sexta-feira, 5 de setembro de 2014

70 - CONHECENDO MELHOR A DEUS - Parte 11



5. RESPOSTA AOS TRINITARIANOS

a) Como entender os versículos que, aparentemente, defendem a doutrina da trindade?

1) Jesus afirma que está no Pai e o Pai Nele, que Ele e o Pai são um

É preciso fazer a distinção entre Pai e Filho. Embora seja o Eterno que viva ambos os papéis, o título Pai tem haver com sua divindade e o título Filho, com Sua humanidade. Não podemos dizer que o Pai seja o Filho, pois são papéis diferentes. Tanto que, em momento algum, Jesus afirmou ser o Pai.
Eis o que Ele afirmou:

·          “Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.9)
·         “Eu e o Pai somos um.” (João 10.30).
·         “Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.” (Jo 8.19)

Ele é um com o Pai, mas não o mesmo.
Em contrapartida, jamais alguém poderia afirmar os dois versículos acima com tanta veemência com referência a um amigo íntimo. Nem mesmo entre marido e mulher, que são no Eterno uma só carne, um pode afirmar acerca do outro: “quem vê a mim, vê meu cônjuge”.
Mas afinal, o que o Eterno, em carne, quis dizer então?
Embora o Eterno seja o único Deus, uma coisa é Ele em espírito (como ser divino, celestial); outra é Ele vivendo a realidade de um ser humano através de Jesus.

·         “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.” (Jo 14.10-11);
·         “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.” (Jo 17.21,22);

O Eterno está no corpo humano chamado Jesus; e este ser humano continua como Verbo na mente do Eterno, em Sua divindade. De modo que Ele vive tudo que um ser humano vive dentro do ponto de vista da humanidade e ao mesmo tempo vive toda a realidade experimentada pelo Seu corpo físico dentro do ponto de vista da Sua divindade.
Pense da seguinte forma: qual a melhor forma de se ensinar alguém algo? Não é demonstrando na prática? Assim, para mostrar ao ser humano como os pais devem relacionar com os filhos (e vice-versa), bem como o tipo de relacionamento que Ele esperava de cada um, o Eterno se materializou na forma de um ser humano para que, através dele, pudesse viver os dois papéis.
Daí Jesus dizer:

·         Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. Se eu entre eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não teriam pecado; mas agora, viram-nas e me odiaram a mim e a meu Pai.” (Jo 15.23,24);
·         “Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho.” (2Jo 9);
·         “Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai.” (1Jo 2.23).

Afinal, sendo Pai e Filho o mesmo ser, logo:

·         Odiar um é odiar o outro;
·         Não perseverar na doutrina de um e não perseverar na doutrina do outro;
·         Ter um implica em ter o outro;
·         Negar um é negar o outro; confessar um é confessar o outro.

Enfim, Pai, Filho e Espírito Santo são três papéis desempenhados pelo mesmo Deus. Daí eles serem um. No entanto, há uma diferença entre Jesus e o Pai. Este era espírito (Jo 4.23,24); Cristo era ser humano (embora abrigando a plenitude da divindade Consigo – Cl 2.9).
Ou seja, ao dizer que estava no Pai, Jesus afirmava que Sua vida como um todo era algo que tinha saído do coração Pai. E não é para menos, já que Jesus foi o corpo que Ele criou para ilustrar de modo perfeito a Sua Palavra. Daí o Pai estar em Seu corpo e Jesus dizer que NÃO FAZIA NADA, senão AQUILO QUE VIU o Pai fazer:

·         “Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos maravilheis.” (Jo 5.19,20);
·         Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.” (Jo 5.30).
·         “Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo.” (Jo 8.26);
·         “Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou.” (Jo 8.28).
·         Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.” (Jo 8.38);
·         “Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto.” (Jo 8.40);
·         “Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito.” (Jo 12.49,50).

