21) Deus nosso Pai e do Senhor Jesus
·
“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos:
Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Romanos
1.7);
·
“Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus
Cristo.” (I Coríntios 1.3);
·
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor
Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;” (2Coríntios
1.2,3).
·
“A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus
Cristo!” (Efésios 1.2);
·
“Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça
a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Colossenses
1.2);
·
“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus,
o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do
Senhor Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 1.1);
·
“Para que o nome de nosso SENHOR Jesus Cristo seja em vós
glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus
Cristo.” (II Tessalonicenses 1.12)
·
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso
Salvador, e do SENHOR Jesus Cristo, esperança nossa,” (I
Timóteo 1.1);
·
“Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos
anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.”
(I Timóteo 5.21);
·
“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo,
que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,” (II
Timóteo 4.1);
·
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus
Cristo.” (Filemom 1.3);
·
“Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze
tribos que andam dispersas, saúde.” (Tiago 1.1).
·
"Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo,
encaminhe a nossa viagem para vós." (1 Tessalonicenses 3:11).
Por que em
nenhuma destas passagens o Espírito Santo é citado? O Pai é espírito, é santo,
o qual se encarnou em Jesus.
Contudo, não
basta acreditar no Eterno como Criador e Pai. Os israelitas do Antigo
Testamento é que criam assim, vendo o Eterno como um mero concessor de bênçãos
aos fiéis. Hoje, as instituições religiosas, em particular as evangélicas,
embora professem crer em Jesus, insistem em crer Nele deste modo, ou seja,
apenas para buscar bênçãos e salvação.
Contudo, é
preciso crer Nele manifestado em carne, ou seja, como aquele que não cedeu
diante de Sua própria lei nem mesmo para beneficiar Sua carne e ter bem-estar
físico. Antes, Ele veio para ser o cumprimento da lei (Mt 5.17), de modo que a lei se cumprisse dentro de nós (Rm 8.3,4), e não apenas externamente como meros rituais da
Antiga Aliança.
22) Somos justificados em nome de Jesus pelo Espírito de Deus
·
“E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis
sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e
pelo Espírito do nosso Deus.” (I Coríntios 6.11);
Quem faz de
nós pessoas justas é o Eterno agindo em nosso espírito (Rm 3.26). Contudo, isto só se concretizará na nossa vida em
nome de tudo que o Eterno foi em carne, ou seja, com vistas a sermos usados por
Ele no mesmo estilo de vida que Ele viveu quando aqui esteve (1Pe
2.21-24).
23) Devemos fazer em nome de Jesus a fim de agradecer a Deus Pai
·
“E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em
nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses
3.17);
Antes de
fazermos qualquer coisa, devemos pensar: estamos realmente no lugar onde o
Eterno, em carne, nos deseja, fazendo o que Ele quer que façamos, e do jeito
Dele? A questão não é tentar viver o caráter do Eterno celestial vivendo cada
um a sua vidinha neste mundo.
Muitos
acreditam que podem viver como qualquer cidadão do mundo, mas sem pecar, como
se fosse possível agradar o Eterno vivendo na carne (o que é
impossível - Rm 8.7,8). O único tipo
de ação que o Eterno entende como agradecimento a Ele é quando encaramos a vida
de Cristo um privilégio de se viver. Ter o Eterno como Pai é querermos ser Seu
filho. Como o Eterno só tem um Filho, logo quem quiser ter filho tem que ser
como Ele.
Em outras
palavras, temos que ser agradecidos ao Eterno pela oportunidade que nos é dada
de vivermos sem depender dos recursos deste mundo (1Jo 4.9).
24) É pelo Espírito que Cristo habita nos corações e somos fortalecidos
·
“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que,
segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com
poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela
fé nos vossos corações...” (Ef 3.14-17).
Para que o
Eterno, em carne, possa habitar em nossos corações através da confiança Nele, é
preciso que Ele atue diretamente fortalecendo nosso espírito. Sem isto, jamais
nossa confiança no Eterno será real. O indivíduo pode crer Nele tal como os
membros do sistema religioso: como o Deus da fé de Abraão, do sonho de José, da
prosperidade de Salomão, da força de Sansão, da conquista de Davi e Josué, etc.
Contudo, a
verdadeira fé que agrada o Eterno é a de enxergarmos que, apenas vivendo o
estilo de vida que Ele assumiu quando estava em nosso meio, é que realmente irá
exercitar nossa fé e esperança, nos fazer prósperos e fortes para conquistarmos
a verdadeira herança. Para ser mais exato: crer no Seu poder celestial agindo
em nosso interior a fim de sermos capazes de descansar e esperar Nele (Sl 37.7) até que Ele venha e opere em nós o que deseja e
seja, Ele próprio, toda a satisfação do nosso coração (Sl 37.4).
