sexta-feira, 5 de setembro de 2014

70 - CONHECENDO MELHOR A DEUS - Parte 12



21) Deus nosso Pai e do Senhor Jesus

·         “A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 1.7);
·         “Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (I Coríntios 1.3);
·         “Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;” (2Coríntios 1.2,3).
·         “A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo!” (Efésios 1.2);
·         “Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Colossenses 1.2);
·         “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 1.1);
·         “Para que o nome de nosso SENHOR Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.” (II Tessalonicenses 1.12)
·         “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do SENHOR Jesus Cristo, esperança nossa,” (I Timóteo 1.1);
·         “Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.” (I Timóteo 5.21);
·         “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,” (II Timóteo 4.1);
·         “Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Filemom 1.3);
·         “Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde.” (Tiago 1.1).
·         "Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, encaminhe a nossa viagem para vós." (1 Tessalonicenses 3:11).

Por que em nenhuma destas passagens o Espírito Santo é citado? O Pai é espírito, é santo, o qual se encarnou em Jesus.
Contudo, não basta acreditar no Eterno como Criador e Pai. Os israelitas do Antigo Testamento é que criam assim, vendo o Eterno como um mero concessor de bênçãos aos fiéis. Hoje, as instituições religiosas, em particular as evangélicas, embora professem crer em Jesus, insistem em crer Nele deste modo, ou seja, apenas para buscar bênçãos e salvação.
Contudo, é preciso crer Nele manifestado em carne, ou seja, como aquele que não cedeu diante de Sua própria lei nem mesmo para beneficiar Sua carne e ter bem-estar físico. Antes, Ele veio para ser o cumprimento da lei (Mt 5.17), de modo que a lei se cumprisse dentro de nós (Rm 8.3,4), e não apenas externamente como meros rituais da Antiga Aliança.

22) Somos justificados em nome de Jesus pelo Espírito de Deus

·         “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” (I Coríntios 6.11);

Quem faz de nós pessoas justas é o Eterno agindo em nosso espírito (Rm 3.26). Contudo, isto só se concretizará na nossa vida em nome de tudo que o Eterno foi em carne, ou seja, com vistas a sermos usados por Ele no mesmo estilo de vida que Ele viveu quando aqui esteve (1Pe 2.21-24).

23) Devemos fazer em nome de Jesus a fim de agradecer a Deus Pai

·         “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3.17);

Antes de fazermos qualquer coisa, devemos pensar: estamos realmente no lugar onde o Eterno, em carne, nos deseja, fazendo o que Ele quer que façamos, e do jeito Dele? A questão não é tentar viver o caráter do Eterno celestial vivendo cada um a sua vidinha neste mundo.
Muitos acreditam que podem viver como qualquer cidadão do mundo, mas sem pecar, como se fosse possível agradar o Eterno vivendo na carne (o que é impossível - Rm 8.7,8). O único tipo de ação que o Eterno entende como agradecimento a Ele é quando encaramos a vida de Cristo um privilégio de se viver. Ter o Eterno como Pai é querermos ser Seu filho. Como o Eterno só tem um Filho, logo quem quiser ter filho tem que ser como Ele.
Em outras palavras, temos que ser agradecidos ao Eterno pela oportunidade que nos é dada de vivermos sem depender dos recursos deste mundo (1Jo 4.9).

24) É pelo Espírito que Cristo habita nos corações e somos fortalecidos

·         “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela fé nos vossos corações...” (Ef 3.14-17).

Para que o Eterno, em carne, possa habitar em nossos corações através da confiança Nele, é preciso que Ele atue diretamente fortalecendo nosso espírito. Sem isto, jamais nossa confiança no Eterno será real. O indivíduo pode crer Nele tal como os membros do sistema religioso: como o Deus da fé de Abraão, do sonho de José, da prosperidade de Salomão, da força de Sansão, da conquista de Davi e Josué, etc.
Contudo, a verdadeira fé que agrada o Eterno é a de enxergarmos que, apenas vivendo o estilo de vida que Ele assumiu quando estava em nosso meio, é que realmente irá exercitar nossa fé e esperança, nos fazer prósperos e fortes para conquistarmos a verdadeira herança. Para ser mais exato: crer no Seu poder celestial agindo em nosso interior a fim de sermos capazes de descansar e esperar Nele (Sl 37.7) até que Ele venha e opere em nós o que deseja e seja, Ele próprio, toda a satisfação do nosso coração (Sl 37.4).
Detalhe: não existe meia confiança. Ou confiamos no Eterno, em sua humanidade (como o único estilo de vida capaz de vencer o pecado e herdar a vida eterna, a saber, Ele mesmo – Jo 17.7) ou não.

