5. RESPOSTA AOS TRINITARIANOS
a) Como entender os versículos que, aparentemente, defendem a doutrina da trindade?
1) Jesus afirma que está no Pai e o Pai Nele, que Ele e o Pai são um
É preciso fazer a distinção entre Pai e Filho.
Embora seja o Eterno que viva ambos os papéis, o título Pai tem haver com sua
divindade e o título Filho, com Sua humanidade. Não podemos dizer que o Pai
seja o Filho, pois são papéis diferentes. Tanto que, em momento algum, Jesus
afirmou ser o Pai.
Eis o que Ele afirmou:
·
“Disse-lhe Jesus: Estou há
tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê
o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo
14.9)
·
“Eu e o Pai somos um.” (João 10.30).
·
“Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me
conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também
conheceríeis a meu Pai.” (Jo 8.19)
Ele é um com o Pai, mas não o mesmo.
Em contrapartida, jamais alguém poderia afirmar os
dois versículos acima com tanta veemência com referência a um amigo íntimo. Nem
mesmo entre marido e mulher, que são no Eterno uma só carne, um pode afirmar
acerca do outro: “quem vê a mim, vê meu cônjuge”.
Mas afinal, o que o Eterno, em carne, quis dizer
então?
Embora o Eterno seja o único Deus, uma coisa é Ele
em espírito (como ser divino, celestial); outra é Ele vivendo a realidade de um ser humano
através de Jesus.
·
“Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?
As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em
mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me,
ao menos, por causa das mesmas obras.” (Jo 14.10-11);
·
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em
ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me
enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós
somos um.” (Jo 17.21,22);
O Eterno está no corpo humano chamado Jesus; e este
ser humano continua como Verbo na mente do Eterno, em Sua divindade. De modo
que Ele vive tudo que um ser humano vive dentro do ponto de vista da humanidade
e ao mesmo tempo vive toda a realidade experimentada pelo Seu corpo físico
dentro do ponto de vista da Sua divindade.
Pense da seguinte forma: qual a melhor forma de se
ensinar alguém algo? Não é demonstrando na prática? Assim, para mostrar ao ser
humano como os pais devem relacionar com os filhos (e
vice-versa), bem como o tipo de relacionamento
que Ele esperava de cada um, o Eterno se materializou na forma de um ser humano
para que, através dele, pudesse viver os dois papéis.
Daí Jesus dizer:
·
“Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. Se eu entre
eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não teriam pecado;
mas agora, viram-nas e me odiaram a mim e a meu Pai.” (Jo
15.23,24);
·
“Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de
Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem
tanto ao Pai como ao Filho.” (2Jo 9);
·
“Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que
confessa o Filho, tem também o Pai.” (1Jo 2.23).
Afinal, sendo Pai e Filho o mesmo ser, logo:
·
Odiar um é
odiar o outro;
·
Não perseverar
na doutrina de um e não perseverar na doutrina do outro;
·
Ter um implica
em ter o outro;
·
Negar um é
negar o outro; confessar um é confessar o outro.
Enfim, Pai, Filho e Espírito Santo são três papéis
desempenhados pelo mesmo Deus. Daí eles serem um. No entanto, há uma diferença
entre Jesus e o Pai. Este era espírito (Jo 4.23,24); Cristo era ser humano (embora
abrigando a plenitude da divindade Consigo – Cl 2.9).
Ou seja, ao dizer que estava no Pai, Jesus afirmava
que Sua vida como um todo era algo que tinha saído do coração Pai. E não é para
menos, já que Jesus foi o corpo que Ele criou para ilustrar de modo perfeito a
Sua Palavra. Daí o Pai estar em Seu corpo e Jesus dizer que NÃO FAZIA NADA,
senão AQUILO QUE VIU o Pai fazer:
·
“Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo
que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o
Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. Porque o Pai ama
o Filho, e mostra-lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que
estas, para que vos maravilheis.” (Jo 5.19,20);
·
“Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço,
assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a
vontade do Pai que me enviou.” (Jo 5.30).
·
“Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é
verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo.” (Jo
8.26);
·
“Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem,
então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como
meu Pai me ensinou.” (Jo 8.28).
·
“Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que
também vistes junto de vosso pai.” (Jo 8.38);
·
“Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a
verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto.” (Jo
8.40);
·
“Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me
enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de
falar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo,
falo-o como o Pai mo tem dito.” (Jo 12.49,50).
Apesar de o Eterno estar fisicamente aqui na terra
como homem, como Deus Ele também estava lá no céu (Jo 3.13).
Se é assim, então como fica o diálogo entre o Pai e
Jesus (como em Sl 110.1; Lc 22.42; Jo 11.41,42; 12.28;
17)? Sendo Ele o nosso modelo, ao assim orar, Jesus
estava nos mostrando a importância de nosso espírito repousar nas regiões
celestiais (Sl 91.1; Ef 1.3; 2.6).
Embora o Eterno, em Sua carne, estivesse em
perfeita comunhão com todos os Seus centros de consciência, era necessário ter este
nível de comunhão também lá no céu (como Deus, o Eterno precisava continuar a manter
todas as coisas). Fisicamente,
Jesus não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Daí o Eterno, como homem,
orar, pois Sua alma e espírito humanos precisavam de estar assentado nos
lugares celestiais (Ef 1.3; 2.6).
Entenda: o Eterno, como Filho do Homem (título
dado a quem era muito usado pelo Eterno, a fim de que ele jamais se esquecesse
de quem realmente era), para servir
de modelo, não fazia nada de Si mesmo (não tentava influenciar-se com
base nas sensações experimentadas pela Sua carne), mas permitia que Ele mesmo (como Deus) revelasse para Seu espírito humano o que Ele
precisava saber.
Sendo seu espírito humano limitado como o nosso,
não podia suportar todo Seu ser divino. Assim, ao invés de se desligar do céu e
tentar entender e fazer as coisas por conta própria (ou se
deixar levar pelos sofrimentos de Sua carne para usar Seu poder para favorecer
a Si mesmo ou aos que Ele amava fisicamente (por exemplo os discípulos)), Ele preferia aprender direto Dele mesmo, em Sua
divindade (Jo 7.15,16).
É deste modo que Seu corpo humano ficava sabendo
tudo que iria acontecer, estando sempre no lugar e hora certos, onde algo
sobrenatural estivesse para acontecer. E isto era para nos ensinar que, como
templo do Eterno (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16), jamais precisamos ir de uma parte para outra
buscando a Palavra Dele (Am 8.11-13). Uma vez que
Ele habita no coração de quem crê, basta esperar que Ele revele tudo no momento
certo (1Co 4.5).
E também para nos ensinar que o Eterno, como homem,
jamais se deixou levar pelas Suas emoções e sensações físicas, a ponto de
querer resolver algo pela carne, muito menos invocar (ou fazer
uso, se preferir – Mt 26.53,54) os poderes da
Sua divindade para se livrar de algum desconforto.
Nem precisamos de nada fantástico para o Eterno
operar. Note como o Pai operava por meio das palavras de Jesus, Suas vestes,
imposição de mãos, o chão que Ele pisava (junto com Sua saliva), etc. Isto, além de confirmar que Jesus era o
Filho de Eterno, o Seu ungido e que Sua vida era o verdadeiro culto a Ele, nos
mostrava que não precisa de tecnologia para vê-Lo operar Suas maravilhas ao
vivo.
