mulher cobrir o rosto com o véu (veja o caso de Rebeca (Gn 24.64,65) e Tamar (Gn 38.14)). Contudo, com o passar do tempo, o motivo de elas usarem o véu foi mudando:

 

·        “E dize: Assim diz o Senhor DEUS: Ai das que cosem almofadas para todas as axilas, e que fazem véus para as cabeças de pessoas de toda a estatura, para caçarem as almas! Porventura caçareis as almas do meu povo, e as almas guardareis em vida para vós?” (Ezequiel 13.18);

·        “E rasgarei os vossos véus, e livrarei o meu povo das vossas mãos, e nunca mais estará em vossas mãos para ser caçado; e sabereis que eu sou o SENHOR.” (Ezequiel 13.21).

 

Note como as mulheres estavam usando o véu como instrumento de sensualidade para seduzir os homens. Por isto o Eterno promete:

 

·        “Naquele dia tirará o Senhor os ornamentos dos pés, e as toucas, e adornos em forma de lua, os espelhos, e o linho finíssimo, e os turbantes, e os véus.” (Isaías 3.18,23).

 

Até uma das mulheres que o sistema religioso considera como virtuosa usou este método para seduzir Isaque:

 

·        “Rebeca também levantou seus olhos, e viu a Isaque, e desceu do camelo. E disse ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu SENHOR. Então tomou ela o véu e cobriu-se.” (Gn 24.64,65).

 

Para tentarem encobrir esta verdade, eles alegam que o véu era usado para mostrar pureza, virgindade, pudor. Ora, se é assim, então ela deveria se cobrir para todos os homens, a começar para com aquele que a estava conduzindo até Isaque. No entanto, ela resolver se encobrir justamente para aquele com quem ia se casar. Para os outros ela se descobria; para seu futuro marido se encobria?

Logo, o véu era para despertar desejos em Isaque, tal como fez Tamar (Gn 38.14).

A sensualidade de Israel era tão grande que até às malignas elas ensinaram a sensualidade:

 

·        “Por que ornamentas o teu caminho, para buscares o amor? Pois até às malignas ensinaste os teus caminhos.” (Jeremias 2.33).

 

Tanto é assim que, veja o que o Eterno disse à Babilônia:

 

·        “Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu, descalça os pés, descobre as pernas e passa os rios.” (Isaías 47.2);

 

E não pense que foi só a Babilônia que copiou este costume:

 

·        “E destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos, e o véu com que todas as nações se cobrem.” (Isaías 25.7);

 

Todas as nações se cobriam e até hoje se cobrem com Israel e seus costumes e rituais, visando seduzir homens tal como as israelitas faziam com seus véus.

Como você pode ver, na maioria das vezes que o véu é citado na Escritura Sagrada, é utilizado num contexto ruim, a saber::

 

·        Sedução;

·        Manter o ser humano separado daquilo que representa a presença viva do Eterno, bem como do verdadeiro serviço a Ele (o véu separava o Santo Lugar do Santo dos Santos, por exemplo, bem como cobria os utensílios sagrados);

·        Manter o indivíduo distante da revelação do Eterno (2Co 3.13-16).

 

Sem contar que o véu também representa a carne de Cristo (Hb 10.20), a qual foi toda dilacerada por causa do nosso pecado. Sem isto, ninguém jamais poderia ter comunhão com o Eterno. O véu, ou seja, Sua carne, precisou ser rasgado a fim de nos ensinar que apenas quando nossa vida neste mundo é rasgada podemos ser livres do pecado e experimentarmos a verdadeira vida que há no Eterno.

Isto tudo, contudo, não explica o motivo pelo qual toda mulher no judaísmo que não usava véu desonrava seu marido.

A explicação estava no seguinte trecho:

 

·        “Então o sacerdote apresentará a mulher perante o SENHOR, e descobrirá a cabeça da mulher; e a oferta memorativa, que é a oferta por ciúmes, porá sobre as suas mãos, e a água amarga, que traz consigo a maldição, estará na mão do sacerdote.” (Nm 5.18).

