VOCÊ TEM CERTEZA DA TUA SALVAÇÃO? É
POSSÍVEL TER ESTA CERTEZA? O QUE É PRECISO PARA SER SALVO?
Antes de tudo, em que consiste a salvação? Muitos interpretam
como ser livre de todos os males. Até certo ponto isto não deixa de ser
verdade. No entanto, de que males precisamos ser livres? E como conseguir isto?
Antes de tudo, livramento não é ausência de problemas, mas sim a
capacidade sobrenatural de sermos felizes, mesmo em meio aos problemas (como se deu com os apóstolos (At 5.40,41), com Paulo e Silas (At
16.22-25), Jesus (contraste Is 53.3 com Sl 45.7; Hb 1.9; Lc 12.50)).
O verdadeiro mal é o vazio no coração, que inquieta e impele o ser humano para
a caçada de algo que ele nem mesmo sabe o que é. Ele não consegue mais
encontrar paz na simplicidade. Seu sentido ficou corrompido (2Co 11.3).
Não há mais bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36;
Tt 1.15)
para enxergar o bem (Jr 17.6), muito menos para receber e praticar
costumes (At 16.20,21) que tornaria a paz uma realidade em sua
vida (Is 57.19-21).
Com isto, o indivíduo fica sobrecarregado de tantos desejos e
sendo obrigado ao contato com indivíduos que, a princípio, não eram para cruzar
a sua vida. Isto, é claro, gera uma opressão (Mt 11.28), pois tais indivíduos nada têm haver
consigo. Ele está onde não deveria, lutando por algo que não lhe pertence, mas
que insiste em achar que é seu por direito.
É claro que, nestas condições, ele não poderá experimentar a
bondade do Eterno através dos indivíduos, pois, ao se distanciar do plano do
Eterno para a vida dele, já se distanciou do verdadeiro bem. Como resultado, o
indivíduo se despenca desenfreadamente em uma série de atos cruéis e mesquinhos.
Estes, por sua vez, irão trazer para sua vida mais sementes de perversidade.
Afinal:
·
Em
resposta ao mal que ele fez, os que por ele foram atingidos irão se vingar e,
assim, atiçar ainda mais os maus sentimentos e revelar a ele novas
possibilidades de maldade;
·
Atos
maléficos bem sucedidos estimulam aos indivíduos a praticarem mais maldade.
Salvação tem haver, antes de tudo, com a impossibilidade de ser
conduzido pelo mal a uma atitude que só vai afastando de qualquer possibilidade
de experimentar dentro de si o bem (Rm 3.9-18; 7.13-21), o que faz do indivíduo uma maldição
ambulante (Dt 28.16,19), condenada à solidão dos relacionamentos
fúteis (que não preenchem); isto quando não é empurrada para a
solidão extrema por não enxergar qualquer possibilidade de um relacionamento
sincero e profundo.
Mas como se ver livre desta terrível condenação trazida pelo
pecado? Com certeza não há nada que possamos fazer. Pelo contrário: quanto mais
pensamos em fazer, mais nos enchemos de desejos, mais cobramos do mundo e dos indivíduos,
mais nos decepcionamos conosco mesmos (e com o
mundo, já que jogamos a culpa nele) e, obviamente, mais nos distanciamos daquilo que mais queríamos:
o amor verdadeiro (1Jo 4.8,16). Com uma alma tão dilacerada e marcada
pelos traumas, decepções e frustrações, não há como manter um relacionamento
sadio com ninguém.
Felizmente Jesus nos livrou deste corpo sobressaltado pela morte (Rm 7.25,26; 8.1). Quando deixamos a voz do Eterno nos mover com Sua Palavra (ver Ez 2.1,2) ou, se preferir, permitirmos que Sua Palavra nos coloque no
lugar certo e fazendo a coisa certa, iremos experimentar o bem de um modo que
nunca imaginávamos (1Co 2.9). Quando, por outro lado, transgredimos a
Palavra que sai da boca do Eterno, além de sofrermos as consequências dos
pecados (Gn 4.7; Ec 8.5), perdemos o verdadeiro motivo por trás
daquilo que fomos impelidos a fazer. Tudo que veremos é a carcaça oca de uma
obrigação ou benefício material.