Apesar de o Eterno estar fisicamente aqui na terra como homem, como Deus Ele também estava lá no céu (Jo 3.13).
Se é assim, então como fica o diálogo entre o Pai e Jesus (como em Sl 110.1; Lc 22.42; Jo 11.41,42; 12.28; 17)? Sendo Ele o nosso modelo, ao assim orar, Jesus estava nos mostrando a importância de nosso espírito repousar nas regiões celestiais (Sl 91.1; Ef 1.3; 2.6).
Embora o Eterno, em Sua carne, estivesse em perfeita comunhão com todos os Seus centros de consciência, era necessário ter este nível de comunhão também lá no céu (como Deus, o Eterno precisava continuar a manter todas as coisas). Fisicamente, Jesus não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Daí o Eterno, como homem, orar, pois Sua alma e espírito humanos precisavam de estar assentado nos lugares celestiais (Ef 1.3; 2.6).
Entenda: o Eterno, como Filho do Homem (título dado a quem era muito usado pelo Eterno, a fim de que ele jamais se esquecesse de quem realmente era), para servir de modelo, não fazia nada de Si mesmo (não tentava influenciar-se com base nas sensações experimentadas pela Sua carne), mas permitia que Ele mesmo (como Deus) revelasse para Seu espírito humano o que Ele precisava saber.
Sendo seu espírito humano limitado como o nosso, não podia suportar todo Seu ser divino. Assim, ao invés de se desligar do céu e tentar entender e fazer as coisas por conta própria (ou se deixar levar pelos sofrimentos de Sua carne para usar Seu poder para favorecer a Si mesmo ou aos que Ele amava fisicamente (por exemplo os discípulos)), Ele preferia aprender direto Dele mesmo, em Sua divindade (Jo 7.15,16).
É deste modo que Seu corpo humano ficava sabendo tudo que iria acontecer, estando sempre no lugar e hora certos, onde algo sobrenatural estivesse para acontecer. E isto era para nos ensinar que, como templo do Eterno (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16), jamais precisamos ir de uma parte para outra buscando a Palavra Dele (Am 8.11-13). Uma vez que Ele habita no coração de quem crê, basta esperar que Ele revele tudo no momento certo (1Co 4.5).
E também para nos ensinar que o Eterno, como homem, jamais se deixou levar pelas Suas emoções e sensações físicas, a ponto de querer resolver algo pela carne, muito menos invocar (ou fazer uso, se preferir – Mt 26.53,54) os poderes da Sua divindade para se livrar de algum desconforto.
Nem precisamos de nada fantástico para o Eterno operar. Note como o Pai operava por meio das palavras de Jesus, Suas vestes, imposição de mãos, o chão que Ele pisava (junto com Sua saliva), etc. Isto, além de confirmar que Jesus era o Filho de Eterno, o Seu ungido e que Sua vida era o verdadeiro culto a Ele, nos mostrava que não precisa de tecnologia para vê-Lo operar Suas maravilhas ao vivo.
A razão de o Eterno ter se feito carne é para mostrar que qualquer ser humano pode testemunhar o poder Dele agindo em sua vida. A única diferença entre Jesus e os demais seres humanos é que Cristo não tinha pecado. No entanto, considerando que a vida pura de Jesus não veio de Si mesmo (lembre-se que Ele não fazia nem falava nada de Si mesmo), mas de Ele negar-se a Si mesmo (embora não tivesse algo que precisasse ser renunciado) para que apenas a Sua divina vontade pura (sem qualquer interferência com o que Ele sentia na carne) se manifestasse, basta fazermos a mesma coisa e teremos o mesmo (como é dito pelo Eterno em Mc 8.34) êxito que Jesus (Jo 14.12).
Jesus não era um expectador que via tudo à distância como se dá com alguém que, no meio da multidão, procura enxergar seu “astro” preferido (coisa do diabo, é claro). Jesus estava sempre no lugar da cura, sendo a fonte Dele. O milagre, na época de Jesus, só ocorria onde Jesus estava, justamente para que ninguém tivesse dúvida de que Ele era o Eterno se fazendo homem a fim de que, deste modo, Seu sacrifício fosse valorizado.
De igual modo, a ideia é que a Igreja permaneça atenta à importância de ouvir a voz do Eterno e permanecer no Seu conselho (Jr 23.18,22) a fim de que, através dela, as pessoas percebam que só se ouve o Eterno falando pessoalmente nos corações (Jr 23.29-32; Is 55.10,11) onde a Oholiau (dois ou três reunidos no único nome que representa o Eterno plenamente – Mt 18.20) está.

