FOI O ETERNO QUEM CRIOU O MAL
Isto, a
princípio, parece uma afirmação esquisita. No entanto, se não é o Eterno quem
criou o mal, então quem foi que o criou? Ha-Satan? Se
assim for, então ele é Deus, pois apenas o Eterno tem poder para criar. Pense
nisto:
·
Quem
plantou a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal no jardim do Éden (veja Gn 3.9)?
·
Quem
cria todas as coisas para o seu determinado fim, até mesmo o perverso
para o dia da calamidade (Pv 16.4)?
·
Quem
cria o assolador para destruir (Is 54.16)?
·
Quem
é que cria as trevas e o mal (Is 45.7)?
·
Quem
é que engana o profeta que aceitou consultar a Eterno em favor de alguém que
encheu seu coração de ídolos, vindo a se contaminar com suas transgressões (Ez 14.7-11)?
·
Quem
é que cria um vaso para honra e um para desonra (Rm
9.21)?
·
Quem
é que cria os vasos de ira preparados para a perdição (Rm
9.22)?
·
Quem
é que envia a operação do erro para a fim de que aqueles que têm prazer na
iniquidade sejam enganados (2Ts 2.9-12)?
·
Quem
é que incitou Davi a realizar o censo a fim de que Israel fosse disciplinado (2Sm
24.1)?
·
Qual
a procedência do espírito imundo que atormentou Saul (1Sm 16.14)?
·
Quem
buscou o melhor meio de enganar Acabe a fim de que ele morresse na batalha por Ramote-Gileade (1Rs 22.23)?
·
Sucederá
algum mal na cidade, sem que o SENHOR o tenha feito? (Am
3.6)?
·
Quem
constituiu sobre o povo todos estes líderes políticos e religiosos e ordenou
que nos sujeitássemos a eles (Rm 13.1,2)?
Vem a questão: por que Eterno faria tudo isto? Simples: por que o
povo queria conhecer o mal (Gn 3.5,6)? O Eterno tinha
colocado o ser humano num mundo onde só havia o bem. No que o ser humano,
enganado por Ha-Satan, quis conhecer o mal, achando
que Eterno estava sendo injusto e mesquinho de guardar algo só para si, Ele
teve que criar o mal para atender à cobiça do homem.
No Eterno só existe luz (Tg 1.16,17;
1Jo 1.7). Contudo, no que Ha-Satan induziu o ser
humano a acreditar que o Eterno era conhecedor do bem e do mal (Gn 3.5), ele obstinadamente resolveu comer da Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal para sua ruína. O que Adão não sabia é que tal
conhecimento, no caso do Eterno, era apenas superficial (Ele sabia por ser
onisciente), enquanto que, no caso do ser humano, tal conhecimento penetrou em
suas entranhas, de modo que passou a dominá-lo.
Mas por que, afinal, o Eterno tinha que proibir comer desta
árvore? O problema não estava na proibição, mas sim na natureza daquela árvore.
A proibição foi tão somente um alerta para que o ser humano não provasse algo.
Mesmo se Eterno não proibisse, isto não mudaria o fato de que a essência da
árvore era má.
Muitos questionam: “Mas por que o Eterno tinha que colocar esta
árvore no jardim?”. O problema não estava na árvore, mas no ser humano. Mesmo
antes do pecado entrar no mundo, o ser humano era
negligente (não obedeceu prontamente a Gn 1.28) e interessado
nas coisas encobertas que pertencem apenas ao Eterno (Dt
29.29).
Mesmo se não houvesse a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal,
isto não muda o fato de que havia uma insatisfação no coração do homem e que
ele não mediria esforços para suprir isto. Mesmo sem esta árvore, ele iria
tentar arrumar um jeito separado do Eterno para se satisfazer ao invés de
simplesmente fazer o que Ele mandou.
Enfim, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal foi apenas o meio
provido pelo Eterno para que todos pudessem enxergar o mal que está presente no
ser humano. Para você entender princípio, veja:
·
“Semelhantemente,
quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniqüidade, e eu puser diante dele um tropeço, ele
morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que
tiver praticado, não serão lembradas, mas o seu sangue, da tua mão o
requererei.” (Ez 3.20).
Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal foi colocada porque o
Eterno sabia que Adão se desviaria da reta justiça (não obedeceu Gn 1.28). Do contrário, mesmo que tal árvore
existisse, ela não faria diferença alguma.
Pense da seguinte forma: se, no lugar da Árvore do Conhecimento
do Bem e do Mal, fosse colocado um monte de estrume, será que Adão e Eva
ficariam o tempo todo pensando nisto? Dificilmente ele chegaria perto e, mesmo
se precisasse por estar isto no meio do caminho, simplesmente ignoraria tal
coisa. Em outras palavras, o problema é que Adão e Eva gostavam da árvore (e da
proposta intrínseca a ela – ver Gn 3.6).
Infelizmente, eles não conseguiram enxergar a verdadeira beleza.
Entenda: o problema não está no pecado, mas na forma de o
indivíduo enxergá-lo. O mesmo acontece porque o indivíduo, ao invés de fazer o
que o Eterno instruiu e esperar Nele aquilo que Ele deseja operar, prefere
adotar métodos que julga ser mais eficazes.
A maioria considera o perdão algo injusto (pois são pouquíssimos
que estão dispostos a lutarem pelo próximo). Acham a vingança mais condizente (Ez 18.25-29). Resumindo: consideram o caminho do Eterno
injusto.