Detalhe: não
existe meia confiança. Ou confiamos no Eterno, em sua humanidade (como o
único estilo de vida capaz de vencer o pecado e herdar a vida eterna, a saber,
Ele mesmo – Jo 17.7) ou não.
25) Cristo se entrega a Deus pelo Espírito eterno
·
“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se
ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas
consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb
9.14).
O Eterno, em
carne, entregou a Sua vida, não por Sua bondade carnal, mas movido por aquilo
que Ele é como Deus. Ou seja, o Eterno, em carne, não ofertou Seu sangue (vida) como faz um herói ou mártir. Embora Ele tivesse
poder e autoridade para ser isto, o objetivo não era glorificar Seu corpo
humano, mas sim Sua divindade operando no ser humano.
Em outras
palavras, o Eterno, em carne, em momento algum mostra ser o “bonzão”. Antes, dá
até Sua última gota de sangue a fim de mostrar o tipo de vida que agrada a Ele:
não a de um super-crente, mas sim a de alguém que depende Dele como Deus para
tudo.
Entenda Jo
17.3: a vida eterna consiste em aceitar viver como o Eterno, em Seu papel
humano, viveu, confiando e dependendo Dele tal como um criancinha de colo
confia em seu pai (Mc 10.14,15).
26) Jesus entrega o espírito nas mãos do Pai
·
“E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.” (Lc
23.46).
O Eterno, em carne,
entrega Seu espírito humano para ser guardado em segurança por Ele em Seu papel
divino. Mesmo sendo Ele, em carne, 100% Deus, não ousou descer até o inferno separado
de Seu papel como Deus (Ef 4.10).
27) Cristo padeceu para nos levar a Deus, mas foi vivificado pelo Espírito
·
“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo
pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na
carne, mas vivificado pelo Espírito;” (1Pe 3.18).
O Eterno, em
carne, padeceu a fim de nos levar a tudo aquilo que Ele é de fato. Como Ele fez
isto? Ele padeceu, na carne, mas teve seu espírito humano vivificado por Ele
mesmo em Sua divindade. Em outras palavras, ao invés de o Eterno, em carne,
usar Seu poder e autoridade para fazer deste um mundo perfeito (leis
justas e indivíduos justos para colocá-las em prática e zelar pelo cumprimento
das mesmas), Ele preferiu sofrer em Sua carne as
maldades de todos os seres humanos, bem como as consequências das mesmas, de
modo que Ele pudesse ter vivificado seu espírito humano por Ele mesmo em Seu papel
celestial.
Isto é para
nos ensinar que, ao invés de lamentarmos as maldades das pessoas contra nós ou
o que teremos que passar por consequência dos pecados das pessoas, devemos
buscar, mais que tudo, que a virtude do Eterno tenha o máximo possível de
oportunidades para se manifestar (ver 2Co 7.10,11; 12.9,10).
28) Orar em todo o tempo no espírito
·
“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito,
e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,” (Ef
6.18);
·
“Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa
santíssima fé, orando no Espírito Santo,” (Jd
20).
Não devemos ir
para fora de nós mesmos. A oração não visa mudar circunstâncias ou pessoas, mas
sim nos levar a enxergar quem realmente somos, aquilo de que realmente
necessitamos, o que realmente o Eterno quer de nós e para nós.
Uma vez que o
Eterno se faz um com nosso espírito a fim de torná-lo santo (daí este
papel Dele ser chamado de Espírito Santo) (1Co 6.17), ao invés de irmos para longe daquilo que somos,
devemos buscar em nosso espírito aquilo que o Eterno tem para nós (ver 1Co
2.9-12).
Entenda: assim
como em Jesus estava corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9), todos devem ser cheios de toda a plenitude do Eterno
(Ef 3.19). A diferença
é que Jesus era o próprio Eterno, mesmo em carne (a imagem exata de tudo que Ele
pensa, sente, deseja, planeja – Hb 1.2), enquanto nós
somos meros seres humanos, incapazes de algo bom por nós mesmos. Sem Jesus, não
há um fundamento vivo para qualquer ato de bondade que possamos fazer. Tudo se
resume a buscar prazer dentro de si mesmo às custa dos outros (seja do
fracasso ou sucesso dos mesmos).