2) Por que enfatizar que há um só Espírito, Senhor, Deus e Pai, já que o Eterno é um só?

·         “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef 4:4-6).

o   Um só Espírito, conhecido como Espírito Santo. Ou seja, o Eterno está mostrando que o caráter que Ele trabalha no coração das pessoas é o mesmo;
o   Um só Senhor. No que o Eterno nos comprou com Seu sangue (1Co 6.20), Ele ficou sendo nosso dono. Contudo, Ele nos deu de presente a Si mesmo em Jesus (Jo 17.6), que passou a ser nosso mediador (1Tm 2.5) e Senhor (Rm 10.9). Isto é para que fique manifesto que o único estilo de vida que salva é o que Ele viveu, em carne. Ou seja, só reconheceu o Eterno como Senhor aquele que aceitou esta vida como Sua. Não se trata meramente de seguir mandamentos, mas em considerar como privilégio viver para que o próximo possa ter sua alma resgatada do pecado e fortalecida na confiança no Eterno. Não há motivo para nos deixamos prender (1Tm 6.9-11; Hb 12.1,2) ou escravizar (1Co 7.23).
o   Um só Deus e Pai de todos. Uma vez que o Eterno nos criou, Ele é nosso Deus. No que Ele decidiu nos fazer à Sua imagem conforme a Sua semelhança (Gn 1.26,27) com o intuito de constituir uma descendência para si (Ml 2.15), Ele é nosso Pai. A razão de ser enfatizado que não podemos chamar a ninguém de pai (Mt 23.9) é porque apenas Ele é digno de ser tomado como exemplo a ser vivido, aquele cuja existência deve ser perpetuada neste mundo. Quando o Eterno ordena honrar pai e mãe, o que Ele está dizendo é que os filhos devem ser a continuação do propósito original de Deus para a vida dos pais (Êx 20.12; Dt 25.5-9).
           
Porém, a prova de que Pai, Filho e Espírito Santo são três títulos dados ao Eterno no Novo Testamento, é que os mesmos preenchem todos estes requisitos:

o   O Pai também é Senhor e Espírito;
o   Jesus é Senhor (Jo 13.13), Pai (Is 9.6) e Espírito (1Pe 1.11);
o   O Espírito Santo também é Senhor (At 7.51) e Pai (Lc 1.35).

3) Há vários versículos que mencionam Pai e Filho separados

I - Pai é Deus e Jesus é Senhor

·         “Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.” (1Co 8.6).

Ora, se só o Pai é Deus então Jesus não o é? Se só Jesus é Senhor, o Pai não o é? E quanto ao Espírito Santo, por que nada acerca Dele é mencionado? Várias são as passagens onde só aparecem Pai e Filho.
Espírito Santo é o Eterno desempenhando o papel de Pai e Filho (afinal, todo mundo é filho de alguém e, na maioria das vezes, possui algum filho) no coração de quem crê.
Jamais devemos nos esquecer de que todos devemos ter: um só Pai é para nos lembrar da importância de ser ligado ao Eterno no céu (ouvindo Sua voz do ponto vista celestial) e na terra (deixando que Sua vontade se cumpra em si), com o intuito de ser guiado por Ele (Rm 8.14). Não é para ficar ligado só no céu (como um alienado) ou só na terra (buscando em Cristo apenas nas coisas desta vida – 1Co 15.19), mas conciliando as duas coisas.

II - Jesus e o Pai virão morar em nós

·         “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.” (Jo 14.21,23).