Cada coisa ou acontecimento neste mundo esconde em seu interior
algo inédito da parte do Eterno, especialmente para nós. Quão grande tragédia é
quando nos conformamos em aceitar que a essência de tudo na nossa vida se
perca. Ainda mais se tratando das coisas espirituais.
Quantas são os indivíduos que, embora ouviram falar de Jesus e
até Lhe prestem culto, ainda não conseguiram compreender a essência da
caminhada com Cristo. Buscam-No, não porque Dele precisam, mas por O
considerarem um investimento fácil, uma mera transação de negócios. Não entenderam
que, com Cristo, o que é “negociado” (Lc 19.11,12) é a vida de cada um. Quem não quer renunciar sua vida (Mt 16.24) para receber, dentro de si, vidas a fim
de que a Vida Eterna se manifeste (Jo 11.25; 1Jo 5.20), não terá vida em si, nem aqui, nem no mundo vindouro. Apenas
passará pela vida.
Mas afinal, o que é a salvação de Cristo?
Para que você entenda bem em que consiste a salvação, é preciso
compreender que, ao pecar, o ser humano:
1.
perdeu
os relacionamentos que o Eterno lhe deu. A partir de então, sem sentimento, ele
ficou entregue ao vício e aos maus desejos (Ef 4.17-19). Infelizmente, o conceito de união do mundo (sinônimo de ajuntamento) é muito pobre. Um indivíduo não pode ter
amizades verdadeiras, a menos que as mesmas tenham tudo haver com o que o
Eterno preparou para si.
2.
entregou
o domínio do mundo a Ha-Satan (Lc 4.6). Ele passou a ser seu príncipe (Jo 14.30; Ef 2.1,2) no qual o mundo repousa (1Jo 5.19). Para governar este mundo, ele usa o
Sistema Babilônico e elege os que irão manter todos debaixo do mesmo (no caso, a elite global).
Não importa onde se vá, este é o sistema
que impera em todo o planeta:
·
Quem tenta burlar o sistema é
punido;
·
Quem tenta consertar o sistema
está perdendo tempo, pois Ha-Satan nunca irá mudar. Daí dizer que Babilônia não
tem cura (Jr
51.9);
·
Quem tenta destruir o sistema
acaba sendo perseguido e morto inutilmente, pois o mesmo deverá vigorar até o
milênio. Assim é o plano do Criador;
·
Quem tenta fugir do sistema acaba
ficando mais escravo dele após experimentar os rigores do mundo sem o Eterno.
Afinal, a única forma de fugir seria indo para uma ilha deserta. Mas como viver
só? Ainda mais considerando as consequências do pecado neste mundo caído (doença, velhice, etc.).
Ou seja, a princípio, cada um nasce debaixo da condenação do
pecado, a qual consiste em ser cidadão do sistema que rege este mundo (Sistema Babilônico), sujeito às regras impostas por este e
pelas leis da natureza caída e ao papel que lhe foi designado pelo Eterno a ser
desempenhado neste mundo. Ninguém, nem nada, pode mudar isto. Até o coração de
uma criança, embora não tenha cometido falhas, contém a semente do pecado
dentro de si.
Desde que Adão pecou, querubins foram colocados ao oriente do
jardim. A partir daí, nunca mais o ser humano pôde enxergar o jardim do Éden (Mt 11.25).
Contudo, isto não quer dizer que precisa se conformar nesta
situação. Alguém pode desejar sair desta realidade, morrendo para esta e
nascendo de novo com cidadania celestial. Quando tal indivíduo aceita a Jesus e
a tudo que Ele é em sua vida, é liberto deste sistema, BEM COMO DO MUNDO CAÍDO (ele não está mais preso ao
pecado e suas consequências, que é o que caracteriza este mundo). Pelo poder sobrenatural de Jesus, o
indivíduo passa a viver pela fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11;
Hb 10.38),
confirmando a justiça do Eterno na vida dele. Talvez você se pergunte: como?
Somos salvos pelo Favor do Eterno agindo em nós em prol dos indivíduos (Ef 2.8,9)
em resposta à vida de fé que abraçaram, bem como pelo Favor do Eterno agindo
nos indivíduos a nosso favor. A partir daí, nosso papel passa ser servir como
instrumento do Eterno para que os indivíduos acordem e percebam que mundo é
este que eles estão ajudando a manter e, então, se arrependam, convertam e
passem a olhar apenas para Jesus (Hb 12.1,2).