 

A mulher só se apresentava diante do Eterno sem véu quando o mesmo era removido pelo sacerdote quando a mesma estava sendo acusada de traição conjugal pelo marido.

Assim, quando a mulher usava o véu, ela estava declarando que estava debaixo da autoridade do marido. Isto, mostrava que ela tinha um comportamento exemplar que não despertava ciúmes no marido.

Mas, se é assim, então por que o homem não era submetido também a tal prova, visto que ele tinha que manter um compromisso com sua esposa? Em primeiro lugar, como já mostrado, era desonra para o homem usar o véu.

Além disto se cada mulher considerasse seu marido (ou seu pai ou irmão mais velho, no caso das solteiras) como autoridade sobre si, não haveria lugar para o adultério ou prostituição. Além disto, não era a noiva que ia em busca de um noivo, mas sim o contrário.

Sem contar que o compromisso do homem não é com a mulher, mas com o Eterno. Daí dizer:

 

·        “Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem.” (1Co 11.8,9).

 

Ou seja, uma vez a mulher foi feita da costela do homem a fim de auxiliar-lhe na missão que o Eterno lhe deu (a saber Gn 1.28), logo ele não deve cobrir a cabeça, mas sim manifestar a todos a glória do Eterno na sua vida, pois Seu compromisso é com Ele. A mulher, por outro lado, honra ao Eterno cumprindo seu papel junto ao seu marido. Ela não revela a glória do Eterno diretamente a todos, mas sim através do marido, a saber, buscando que Ele seja honrado com a glória do Eterno:

 

·        “Seu marido é conhecido nas portas, e assenta-se entre os anciãos da terra.” (Pv 31.23).

 

Talvez você ainda esteja considerando injusto tudo isto. Todavia, raciocine: se o homem tivesse conservar sua fidelidade à mulher como ela ao homem, o que você imagina que aconteceria com este lar? Com certeza desabaria, já que a confiança de ambos estavam um no outro e em si próprio e, como bem sabemos, maldito é o ser humano que confia no ser humano (incluindo a si próprio – Jr 17.5).

Por outro lado, se o homem conservar a autoridade do Eterno sobre si, permanecerá fiel ao plano Dele e, por consequência, à mulher, já que ela é a auxiliadora idônea que Ele lhe proveu para que toda Sua vontade se cumpra vida em sua vida.

Diante disto, você pode pensar no outro extremo: então seria viável que a mulher também, ao invés de ser fiel ao marido, fosse fiel ao Eterno. Contudo, se ela tentar buscar o Eterno diretamente, fatalmente acontecerá o mesmo que se deu com Eva, visto que jamais marido e mulher conseguirão, separadamente, pensar e sentir a mesma coisa.

Daí Paulo dizer:

 

·        “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.” (1Co 14.34,35).

 

Era uma vergonha, para a Igreja, a mulher falando uma coisa e seu marido, outra. Por outro lado, se a mulher buscasse conhecer o Eterno por meio do marido, eles pensariam e sentiriam a mesma coisa no Eterno. Além disto, tal atitude por parte da mulher despertaria no marido o desejo de conhecer melhor o Eterno a fim de ter vida a dar por amor à esposa (Ef 5.25-27) e a seus amigos (Jo 15.12,13).

4º ponto: a relação entre o cabelo comprido da mulher e sua submissão ao homem

Por que a cabeça rapada era vergonhoso para a mulher?

 

·        “E tu entre os presos vires uma mulher formosa à vista, e a cobiçares, e a tomares por mulher, então a trarás para a tua casa; e ela rapará a cabeça e cortará as suas unhas. E despirá o vestido do seu cativeiro, e se assentará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; e depois chegarás a ela, e tu serás seu marido e ela tua mulher.” (Dt 21.11-13)

 

Note que somente a mulher prisioneira rapava a cabeça, e isto quando era obrigada a casar. Ou seja, se uma mulher casada rapava a cabeça, ela estava declarando a todos que:

 

·        ela estava com o marido dela por obrigação, pela força da lei, e não por amor;

·        não confiava mais no marido;

·        não via mais a sabedoria do Eterno na vida dele.