29) Jesus e os sete espíritos de Deus
·
“João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco
da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos
que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel
testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra.
Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,” (Ap
1.4,5)
·
“E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem
os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras,
que tens nome de que vives, e estás morto.” (Ap 3.1)
·
“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais
viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete
chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda
a terra.” (Ap 5.6)
O Eterno
possui, em Seu interior, “sete” espíritos (centros de consciência). Considerando que “sete” é um número simbólico que
representa plenitude, logo o que está sendo dito que o Eterno possui em Sua
essência um número perfeito de espíritos (veja como há espírito de sobra
no Eterno – Ml 2.15). E, como no
Eterno, em carne, habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9), logo, todos os centros de consciência estão Nele.
30) Quem conhece o amor de Cristo também é cheio da plenitude da divindade
·
“E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para
que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” (Ef
3.19).
Quem quiser
ser conhecido pelo amor que o Eterno manifestou enquanto esteve aqui como homem,
poderá desfrutar do privilégio de ter os pensamentos e sentimentos guiados o tempo
todo por aquilo que está na mente do Eterno, de ter todos os desejos do coração
satisfeitos pela Sua presença (Sl 37.4).
Vem a questão:
por que ser conhecido pelo amor do Eterno em Sua humanidade (e não em
Sua divindade)? É por ser através da Sua humanidade
que fica manifesta a real grandeza do Seu amor. Afinal, como Deus, o Eterno não
pode sentir dor. No entanto, ao estar sujeito aos mesmos sofrimentos que
qualquer ser humano e, ainda assim preferir suportar toda espécie de afronta e
tortura (1Pe 2.21-24; Hb 12.1) a amaldiçoar ou destruir alguém, Ele mostrou que:
·
Seu amor é
maior que Sua ira;
·
Seu desejo de
estar com o homem é maior do que o desejo de punir o pecado. Ele prefere
suportar todo sofrimento na carne (se isto for necessário para salvar alguém) a mandar alguém para o inferno.
31) O Pai é maior que Jesus
·
“Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis,
certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque meu Pai é
maior do que eu.” (Jo 14.28)
Uma vez que
Jesus é o Eterno em carne, como o Pai pode ser maior que Jesus? Tudo parece
corroborar para isto:
a) O Filho não pode fazer nada de Si mesmo
·
“Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo
que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o
Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.” (Jo
5.19);
·
“Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço,
assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a
vontade do Pai que me enviou.” (Jo 5.30);
·
“Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é
verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo.” (Jo
5.26);
·
“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas
a vontade daquele que me enviou.” (Jo 6.38);
·
“Clamava, pois, Jesus no templo, ensinando, e dizendo: Vós
conheceis-me, e sabeis de onde sou; e eu não vim de mim mesmo, mas
aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis.” (Jo
7.28);
·
“Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então
conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como
meu Pai me ensinou.” (Jo 8.28);
·
“Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que
também vistes junto de vosso pai.” (Jo 8.38);
·
“Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a
verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto.” (Jo
8.40);
·
“Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me
amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele
me enviou.” (Jo 8.42).
O Filho não tinha
autorização para ensinar Sua própria doutrina, mas somente a do Eterno
celestial:
·
“Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha,
mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela
mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” (Jo
7.16,17).
Ao invés de
ensinar Seus próprios ensinos, mandamentos, etc., optou por guardar e cumprir
os mandamentos do Eterno celestial:
·
“Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que
me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de
falar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo,
falo-o como o Pai mo tem dito.” (Jo 12.49,50).
·
“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do
mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço
no seu amor.” (Jo 15.10)
b) Deus era cabeça do Filho
·
“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o
homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” (1Co
11.3).
Tanto que o Eterno, em carne, não buscou Sua
própria glória (embora muitos a busque por ser isto conveniente
para os tais), mas glorificou o Pai (João
8:50; 17:4).
·
“Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue.” (Jo
8.50);
·
“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me
deste a fazer.” (Jo 17.4).
c) O Pai sabe coisas que o Filho não sabe
·
Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão
no céu, nem o Filho, senão o Pai.” (Mc 13.32).
d) O Filho tinha que crescer em sabedoria, estatura e Favor
·
“E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com
Deus e os homens.” (Lc 2.52).
e) O Filho tinha que aprender a obediência
·
Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que
padeceu.” (Hebreus 5.8).