Enfim, no que Jesus viveu uma vida de perfeita obediência em
amor, morreu e ressuscitou (Fp 2.5-8),
ficou comprovado que Seu estilo de vida é o único capaz de vencer o pecado e a
morte. E como apenas Ele é capaz de viver tal vida, apenas aceitando que Ele mesmo
conduza nossos pensamentos, sentimentos e vontade é que seremos salvos de
sermos escravos do sistema, fazendo e sofrendo o mal só para mantê-lo vivo e
ativo.
Tanto é assim que apenas os que têm o Espírito Santo (Rm 8.9)
e são guiados por Ele (Rm 8.14) é que são filhos. Não se trata de
esforçar para ser algo, mas sim ser este alguém que o Eterno sempre quis que o
indivíduo fosse.
Para ser mais exato: dentro de nós há dois “eus” (Gl 5.17):
um corrupto e um bom (resultado da habitação do Eterno em nós) e o nosso grande desafio é que o
corrupto morra. Como, todavia, levá-lo a óbito, uma vez que está tão ligado a
este mundo e, quer queiramos ou não, somos condenados a manter nossa carne? Na
verdade, o problema não está no corpo físico, mas na alma que, por ter se
distanciado do Eterno, se sente insegura e vazia. Se permitíssemos que todos os
indivíduos que buscam o verdadeiro bem fizessem parte de nós, sempre nos
sentiríamos bem acompanhados. Não se trata de fazer coisas para alcançar o bem,
mas sim de esperarmos em Cristo o fruto do Espírito Santo que, além de
glorificá-Lo (Jo 15.8), irá preencher nosso caráter (Gl 5.22).
Para tanto, devemos aceitar e até nos alegrarmos que Jesus traga a nós os indivíduos
problemáticos (Mt 9.12,13; 25.41-46), visto serem eles que exercitam nosso
caráter.
Não é em vão que Jesus disse que os pobres são bem-aventurados (Lc 6.20):
afinal, apenas eles têm lugar em suas vidas para receber o Reino dos Céus (Tg 2.5).
Muitos alegam que é difícil fazer a vontade do Eterno, se
aproximar Dele e ser salvo. É preciso que sejamos honestos inclusive conosco mesmos
(Sl 15.2). Não existe este negócio de que é difícil seguir o Criador (“é difícil” no Reino do
Eterno é apenas quando se constrói várias casas uma em cima da outra). Só existem duas hipóteses:
·
Ou
o indivíduo tenta se aproximar do Criador sem Cristo -> neste caso não é
difícil, é IMPOSSÍVEL:
o “Não
pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.” (Mt 11.18);
o “Porquanto
a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei do
Eterno, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não
podem agradar a Deus.” (Rm 8.7,8);
o “Porventura
deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus
irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco
pode uma fonte dar água salgada e doce” (Tg 3.11,12);
·
Ou
se aproxima do Criador com Cristo -> Neste caso, é totalmente possível.
Basta deixar que o Eterno lhe guie (Rm 8.14).
A grande dificuldade dos indivíduos não é crer em Jesus. Pois
isto até os demônios creem e tremem (Tg 2.19). Até a ciência confirma que Jesus
existiu. Tanto que se usa a expressão “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. A
grande dificuldade está em aceitar.
Embora a verdade seja declarada por toda a criação (Sl 19.1; Rm 1.20) e jamais pode ser destruída (Sl 117.2) o indivíduo faz de tudo para impedir que a mesma chegue até si (Rm 1.18).
Daí isto ser chamado de rebeldia. Trata-se de uma decisão deliberada do
indivíduo em não querer seguir Jesus.
Temos que entender que este mundo não foi feito para nós (Ef 2.19; Fp 3.20), nem nós para ele (Gl 6.14). O mundo é feito pelos mundanos e para
eles, do pecado para o pecado (ou, se preferir, de pecado
em pecado – Is 33.1; 2Tm 3.13; 2Pe 3.10-12). Trata-se de um círculo vicioso. Quando
caímos no pecado, somos lançados novamente no mundo e, deste modo, voltamos a sofrer
as consequências de tudo que nele se faz e passamos a ficar sujeitos ainda mais
ao pecado (Mt
12.43-45).