25) Cristo se entrega a Deus pelo Espírito eterno

·         “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14).

O Eterno, em carne, entregou a Sua vida, não por Sua bondade carnal, mas movido por aquilo que Ele é como Deus. Ou seja, o Eterno, em carne, não ofertou Seu sangue (vida) como faz um herói ou mártir. Embora Ele tivesse poder e autoridade para ser isto, o objetivo não era glorificar Seu corpo humano, mas sim Sua divindade operando no ser humano.
Em outras palavras, o Eterno, em carne, em momento algum mostra ser o “bonzão”. Antes, dá até Sua última gota de sangue a fim de mostrar o tipo de vida que agrada a Ele: não a de um super-crente, mas sim a de alguém que depende Dele como Deus para tudo.
Entenda Jo 17.3: a vida eterna consiste em aceitar viver como o Eterno, em Seu papel humano, viveu, confiando e dependendo Dele tal como um criancinha de colo confia em seu pai (Mc 10.14,15).

26) Jesus entrega o espírito nas mãos do Pai

·         “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.” (Lc 23.46).

O Eterno, em carne, entrega Seu espírito humano para ser guardado em segurança por Ele em Seu papel divino. Mesmo sendo Ele, em carne, 100% Deus, não ousou descer até o inferno separado de Seu papel como Deus (Ef 4.10).

27) Cristo padeceu para nos levar a Deus, mas foi vivificado pelo Espírito

·         “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;” (1Pe 3.18).

O Eterno, em carne, padeceu a fim de nos levar a tudo aquilo que Ele é de fato. Como Ele fez isto? Ele padeceu, na carne, mas teve seu espírito humano vivificado por Ele mesmo em Sua divindade. Em outras palavras, ao invés de o Eterno, em carne, usar Seu poder e autoridade para fazer deste um mundo perfeito (leis justas e indivíduos justos para colocá-las em prática e zelar pelo cumprimento das mesmas), Ele preferiu sofrer em Sua carne as maldades de todos os seres humanos, bem como as consequências das mesmas, de modo que Ele pudesse ter vivificado seu espírito humano por Ele mesmo em Seu papel celestial.
Isto é para nos ensinar que, ao invés de lamentarmos as maldades das pessoas contra nós ou o que teremos que passar por consequência dos pecados das pessoas, devemos buscar, mais que tudo, que a virtude do Eterno tenha o máximo possível de oportunidades para se manifestar (ver 2Co 7.10,11; 12.9,10).

28) Orar em todo o tempo no espírito

·         “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,” (Ef 6.18);
·         “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,” (Jd 20).

Não devemos ir para fora de nós mesmos. A oração não visa mudar circunstâncias ou pessoas, mas sim nos levar a enxergar quem realmente somos, aquilo de que realmente necessitamos, o que realmente o Eterno quer de nós e para nós.
Uma vez que o Eterno se faz um com nosso espírito a fim de torná-lo santo (daí este papel Dele ser chamado de Espírito Santo) (1Co 6.17), ao invés de irmos para longe daquilo que somos, devemos buscar em nosso espírito aquilo que o Eterno tem para nós (ver 1Co 2.9-12).
Entenda: assim como em Jesus estava corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9), todos devem ser cheios de toda a plenitude do Eterno (Ef 3.19). A diferença é que Jesus era o próprio Eterno, mesmo em carne (a imagem exata de tudo que Ele pensa, sente, deseja, planeja – Hb 1.2), enquanto nós somos meros seres humanos, incapazes de algo bom por nós mesmos. Sem Jesus, não há um fundamento vivo para qualquer ato de bondade que possamos fazer. Tudo se resume a buscar prazer dentro de si mesmo às custa dos outros (seja do fracasso ou sucesso dos mesmos).