Se interpretarmos estes trechos como os
trinitarianos, fazendo distinção entre duas pessoas (Deus Pai
de Deus Filho) entraremos em contradição. Teremos o
Deus Filho com características que não são de Deus:
·
Ele não teria,
de Si mesmo, qualquer autoridade (contrariando Mt 28.18);
·
Ele não
saberia todas as coisas;
·
Ele não faria
sua própria vontade. Antes, perderia Sua individualidade;
·
Ele teria
alguém maior que Ele próprio;
·
Sua origem seria
devida a outro ser;
Como responder a estes argumentos?
A resposta
está abaixo:
·
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a
Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Fp
2.5-8).
Eu custei a
entender este trecho. Muitos acham que Jesus abriu mão de todos os poderes da
divindade. Não é verdade! Nele estava toda a plenitude da divindade (Cl 2.9). No entanto, ao invés de querer se aproveitar dos
privilégios de ter todos os poderes no universo a Seu dispor, Ele não se deixou
influenciar pelos Seus sofrimentos para mudar Suas leis, nem tentou incitar a
Si mesmo a fazer algo sobrenatural (Mt 26.53). Antes, optou
esperar até que todo o Seu plano tivesse cumprido e, então, a provação
terminasse e viesse dos céus tudo que Ele necessitava para Sua vida (afinal,
toda boa dádiva e dom perfeito vêm do alto – Tg 1.16,17).
Se Jesus não
tivesse à disposição todos os poderes da divindade, as duas tentações de
Ha-Satan (uma diretamente e outra por meio dos líderes
religiosos) não teria sentido. Em outras
palavras, se Jesus não pudesse transformar pedras em pães (Mt 4.3), nem descer da cruz (Mt 27.42) então não seria tentação.
Assim, ao
invés do Eterno se isolar se movendo no corpo chamado Jesus e fazendo tudo do
Seu jeito, optou por não resolver nada pela força ou violência (Zc 4.6), nem invocar Seus poderes contidos em Seu papel
como Deus, mas viver como um simples homem deve viver, ou seja, sem se isolar
do Eterno nos céus, bem como daqueles que Ele deseja usar para crescer conosco.
Entenda: o
Filho é um ser humano completo, com corpo, alma e espírito humanos. Este corpo
humano tinha o Eterno celestial como cabeça e dependia Dele para tudo, o
exemplo perfeito de como um ser humano deve se relacionar com Seu Criador.
Tinha um conhecimento limitadíssimo como qualquer homem, tendo que aprender até
mesmo a obedecer.
Como, então,
este corpo chamado Jesus era 100% Deus, já que um ser, a princípio, é
identificado por suas memórias? Uma pessoa desmemoriada ou louca não seria mais
ela mesma.
Pense: o que
define, por exemplo, o que uma semente irá se tornar? Afinal, uma semente de
goiaba, mesmo que quisesse, não conseguiria gerar uma laranjeira. Embora várias
árvores possam retirar os mesmos nutrientes do mesmo solo, cada uma combina os
mesmos de uma maneira singular, gerando fruto segundo a sua espécie. Ou seja,
cada semente traz dentro de si as instruções de como assimilar e organizar os
nutrientes.
De igual modo,
o espírito do homem é que o define, que o conduzirá a assimilar e organizar os
recursos e acontecimentos à sua volta. Quando, todavia, a pessoa se une ao
Eterno, forma um só espírito com Ele (1Co 6.17), o que faz dela uma pessoa completamente diferente
do que era antes (2Co 5.17).
Com relação a
Jesus, trata-se de um ser humano (com corpo, alma e espírito) concebido sem pecado, em cujo espírito humano
havia a essência (semente) de tudo que o
Eterno é. Este ser já nasceu completamente unido com o Eterno (tal como
se dá com alguém que, após aceitar o Eterno, em carne, nasce de novo).
Na verdade, o
Eterno experimentou na pele de um ser humano tudo que nós sentimos. Quando
indagado sobre quando haveria de ser Sua segunda vinda, Ele não disse que não
sabia, mas sim que o Filho (Seu ser humano) não sabia.
Ele, em Sua divindade, só revela a Seu corpo humano aquilo que era necessário.
Ha-Satan, na
verdade, não estava desafiando o Eterno, em carne, mas o Eterno, em Sua
divindade, que era um com Seu espírito humano.
Após o juízo
final, não haverá mais sentido o Eterno vivendo em realidade humana. Todos os
seres humanos já estarão aptos para ser guiados diretos pelo Eterno celestial
e, assim, ao invés de ficar reinando sobre todos como o ser humano perfeito,
mas que necessita aprender, crescer, etc., Ele reinará direto como Deus que é tudo
na vida de e todos (1Co 15.28).