Enfim, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal visa mostrar:
·
Que
é um erro ficar julgando entre bem e mal (certo e errado);
·
A
tendência do ser humano em querer ir além do que o Eterno lhe revelou e
praticar sua própria justiça.
É bom lembrar que, entendendo que tudo foi criado pelo Eterno,
logo tudo é certo. Alguém só está errado quando está tentando desempenhar um
papel que nada tem haver consigo. No entanto, entendendo que foi Eterno quem
criou todas as coisas com um fim específico, como dizer que algo está errado?
Você pode me questionar?
·
Mas
foi o Eterno quem criou a prostituta? Sim! Seu papel é destruir os lares
daquelas pessoas que não levam a sério Gn 2.24. Ou
seja, se o marido não quer ser uma só carne com sua esposa e vice-versa, se é
para ter uma união hipócrita e superficial, então que se separe de uma vez ao
invés de ficarem enganando um ao outro e a todos, incluindo à Igreja (basta
pensar que uma das ordenanças para o episcopado e diaconato e governar bem a
própria casa – 1Tm 3.4,5,11,12);
·
Mas
foi o Eterno quem criou o ladrão? Sim! Seu papel é roubar aqueles que amam o
lucro exagerado (Ez 18.8), exploram os empregados (Ml
3.5; Tg 5.4), aproveitam-se da fraqueza e ingenuidade
das pessoas para ganhar às custas deles (Is
33.14,15), defraudam o seu próximo (tt 2.10);
·
Mas
foi o Eterno quem criou as religiões pagãs? Sim! Para que sejam enganados todos
os que, por prazer nas suas maldades (Jo 3.19-21),
usam indevidamente o nome de Jesus, envergonhando-O. Buscam-O,
não porque amam a Ele e a tudo que Ele é e faz, mas sim porque esperam atender
à sua cobiça;
·
Mas
foi o Eterno quem criou o governo corrupto? Sim! Para fazer o povo sofrer nas
suas devassidões e libertinagens e percebam que devem abandonar práticas como carnaval,
semana santa, futebol, etc., e, com isto, sair do mundo e se preparar para a
vinda de Cristo.
Isto soa absurdo? Ora, pense: quem foi que criou estes bandidos?
Quem é que lhes dá o fôlego de vida (Jo 11.25)? Quem
lhes dá ar para respirar, água para beber, comida para comer (Mt 5.44,45)? O homem não pode receber nada se do céu não
lhe for dado (Jo 3.27; 19.11).
Uma vez que Eterno tem todo poder e autoridade nas mãos, por que,
então, Ele não acaba com toda esta maldade de uma vez? É porque todas estas
pessoas são o instrumento Dele para abalar aquilo que Ele não colocou na Sua
Igreja (Hb 12.25-27). Para abalar tudo aquilo que é
abalável e, portanto, fica inquietando a vida do seguidor de Jesus,
distraindo-a e roubando-lhe o tempo e energia que deveriam ser gastos para amar
o próximo. Ele usa os bandidos para eliminar tudo isto da vida delas.
Se o Eterno fosse acabar de vez com a maldade, ele também teria
que acabar de vez com a Igreja, visto que esta assimilou a maldade que há no
mundo (ver 2Co 10.6).
Enfim, mas que importância
tem tudo isto? Isto quer dizer que jamais você deve perder tempo lutando contra
o mal:
·
Primeiro,
porque este mundo não tem conserto. Já está condenado (2Pe 3.10-12);
·
Segundo,
porque Jesus disse para não julgarmos as pessoas (Mt
7.1), já que todos hão de comparecer no tribunal de Cristo para serem julgados
por suas obras (Rm 14.10; 2Co 5.10);
·
Terceiro,
porque o mundo e o sistema que o rege não têm conserto (Jr 51.9). Foram
entregues a Ha-Satan (Lc
4.6).
·
Quarto,
porque, quando julgamos alguém por causa de algum pecado, somos condenados
juntamente com aqueles que estamos condenando, visto que tal atitude é a mesma
cometida pelo iníquo. Em outras palavras, ao julgarmos alguém pelo mal, estamos
praticando o mesmo mal que este e, portanto, nos tornando passíveis da mesma
condenação.
Ao invés disto, saia do mundo, vá para Cristo e sirva como
instrumento para que as pessoas reconheçam quem realmente são, o que é o pecado
que as domina (Rm 7.13-21) e a real natureza deste
mundo em que vivem e, assim, desejem ardentemente se arrepender, converter,
sair do mundo e estar pronto para quando Cristo vier.
Entenda: as pessoas que estão no aprisco do mundo ou da religião
não estão erradas de estarem nestes lugares, nem de fazer todas as atrocidades
possíveis. Elas estão fazendo o papel delas (matar, roubar e destruir – Jo 10.10) como vaso de ira para disciplinar a Igreja e ser
possível, através dela, que todos vejam o quão superior à maldade de Ha-Satan é a bondade e amor do Eterno (Rm
9.23).
O que não pode acontecer é você, que deseja ser vaso de honra
para glória do nome Dele, se envolva com algumas destas coisas. Sai da Grande
Babilônia (Ap 18.4) e incentive a quantos puder a te
seguir nesta decisão. No que você luta para destruí-la ou mudá-la, você acaba
se tornando igual a ela.
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