29) Jesus e os sete espíritos de Deus

·         “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,” (Ap 1.4,5)
·         “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.” (Ap 3.1)
·         “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.” (Ap 5.6)

O Eterno possui, em Seu interior, “sete” espíritos (centros de consciência). Considerando que “sete” é um número simbólico que representa plenitude, logo o que está sendo dito que o Eterno possui em Sua essência um número perfeito de espíritos (veja como há espírito de sobra no Eterno – Ml 2.15). E, como no Eterno, em carne, habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9), logo, todos os centros de consciência estão Nele.

30) Quem conhece o amor de Cristo também é cheio da plenitude da divindade

·         “E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” (Ef 3.19).

Quem quiser ser conhecido pelo amor que o Eterno manifestou enquanto esteve aqui como homem, poderá desfrutar do privilégio de ter os pensamentos e sentimentos guiados o tempo todo por aquilo que está na mente do Eterno, de ter todos os desejos do coração satisfeitos pela Sua presença (Sl 37.4).
Vem a questão: por que ser conhecido pelo amor do Eterno em Sua humanidade (e não em Sua divindade)? É por ser através da Sua humanidade que fica manifesta a real grandeza do Seu amor. Afinal, como Deus, o Eterno não pode sentir dor. No entanto, ao estar sujeito aos mesmos sofrimentos que qualquer ser humano e, ainda assim preferir suportar toda espécie de afronta e tortura (1Pe 2.21-24; Hb 12.1) a amaldiçoar ou destruir alguém, Ele mostrou que:

·         Seu amor é maior que Sua ira;
·         Seu desejo de estar com o homem é maior do que o desejo de punir o pecado. Ele prefere suportar todo sofrimento na carne (se isto for necessário para salvar alguém) a mandar alguém para o inferno.

31) O Pai é maior que Jesus

·         “Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu.” (Jo 14.28)

Uma vez que Jesus é o Eterno em carne, como o Pai pode ser maior que Jesus? Tudo parece corroborar para isto:

a)   O Filho não pode fazer nada de Si mesmo

·         “Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.” (Jo 5.19);
·         Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.” (Jo 5.30);
·         “Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo.” (Jo 5.26);
·         “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (Jo 6.38);
·         “Clamava, pois, Jesus no templo, ensinando, e dizendo: Vós conheceis-me, e sabeis de onde sou; e eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis.” (Jo 7.28);
·         “Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou.” (Jo 8.28);
·         Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.” (Jo 8.38);
·         “Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto.” (Jo 8.40);
·         “Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.” (Jo 8.42).

O Filho não tinha autorização para ensinar Sua própria doutrina, mas somente a do Eterno celestial:

·         “Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” (Jo 7.16,17).

Ao invés de ensinar Seus próprios ensinos, mandamentos, etc., optou por guardar e cumprir os mandamentos do Eterno celestial:

·         “Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito.” (Jo 12.49,50).
·         “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.” (Jo 15.10)

b)   Deus era cabeça do Filho

·         “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” (1Co 11.3).

Tanto que o Eterno, em carne, não buscou Sua própria glória (embora muitos a busque por ser isto conveniente para os tais), mas glorificou o Pai (João 8:50; 17:4).

·         “Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue.” (Jo 8.50);
·         “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.” (Jo 17.4).

c)   O Pai sabe coisas que o Filho não sabe

·         Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.” (Mc 13.32).

d)   O Filho tinha que crescer em sabedoria, estatura e Favor

·         “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” (Lc 2.52).

e)   O Filho tinha que aprender a obediência

·         Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.” (Hebreus 5.8).

Se interpretarmos estes trechos como os trinitarianos, fazendo distinção entre duas pessoas (Deus Pai de Deus Filho) entraremos em contradição. Teremos o Deus Filho com características que não são de Deus:
·         Ele não teria, de Si mesmo, qualquer autoridade (contrariando Mt 28.18);
·         Ele não saberia todas as coisas;
·         Ele não faria sua própria vontade. Antes, perderia Sua individualidade;
·         Ele teria alguém maior que Ele próprio;
·         Sua origem seria devida a outro ser;

Como responder a estes argumentos?
A resposta está abaixo:

·         “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Fp 2.5-8).