32) Deus deu a revelação a Jesus
·
“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para
mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu
anjo as enviou, e as notificou a João seu servo;” (Ap
1.1).
O Eterno deu
Sua revelação ao Homem que Ele criou para ser Seu corpo. Mas porque era
necessário Ele vir em carne para que todos pudessem conhecê-Lo plenamente? Não
é possível entender o apocalipse, nem o mistério de Deus, com uma visão
carnalizada do mundo (Rm 8.7,8). A Escritura
Sagrada não faz sentido para o homem carnal (1Co 2.14).
Apenas vivendo
para servir ao Eterno, entregando a própria vida para que muitos venham a ser
resgatados do pecado (Mt 20.28) é que todas
as leis e promessas da Escritura Sagrada passam a ter sentido e serem
corretamente compreendidos.
33) Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (Sl 22.1; Mt 27.46; Mc 15.34)?
·
“E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli,
Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt
27.46).
O Eterno, em
carne, se dirige a tudo que Ele é (Deus) orando como
Davi (Sl 22.1), a fim de
confirmar que Ele é a raiz e geração de Davi (Ap 22.16) e que Ele sofre com aqueles que são Seus (ver Sl
86.15; 145.8). Em outras palavras, ao orar deste
modo, o Eterno, em carne, mostra que Ele não esteve alheio a tudo que Davi
sofreu quando esteve aqui. Antes, sofreu junto com Ele (daí Ele ser
sofredor – Sl 86.15; 145.8; 1Co 13.4,7).
Para ser mais
exato: o sofrimento Dele, em carne, não era algo só Dele, mas exatamente aquilo
que as demais pessoas sofriam. Ele não tinha nada para sofrer Dele mesmo (ou seja,
pela perda dos interesses de Sua alma humana). Antes, Seu sofrimento era ver as pessoas sofrendo os seus maus desejos
e não poder fazer nada a respeito por não encontrar espaço para trabalhar o
coração da maioria das pessoas.
Muitos
insistem em afirmar que o Eterno, em Sua humanidade, teve que experimentar
também o que significa estar separado Dele em Sua divindade.
Contudo, isto
não procede:
·
“E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só,
porque eu faço sempre o que lhe agrada.” (Jo 8.29);
·
“Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis
dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só,
porque o Pai está comigo.” (Jo 16.32);
Mesmo porque,
se o Eterno, em Sua divindade, tivesse se afastado de Seu corpo, então por que
a pergunta? Afinal, Ele sabia muito bem que estava a morrer pelos pecados do
povo. Além disto, como separar o Eterno Dele mesmo? Lembre-se que não é só
parte da divindade que estava no espírito humano de Jesus, mas sim a plenitude
da divindade (Cl 2.9).
34) Apenas Pai e Filho se conhecem
·
"Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai
senão Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mateus
11:27).
·
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu
o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos
ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a
mim.” (Jo 6.44,45).
Ninguém
conhece o Eterno em carne, exceto o Eterno celestial. Afinal, o Eterno, em Sua
humanidade, vai contra tudo que o mundo considera bom, prazeroso, etc. (daí a
inimizade entre Deus e o mundo – Tg 4.4). Só a mente
do Eterno celestial compreender tudo que Sua carne humana representa. Basta
pensar que Deus não estava sujeito a sofrimento físico, mas optou vir aqui e
experimentar isto só para que todos vissem como Seu amor é mais forte do que
qualquer dor que este mundo possa tentar impor sobre alguém.
Ninguém também
conhece o Eterno, em Sua divindade, com exceção do Eterno, em Sua humanidade. A
beleza que há na santidade do Eterno (Sl 29.2; 96.9) só pode ser assimilada por quem tem como tesouro a
vida das pessoas (e não as riquezas materiais que só dão conforto
externo).
De igual modo,
ninguém pode vir ao Eterno, em carne, a menos que Ele, em Sua divindade,
conduza o indivíduo a Ele. Ninguém pode suportar a companhia de pessoas que
vivem o estilo de vida Dele (de simplicidade com relação a este mundo), a menos que Ele mantenha a pessoa em contato
permanente com toda a riqueza celestial (daí - Ef 1.3; 2.6).
35) Jesus veio do Pai e voltou para Ele
·
“Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei
por vós ao Pai; pois o mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes, e crestes
que saí de Deus. Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou
para o Pai. Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou
para o Pai.” (Jo 16.26-28).