A razão de o Eterno ter se feito carne é para
mostrar que qualquer ser humano pode testemunhar o poder Dele agindo em sua
vida. A única diferença entre Jesus e os demais seres humanos é que Cristo não
tinha pecado. No entanto, considerando que a vida pura de Jesus não veio de Si
mesmo (lembre-se que Ele não fazia nem falava nada de Si
mesmo), mas de Ele negar-se a Si mesmo (embora
não tivesse algo que precisasse ser renunciado) para que apenas a Sua divina vontade pura (sem
qualquer interferência com o que Ele sentia na carne) se manifestasse, basta fazermos a mesma coisa e
teremos o mesmo (como é dito pelo Eterno em Mc 8.34) êxito que Jesus (Jo 14.12).
Jesus não era um expectador que via tudo à
distância como se dá com alguém que, no meio da multidão, procura enxergar seu
“astro” preferido (coisa do diabo, é claro). Jesus estava sempre no lugar da cura, sendo a
fonte Dele. O milagre, na época de Jesus, só ocorria onde Jesus estava,
justamente para que ninguém tivesse dúvida de que Ele era o Eterno se fazendo
homem a fim de que, deste modo, Seu sacrifício fosse valorizado.
De igual modo, a ideia é que a Igreja permaneça
atenta à importância de ouvir a voz do Eterno e permanecer no Seu conselho (Jr
23.18,22) a fim de que, através dela, as
pessoas percebam que só se ouve o Eterno falando pessoalmente nos corações (Jr
23.29-32; Is 55.10,11) onde a
Oholiau (dois ou três reunidos no único nome que representa
o Eterno plenamente – Mt 18.20) está.
2) Por que enfatizar que há um só Espírito, Senhor, Deus e Pai, já que o Eterno é um só?
·
“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em
uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um
só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef
4:4-6).
o Um só Espírito, conhecido como Espírito Santo. Ou
seja, o Eterno está mostrando que o caráter que Ele trabalha no coração das
pessoas é o mesmo;
o Um só Senhor. No que o Eterno nos comprou com Seu
sangue (1Co 6.20), Ele ficou
sendo nosso dono. Contudo, Ele nos deu de presente a Si mesmo em Jesus (Jo 17.6), que passou a ser nosso mediador (1Tm 2.5) e Senhor (Rm 10.9). Isto é para que fique manifesto que o único
estilo de vida que salva é o que Ele viveu, em carne. Ou seja, só reconheceu o
Eterno como Senhor aquele que aceitou esta vida como Sua. Não se trata
meramente de seguir mandamentos, mas em considerar como privilégio viver para
que o próximo possa ter sua alma resgatada do pecado e fortalecida na confiança
no Eterno. Não há motivo para nos deixamos prender (1Tm
6.9-11; Hb 12.1,2) ou escravizar
(1Co 7.23).
o Um só Deus e Pai de todos. Uma vez que o Eterno nos
criou, Ele é nosso Deus. No que Ele decidiu nos fazer à Sua imagem conforme a
Sua semelhança (Gn 1.26,27) com o intuito
de constituir uma descendência para si (Ml 2.15), Ele é nosso Pai. A razão de ser enfatizado que
não podemos chamar a ninguém de pai (Mt 23.9) é porque apenas Ele é digno de ser tomado como exemplo
a ser vivido, aquele cuja existência deve ser perpetuada neste mundo. Quando o
Eterno ordena honrar pai e mãe, o que Ele está dizendo é que os filhos devem
ser a continuação do propósito original de Deus para a vida dos pais (Êx 20.12;
Dt 25.5-9).
Porém, a prova de que Pai, Filho e Espírito Santo
são três títulos dados ao Eterno no Novo Testamento, é que os mesmos preenchem
todos estes requisitos:
o O Pai também é Senhor e Espírito;
o Jesus é Senhor (Jo 13.13), Pai (Is 9.6) e Espírito (1Pe 1.11);
o O Espírito Santo também é Senhor (At 7.51) e Pai (Lc 1.35).
3) Há vários versículos que mencionam Pai e Filho separados
I - Pai é Deus e Jesus é Senhor
·
“Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e
para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas
as coisas, e nós por ele.” (1Co 8.6).
Ora, se só o Pai é Deus então Jesus não o é? Se só
Jesus é Senhor, o Pai não o é? E quanto ao Espírito Santo, por que nada acerca
Dele é mencionado? Várias são as passagens onde só aparecem Pai e Filho.
Espírito Santo é o Eterno desempenhando o papel de
Pai e Filho (afinal, todo mundo é filho de alguém e, na maioria
das vezes, possui algum filho) no coração de
quem crê.
Jamais devemos nos esquecer de que todos devemos
ter: um só Pai é para nos lembrar da importância de ser ligado ao Eterno no céu
(ouvindo Sua voz do ponto vista celestial) e na terra (deixando que Sua vontade se cumpra em si), com o intuito de ser guiado por Ele (Rm 8.14). Não é para ficar ligado só no céu (como um alienado) ou só na terra (buscando em Cristo apenas nas
coisas desta vida – 1Co 15.19), mas
conciliando as duas coisas.
II - Jesus e o Pai virão morar em nós
·
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me
ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me
manifestarei a ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a
minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.”
(Jo 14.21,23).
Se Pai e Filho são duas pessoas, então teríamos dois
espíritos habitando dentro de nós (no entanto, a Escritura Sagrada diz que há apenas
um espírito – Ef 4.3). Todavia, o
fato de o Eterno habitar dentro de nós como Pai e Filho é porque, apenas quando
negamos a nós mesmos, tomamos nossa cruz e O Seguimos (tal como
fez o Eterno, como homem – Mc 8.34) é que de fato
nossa vida será uma continuação de tudo que Ele foi quando esteve aqui.
Ou seja, não é para vivermos nosso
estilo de vida sendo guiado pelo Pai, nem cogitarmos em viver como Jesus viveu,
mas conosco no controle da nossa vida. Antes, temos que ter em nós a direção do
Eterno como Pai nos conduzindo em Sua vida como Filho (ver Gl
2.20).
Agora entende o que significa ser morada do Eterno?
Em outras palavras, não adianta querermos viver
como o Eterno, em carne, pelos nossos esforços, nem pensarmos que o Eterno vai
nos guiar em Seus dons e caráter para sermos bem sucedidos neste mundo.
III - E quanto ao princípio da vida eterna?
·
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo
17.3).
Novamente o Espírito Santo não é mencionado. Sendo
Jesus o Deus verdadeiro, não bastava dizer: “E a vida eterna é esta: que
conheçam a Jesus Cristo, a quem enviaste.”?
Quem deseja a vida eterna deve:
o Conhecer dentro de si o Eterno como o único ser que
realmente nos preenche por completo. É inútil esperar que alguém nos faça
felizes. Apenas indivíduos nascidos de novo podem preencher nosso interior com
algo que realmente nos satisfaça, a saber, aquilo que vem do alto (Tg
1.16,17);
o Conhecer dentro de si que apenas o Eterno, em
carne, é capaz de ser enviado por Ele próprio. Nenhuma vida que possamos viver,
por mais bem intencionada e repleta de coisas boas do ponto de vista deste
mundo é capaz de fazer a obra Dele ou glorificá-Lo.