Não adianta esperar algo de bom do mundo, muito menos querer forçá-lo a ser
bom. Como já dito, ele não foi feito para quem é de Jesus. Volte-se para o
Eterno e receba muito mais do que jamais pensavas em obter (1Co 2.9; Fp 3.19,20).
Não estamos aqui para desfrutarmos dos benefícios do mundo, mas
como embaixadores do Criador (2Co 5.18-20) para promover a reconciliação com o
Eterno daqueles que se cansaram deste círculo vicioso miserável (Mt 11.28)
e querem uma vida completamente nova, diferente de tudo que viram aqui até
então (Rm 7.6; 2Co 5.17).
Mas por que esta dificuldade? A verdade é que, desde Adão, o ser
humano quer ser Deus. A prova disto está no modo de os indivíduos se dirigirem
a Deus: “Senhor, eu estou indo a tal lugar. Me guia, me ajuda, me proteja, me
use de acordo com tua vontade”. Isto pode parecer muito espiritual. Todavia, se
o Eterno é realmente Senhor, então ninguém tem direito de ir onde quer e fazer
o que deseja e do seu jeito. O Eterno, como nosso dono, é quem deve nos
mostrar onde, o quê e como Ele quer que façamos. Além disto, quem somos nós
para acharmos que podemos fazer algo bom, bastando para isto uma pequena
ajudazinha do Criador? Se fôssemos nós a querer ajudar o Criador já seria um
absurdo, quão dirá nós fazendo e Ele só ajudando.
A tendência dos indivíduos é se comportarem como no episódio da
Torre de Babel: dizem que estão construindo a torre para se achegarem mais ao
Eterno, enquanto seu real objetivo é que seu nome se torne célebre e todos se
reúnam à sua volta. Ainda que o indivíduo esteja sendo honesto e queira
realmente exaltar Jesus, está enganando a si mesmo e aos outros, pois quem está
sendo realmente exaltado é o indivíduo (Gn 11.4).
É muita soberba querer ser dono do próprio nariz (o seu próprio dono, mestre, guia), ser seu próprio deus e o pior: tentando
subornar Jesus para ajudá-Lo nesta empreitada.
Muitas das vezes pedem algo para Deus esperando que Ele não lhes
dê, só para terem desculpa para fazerem as coisas do seu jeito e obterem os
resultados que esperam. O que eles querem é, ao chegarem no tribunal de Cristo (Rm 14.10; 2Co 5.10), poderem jogar a culpa no Eterno tal como fez Adão (Gn 3.12),
acusá-Lo de ter abandonado Seus filhos e de não fazer nada em favor dos Seus (por exemplo, assim: “Eu
orei ao Senhor, mas como o Senhor não quis fazer nada, eu tive que resolver do
meu jeito”).
Tratam o Criador como se Ele fosse um juiz iníquo (Lc
18.1-8).
Enfim, os indivíduos não querem confiar em Jesus. Cultuam a Ele
nas instituições religiosas a fim de terem em quem jogar a culpa caso algum infortúnio
lhes aconteça. Muitos alegam que têm
medo de que, caso permitam que o Eterno conduza suas vidas, Ele os conduza para
longe de seus lares, a uma situação de miséria, tortura, etc. Ora, sendo a
vontade do Eterno boa, perfeita e agradável (Rm 12.2), você acha que o Criador irá te decepcionar ou deixar tua
família abandonada? Além disto, em quem você prefere confiar: no ser humano? No
teu poder de persuasão (seja através do dinheiro ou da arte de manipular o coração dos
indivíduos)?
Temos que nos prender aos indivíduos no Favor do Eterno (Rm 13.9) ao invés de querermos prendê-los na
dívida.