 

Entenda: quando a mulher usava o véu, não dava para saber se ela estava com a cabeça rapada ou não. Assim, além da israelita estar mostrando a sua submissão (seu cabelo não aparecia) VOLUNTÁRIA ao marido, ela estava honrando as estrangeiras humilhadas (já que estas, se quisessem, poderia usar véu).

Diante disto, se a mulher não queria usar véu, que se rapasse.

 

·        “Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.” (1Co 11.6).

 

Pelo menos, neste caso, enquanto seu cabelo não crescia, ela estava declarando que estava casada, enquanto que, com cabelo comprido sem véu, ela estava se portando como uma mulher sem marido.

Ainda há outra coisa a considerar: já que o homem deveria ter o cabelo curto (ele não podia deixar o cabelo crescer, nem rapar (Ez 44.20), já que isto lembrava o modo de os pagãos lamentarem pelos mortos (Ez 7.18; 29.18; Jr 16.6; Am 8.10; Mq 1.16), algo condenado pelo Eterno (Lv 21.5; Dt 14.1)), então, se a mulher tivesse o cabelo comprido, ela estaria exaltando aquilo que há de especial na vida dela (e que não tem no homem), ao invés de copiar o que há no homem.

Enquanto o homem usava o véu de Moisés para esconder a transitoriedade da glória da Antiga Aliança, a mulher usa o cabelo comprido para manifestar a verdadeira beleza que há na sua vida, a saber, o fato de ela ser mulher (veja os versículos que associam a beleza da mulher com o cabelo – Is 3.24; Ez 16.7). Daí Paulo dizer;

 

·        “E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo lhe foi dado em lugar de mantilha.” (1Co 11.15)

 

Que o tamanho do cabelo da mulher é um diferencial, basta pensar que, no apocalipse, os gafanhotos tinham cabelos de mulher (Ap 9.8).

Mas, se é assim, então por que Paulo diz:

 

·        “Contudo, se alguém quer ser contencioso, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.” (1Co 11.16).

5º Ponto: A diferença que faz a Antiga Aliança, a saber, quando estamos no Eterno

Muitos, por ignorância ou falta de escrúpulo, dizem que o “tal costume neste versículo” está se referindo à contenda acerca de assuntos espirituais. Mesmo se isto fosse verdade, pense: como a Igreja do Eterno pode não ter o costume de contender (debater, discutir, conversar) pelas coisas do Eterno, sendo que somos instruídos justamente ao contrário?

 

·        “Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e avisá-los-ás da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue, da tua mão o requererei. Mas, se avisares ao ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma. Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniqüidade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que tiver praticado, não serão lembradas, mas o seu sangue, da tua mão o requererei.” (Ez 3.17-20)

·        “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte. Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão. Mas, se advertires o ímpio do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniqüidade; mas tu livraste a tua alma.” (Ez 33.7-9)

·        “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.” (2Tm 2.3-5)

·        “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 3)

 

Como soldados, devemos batalhar diligentemente pela unidade da fé a fim de que os indivíduos possam se arrepender de seus pecados, se converter dos seus maus caminhos e seguirem ao Eterno.

Pense: imagine que você estivesse para cair numa cova e um amigo seu, ciente disto, se omitisse com a desculpa de que ficou com medo de te magoar. Como você se sentiria após cair na cova? Com certeza não iria mais considerar tal indivíduo como seu amigo.

Não podemos nos conformar em ver alguém fazendo e sofrendo o mal e nada fazermos para tentar mudar esta situação. Sem contar que isto é mandamento:

 

·        “Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.” (Sl 82.3,4);

·        Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão sendo levados para a matança; se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua obra?” (Pv 24.11,12)

·        Abre a tua boca a favor do mudo, pela causa de todos que são designados à destruição. Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.” (Pv 31.8,9);

·        “Ó casa de Davi, assim diz o SENHOR: Julgai pela manhã justamente, e livrai o espoliado da mão do opressor; para que não saia o meu furor como fogo, e se acenda, sem que haja quem o apague, por causa da maldade de vossas ações.” (Jr 21.12);

·        “Assim diz o SENHOR: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar.” (Jr 22.3).