O Espírito Santo não é citado porque apenas quando Eterno
está preenchendo o interior de quem crê Consigo mesmo e glorificando a Si mesmo
em cada momento da vida deste por meio somente daquilo que Ele lhe concedeu, é que
tal pessoa realmente está viva.
Logo, não devemos, como Adão e Salomão, querer
sabedoria e dons a fim de tentar fazer a obra do Eterno por conta própria, mas
descansarmos e esperarmos Nele (Sl 37.7) até que
chegue o momento propício, onde as pessoas à nossa voltas (incluindo
a nós) estejam prontas para conhecê-Lo melhor (ver Jo
16.12).
IV - E quanto ao Pai testificando de Jesus?
·
“Eu sou o que testifico de
mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.” (João
8.18).
Será o que o Espírito Santo não testifica de Jesus?
A grande pergunta é: como o Pai testifica acerca de
Jesus? Por meio de sinais, prodígios e milagres. Ao receber, em Seu corpo
físico, a manifestação dos dons celestiais, o Eterno estava confirmando que
toda autoridade Lhe era dada no céu e na terra (Mt 28.20):
o No céu, porque Ele tinha acesso livre a toda
herança celestial;
o Na terra, porque Ele era capaz de viver toda a lei
que Ele mesmo estabeleceu. Embora o Eterno tivesse se esvaziado de Si mesmo
para poder habitar no corpo humano (Fp 2.5-8), ainda assim
tinha a Seu dispor todo poder e autoridade, pois toda Sua divindade estava
ligada a Ele. Contudo, nem por isto Ele usou este poder para destruir os que se
Lhe impunham.
Ou seja, o Eterno, no corpo de Jesus, nada fazia
que não estivesse em total harmonia com o que foi estabelecido por Ele durante
o conselho celestial. Sempre esperou pelo momento certo (o qual
foi combinado antes dos tempos eternos (2Tm 1.9; Tt 1.2)) em que Ele, em Sua divindade, haveria de agir sem
qualquer influência pelas sensações de Seu corpo.
4) O Pai testifica de Jesus quando foi batizado
·
“E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado
também Jesus, orando ele, o céu se abriu; e o Espírito Santo desceu sobre ele
em forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o
meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Lc 3.21,22).
Muitos acham que esta foi a ocasião
em que Jesus foi batizado com o Espírito Santo. Considerando que dom (ou
batismo) do Espírito Santo é quando o Eterno vem habitar
com o crente, logo, se Jesus tivesse sido batizado neste instante, então era
sinal que Nele não habitava corporalmente toda a plenitude da divindade até
então, o que é mentira, como mostrado anteriormente.
É curioso como este trecho, tão usado
pelos trinitarianos, é o que mais condena a doutrina da trindade. Afinal, se o
Pai estava na voz do céu e o Espírito Santo na pomba, então no Filho do Homem
estava apenas Jesus. Sendo assim, como em Jesus poderia estar CORPORALMENTE (e não
apenas em espírito) toda a
plenitude da divindade (Cl 2.9)?
O Eterno estava naquele corpo chamado Jesus. Para
testificar que era Ele mesmo quem estava ali em semelhança de carne pecaminosa (Rm 8.3,4;
2Co 5.21) (com nossas fraquezas e
limitações – Hb 4.14,15), Ele faz
ouvir Sua voz no céu.
E para mostrar que a barreira que mantinha o céu
separado da terra estava começando a ser rompida a partir daquele momento (a pomba
era, para João, sinal de que era Jesus quem batizava a todos com Seu próprio
espírito de santidade – Jo 1.33), Ele desce em
forma corpórea como pomba sofredora (Is 59.11; Na 2.7), simples e inofensiva (Mt 10.16). A ideia é que todos pudessem associar o tipo de
vida que se achega ao trono do Favor do Eterno (Hb 4.16) com a vida que Ele iria começar a viver na pele de
Jesus Cristo.
Pode parecer absurdo o fato de o Eterno se
manifestar de várias formas ao mesmo tempo. Todavia, não é isto que Ele faz
diariamente ao falar ao mesmo tempo com alguém que está orando na China, Japão,
Rússia, Alemanha, etc.? Não existe vários deuses como no catolismo (os quais
chamam de santos, um para cada lugar e finalidade). Antes é o Eterno se manifestando das mais
diversas formas, nas mais diversas ocasiões e lugares.
A pomba foi um sinal para João (Jo
1.32-34) e a voz, para todo o povo, para testificar quem
realmente era Jesus (algo semelhante ocorreu em Jo 12.28-30).
5) Jesus foi ungido por Deus com o Espírito Santo
·
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com
virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque
Deus era com ele.” (At 10.38).
O Eterno, no corpo chamado Jesus, aceita de bom
grado mostrar que Ele é o único que pode ser aceito por Ele e que Ele é o único
capaz de autorizar alguém a ser embaixador Dele. A ideia é que todos
percebessem que ninguém pode fazer a obra de Deus com suas boas intenções e
vontade. Muito menos tem poder para decidir quem está apto ou não para o
ministério.
Embora Paulo ordene a Tito para eleger presbíteros (Tt 1.5), isto, de modo algum, quer dizer que era vontade
absoluta do Eterno, muito menos que tal escolha era para ser firmada em sua
capacidade de discernir coisas. Antes, era para confirmar a todos que, nem
mesmo com Cristo o sistema religioso poderá funcionar.
Só podemos fazer aquilo que o Eterno nos autorizou a
fazer (At 1.4), e isto com a
constante companhia Dele em nossa vida nos guiando (Rm 8.14) com Sua voz (Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.23; Lc
14.35; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22).
Isto também tinha outra finalidade. Pense em como
Pedro, João e Tiago (que experimentaram as maiores demonstrações de
poder da parte de Deus para toda a humanidade) se sentiram ao ver Jesus morto. Uma coisa era andar lado a lado com o
Eterno, em carne e sangue, simplesmente seguindo à risca Suas ordens e vendo
tudo acontecer de forma harmoniosa e perfeita. Não havia medo ou possibilidade
de falha. Outra coisa seria andar sozinho falando Dele.
No entanto, ao ficar manifesto que não foi o Eterno,
vivendo na pele de um homem sem pecado que venceu o mundo, mas sim recebendo do
Eterno, em Seu papel divino, toda a capacitação para isto, fica manifesto que
todos também podemos.
Por isto é que Ele fazia questão de dizer que não
falava nem fazia nada de Si mesmo. No que Ele renunciou Sua vida para que
apenas a vontade do Eterno, em Sua divindade, se cumprisse, fica manifesto que
qualquer um de nós pode também viver uma vida sem pecado (ver Rm
8.1-4; 1Jo 3.5-9; 5.3,18). Afinal,
pensando em termos humanos, a única diferença entre nós e Jesus é que Ele não
tinha pecado. Contudo, no que Ele aniquilou-se (esvaziou-se – Fp 2.5-8), ao invés de achar que, por ser Deus, Ele podia
viver em total fidelidade à Sua palavra (tão somente por meio da Sua
perfeição carnal), não há mais
desculpa para o pecado na nossa vida.
Temos em nós o mesmo Espírito e poder que estava em
Jesus, a saber, o poder do Eterno Deus vindo do alto (Tg
1.16,17; Cl 3.1,2), e não de
alguma homem ou tecnologia fantástica deste mundo.