Eu custei a entender este trecho. Muitos acham que Jesus abriu mão de todos os poderes da divindade. Não é verdade! Nele estava toda a plenitude da divindade (Cl 2.9). No entanto, ao invés de querer se aproveitar dos privilégios de ter todos os poderes no universo a Seu dispor, Ele não se deixou influenciar pelos Seus sofrimentos para mudar Suas leis, nem tentou incitar a Si mesmo a fazer algo sobrenatural (Mt 26.53). Antes, optou esperar até que todo o Seu plano tivesse cumprido e, então, a provação terminasse e viesse dos céus tudo que Ele necessitava para Sua vida (afinal, toda boa dádiva e dom perfeito vêm do alto – Tg 1.16,17).
Se Jesus não tivesse à disposição todos os poderes da divindade, as duas tentações de Ha-Satan (uma diretamente e outra por meio dos líderes religiosos) não teria sentido. Em outras palavras, se Jesus não pudesse transformar pedras em pães (Mt 4.3), nem descer da cruz (Mt 27.42) então não seria tentação.
Assim, ao invés do Eterno se isolar se movendo no corpo chamado Jesus e fazendo tudo do Seu jeito, optou por não resolver nada pela força ou violência (Zc 4.6), nem invocar Seus poderes contidos em Seu papel como Deus, mas viver como um simples homem deve viver, ou seja, sem se isolar do Eterno nos céus, bem como daqueles que Ele deseja usar para crescer conosco.
Entenda: o Filho é um ser humano completo, com corpo, alma e espírito humanos. Este corpo humano tinha o Eterno celestial como cabeça e dependia Dele para tudo, o exemplo perfeito de como um ser humano deve se relacionar com Seu Criador. Tinha um conhecimento limitadíssimo como qualquer homem, tendo que aprender até mesmo a obedecer.
Como, então, este corpo chamado Jesus era 100% Deus, já que um ser, a princípio, é identificado por suas memórias? Uma pessoa desmemoriada ou louca não seria mais ela mesma.
Pense: o que define, por exemplo, o que uma semente irá se tornar? Afinal, uma semente de goiaba, mesmo que quisesse, não conseguiria gerar uma laranjeira. Embora várias árvores possam retirar os mesmos nutrientes do mesmo solo, cada uma combina os mesmos de uma maneira singular, gerando fruto segundo a sua espécie. Ou seja, cada semente traz dentro de si as instruções de como assimilar e organizar os nutrientes.
De igual modo, o espírito do homem é que o define, que o conduzirá a assimilar e organizar os recursos e acontecimentos à sua volta. Quando, todavia, a pessoa se une ao Eterno, forma um só espírito com Ele (1Co 6.17), o que faz dela uma pessoa completamente diferente do que era antes (2Co 5.17).
Com relação a Jesus, trata-se de um ser humano (com corpo, alma e espírito) concebido sem pecado, em cujo espírito humano havia a essência (semente) de tudo que o Eterno é. Este ser já nasceu completamente unido com o Eterno (tal como se dá com alguém que, após aceitar o Eterno, em carne, nasce de novo).
Na verdade, o Eterno experimentou na pele de um ser humano tudo que nós sentimos. Quando indagado sobre quando haveria de ser Sua segunda vinda, Ele não disse que não sabia, mas sim que o Filho (Seu ser humano) não sabia. Ele, em Sua divindade, só revela a Seu corpo humano aquilo que era necessário.
Ha-Satan, na verdade, não estava desafiando o Eterno, em carne, mas o Eterno, em Sua divindade, que era um com Seu espírito humano.
Após o juízo final, não haverá mais sentido o Eterno vivendo em realidade humana. Todos os seres humanos já estarão aptos para ser guiados diretos pelo Eterno celestial e, assim, ao invés de ficar reinando sobre todos como o ser humano perfeito, mas que necessita aprender, crescer, etc., Ele reinará direto como Deus que é tudo na vida de e todos (1Co 15.28).

32) Deus deu a revelação a Jesus

·         Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo;” (Ap 1.1).