 

Como se pode ver, mesmo se esforçando para supor que 1Co 11.16 estivesse dizendo que a Igreja não deve ter o costume de contender, não tem como sustentar esta opinião, a menos que admitíssemos que a questão do véu e do cabelo não são importantes. Do contrário, a Igreja, como coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15) deve fazer de tudo para revelar, sustentar e propagar a verdade.

Sendo assim, considerando a diferença destacada, em Ap 9.8, entre o cabelo da mulher e o do homem, então como explicar 1Co 11.16? A explicação está no seguinte versículo:

 

·        “No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher.” (1Co 11.11).

 

Pela lei, a mulher tinha que ser submissa ao homem. Contudo, no Eterno, o casal depende um do outro 24 horas. E isto é ilustrado pela seguinte verdade:

 

·        “Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus.” (1Co 11.12).

 

Como, no Eterno, marido e mulher são literalmente um só corpo, então não há necessidade de se preocupar com o tamanho do cabelo ou o uso de véus. Quando marido e mulher estão realmente casados dentro dos padrões do Eterno, a plena comunhão do casal no Eterno já acaba com qualquer confusão que alguém poderia fazer acerca do caráter deles:

 

·        Se o homem rapar a cabeça ninguém irá pensar que é um culto aos mortos, pois todo aquele que ama o próximo (quer alguém mais próximo que o cônjuge?) como a si mesmo não tem tempo para lamentar os mortos, nem sequer para sepultá-los (Lc 9.59,60);

·        Se o homem deixa o cabelo crescer, ninguém irá pensar que ele está preso aos costumes do Antigo Testamento, pois ele não está ligado a nenhuma instituição religiosa;

·        Se o homem usar algum véu ninguém irá pensar que ele está escondendo a fragilidade da aliança que ele fez com o Eterno (como Moisés), pois em cada gesto ou palavra que ele diz é possível enxergar a presença do Eterno;

·        Se a mulher rapa o cabelo ninguém irá pensar que ela está casada por obrigação, já que todos enxergam estampado na face dela o prazer que ela tem em companhia do seu marido;

·        Se a mulher corta o cabelo ninguém irá pensar que ela está triste por causa dos seus pecados:

o   “Corta o teu cabelo e lança-o de ti, e levanta um pranto sobre as alturas; porque já o SENHOR rejeitou e desamparou a geração do seu furor.” (Jr 7.29).

Afinal, em Cristo nossos pecados foram perdoados;

·        Se a mulher usa o cabelo comprido ninguém irá pensar que é por vaidade, pois o verdadeiro enfeite da mulher virtuosa é o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus (1Pe 3.4);

·        Se a mulher usa o véu ninguém irá pensar que é para afastar os homens de si (para não despertar ciúmes no marido, a maioria das esposas idolatram o marido a ponto de desprezarem o próximo a quem deviam amar por causa dele), nem tampouco para seduzi-los, despertando neles um ar de mistério. Afinal, o casal em Cristo não faz acepção de indivíduos (Dt 10.17; 16.19; 2Cr 19.7; Jó 13.10; 32.21; Ml 2.9; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; Tg 2.1,9; 1Pe 1.17), tampouco atrai a atenção dos outros para si.

Se, por outro lado, a mulher tira o véu, ninguém irá pensar que ela andou dando ocasião para seu marido ter ciúmes dela (Nm 5.18);

 

Podemos resumir tudo no princípio da liberdade cristã, que diz:

 

·        “Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta. Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos. Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos? E pela tua ciência perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo. Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.” (1Co 8.8-13). 

 

De acordo com o princípio da liberdade cristã:

 

·        “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (I Coríntios 6.12) ;

·        “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.” (I Coríntios 10.23).