Contudo, não podemos ignorar que, se Jesus, que era
perfeito, teve que morrer para Si mesmo para vencer o mundo (confiando
no Eterno, em Sua divindade, para tudo - 1Jo 5.3), o que dirá de nós que somos pecadores?
6) Três são os autores da Escritura Sagrada?
·
“Quem não me ama, não guarda as minhas palavras; ora, a
palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou” (Jo
14:24).
·
“Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em
meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto
eu vos tenho dito” (Jo 14:26).
Foi o Eterno quem inspirou Seus servos a redigirem
a Escritura Sagrada (2Pe 1.20,21):
·
Ele a elaborou
baseada em Si mesmo (daí Jo 1.1), tendo em
vista constituir uma família para Si;
·
Para que Ele
próprio pudesse ser o primeiro ser humano desta imensa família da fé, Ele se
fez o primeiro ser humano a viver integralmente Sua vontade;
·
Para que os
fiéis pudessem conhecer dentro de si tudo que Ele é (a saber,
o que vem a ser a verdadeira paz, felicidade, bondade, etc. – Gl 5.22), Ele decidiu viver Sua Palavra no coração deles.
Afinal, uma coisa é ouvir falar de bondade e justiça, outra é vê-la na vida de
outros e outra bem diferente é experimentar o significado disto em seu
interior. Daí o Eterno, no papel de Espírito Santo, escrevendo Sua palavra no
coração dos convertidos (Hb 8.10-12).
Enfim, o Eterno é o autor da escritura proferindo-a,
vivendo-a e levando os nascidos de novo a experimentá-la em si.
7) Deus é cabeça de Cristo
·
“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o
homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” (1Co
11.3).
Isto não quer dizer que Deus é mais importante que
Jesus. Antes, o que está sendo dito é que o Eterno, em Sua humanidade, não agia
aqui no planeta de um modo completamente inédito, diferente de tudo que Ele foi
no passado e no céu. Em outras palavras, ao invés de viver de acordo com as
sensações, desejos e necessidades de Sua carne, Ele vivia apenas aquilo que era
real no céu e em Sua divindade.
A presença do Eterno aqui em carne e sangue era um
modo do trazer o céu à terra ou, se preferir, mostrar ao ser humano como é
possível contemplar o céu ainda em vida, de modo que passassem a ter como lugar de repouso os lugares
celestiais (Ef 1.3; 2.6).
8) É para ouvir a voz de Jesus ou do Espírito Santo?
Nas sete cartas de apocalipse aparece escrito: “Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”. Embora o primeiro
versículo de cada carta deixe claro que foi Jesus quem escreveu a carta, no
entanto é ordenado que ouçamos a voz do Espírito Santo, a saber, o que Ele
estava dizendo à Oholiau (cada grupo de duas ou três pessoas (Mt 18.20) que criam em Jesus a ponto
de entregarem Suas vidas a Ele).
Jesus não disse que era para ouvir Sua voz, mas a
do Espírito Santo. Embora a revelação tenha sido dada a João, Paulo e demais
apóstolos por Jesus, a voz que devemos escutar é a do Espírito Santo. É Ele
quem nos fará lembrar de tudo que Jesus disse (Jo 14:26). Como explicar isto?
Foi o Eterno quem revelou o apocalipse a João,
estando Ele no corpo humano que nos será dado após ressuscitarmos (1Co
15.47-49). Como dificilmente veremos o Eterno
neste corpo antes da ressurreição, Ele nos ordena ouvirmos Sua voz falando ao
nosso espírito e, porque não, até mesmo em voz audível como se deu com os
apóstolos?
9) Quem criou o mundo: o Pai ou Jesus?
·
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e
sem ele nada do que foi feito se fez. Estava no mundo, e o mundo foi feito por
ele, e o mundo não o conheceu.” (Jo 1.1-3,10).
·
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e
na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl
1.16);
·
“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória,
pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11.36).
Foi o Eterno, em Sua divindade, quem tudo criou. Note
que o mundo foi feito “por Ele” (e não “por Eles”, como que se referindo a mais
de uma pessoa). É “Nele” (e não “Neles”) que todas as coisas foram criadas. Sem
contar que:
·
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida
eterna, e são elas que de mim testificam;” (Jo 5.39) - a Escritura Sagrada testifica “de mim” (Jesus
falando), e não “de nós”.
·
“Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem
escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e
que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Is
43.10) – “minhas testemunhas”, e não “nossas
“testemunhas.
No entanto, o corpo de Jesus no qual o Eterno haveria
de habitar foi o primeiro a ser criado (Ele é o primogênito de toda a
criação – Cl 1.15). Como foi com
base neste corpo mortal que o Eterno baseou toda a Sua criação (Cl 1.16), logo, para que tudo pudesse dar certo, o Eterno
criou tudo experimentando o resultado disto na carne mortal (daí em Gn
1 vermos o Eterno avaliando Sua criação – Gn 1.10,12,18,21,25,31) que Ele haveria de assumir (daí dizer
que tudo foi criado Nele – Cl 1.16).
Em outras palavras, tanto o Eterno experimentou Sua
criação em espírito (Pai), como em
carne (Jesus). Isto pode
parecer difícil de aceitar com nossa mente carnal. Contudo, lembre-se que o
Eterno pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e ciente de tudo.
10) Quem estava falando com quem e por que (Sl 110.1; Mt 22.44; Lc 20.42; At 2.34)?
·
“Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até
que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.” (Sl
110.1).
O Eterno, como homem, estava falando com Seu ser
divino. Isto pode parecer esquisito aos nossos olhos. No entanto, sendo o
Eterno onipresente e com vários centros de consciência em Si, nada impede que
um dos Seus centros de consciência converse com os demais a anos-luz de
distância.
Em outras palavras, o que um centro de consciência
falar, os demais ouvirão em todo o universo, já que é o mesmo e único Deus que
está em toda parte.
Além disto, sendo Eterno em carne o nosso modelo (1Pe 2.21), no que Ele orou (Mt 27.46; Lc 22.42; 23.46; Jo
11.41,42; João 17), estava nos
ensinando que, se até Ele que é Deus orou, quão dirá nós.
Esta passagem é profética (iria se
cumprir no futuro) e retrata o Eterno
recebendo seu corpo humano ressurreto no céu após todo o plano da salvação
estar consumado (Jo 19.30). Ele, em
carne, como representante de toda a raça humana no céu, agora recebia toda
autoridade no céu e na terra (Mt 28.18). Ele podia se
assentar (descansar – a morte do justo é vista como descanso
– Ap 14.13), pois o plano havia sido bem
sucedido.
11) Com quem Deus estava conversando?
·
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a
terra.” (Gn 1.26);
·
“Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós,
sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da
árvore da vida, e coma e viva eternamente,” (Gn 3.22);
·
“Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não
entenda um a língua do outro.” (Gn 11.7);
·
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem
há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is
6.8).
Um dos centros de consciência do Eterno, em Seu
eterno Conselho (Jr 23.18,22), estava
comunicando aos demais o que iriam juntos fazer.
Estes trechos também servem para mostrar que o
Eterno não se deixa influenciar por ninguém, mas qualquer coisa que Ele venha a
fazer, Ele busca conselho apenas em Si mesmo. Ele não se deixa pressionar por
pessoas ou circunstâncias. Veja este exemplo.