O Eterno deu Sua revelação ao Homem que Ele criou para ser Seu corpo. Mas porque era necessário Ele vir em carne para que todos pudessem conhecê-Lo plenamente? Não é possível entender o apocalipse, nem o mistério de Deus, com uma visão carnalizada do mundo (Rm 8.7,8). A Escritura Sagrada não faz sentido para o homem carnal (1Co 2.14).
Apenas vivendo para servir ao Eterno, entregando a própria vida para que muitos venham a ser resgatados do pecado (Mt 20.28) é que todas as leis e promessas da Escritura Sagrada passam a ter sentido e serem corretamente compreendidos.

33) Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (Sl 22.1; Mt 27.46; Mc 15.34)?

·         “E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46).

O Eterno, em carne, se dirige a tudo que Ele é (Deus) orando como Davi (Sl 22.1), a fim de confirmar que Ele é a raiz e geração de Davi (Ap 22.16) e que Ele sofre com aqueles que são Seus (ver Sl 86.15; 145.8). Em outras palavras, ao orar deste modo, o Eterno, em carne, mostra que Ele não esteve alheio a tudo que Davi sofreu quando esteve aqui. Antes, sofreu junto com Ele (daí Ele ser sofredor – Sl 86.15; 145.8; 1Co 13.4,7).
Para ser mais exato: o sofrimento Dele, em carne, não era algo só Dele, mas exatamente aquilo que as demais pessoas sofriam. Ele não tinha nada para sofrer Dele mesmo (ou seja, pela perda dos interesses de Sua alma humana). Antes, Seu sofrimento era ver as pessoas sofrendo os seus maus desejos e não poder fazer nada a respeito por não encontrar espaço para trabalhar o coração da maioria das pessoas.
Muitos insistem em afirmar que o Eterno, em Sua humanidade, teve que experimentar também o que significa estar separado Dele em Sua divindade.
Contudo, isto não procede:

·         “E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada.” (Jo 8.29);
·         “Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo.” (Jo 16.32);

Mesmo porque, se o Eterno, em Sua divindade, tivesse se afastado de Seu corpo, então por que a pergunta? Afinal, Ele sabia muito bem que estava a morrer pelos pecados do povo. Além disto, como separar o Eterno Dele mesmo? Lembre-se que não é só parte da divindade que estava no espírito humano de Jesus, mas sim a plenitude da divindade (Cl 2.9).

34) Apenas Pai e Filho se conhecem

·         "Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mateus 11:27).
·         “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” (Jo 6.44,45).

Ninguém conhece o Eterno em carne, exceto o Eterno celestial. Afinal, o Eterno, em Sua humanidade, vai contra tudo que o mundo considera bom, prazeroso, etc. (daí a inimizade entre Deus e o mundo – Tg 4.4). Só a mente do Eterno celestial compreender tudo que Sua carne humana representa. Basta pensar que Deus não estava sujeito a sofrimento físico, mas optou vir aqui e experimentar isto só para que todos vissem como Seu amor é mais forte do que qualquer dor que este mundo possa tentar impor sobre alguém.
Ninguém também conhece o Eterno, em Sua divindade, com exceção do Eterno, em Sua humanidade. A beleza que há na santidade do Eterno (Sl 29.2; 96.9) só pode ser assimilada por quem tem como tesouro a vida das pessoas (e não as riquezas materiais que só dão conforto externo).
De igual modo, ninguém pode vir ao Eterno, em carne, a menos que Ele, em Sua divindade, conduza o indivíduo a Ele. Ninguém pode suportar a companhia de pessoas que vivem o estilo de vida Dele (de simplicidade com relação a este mundo), a menos que Ele mantenha a pessoa em contato permanente com toda a riqueza celestial (daí - Ef 1.3; 2.6).

35) Jesus veio do Pai e voltou para Ele

·         “Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pai; pois o mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes, e crestes que saí de Deus. Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai. Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.” (Jo 16.26-28).