 

Ou seja, podemos fazer de tudo, contanto que seja conveniente para a edificação nossa e do próximo e jamais nos imobilize para e bem. Como no Antigo Testamento os indivíduos buscavam o Eterno pela carne, uma série de regras eram necessárias para que preservar a integridade do casamento, a saber, o propósito do Eterno para o lar, bem como para cada membro da família.

No entanto, na Nova Aliança, a própria presença do Eterno na vida do casal faz deles um testemunho muito mais profundo de toda a pureza, santidade, amor e caráter que há no Eterno do que qualquer ritual ou abstinência que se possa fazer.

 

4ª Lição: a importância de se preocupar com a decência

Note como toda a discussão neste trecho gira em torno da indecência que é quando:

 

·        a mulher não se submete ao marido por amor ao Eterno e a ele;

·        o homem se coloca debaixo do jugo da religião (fazendo uso dela para se esquivar da sua obrigação como marido e pai) ao invés de buscar diretamente no Eterno o modo correto de amar sua esposa e conduzir seus filhos.

 

Decente é tudo aquilo que é apropriado, oportuno, adequado. Ou seja, não é decente que tais coisas aconteçam. Só contribuem para escandalizar os que estão fora da fé verdadeira ou fazer tropeçar aqueles que estão caminhando com o Eterno.

É claro que esta questão da decência também se aplica ao vestuário.  Quer comamos, bebamos ou façamos outras qualquer coisa, só devemos fazer o que é conveniente para que a glória do Eterno se manifeste (1Co 10.31).

Mensagem espiritual a ser transmitida

O principal de tudo é ser imitador do Eterno. Logo, como certeza a preocupação fundamental aqui não é com o tamanho do cabelo ou acerca do uso do véu para cobrir a cabeça, já que, em momento algum, vê-se o Eterno, como homem (Jesus), mencionando qualquer coisa a este respeito.

Mas então, com o quê Paulo estava preocupado? Com os mensageiros do Eterno, tanto físicos quanto espirituais (também chamados de anjos). Sendo assim, vem a questão: o que realmente é importante para os anjos?

 

·        “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,”  (Ef 3.8-10);

·        “Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.” (1Pe 1.10-12).

 

Note que os anjos anelam perscrutar tudo que diz respeito ao relacionamento do Eterno com Sua Noiva. Considerando que o casamento é uma ilustração bem feita disto, logo a preocupação do Eterno aqui era que todo aquele que se dirigia a Ele em oração ou servia como Seu instrumento para comunicar algo Dele aos indivíduos, fizesse do seu lar uma demonstração exata deste relacionamento. Para que assim seja:

 

Primeiro: a mulher precisa cobrir a sua cabeça

Não é segredo que a cabeça da mulher é o marido (1Co 11.3). Como a mulher deve fazer para cobrir a vida do marido?

Primeiramente, ela deve praticar a submissão, que nada mais é do que negar-se a si mesma (Mt 16.24), se entregando por completo ao marido e recebendo dele sua maneira de sentir, pensar, bem como seus planos e desejos.

Você pode se perguntar: mas, e se o homem estiver no caminho errado? Ela deve se entregar ao ego original do seu marido (ver Ef 4.22;  Gl 5.17; Cl 3.9), e não àquilo que ele se tornou por causa do pecado.

No que ela recebe tudo que o seu verdadeiro marido é dentro de si e busca no Eterno frutificar e multiplicar isto em seu interior, ela está manifestando a todos quem realmente o Eterno é. Ou seja, ao invés de ela manifestar ao mundo aquilo que seu marido é naturalmente, ela manifesta o que o marido é espiritualmente, encobrindo seu ego corrupto.

Em outras palavras, ela encobre tudo que o marido é, deixando que todos vejam apenas a nova criatura em que ele se tornou em Cristo (2Co 5.17). Entendeu como a mulher cobre a sua cabeça?

Mas, e quanto ao véu? Qual é o significado do mesmo? Ele representa o Antigo Testamento:

 

·        “Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.” (2Co 3.14-16).