·
“Então o Senhor, da sua parte, fez chover do céu enxofre e
fogo sobre Sodoma e Gomorra.” (Gn 19.24).
Ou seja, o Eterno não usou Ha-Satan para mandar o
fogo e enxofre, nem o fez por causa dos pecados de Sodoma e Gomorra. Todas as
coisas vêm a existir e permanecem vivas porque assim é a vontade do Eterno (Ap 4.11).
Sodoma e Gomorra foram constituídas pelo Eterno em
virtude do Seu desejo de exemplificar (Jd 7) o que acontece quando alguém se afasta Dele e o
que Ele se vê “obrigado” a fazer para preservar Sua justiça, pureza e santidade
diante de principados e potestades (ver Ef 3.8-10).
Outra ocasião de diálogo entre os centros de
consciência do Eterno:
·
“Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não
quiseste, mas corpo me preparaste; holocaustos e oblações pelo pecado não te
agradaram. Então disse: Eis aqui
venho ( No princípio do livro está escrito
de mim ),
Para fazer, ó Deus, a tua vontade. Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações
pelo pecado não quiseste, nem te agradaram ( os quais se oferecem segundo a lei ). Então disse: Eis aqui venho,
para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o
segundo.” (Hb 10.5-9)
Trata-se do cumprimento da palavra profética de
Salmos:
·
“Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste;
holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. Então disse: Eis aqui
venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade,
ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.” (Sl
40.6-8).
·
“Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu
hoje te gerei.” (Sl 2.7).
Novamente temos o Eterno, em Sua encarnação,
dialogando Consigo mesmo (mostrando a todos o relacionamento contínuo entre
Seus centros de consciência), confirmando
que não se pode separar os centros de consciência do Eterno, bem como a
importância da comunhão contínua com o Eterno.
Pense: se nem o Eterno consegue ficar sem ter
comunhão Consigo mesmo, como podemos nós supor que podemos ficar sem ouvir Sua
voz e sentir Sua presença? Se o próprio Eterno considera a Si mesmo como
superior (Deus), quão dirá
nós.
Muitas vezes até os demônios estão em melhor
situação que muitos crentes por aí, pois eles creem que o Eterno é um só e até
tremem Dele (Tg 2.14) e O adoram (Mc 5.2,6). Até a natureza obedece prontamente (Sl 147.4;
148.3-10) ao chamado do Eterno. Só o ser
humano é quem diz “não ou espera”.
E que o trecho acima fala do Eterno encarnado,
veja:
·
“Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem,
para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e
de honra o coroaste.” (Sl 8.4,5)
Mesmo que você
queira dizer que o Eterno enviou outra pessoa da divindade para ocupar um carne
que é menor que os anjos, Paulo é claro ao dizer que Jesus nada mais era do que
o Eterno, em pessoa, reconciliando o mundo Consigo mesmo (2Co
5.18-20).
Além disto, se
a trindade fosse correta, você não acha estranho que o Espírito Santo nunca participe
das conversas entre Pai e Filho? Repare as inúmeras referências envolvendo
apenas Pai e Filho.
12) Jesus conduz a pessoa ao Pai
·
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai, senão por mim.” (Jo 14.6).
Jesus não disse “vai” ao Pai, como se o Pai fosse
alguém separado Dele, a quem Ele iria conduzir.
Antes o que o Eterno, em Sua humanidade, disse foi
que, para chegar à plenitude de tudo que Ele é, faz-se necessário estar em
perfeito acordo com tudo aquilo que Ele foi e viveu enquanto estava neste
mundo.
Para ser mais exato, imagine que o Eterno estivesse
vivo ainda em carne e sangue. Considerando que para dois andarem juntos é
necessário acordo (Am 3.3), a única
forma de podermos nos aproximar Dele seria negando a nós mesmos, tomando cada
dia a nossa cruz e seguindo-O (Mt 16.24), ou seja,
vivendo com Ele, do jeito que Ele viveu.
Mas por que é necessário isto? Pense: o que
significa “vem ao Pai”? Como se vai ao Pai, já que Ele está em toda parte? Sem
Jesus, não havia um modelo de vida a ser seguido, mas apenas regras a serem
obedecidas. O detalhe é que alguém pode muito bem obedecer todas as regras de
outrem sem lhe estar sujeito. E mesmo que houvesse alguém sujeito, a impressão
que se tinha é que cada um podia viver sua vida, contanto que ouvisse a voz de
Deus e obedecesse. Não havia uma vida comum a ser vivida (comunhão), pois nenhuma fora perfeita a ponto de ser digna
de ser modelo.
Mesmo que cada pessoa se entregasse por completo ao
Eterno, não havia um modelo de perfeição central, alguém que pudesse servir de
marca ou identidade, mas apenas uma unidade de caráter e espírito. A impressão
é que cada ser humano era, em seu lugar, uma fonte de amor e verdade.
No entanto, o que o Eterno, como homem, estava a
ensinar é que apenas vindo a Ele para fazer parte do Seu corpo é que poderíamos
ter comunhão com Ele. Em outras Palavras, Jesus foi o tabernáculo (corpo,
lugar de se reunir para ter comunhão uns com os outros e com Ele) que o Eterno usou para estar no meio do ser
humano. Como este corpo físico não está mais presente, o Eterno fez da Igreja
Seu corpo. Quem se aproxima de alguém que crê de verdade do Eterno, guiado pelo
Ele na vida que Ele viveu enquanto esteve no meio de nós, está indo para o
lugar onde Ele opera e fala.
No corpo de Eterno, o ser humano pôde mostrar
também a semelhança do Eterno, a saber: tal como Ele possui vários centros de
consciência em Si, Jesus, como o homem perfeito (imagem do Eterno), agora recebe em Seu corpo cada um que Nele crê (cada um
com sua consciência no Eterno). É deste
grande mistério que Paulo trata (Ef 5.31,32).
Agora você compreende a
importância do Eterno nascer, morrer e ressuscitar em carne (Mt 28.20)? Embora Ele pudesse se comunicar diretamente com o
ser humano antes de se fazer carne, o máximo que se poderia ter é um grupo de
pessoas seguindo um modelo espiritual. Não havia um modelo físico que
confirmasse a imagem e semelhança do Eterno (Gn 1.26,27), capaz de vencer o pecado e a morte.
13) O Pai envia Espírito Santo para nos lembrar do que Jesus disse
·
“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito.” (Jo 14.26).
Vem a questão: por que o Pai não ministra
diretamente na vida da pessoa?
Como já dito, Espírito Santo é o Eterno ministrando
no espírito da pessoa. O Pai enviando o Espírito Santo significa que a obra a
ser realizada pelo Eterno nos corações não é diferente daquela que Ele operava
no Antigo Testamento, muito menos de tudo que Jesus fez e falou.
Antes, o modo de o Eterno se relacionar com o homem
foi externamente (com vistas a fazer de cada um Seu filho, ou seja,
Sua continuação). Como ninguém
conseguiu servi-Lo com perfeição, Ele próprio viver, na pele humana, o papel de
servo do Eterno (finalmente, um ser humano pôde ser Seu modelo
perfeito em carne). Agora,
provado que é impossível servir ao Eterno sem entrega total, é possível haver
quem confie no Eterno, de modo a ser uma confirmação de que Jesus não foi
apenas O cabeça de um grande e belo movimento ideológico, mas sim a Vida do
Eterno sempre presente neste mundo por meio cada um que é levantado para vivê-la.