O Eterno celestial criou um corpo para Si e veio ao mundo (daí Ele ter saído do Pai. Ele saiu de Si mesmo, como se Ele tivesse plantado uma “muda” de Si mesmo).
Há, contudo, duas coisas a serem observadas:

1º -       Como o Eterno iria deixar o mundo, já que Ele é onipresente? Isto significa que, um vez que Sua carne ia para o céu, o mundo não mais o veria (Jo 14.19). Apenas os que pertenciam a Ele O veriam;
2º -       Como o Eterno, em carne, iria para o Eterno celestial, já que ambos são um (Jo 14.30)? O Eterno, em Sua humanidade, ia para o Pai tal como qualquer ser humano deve ir, ou seja, para que Seu espírito humano fosse usado pelo Eterno celestial a fim de testificar aos espíritos que estão na prisão (1Pe 3.19) que é possível alguém vencer o pecado e mundo, bastando confiar no Eterno (veja o exemplo de Lázaro sendo usado para mostrar ao rico a Sua maldade – Lc 16.19-31).

36) Como Jesus teve glória junto do Pai antes que o mundo existisse, se Ele veio existir apenas há cerca de dois mil anos?

·          “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse." (João 17:5).

O primeiro ser que o Eterno projetou foi o Seu próprio corpo humano. Ao assim fazer, Ele pode experimentar o Seu amor pela humanidade em Si mesmo (daí Jo 17.24). Ali o Eterno esteve junto do ser humano e manifestou Sua glória Nele, em Si mesmo. Tudo mais foi criado pelo Eterno como base nesta intimidade que Ele podia ter com o ser humano em Si mesmo.
Para ser mais exato: a intimidade que o Eterno tinha em Si mesmo (a saber, entre Seus inúmeros centros de consciência), agora Ele ia vivê-la de dois pontos de vista: espiritual e físico.

37) Deus enviou Seu Filho

·         “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (Jo 3.17);
·         “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.” (Jo 5.30).

O Eterno enviou ao mundo o corpo humano que, antes da fundação do mundo (Jo 17.24; Ef 1.4; 1Pe 1.20), tinha projetado para Si e com o qual Ele mantinha relacionamento, como se o mesmo já existisse.

38) O Verbo estava com Deus

·         “NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (Jo 1.1,2)
·         (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada);” (1Jo 1.2).

O Verbo estava com Deus, no sentido de que o Eterno era o dono dos pensamentos e planos de Sua mente.
Para os trinitarianos que supõem que Deus, aqui, é o Pai, o versículo poderia ser lido assim: “... O Verbo estava com o Pai e o Verbo era o Pai".
A vida eterna se manifestou a nós quando o Eterno veio em carne a fim de nos mostrar qual é o único estilo de vida que nunca se acaba, ou seja, qual o estilo de vida a ser vivido eternamente por aqueles que almejam a salvação.

39) Jesus disse: há outro que dá testemunho de mim

·         “Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.” (Jo 5.31,32);

Num dado momento o Eterno, em carne, declara que, quem testifica de si mesmo, não possui testemunho verdadeiro. Contudo, num momento posterior Ele diz que, se Ele testificasse de Si mesmo, ainda assim Seu testemunho seria verdadeiro.

·         “Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro. Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo. E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro.  Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.” (Jo 8.13-18).

Não se trata de uma contradição. Como ninguém sabia de onde o Eterno, como homem, vinha e para onde ia, logo, era impossível que algum ser humano testificasse Dele corretamente. Por isto é que Ele precisava testificar de Si: por não haver ninguém devidamente capacitado para concordar com Ele (como sugere Mt 18.19).
Logo, apenas Ele podia concordar com Ele mesmo.
Mas então, como fica a ordem dada a Moisés:

·         “Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá.” (Dt 17.6);
·         “Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato.” (Dt 19.15).