O Eterno
celestial criou um corpo para Si e veio ao mundo (daí Ele ter saído do Pai. Ele
saiu de Si mesmo, como se Ele tivesse plantado uma “muda” de Si mesmo).
Há, contudo,
duas coisas a serem observadas:
1º - Como o Eterno iria deixar o mundo, já que Ele é
onipresente? Isto significa que, um vez que Sua carne ia para o céu, o mundo
não mais o veria (Jo 14.19). Apenas os
que pertenciam a Ele O veriam;
2º - Como o Eterno, em carne, iria para o Eterno celestial,
já que ambos são um (Jo 14.30)? O Eterno, em
Sua humanidade, ia para o Pai tal como qualquer ser humano deve ir, ou seja,
para que Seu espírito humano fosse usado pelo Eterno celestial a fim de
testificar aos espíritos que estão na prisão (1Pe 3.19) que é possível alguém vencer o pecado e mundo,
bastando confiar no Eterno (veja o exemplo de Lázaro sendo usado para mostrar
ao rico a Sua maldade – Lc 16.19-31).
36) Como Jesus teve glória junto do Pai antes que o mundo existisse, se Ele veio existir apenas há cerca de dois mil anos?
·
“E agora glorifica-me tu, ó
Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o
mundo existisse." (João 17:5).
O primeiro ser
que o Eterno projetou foi o Seu próprio corpo humano. Ao assim fazer, Ele pode
experimentar o Seu amor pela humanidade em Si mesmo (daí Jo
17.24). Ali o Eterno esteve junto do ser humano e
manifestou Sua glória Nele, em Si mesmo. Tudo mais foi criado pelo Eterno como
base nesta intimidade que Ele podia ter com o ser humano em Si mesmo.
Para ser mais
exato: a intimidade que o Eterno tinha em Si mesmo (a saber,
entre Seus inúmeros centros de consciência), agora Ele ia
vivê-la de dois pontos de vista: espiritual e físico.
37) Deus enviou Seu Filho
·
“Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (Jo
3.17);
·
“Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim
julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade
do Pai que me enviou.” (Jo 5.30).
O Eterno enviou
ao mundo o corpo humano que, antes da fundação do mundo (Jo 17.24;
Ef 1.4; 1Pe 1.20), tinha projetado
para Si e com o qual Ele mantinha relacionamento, como se o mesmo já existisse.
38) O Verbo estava com Deus
·
“NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (Jo
1.1,2)
·
“(Porque a vida foi manifestada, e nós
a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com
o Pai, e nos foi manifestada);” (1Jo 1.2).
O Verbo estava
com Deus, no sentido de que o Eterno era o dono dos pensamentos e planos de Sua
mente.
Para os
trinitarianos que supõem que Deus, aqui, é o Pai, o versículo poderia ser lido
assim: “... O Verbo estava com o Pai e o Verbo era o Pai".
A vida eterna se
manifestou a nós quando o Eterno veio em carne a fim de nos mostrar qual é o
único estilo de vida que nunca se acaba, ou seja, qual o estilo de vida a ser
vivido eternamente por aqueles que almejam a salvação.
39) Jesus disse: há outro que dá testemunho de mim
·
“Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há
outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é
verdadeiro.” (Jo 5.31,32);
Num dado
momento o Eterno, em carne, declara que, quem testifica de si mesmo, não possui
testemunho verdadeiro. Contudo, num momento posterior Ele diz que, se Ele
testificasse de Si mesmo, ainda assim Seu testemunho seria verdadeiro.
·
“Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu
testemunho não é verdadeiro. Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu
testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim,
e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou. Vós
julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo. E, se na verdade julgo, o meu
juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na
vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é
verdadeiro. Eu sou o que testifico de
mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.” (Jo 8.13-18).
Não se trata
de uma contradição. Como ninguém sabia de onde o Eterno, como homem, vinha e
para onde ia, logo, era impossível que algum ser humano testificasse Dele
corretamente. Por isto é que Ele precisava testificar de Si: por não haver
ninguém devidamente capacitado para concordar com Ele (como sugere Mt 18.19).
Logo, apenas
Ele podia concordar com Ele mesmo.
Mas então,
como fica a ordem dada a Moisés:
·
“Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será
morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá.” (Dt
17.6);
·
“Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer
iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela
boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá
o fato.” (Dt 19.15).