14) 2Coríntios 13.8
·
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e
a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.” (2Co
13.8).
Em primeiro lugar, o trecho não diz “o amor do Pai”
(como é pregado pelo sistema religioso), mas sim “o amor de Deus”.
O Favor do Eterno tem em vista nos conduzir à
plenitude do Seu amor (Ef 3.19), de modo que
todos possamos estar ligados uns aos outros na vida comum que Ele deu para nós
vivermos (ver 1Jo 4.9).
A ideia é justamente de combater esta teoria
maldita da trindade, onde a pessoa crê que Jesus é mais amoroso e paciente que
o Pai. Ou seja, o Favor manifestado pelo Eterno à humanidade é justamente
porque Ele amou o mundo de tal maneira (Jo 3.16). E isto não aconteceu para que cada um pudesse ter
prosperidade em sua vida egoísta, mas sim para que enxergasse a verdadeira
beleza que há em uma vida de sacrifício por amor ao próximo e, então, quisesse
isto para Si.
Em outras palavras, o Eterno, que poderia viver uma
vida plena e abundante na área material quando esteve em carne neste mundo (afinal,
Ele foi o único ser humano que não pecou), preferiu
renunciar todo este privilégio e viver apenas aquilo que poderia levar os que
quisessem vida verdadeira para junto de Si.
Pai, Filho e Espírito Santo são os títulos de Deus
para quem abraça a aliança da intimidade com o Eterno (que
costumaram chamar de Nova Aliança). Para quem
está preso no regime do Antigo Testamento, os títulos do Eterno são YHWH-Jiré, YHWH-Rapha,
etc.
Resumindo:
·
Amor de Deus
-> o amor do Eterno (manifesto em todos os Seus títulos) expresso através do Seu gesto de dar o ser humano
que Ele criou para Nele habitar, só para que ninguém perecesse, mas tivesse a
vida eterna (Jo 3.16);
·
O Favor de
Jesus -> o Eterno abrindo mão de todo conforto material para viver a nossa
salvação;
·
A comunhão do
Espírito Santo -> o Eterno trabalhando corações a fim de alinhá-los com
Aquilo que Ele é.
15) Orar ao Pai em nome de Jesus
Quando oramos ao Pai em nome de Jesus, quem atende?
Jesus ou o Pai?
·
“E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o
Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o
farei.” (João 14.13,14).
·
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos
nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que
tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (João
15.16).
·
“E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos
digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.”
(João 16.23).
Para que tudo que o Eterno é no céu possa ser
reconhecido em Seu corpo físico (ou seja, para que ninguém tenha dúvida de que
Jesus é o Eterno em pessoa), Ele próprio
atende. Contudo, ao se dirigir ao Eterno, é preciso fazê-Lo em nome de tudo
aquilo que Ele foi enquanto esteve aqui em carne.
Quem atende nossas orações é o Eterno. Mas não o
Deus que nós imaginamos que Ele seja, muito menos pelos motivos que nossa mente
limitada e mesquinha O busca. Antes, quem irá responder nossas orações é o
Eterno em Sua humanidade.
Para ser mais exato: entendendo que Jesus é a mais
perfeita imagem do Eterno (Hb 1.3), logo é
através da Sua vida aqui neste mundo que nós melhor poderemos compreender Sua
vontade e caráter a fim de, com isto, podermos orar com mais exatidão e termos
nossas orações respondidas (1Jo 5.14).
Resumindo: O Eterno é um só! Todavia, em Sua
divindade, fica difícil enxergarmos quem Ele é dentro da realidade limitada
deste mundo. A impressão que se dá é que, como Deus, Ele transcende tudo que
existe, sendo então impossível viver Sua Palavra num mundo caído como o nosso (como se
tudo fosse bonito, mas uma bela utopia a ser real apenas após o juízo final). Contudo, em Sua humanidade é possível associar
Sua Palavra espiritual com tudo que há neste mundo. Não é para vermos Ele como
alguém meramente espiritual, distante (que espera que alguém faça por
Ele aquilo que precisa ser feito), mas sim como
Deus perfeito que nos entende, não só porque é onisciente, mas porque viveu
tudo que vivemos (Hb 4.14,15).
16) Três testificam no céu
·
“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o
Espírito Santo; e estes três são um.” (1Jo 5.7).
O céu é mais que um lugar físico. É onde podemos
ter uma experiência viva e intensa com o Eterno. Podemos e devemos viver no céu
(Mt 6.10; Cl 3.1; Ef 2.6). Para isto,
devemos reconhecer os três modos do Eterno testificar de Si mesmo:
o Como Pai, ou seja, como Aquele que tudo criou e nos
fez justamente para que Sua glória (tudo aquilo que Ele é) pudesse ser vista (Ap 14.7). Contudo, enquanto os filhos na carne honram os
pais porque os mesmos morrem (Dt 25.6-9), os fiéis
honram o Eterno porque Ele quer se manter vivo na memória de todos. Enquanto os
parentes de alguém que morreu tentam manter sua memória viva fazendo algum
memorial, nós mantemos a memória do Eterno viva permitindo que Ele viva em nós tudo
aquilo que Ele é (evidenciado principalmente no sacrifício que Ele
fez através de Seu corpo físico). Ou seja,
viver no céu implica em permitirmos que Ele nos use para que sempre todos se
lembrem Dele (Jo 14.12; At 4.13);
o Como a Palavra que se fez carne e habitou entre nós
(Jo 1.14), de modo que
todos possam entender quem Ele é, bem como a beleza de tudo que Ele ordenou.
Ou seja, só pode viver no céu quem
tem a vida perfeita, pura e santa como o Eterno. É lógico que isto só será
possível deixando Ele viver Sua vida em nós (Gl 2.20).;
o Como Espírito Santo, confirmando toda Sua Palavra
no espírito de quem crê (Mc 16.20; Rm 8.3,4; Hb 2.4; 1Jo 3.5,9), de modo que a pessoa, não apenas viva Sua
vontade, mas nela tenha prazer (Fp 2.12,13). Aliás, é
isto que caracteriza o verdadeiro céu.
Diante dos principados e potestades, o Eterno usa
estes três modos para mostrar Sua multiforme sabedoria (Ef
3.8-10): se relacionando com o homem externamente (Pai), no seu dia a dia através das circunstâncias e
pessoas que Ele traz até nós (Palavra),
internamente, deixando as pessoas livres de seu ego corrompido (ver 2Pe
2.9; Jd 24).
Os anjos, em particular, desejam perscrutar o melhor
que puderem para conhecerem melhor ao Eterno (1Pe 1.12).
17) Jesus à destra do Pai
·
“E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que
está em pé à mão direita de Deus.” (At 7.56).
O que foi que Estêvão viu, considerando que homem algum
jamais viu a Deus, tampouco pode vê-Lo (João 1:18; I Timóteo 6:16; I
João 4:12)? Sem contar que Ele é invisível (I Timóteo
1:17). Mesmo que Estêvão tivesse visto duas pessoas,
porque ignorar uma delas? O correto seria ele orar ao Pai e a Jesus.