 

A mulher deve cobrir sua cabeça (seu marido) com o compromisso que ela assumiu com ele diante do Eterno, firmado na lei (Rm 7.1-3). Mas por que isto, já que todo aquele que tenta se justificar com base na lei do Antigo Testamento está separado do Favor do Eterno (Gl 5.4)?

O que não pode acontecer é o indivíduo, conhecendo ao Eterno, em Jesus, resolver se mover com base em leis (veja Gl 3.1-3; 5.1). No entanto, enquanto o indivíduo não tem um encontro vivo com o Eterno e passa ser guiado por Ele no coração, ele deve atentar para toda a palavra profética (2Pe 1.19). Afinal, o véu da lei só é retirado quando o indivíduo se converte ao Eterno (2Co 3.16), ou seja, se devota a Ele por completo, diretamente.

Por isto é que Paulo afirma que ele e a Igreja do Eterno não tinham o costume do véu (1Co 11.16). Afinal, após convertido, o véu é retirado. Ou seja, ela não precisa mais cobrir o marido quando este se converter, pois agora ele tem a mente de Cristo (1Co 2.16).

Em outras palavras: enquanto o marido está no mundo, a mulher deve cobrir o marido com a lei do Eterno da seguinte forma:

 

·        “Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; considerando a vossa vida casta, em temor.” (1Pe 3.1,2).

 

Todavia, no que o marido se converte, a esposa pode se entregar sem reservas a seu marido, já que, agora, já não é ele quem vive, mas sim o Eterno que vive nele (Gl 2.20). Neste caso, se o marido cobrir a cabeça, ele estará cobrindo ao próprio Cristo, o qual jamais deverá ser encoberto.

Aliás, é o próprio Eterno que deve ser a cobertura do marido:

 

·        “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.” (Romanos 13.14);

·        “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;” (Colossenses 3.12);

·        “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” (Colossenses 3.14)

 

Ou seja, a cobertura que a mulher deve buscar para o marido é fruto do Espírito do Eterno e Sua presença contínua na vida dele.

Em outras palavras, a mulher jamais pode orar ou profetizar sem estar debaixo da autoridade do marido (1Co 11.10). Já que ela foi criada para auxiliá-lo, logo toda profecia tem que contribuir com o ministério dado ao marido; toda oração tem que ser no sentido de buscar do Eterno como ser útil na vida do marido. Se a mulher decidir buscar ao Eterno separado do marido, ainda que com a intenção de auxiliá-lo, jamais conseguirá alinhas seus conceitos e valores com os dele, já que casa dividida não persiste (Mt 12.25).

Segundo: o homem precisa descobrir a sua cabeça

Por outro lado, o marido jamais deve estar debaixo da autoridade ou influência da mulher (1Tm 2.12-14) ao orar ou profetizar. Por isto é que, inclusive, Paulo incentiva os seguidores do Eterno a não casarem, a fim de estarem livres das preocupações deste mundo e, deste modo, não darem lugar para que as mesmas interfiram no seu ministério ou modo de se dirigir ao Eterno (1Co 7.32-35).

Mesmo no regime da lei, jamais o homem deve esconder (encobrir) seus pensamentos e sentimentos, a começar com relação à sua esposa. Por mais afastado do Eterno o homem esteja, ele deve sempre manifestar aquilo que existe no seu coração. Só assim a esposa poderá conhecê-lo e buscar no Eterno aquilo que é necessário para cobri-lo.

Seja por medo de perder a mulher, por preguiça, etc., jamais o homem deve renunciar a autoridade que o Eterno lhe deu, omitindo-se. Ele precisa buscar ao Eterno, sem se deixar mudar pela opinião da sua esposa (lembre-se que foi assim que o pecado entrou no mundo). Qualquer mudança que venha a ocorrer na vida do marido não deve ser externa para agradar homens, mas sim promovida pelo Eterno no espírito do indivíduo (Jo 16.8), como fruto de uma profunda convicção interna.