Valioso para o Eterno não é aquele que tenta ser justo pelos seus
próprios esforços, nem se acomoda a uma vida religiosa firmada na
espiritualidade dos outros
(como era
o caso das 99 ovelhas (Lc 15.7), das nove dracmas (Lc 15.9) e do filho mais velho (Lc 15.29)). Antes, o que alegra o coração do Eterno
são aqueles por meio de quem melhor poderá ser evidenciado Sua bondade e
longanimidade (Rm 3.24-26; 11.32; 2Co 4.7 – por isto a maior alegria pelo
pecador que permite o arrependimento do Eterno (2Tm 2.25,26) tome conta de si (Lc 15.7,10)). Todo orgulho cai por terra pela justiça
que vem da fé, já que é confiando em Jesus que fica evidente a grandeza do Seu
amor e sabedoria.
Pense: por que alguma coisa é considerada boa ou má? Simplesmente
porque algum homem pecador assim definiu com base nos desejos da carne. No
entanto, as limitações e fraquezas da carne jamais deveriam servir de parâmetro
para definir o que é justo e reto.
O mundo não considera os dons e talentos
como que dados pelo Eterno. Cada um é induzido a se esforçar para merecer ter. É
a luta para querer tomar o que é dos outros para si. Inclusive, a salvação
consiste em sermos salvos de termos que manter a nós mesmos. O fardo pesado do
trabalhar arduamente para se manter, imposto pelo Sistema Babilônico.
Este é o pseudo-remédio que o mundo
encontrou para o pecado, ou seja, para induzir o indivíduo a lutar contra si
mesmo, até conseguir ser o que os outros desejam.
Quando caímos em pecado, ao invés de pensarmos em consertar o
erro e mudar de vida, devemos buscar no Eterno saber o motivo que pelo qual Ele
não está tendo condições de operar em nós Seu querer e efetuar (Fp 2.12,13). É Ele quem faz a força que conserva a
mente e o coração do indivíduo firmes no amor e palavra Dele. A busca ao Eterno
consiste de um círculo virtuoso (mostrado em Mt 11.27 e Jo 6.44) que nenhum homem, por sua vontade,
méritos ou esforços pode alcançar. Muitos teimam em achar que, mesmo sabendo a
vontade do Eterno, podem se aproximar Dele. Colocam a ênfase na capacidade do
homem em crer e obedecer, ao invés de no Eterno em perdoar (ligar o indivíduo a Si) e conduzi-Lo pelo Seu poder e palavra.
O amor verdadeiro implica em confiança. Não podemos confiar em
nenhum ser humano, pois não existe nada de bom na vontade de alguém (Mt 19.17; Mc 10.18; Lc
18.19). A
verdadeira confiança vem de ver Cristo na vida de alguém. Amamos o próximo
porque amamos o eterno e tudo aquilo que Dele procede (1Jo 5.1).
Entenda: o pecado separa o ser humano um do outro por causa da
desconfiança. Também separa do Eterno, pois o indivíduo, certo de que suas
obras e desejos são maus, não consegue se entregar por completo a Ele, mas tão
somente fazer uns rituais vazios. Felizmente, Jesus nos dá vitória sobre a
morte, ou seja, sobre esta barreira que separa um ser humano do outro e do
Eterno, levando-o a agir como se estivesse só.
A salvação do Eterno não consiste em nós buscando o Favor Dele,
mas sim nós descansando e esperando Nele, de modo que Ele tenha como operar em
nós.
Por isso é que foi dito que seria salvo quem:
·
Ouvisse
a palavra de Jesus (Jo 5:24);
·
Cresse
Naquele que enviou Jesus (Jo 5:24);
·
Ouvisse
a voz de Jesus (Jo
5:25).
Quando tentamos fazer alguma coisa boa ou nos esforçamos para nos
aproximarmos Dele, não há como Ele nos trazer para junto de Si.
Entenda: no que a humanidade pecou, seu salário passou a ser a
morte (Rm
6.23). Para quem não
receber o Eterno em seu coração, o único emprego que existe é o de ser servo do
pecado (Rm
6.20,21) a
fim de trazer a ira e a morte (Rm 6.16)
a todos que tiverem ligação com ele, seja direta ou indiretamente (Rm 9.22,23).
Ser livre do pecado é não ser mais capaz (ou obrigado, se preferir) de julgar, condenar e aplicar a pena a
toda a humanidade pecadora. É ter o privilégio de ser usado apenas para salvar
os indivíduos deles mesmos (daquilo que o pecado fez com eles – Rm 7.13-21).