Logo, tinha
que haver outro ser para testificar do Eterno, como homem. E Ele disse que
havia (Jo 5.32). Se isto fosse prova da trindade, então por que o Espírito
Santo não é mencionado? Afinal, embora a lei permitisse duas testemunhas para
confirmar uma verdade, se houvesse três era melhor (ainda mais considerando a
incredulidade do povo).
Mas afinal,
quem era este “outro” que testemunhava do Eterno, em carne? Com certeza era
Ele, como Deus.
Sei que isto
pode soar estranho, porque, infelizmente, temos a tendência de humanizarmos o
Eterno. Todavia, é bom lembrar que o Eterno pode muito bem viver vários papéis
ao mesmo tempo e interagir com eles.
Assim como o
Eterno se encarnou como homem, Ele poderia, também, se encarnar como gato,
peixe, ave. Se Ele assim fizesse, teríamos um único indivíduo vivendo em cinco
seres diferentes. Ainda que seja o mesmo indivíduo vivendo nos cinco seres, o
modo de enxergar o mundo em cada perspectiva seria completamente diferente.
Entenda: não
se trata de teofania, onde o Eterno se materializava na forma de um ser humano,
pomba, etc. Antes, trata-se de viver a realidade de um gato, peixe, ave, homem.
Para você
entender o que quero dizer, tente imaginar você, por exemplo, no corpo de um
gato. Ainda que você conservasse sua mente e caráter, contudo, seu modo de ver
o mundo mudaria. Por exemplo:
·
Em termos de
alimentação, você iria atrás de ratos, aves, etc. Dificilmente pensaria em
comer verduras, cereais, etc;
·
Em termos
sexuais, você seria atraído por gatas, ao invés de mulheres;
·
Você não iria
pensar em trabalhar. Primeiro, porque a única coisa que você saberia fazer é
miar. Além disto, como você não precisa se vestir e já tem alimento na
natureza, para quê se desgastar fazendo o que, na maioria das vezes, é mal aos
olhos do Eterno? Enfim, você viveria da caça;
·
E mesmo que,
de alguma forma você conseguisse se comunicar com os homens, certamente iria
lutar pelo direito dos gatos, para defender a natureza (já que é isto que tem
haver contigo), ao invés de lutar por causas trabalhistas, obras assistenciais,
etc.
Ainda que teu
espírito fosse o mesmo, seu corpo e alma te fariam usar teu caráter de um modo
que tem tudo haver com gatos. Enfim, o teu modo ver o mundo como gato, seria
diferente da tua forma de ver o mundo como peixe, ave ou qualquer outra
criatura.
Se você acha que não, pense: quantas vezes
mudamos o nosso caráter no sentido de nos adaptarmos às circunstâncias? Quando
estamos na fartura, somos um tipo de indivíduo; quando na presença de alguém
chato, nos tornamos um indivíduo completamente diferente; quando ameaçados,
somos capazes de coisas que nem imaginávamos.
Agora pense:
se, mesmo sendo nós um único corpo, alma e espírito, já nos apresentamos aos
outros de vários modos, quão dirá se nossa natureza fosse mudada.
No caso do
Eterno, mesmo sendo Ele íntegro (Ml 3.6; Hb 13.8), ainda assim Seu modo de
manifestar a todos seria diferente na pele de cada um destes seres
Entenda: Seu
caráter não mudaria, mas a forma de Ele apresentar Seu caráter e Palavra, bem
como Sua forma de sentir este mundo e interagir com Ele seria diferente. Na
pele de cada um deles, Ele poderia ser tentado em tudo (em conformidade com os
deseja da Sua carne), mas sem jamais pecar (Hb 4.15).
Enfim, embora
a outra testemunha fosse Ele mesmo como Deus, ainda assim era “outra” porque o
modo de Eterno perceber este mundo como Deus é diferente de o modo de Ele
perceber este mundo como homem.
É um só Deus
que, agora, se tornou dois seres diferentes.
Para finalizar
este item, surge a dúvida: como é que o Eterno, em Sua divindade, testemunhava
de Si, em carne?
·
“Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras
que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço, testificam
de mim, que o Pai me enviou.” (João 5.36).
·
“Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos,
por causa das mesmas obras.” (João 14.11).
Em outras
palavras, as obras que Ele fez em Israel no Antigo Testamento, Ele as fez em
Sua humanidade. A diferença é que, enquanto no Antigo Testamento o Eterno
livrava Seu povo destruindo os que se opunham externamente à Sua Palavra (seja
dentre os gentios ou dos pervertidos de Israel), no Novo Testamento o Eterno livra Seu povo dos males que os assolam
internamente (doenças, possessões demoníacas). Para ser mais exato, os milagres do Antigo
Testamento eram sombra daquilo que Ele desejava operar internamente no coração
de cada um.