Logo, tinha que haver outro ser para testificar do Eterno, como homem. E Ele disse que havia (Jo 5.32). Se isto fosse prova da trindade, então por que o Espírito Santo não é mencionado? Afinal, embora a lei permitisse duas testemunhas para confirmar uma verdade, se houvesse três era melhor (ainda mais considerando a incredulidade do povo).
Mas afinal, quem era este “outro” que testemunhava do Eterno, em carne? Com certeza era Ele, como Deus.
Sei que isto pode soar estranho, porque, infelizmente, temos a tendência de humanizarmos o Eterno. Todavia, é bom lembrar que o Eterno pode muito bem viver vários papéis ao mesmo tempo e interagir com eles.
Assim como o Eterno se encarnou como homem, Ele poderia, também, se encarnar como gato, peixe, ave. Se Ele assim fizesse, teríamos um único indivíduo vivendo em cinco seres diferentes. Ainda que seja o mesmo indivíduo vivendo nos cinco seres, o modo de enxergar o mundo em cada perspectiva seria completamente diferente.
Entenda: não se trata de teofania, onde o Eterno se materializava na forma de um ser humano, pomba, etc. Antes, trata-se de viver a realidade de um gato, peixe, ave, homem.
Para você entender o que quero dizer, tente imaginar você, por exemplo, no corpo de um gato. Ainda que você conservasse sua mente e caráter, contudo, seu modo de ver o mundo mudaria. Por exemplo:

·         Em termos de alimentação, você iria atrás de ratos, aves, etc. Dificilmente pensaria em comer verduras, cereais, etc;
·         Em termos sexuais, você seria atraído por gatas, ao invés de mulheres;
·         Você não iria pensar em trabalhar. Primeiro, porque a única coisa que você saberia fazer é miar. Além disto, como você não precisa se vestir e já tem alimento na natureza, para quê se desgastar fazendo o que, na maioria das vezes, é mal aos olhos do Eterno? Enfim, você viveria da caça;
·         E mesmo que, de alguma forma você conseguisse se comunicar com os homens, certamente iria lutar pelo direito dos gatos, para defender a natureza (já que é isto que tem haver contigo), ao invés de lutar por causas trabalhistas, obras assistenciais, etc.

Ainda que teu espírito fosse o mesmo, seu corpo e alma te fariam usar teu caráter de um modo que tem tudo haver com gatos. Enfim, o teu modo ver o mundo como gato, seria diferente da tua forma de ver o mundo como peixe, ave ou qualquer outra criatura.
 Se você acha que não, pense: quantas vezes mudamos o nosso caráter no sentido de nos adaptarmos às circunstâncias? Quando estamos na fartura, somos um tipo de indivíduo; quando na presença de alguém chato, nos tornamos um indivíduo completamente diferente; quando ameaçados, somos capazes de coisas que nem imaginávamos.
Agora pense: se, mesmo sendo nós um único corpo, alma e espírito, já nos apresentamos aos outros de vários modos, quão dirá se nossa natureza fosse mudada.
No caso do Eterno, mesmo sendo Ele íntegro (Ml 3.6; Hb 13.8), ainda assim Seu modo de manifestar a todos seria diferente na pele de cada um destes seres
Entenda: Seu caráter não mudaria, mas a forma de Ele apresentar Seu caráter e Palavra, bem como Sua forma de sentir este mundo e interagir com Ele seria diferente. Na pele de cada um deles, Ele poderia ser tentado em tudo (em conformidade com os deseja da Sua carne), mas sem jamais pecar (Hb 4.15).
Enfim, embora a outra testemunha fosse Ele mesmo como Deus, ainda assim era “outra” porque o modo de Eterno perceber este mundo como Deus é diferente de o modo de Ele perceber este mundo como homem.
É um só Deus que, agora, se tornou dois seres diferentes.
Para finalizar este item, surge a dúvida: como é que o Eterno, em Sua divindade, testemunhava de Si, em carne?

·         “Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço, testificam de mim, que o Pai me enviou.” (João 5.36).
·         “Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.” (João 14.11).

Em outras palavras, as obras que Ele fez em Israel no Antigo Testamento, Ele as fez em Sua humanidade. A diferença é que, enquanto no Antigo Testamento o Eterno livrava Seu povo destruindo os que se opunham externamente à Sua Palavra (seja dentre os gentios ou dos pervertidos de Israel), no Novo Testamento o Eterno livra Seu povo dos males que os assolam internamente (doenças, possessões demoníacas). Para ser mais exato, os milagres do Antigo Testamento eram sombra daquilo que Ele desejava operar internamente no coração de cada um.

20) Jesus roga ao Pai pedindo outro Consolador

·         “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.” (João 14:16-18).