O homem jamais deve fazer da lei a cobertura da sua cabeça, que é Cristo. Em outras palavras, ao se dirigir ao Eterno ou ao transmitir a mensagem Dele aos indivíduos, jamais o homem deve permitir que seu senso de justiça interfira (ver Rm 10.3), mesmo que este esteja firmado na lei do Eterno. Ele deve interceder pelos indivíduos, independente se eles merecem ou não e comunicar a mensagem pura do Eterno, sem se deixar influenciar pelos seus sentimentos com relação àquele que está a receber a palavra.

Agora pense: na época da Antiga Aliança o homem não devia encobrir a cabeça com o véu da lei (ao invés de tentar esconder a transitoriedade da Antiga Aliança, deveria pensar em uma aliança mais perene. Eles deveriam pensar que, sendo o Eterno perfeito, com certeza havia algo muito mais excelente oculto, a ser recebido apenas por aqueles que convertem a Ele, ou seja, com vistas a um contato íntimo com Ele 24 horas). E o que dizer de hoje, com a Nova Aliança sendo abertamente revelada a todos?

O marido deve deixar o Eterno ser sua cabeça e, então, conduzir sua esposa (seu corpo) para o lugar certo, onde ela poderá experimentar a vida Dele em si. A ideia é que o marido se apegue à esposa, de modo a se tornarem uma só carne (Gn 2.24), tal como se dá com duas substâncias que vão se combinando até não ser mais possível se separar uma da outra. No Eterno, marido e mulher são dependentes um do outro. Logo, o marido deve dar a vida pela esposa (Ef 5.25-27).

Conclusão

O homem demonstrava a autoridade do Eterno sobre si tirando o véu de Moisés e negando o voto de Nazireu, bem como os rituais da Antiga Aliança; a mulher demonstrava a autoridade do marido sobre si deixando o cabelo crescer (a fim de mostrar que não estava com Ele por obrigação) e colocando o véu, a fim de ficar constatado de que ela não provocava ciúmes no marido.

Logo, ao orar e profetizar, a mulher deve ter sua cabeça coberta com os conceitos e valores do marido e o marido deve estar com a cabeça descoberta de tudo que diz respeito a este mundo (ver Gl 6.14).

Mas por que a ênfase é com relação a orar e profetizar?

 

·        Primeiro, para deixar claro que isto não tem haver com a cultura local (como sugere a grande maioria dos teólogos). Conforme é dito no início da carta (1Co 1.2), esta é dirigida a todos que, em todo lugar, invocam o nome do Eterno.;

·        Segundo, para que ninguém pense que este mandamento é para ser aplicado no âmbito de uma instituição religiosa que se reúne num bloco de concreto. Afinal, orar é algo que devemos fazer sem cessar (1Ts 5.17) e profetizar (proferir com a própria vida a mensagem do Eterno) é algo que deve brilhar na nossa vida (ver Mt 5.14-16; 2Pe 1.19) enquanto vamos pelo mundo afora fazendo discípulos (Mt 28.18-20) e pregando (afixando) no coração o evangelho do Eterno (Mc 16.15).

 

Este trecho pode ser resumido da seguinte forma:

 

·        Ninguém deve se portar (vestir, falar, etc.) de um modo que chama a atenção dos outros para si, seja por causa da vestimenta ou do corpo;

·        Todos devem mostrar quem realmente são, ao invés de esconderem ou ofuscarem seu caráter por meio daquilo que vestem, falam ou fazem (ver Mt 7.15-20; 12.33-37);

·        Sendo 1Co 11.11 o versículo mais importante deste trecho, logo a melhor forma do casal não causar escândalo aos mundanos ou tropeço as da Igreja é marido e mulher sendo LITERALMENTE uma só carne e buscando diretamente do Eterno a vontade Dele para o lar, ao invés de buscarem no Sistema religioso a resposta para os problemas;

·        Cada indivíduo deve se submeter à devida autoridade: a mulher, ao homem; o homem, a tudo aquilo que o Eterno foi como homem;

·        O casamento não é para satisfação da carne, mas para o Eterno manifestar Sua glória.

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