Atos 7.55 diz que Estevão viu "a glória de
Deus” (e não o espírito de Deus). Assim como a glória de Deus foi vista temporariamente
no rosto de Moisés, ela foi vista plenamente em Cristo (Êx
34.29-35; 2Co 3.7). Em outras
palavras, o que Estêvão teve foi uma confirmação de que o Eterno, como homem,
também era (e é) Deus.
Além disto, se fosse literal, vem a questão: “onde
exatamente está Jesus?”.
·
No colo do Pai
-> “Deus nunca
foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o
revelou.” (Jo 1.18).
·
Assentado à
Sua direita -> “Porque
Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te
à minha direita” (At 2.34)
·
Em pé à
direita do Eterno -> “E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que
está em pé à mão direita de Deus.” (At 7.56).
Contudo, quando entendemos os trechos do modo
correto, não há contradição. O Eterno, no papel de Filho, estava no seio do Seu
papel como Pai, ou seja, no Seu interior, sendo Sua revelação mais íntima. No
que Ele morreu e ressuscitou, Sua obra redentora ficou plenamente concluída (Jo 19.30), de modo que Ele pôde descansar de Suas obras (Hb
4.9-11). Hoje, em Seu papel de Espírito Santo, Ele está de
pé, sempre pronto para interceder por nós junto às pessoas, ou seja, para agir
no nosso lugar (Ele nunca dorme nem cochila – Sl 121.4).
Ao analisarmos outros trechos, podemos ver que a expressão
“mão de Deus” é simbólica:
·
“Tenho posto o SENHOR continuamente diante de mim; por isso que ele
está à minha mão direita, nunca vacilarei.” (Sl
16.8). – Se isto fosse físico, então o Eterno estaria
fisicamente ao lado de Davi o tempo todo;
·
“E eu disse: Isto é enfermidade minha; mas eu me lembrarei dos
anos da destra do Altíssimo.” (Sl 77.10) – Quer dizer que houve época que o Eterno tinha mão
e agora tinha ficado maneta?
·
“Pois se porá à direita do pobre, para o livrar dos que
condenam a sua alma.” (Sl 109.31) – O Eterno fica fisicamente o tempo todo do lado
do pobre?
·
“Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra mediu
os céus a palmos; eu os chamarei, e aparecerão juntos.” (Sl
48.13);
“Mas, se eu expulso os
demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus.” (Lc
11.20) – O Eterno, com Sua mão gigantesca firmou a terra
tal como se firma a muda de uma planta? Usou Seus enormes dedões para medir a
terra e para expulsar demônios?
·
“Jurou o SENHOR pela sua mão direita, e pelo braço da sua
força: Nunca mais darei o teu trigo por comida aos teus inimigos, nem os
estrangeiros beberão o teu mosto, em que trabalhaste.” (Is
62.8) – O Eterno tinha uma mão para perder caso falhasse
em cumprir o juramento?
Mas afinal, o
que significa esta expressão? Analisemos os versículos abaixo:
·
“E vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um
intercessor; por isso o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua
própria justiça o susteve.” (Is 59.16);
·
“Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem
ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede
por nós.” (Romanos 8:34);
·
“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote
tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade,” (Hb
8.1);
·
“Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício
pelos pecados, está assentado à destra de Deus,” (Hb
10.12).
Note, nos versículos acima, como braço e mão do
Eterno estão relacionados com a obra salvadora Dele, a saber, com o que Ele fez
para nos manter perto Dele:
·
“Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em
breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do
céu.” (Mt 26.64).
·
“Desde agora o Filho do homem se assentará à direita do poder de
Deus.” (Lc 22.69).
Ao afirmar isto o Eterno, como homem, estava
afirmando ser Deus. A prova é que o sumo-sacerdote o acusou de blasfêmia (Mt 24.65). Desde este instante o Eterno, como homem,
descansou no em Seu divino poder e em breve, ou seja, no Gólgota, os membros do
sinédrio veriam isto.
Ou seja, a crucificação do Eterno, como homem, é a
melhor confirmação de que Ele descansava e esperava em tudo que Ele era como
Deus, ao invés de tentar vingar a Si mesmo, seja pelo Seu poder carnal ou
divino.
Para ser mais exato: embora o Eterno, como homem,
sempre descansou em Seu divino poder e vontade, era naquele momento (na cruz) que isto mais seria notório.
·
“A tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em poder,
a tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo;” (Êx
15.6)
·
“O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe
sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” (1Pe
3.22).
·
“Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o
à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e
domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no
vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas
o constituiu como cabeça da igreja,” (Ef 1.20-22).
·
“Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador,
para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.” (At
5.31).
·
“Pois não conquistaram a terra pela sua espada, nem o seu braço os salvou,
mas a tua destra e o teu braço, e a luz da tua face, porquanto te
agradaste deles.” (Sl 44.3);
·
“Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque fez maravilhas; a
sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a salvação.” (Sl
98.1);
·
“Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse
o SENHOR ao meu Senhor: assenta-te à minha direita, até que ponha os
teus inimigos por escabelo de teus pés.” (At 2.34,35).
Note a destra
do Eterno sendo associado com Seu divino poder fazendo maravilhas, a fim de derrotar
Seus inimigos, de modo que eles sirvam apenas para limpar nossos pés ou
mantê-los limpos. Em outras palavras, a oposição dos inimigos do Eterno servem
como instrumento Dele para tornar a nossa fé pura e preciosa (1Pe
1.6,7).
Além disto,
pense: como alguém pode estar à destra do Eterno, uma vez que Ele é espírito e
onipresente? Isto significa que o Eterno, em seu papel como homem permanecia
agindo conforme o que Ele estabeleceu em Seu papel divino. Em outras palavras,
mesmo experimentando todas as limitações da carne humana, nem por isto Ele
mudou Suas convicções, nem passou por cima de nenhum dos Seus princípios. Em
outras palavras, Ele mostrou que, seja como homem, seja como Deus, Ele não muda
seu caráter.
Para visualizar
isto, imagine que você pudesse, por algum tempo, viver na pele de um animal
terrestre, depois na de um peixe, na de uma ave e, por fim, no corpo de uma
árvore. Embora você continuasse sendo um só, você pôde experimentar naturezas
diferentes de vida.
Pois bem: o
Eterno cumpriu em Sua natureza carnal tudo que Ele estabeleceu em Sua natureza
divina. Ele assumiu todos os limites de um ser humano, sem jamais romper, como
homem, a “barreira” entre Sua humanidade e divindade. Antes, como homem, sempre
esperou que Ele, em Seu papel divino, se manifestasse em Sua vida humana. E,
como homem, Ele tinha necessidade de orar e ouvir Sua voz divina.
18) O Ancião de Dias e o Filho do Homem
·
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas
nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o
fizeram chegar até ele.” (Dn 14.13).
Continuando o raciocínio anterior, como o Eterno é
ilimitado, Ele pode viver as duas naturezas (divina e humana) ao mesmo tempo. Por isto Ele podia:
·
Estar em carne
humana, falar com Sua voz no céu (ser um elemento físico) e, ao mesmo tempo, descer sobre Si mesmo na forma
de uma pomba (ser um animal) para
testificar como o ser humano em comunhão com Ele pode estar em paz até com as
feras do campo e com as pedras (Jó 5.23; Os 2.18);
·
Estar
assentado em Seu trono e, ao mesmo tempo chegar-se a Si mesmo através da figura
de um Cordeiro;
·
Ser um Ancião
de Dias e, ao mesmo tempo, o Filho do Homem.