Em primeiro lugar, o outro Consolador já era conhecido por eles por estar habitando com eles. Ora, quem estava habitando com eles? Não era Jesus? Logo, era o próprio Jesus o Consolador que iria habitar dentro deles.
Além disso, uma vez que Jesus não ia deixar os discípulos órfãos, logo Ele é Pai. Ou seja, o Eterno celestial habitou com os discípulos em carne e, logo iria habitar no coração Deles consolando-os
Além disto, considere a expressão “voltarei para vós”. Alguém poderia questionar que, ao dizer, Jesus estava se referindo à sua segunda vinda. Se assim, então Jesus mentiu, pois Ele não veio até hoje. Mesmo que alguém insista em dizer que isto era uma promessa para os seguidores do Eterno na época da 70ª semana, então ela não seria de nenhum valor para os fiéis até chegar este dia.
Não há o que duvidar: o Eterno, em carne, não iria deixar Seus discípulos órfãos porque iria, voltar para eles.
Mas, e quanto ao fato de Jesus rogar ao Pai em prol de outro Consolador? Por que isto era necessário? Ao concordarmos em viver o estilo de vida que Ele viveu aqui (Gl 2.20), seremos o corpo de Cristo (Ef 1.21-23). Nesta hora, nossa oração será tal como se fosse o próprio Eterno, em carne, orando e buscando do Eterno, em Seu papel como Pai, a fim de sermos preenchidos com tudo que Ele é em nosso espírito a fim de sermos consolados pela Sua presença em nós. Em outras palavras, para ser batizado com o Espírito Santo (ou seja, nos tornarmos um com o espírito do Eterno – 1Co 6.17) só será possível quando nosso ser clamar ao Pai por uma vida realmente seja uma memória de tudo que Jesus foi:

·         Assim como Ele deu Seu corpo por nós, devemos entregar o nosso para que as pessoas possam ser ligadas ao Eterno através de nós a fim de solidificar Sua palavra nos corações (Jo 13.34,35);
·         Assim como Ele deu Seu sangue, devemos dar a vida pelos irmãos (Jo 15.12,13).

Ainda resta uma dúvida: por que era necessário Jesus ir para o Consolador vir?

·         "Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei." (João 16:7).

Enquanto o Eterno, em Sua humanidade, não fosse oferecido em sacrifício, os discípulos não iriam desejar a transformação de Seus corações. Era muito mais fácil continuar do jeito que estava: vendo Jesus operar os milagres, sem precisar de uma transformação interior. Apenas após a morte de Cristo é que seus corações ficariam tristes o suficiente para desejarem ardentemente serem consolados (Jo 16.20) pelo lavar da regeneração e renovação do Eterno dentro deles (Tt 3.4-6).
Afinal, o que realmente nos atormenta não são as investidas das pessoas contra nós, mas sim as murmurações da nossa alma corrompida por ver um prazer que tanto desejava ser frustrado. Além disto, apenas após a maior expressão de obediência do Eterno, como homem, é que acabaria de vez com toda pretensão de fazer “guerra santa” para agradar ao Eterno (tal como Pedro -  Lc 22.49-51). Era preciso que todos, a começar pelos apóstolos, enxergassem que Ele não mais agiria como na Antiga Aliança. Quem assim procedesse estaria fazendo isto por sua própria conta.

40) A quem Zacarias chamou de Senhor?

·         “E eu disse: Senhor meu, quem são estes? E disse-me o anjo que falava comigo: Eu te mostrarei quem são estes. Então respondeu o homem que estava entre as murtas, e disse: Estes são os que o SENHOR tem enviado para percorrerem a terra. E eles responderam ao anjo do SENHOR, que estava entre as murtas, e disseram: Nós já percorremos a terra, e eis que toda a terra está tranqüila e quieta. Então o anjo do SENHOR respondeu, e disse: Ó SENHOR dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos? E respondeu o SENHOR ao anjo, que falava comigo, com palavras boas, palavras consoladoras.” (Zc 1.9-13).

O termo senhor, aqui, refere-se ao anjo que estava falando com Zacarias. Afinal, qualquer um pode ser chamado de senhor (Gn 24.18; 33.15), embora o mais apropriado seja o uso do mesmo para o Eterno. Além deste anjo, havia também o anjo do Senhor que estava conversando com o Eterno.

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