20) Jesus roga ao Pai pedindo outro Consolador
·
“E eu rogarei
ao Pai, e ele vos
dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós
o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.” (João
14:16-18).
Em primeiro
lugar, o outro Consolador já era conhecido por eles por estar habitando com
eles. Ora, quem estava habitando com eles? Não era Jesus? Logo, era o próprio
Jesus o Consolador que iria habitar dentro deles.
Além disso,
uma vez que Jesus não ia deixar os discípulos órfãos, logo Ele é Pai. Ou seja,
o Eterno celestial habitou com os discípulos em carne e, logo iria habitar no
coração Deles consolando-os
Além disto,
considere a expressão “voltarei para vós”. Alguém poderia questionar que, ao
dizer, Jesus estava se referindo à sua segunda vinda. Se assim, então Jesus
mentiu, pois Ele não veio até hoje. Mesmo que alguém insista em dizer que isto
era uma promessa para os seguidores do Eterno na época da 70ª semana, então ela
não seria de nenhum valor para os fiéis até chegar este dia.
Não há o que
duvidar: o Eterno, em carne, não iria deixar Seus discípulos órfãos porque
iria, voltar para eles.
Mas, e quanto
ao fato de Jesus rogar ao Pai em prol de outro Consolador? Por que isto era
necessário? Ao concordarmos em viver o estilo de vida que Ele viveu aqui (Gl 2.20), seremos o corpo de Cristo (Ef
1.21-23). Nesta hora, nossa oração será tal como se fosse o
próprio Eterno, em carne, orando e buscando do Eterno, em Seu papel como Pai, a
fim de sermos preenchidos com tudo que Ele é em nosso espírito a fim de sermos
consolados pela Sua presença em nós. Em outras palavras, para ser batizado com
o Espírito Santo (ou seja, nos tornarmos um com o espírito do Eterno
– 1Co 6.17) só será possível quando nosso ser
clamar ao Pai por uma vida realmente seja uma memória de tudo que Jesus foi:
·
Assim como Ele
deu Seu corpo por nós, devemos entregar o nosso para que as pessoas possam ser
ligadas ao Eterno através de nós a fim de solidificar Sua palavra nos corações (Jo
13.34,35);
·
Assim como Ele
deu Seu sangue, devemos dar a vida pelos irmãos (Jo 15.12,13).
Ainda resta
uma dúvida: por que era necessário Jesus ir para o Consolador vir?
·
"Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque,
se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei."
(João 16:7).
Enquanto o
Eterno, em Sua humanidade, não fosse oferecido em sacrifício, os discípulos não
iriam desejar a transformação de Seus corações. Era muito mais fácil continuar
do jeito que estava: vendo Jesus operar os milagres, sem precisar de uma
transformação interior. Apenas após a morte de Cristo é que seus corações
ficariam tristes o suficiente para desejarem ardentemente serem consolados (Jo 16.20) pelo lavar da regeneração e renovação do Eterno
dentro deles (Tt 3.4-6).
Afinal, o que
realmente nos atormenta não são as investidas das pessoas contra nós, mas sim
as murmurações da nossa alma corrompida por ver um prazer que tanto desejava
ser frustrado. Além disto, apenas após a maior expressão de obediência do
Eterno, como homem, é que acabaria de vez com toda pretensão de fazer “guerra
santa” para agradar ao Eterno (tal como Pedro -
Lc 22.49-51). Era preciso
que todos, a começar pelos apóstolos, enxergassem que Ele não mais agiria como
na Antiga Aliança. Quem assim procedesse estaria fazendo isto por sua própria
conta.
40) A quem Zacarias chamou de Senhor?
·
“E eu disse: Senhor meu, quem são estes? E disse-me o anjo que
falava comigo: Eu te mostrarei quem são estes. Então respondeu o homem que
estava entre as murtas, e disse: Estes são os que o SENHOR tem enviado para
percorrerem a terra. E eles responderam ao anjo do SENHOR, que estava entre as
murtas, e disseram: Nós já percorremos a terra, e eis que toda a terra está
tranqüila e quieta. Então o anjo do SENHOR respondeu, e disse: Ó SENHOR dos
Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá,
contra as quais estiveste irado estes setenta anos? E respondeu o SENHOR ao
anjo, que falava comigo, com palavras boas, palavras consoladoras.” (Zc
1.9-13).
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