Em particular,
aqui, o Eterno estava mostrando Seu domínio sobre tudo e todos (Sl 24.1), confirmando que alguém só pode ter algo se do céu
lhe for dado (Dn 4.17,25; Jo 3.27; 17.2; 19.11; Ef 1.21-23) e já anunciando quem seria Aquele que receberia toda poder e autoridade
no céu e na terra (Mt 28.18), a saber, Ele
próprio em carne humana.
No entanto,
numa análise acurada, vemos que Jesus é o Ancião de Dias e o semelhante ao
filho de homem, a Igreja (os santos do Eterno, que, enfim, formam o corpo do
Eterno).
Compare Dn 7.9
com Ap 1.13-15 e veja a semelhança. Isto, sem contar que Jesus é Aquele que há
de julgar vivos e mortos (Mt 25.31,32, Jo 5.22 e 27; Rm 2.16; 14.10; 2Co
5.10; 2Tm 4.1). Ele estará assentado no Seu trono (Ap 3.21).
Além disto,
note como o chifre fazia guerra até a chegada do Ancião de Dias (Dn
7.21,22) e, como é bem sabido, o anticristo irá reinar até
a vinda de Jesus (Ap 19.11-21).
Sendo Jesus o
Ancião de Dias, logo, considerando que Dn 7.18,22,26,27 afirma que o santos do
Eterno possuirão o reino e que era isto que o semelhante ao filho do homem
recebeu do Ancião de Dias (Dn 7.14), o semelhante
ao Filho de Homem são santos do Eterno.
Além disto,
não é dito que se tratava do Filho do Homem, mas sim de alguém semelhante a Ele
(Dn 7.13). Considerando
que a Igreja é o corpo de Cristo (Ef 1.21-23), logo quem
melhor para se identificar com o Filho do Homem? Sem contar que a Igreja é
co-herdeira com Cristo (Rm 8.17 e 29; 1Jo 3.1,2).
Além disto no
Antigo Testamento, “filho do homem” podia se referir a um homem chamado pelo
Eterno (Ez 2.1; Sl 80.17) ou a todos os seres humanos (por exemplo, em Sl 8.4; 146.3;
Is 51.12).
Resumindo: o
Ancião de Dias era o Eterno em Sua humanidade e o semelhante a filho do homem,
a Igreja.
A expressão
“filho do homem” significa que Jesus foi o resultado da fecundação do óvulo de
Maria pelo Eterno, e não um corpo gerado de modo sobrenatural pelo Espírito
Santo (daí Ele ser a semente da mulher que ia esmagar a
cabeça de Ha-Satan – Gn 3.15). Para ser
mais exato: o corpo de Jesus era 100% humano, e não um ser completamente
desvinculado ao ser humano (como sugere o anti-cristo, alegando que só Jesus
para ser perfeito e santo, incentivando as pessoas a se conformarem ao pecado –
1Jo 4.2,3) (seja por ser de outro tipo de
carne (como anjo, por exemplo) ou por nada ter haver com Adão).
19) O Cordeiro e Aquele que estava assentado no trono
·
“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais
viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete
chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a
terra. E veio, e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono.” (Ap
5.6,7).
O Eterno, em
Sua natureza divina, estava confirmando Seu domínio sobre toda a história da
humanidade (tal como no trecho anterior). Considerando o caos gerado pelos impérios humanos,
parece difícil acreditar nisto (Hb 2.8).
Contudo, agora
o Eterno estava passando, não só o domínio, mas também o total conhecimento de
tudo que há de acontecer até o fim dos tempos a um ser humano (Ele
próprio). No que o Eterno foi capaz de obedecer a tudo que
Ele é e, como Cordeiro, aceitar toda a maldição da lei sobre Si (Fp 2.5-8) (embora isto fosse um ato injusto da parte dos
homens), Ele pôde viver Sua semelhança dentro de Si e
confirmar Sua imagem na pele de um ser humano.
Se o Eterno,
em carne, tivesse reivindicado Seus direitos (Ele tinha todo poder e
autoridade para isto), Ele ficaria
como um grão de trigo solitário (Jo 12.24): o único
homem perfeito. Contudo, ao se entregar nas mãos dos homens, ficou confirmado
que nada nem ninguém pode impedir o plano do Eterno na vida de alguém.
Por mais que
tentem restringir o acesso de alguém a algum bem deste mundo (Hb
13.5,6) ou retirar do seu corpo a saúde e vitalidade,
ainda assim ninguém pode separá-la de tudo que o Eterno é (Rm
8.31-39 – apenas a própria pessoa pode se privar do favor do Eterno – Hb 12.15). Quem pegou todo o controle e revelação do
universo foi um Cordeiro que havia sido morto.
Entenda: a
semelhança do Eterno não é manifesta através do esforço (vontade) de cada um em glorificá-Lo. Antes, é na entrega (obediência) até à morte, pois só assim Ele pode ser tudo em
todos (ver 1Co 15.28). Logo, é no
que damos a nossa vida pelos outros (e nas mãos deles, como fez o
Eterno em Jesus) que, aqueles
que desejam o Eterno, podem recebê-Lo em nosso interior.
Enfim, o
Eterno deu Sua vida a fim de que tivéssemos condições de dar a nossa e assim,
livres do pecado, pudéssemos viver Sua semelhança dentro do Seu corpo, na vida
uns dos outros.
20) Deus nosso Pai e do Senhor Jesus
·
“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos:
Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Romanos
1.7);
·
“Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus
Cristo.” (I Coríntios 1.3);
·
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor
Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;” (2Coríntios
1.2,3).
·
“A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus
Cristo!” (Efésios 1.2);
·
“Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça
a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Colossenses
1.2);
·
“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus,
o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do
Senhor Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 1.1);
·
“Para que o nome de nosso SENHOR Jesus Cristo seja em vós
glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus
Cristo.” (II Tessalonicenses 1.12)
·
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso
Salvador, e do SENHOR Jesus Cristo, esperança nossa,” (I
Timóteo 1.1);
·
“Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos
anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.”
(I Timóteo 5.21);
·
“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo,
que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,” (II
Timóteo 4.1);
·
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus
Cristo.” (Filemom 1.3);
·
“Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze
tribos que andam dispersas, saúde.” (Tiago 1.1).
·
"Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo,
encaminhe a nossa viagem para vós." (1 Tessalonicenses 3:11).
Por que em
nenhuma destas passagens o Espírito Santo é citado? O Pai é espírito, é santo,
o qual se encarnou em Jesus.
Contudo, não
basta acreditar no Eterno como Criador e Pai. Os israelitas do Antigo
Testamento é que criam assim, vendo o Eterno como um mero concessor de bênçãos
aos fiéis. Hoje, as instituições religiosas, em particular as evangélicas,
embora professem crer em Jesus, insistem em crer Nele deste modo, ou seja,
apenas para buscar bênçãos e salvação.
Contudo, é
preciso crer Nele manifestado em carne, ou seja, como aquele que não cedeu
diante de Sua própria lei nem mesmo para beneficiar Sua carne e ter bem-estar
físico. Antes, Ele veio para ser o cumprimento da lei (Mt 5.17), de modo que a lei se cumprisse dentro de nós (Rm 8.3,4), e não apenas externamente como meros rituais da
Antiga Aliança.
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