Veja os mandamentos:
o “Vinde
a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28) -> Este mandamento deve visto como
Jesus ordenando ao Espírito Santo que mova os corações dos que creem até Ele.
Em uma alegoria, imagine que Jesus tivesse braços de borracha e Ele abraçasse
todas as Suas ovelhas e as fosse trazendo para bem juntinho de Si;
o Disse-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim.” (Jo
14.6).
-> Se esta frase estivesse sendo dita tomando o pecador como referência, a
expressão correta seria “vai ao Pai”, ao invés de “vem”. Ou seja, é Jesus que
vem trazendo o indivíduo para junto de Si e, obviamente, do Pai, já que Ele e o
Pai são um (Jo
14.9-11).
Jesus só edifica alguém quando o mesmo está firmado na afirmação
de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16.16).
No padrão do Eterno, todavia, a
felicidade de todo aquele que crê é a de poder fazer pelo outro aquilo que Ele
não consegue fazer para si mesmo, confiando, não na boa vontade do indivíduo
para receber aquilo que necessita, mas sim no Favor do Eterno tocando o coração
deste indivíduo e lhe concedendo aquilo de que necessita.
Entendendo que só é salvo quem é filho do Eterno, vem a questão:
mas o que é ser filho do Eterno? Significa ser gerado diretamente por Ele, não
pelo desejo de algum ser humano (Jo 1.12,13), nem simplesmente pelo desejo do Eterno,
mas sobretudo recebendo dentro de Si todos os presentes do Eterno: Seus dons (ao invés dos presentes do mundo), Seus talentos (ao invés dos talentos desenvolvidos pelo esforço da carne), Seus filhos (ao invés
de amizades construídas por meio de troca de favores), Sua companhia (ao invés da falsa segurança que vem com o dinheiro), Seu ministério (ao invés do fardo pesado imposto pelo sistema religioso e
político que rege este mundo), Sua razão de viver (Cristo, 1Jo 4.9) (ao invés
dos inúmeros caminhos propostos pelo mundo que, apesar da muita ocupação, não
deixa ninguém preenchido por dentro).
Não podemos permitir que nada nos atrapalhe de ser alvo do Favor
do Eterno. Infelizmente muitos, ao invés de amarem intensamente ao Eterno a
ponto de não quererem, nem por um segundo, se separarem Dele, se contentam
apenas com enchimentos periódicos do Seu Espírito. Satisfazem-se por ver o
Eterno operar vez ou outra por meio da sua vida.
Para você entender o que vem a ser nascer de novo, pense no que
se dá quando se fundem estanho e cobre. Surge uma liga metálica chamada bronze,
a qual é diferente dos dois metais que lhe deram origem. Não é uma mera mistura
de metais. Antes, é como se surgisse um novo tipo de metal com propriedades
químicas completamente diferentes do estanho e do chumbo.
De igual modo, a cada vez que alguém deixa o Eterno uni-lo a
alguém que Ele trouxe até si com base na Sua Palavra, tanto este indivíduo
quanto o outro se tornam alguém completamente diferente.
Desta forma, devemos a cada momento estarmos dispostos a um novo
nascimento, o que implica em entrar pela porta estreita a fim de se submeter ao
que o Eterno deseja.
Contudo, é importante adorarmos o Deus certo, a saber, Aquele de
quem a Escritura Sagrada fala. Isto não significa deixar de adorar outros deuses, visto que, na verdade,
não existe outros deuses, mas sim interpretações equivocadas do mesmo Deus.
Quem faz uso de tais interpretações errôneas é porque busca um deus que possa
ser controlado (manipulado) por eles. Ignoram que ninguém pode
servir dois senhores, pois a vontade de um se chocará com a do outro.
Enfim, o Eterno testifica com o nosso espírito que somos Seus
filhos (Rm
8.17) na medida que
Ele nos usa para dar Seus frutos a todos que desejam fazer Dele o Seu alimento,
bem como nos usa para manifestar Seu poder resolvendo problemas de modo a
confirmar Sua Palavra (ver 1Co 2.4,5; 4.19,20). Se permanecemos continuamente na bondade Dele (Jo 15.9), então é sinal que Ele habita em nós (Rm 8.9) e, deste modo, somos salvos.
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