Se Pai e Filho são duas pessoas, então teríamos dois espíritos habitando dentro de nós (no entanto, a Escritura Sagrada diz que há apenas um espírito – Ef 4.3). Todavia, o fato de o Eterno habitar dentro de nós como Pai e Filho é porque, apenas quando negamos a nós mesmos, tomamos nossa cruz e O Seguimos (tal como fez o Eterno, como homem – Mc 8.34) é que de fato nossa vida será uma continuação de tudo que Ele foi quando esteve aqui.
Ou seja, não é para vivermos nosso estilo de vida sendo guiado pelo Pai, nem cogitarmos em viver como Jesus viveu, mas conosco no controle da nossa vida. Antes, temos que ter em nós a direção do Eterno como Pai nos conduzindo em Sua vida como Filho (ver Gl 2.20).
Agora entende o que significa ser morada do Eterno?
Em outras palavras, não adianta querermos viver como o Eterno, em carne, pelos nossos esforços, nem pensarmos que o Eterno vai nos guiar em Seus dons e caráter para sermos bem sucedidos neste mundo.

III - E quanto ao princípio da vida eterna?

·         “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo 17.3).

Novamente o Espírito Santo não é mencionado. Sendo Jesus o Deus verdadeiro, não bastava dizer: “E a vida eterna é esta: que conheçam a Jesus Cristo, a quem enviaste.”?
Quem deseja a vida eterna deve:

o   Conhecer dentro de si o Eterno como o único ser que realmente nos preenche por completo. É inútil esperar que alguém nos faça felizes. Apenas indivíduos nascidos de novo podem preencher nosso interior com algo que realmente nos satisfaça, a saber, aquilo que vem do alto (Tg 1.16,17);
o   Conhecer dentro de si que apenas o Eterno, em carne, é capaz de ser enviado por Ele próprio. Nenhuma vida que possamos viver, por mais bem intencionada e repleta de coisas boas do ponto de vista deste mundo é capaz de fazer a obra Dele ou glorificá-Lo.

O Espírito Santo não é citado porque apenas quando Eterno está preenchendo o interior de quem crê Consigo mesmo e glorificando a Si mesmo em cada momento da vida deste por meio somente daquilo que Ele lhe concedeu, é que tal pessoa realmente está viva.
Logo, não devemos, como Adão e Salomão, querer sabedoria e dons a fim de tentar fazer a obra do Eterno por conta própria, mas descansarmos e esperarmos Nele (Sl 37.7) até que chegue o momento propício, onde as pessoas à nossa voltas (incluindo a nós) estejam prontas para conhecê-Lo melhor (ver Jo 16.12).

IV - E quanto ao Pai testificando de Jesus?

·          “Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.” (João 8.18).

Será o que o Espírito Santo não testifica de Jesus?
A grande pergunta é: como o Pai testifica acerca de Jesus? Por meio de sinais, prodígios e milagres. Ao receber, em Seu corpo físico, a manifestação dos dons celestiais, o Eterno estava confirmando que toda autoridade Lhe era dada no céu e na terra (Mt 28.20):

o   No céu, porque Ele tinha acesso livre a toda herança celestial;
o   Na terra, porque Ele era capaz de viver toda a lei que Ele mesmo estabeleceu. Embora o Eterno tivesse se esvaziado de Si mesmo para poder habitar no corpo humano (Fp 2.5-8), ainda assim tinha a Seu dispor todo poder e autoridade, pois toda Sua divindade estava ligada a Ele. Contudo, nem por isto Ele usou este poder para destruir os que se Lhe impunham.

Ou seja, o Eterno, no corpo de Jesus, nada fazia que não estivesse em total harmonia com o que foi estabelecido por Ele durante o conselho celestial. Sempre esperou pelo momento certo (o qual foi combinado antes dos tempos eternos (2Tm 1.9; Tt 1.2)) em que Ele, em Sua divindade, haveria de agir sem qualquer influência pelas sensações de Seu corpo.

4) O Pai testifica de Jesus quando foi batizado

·         “E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu; e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Lc 3.21,22).

Muitos acham que esta foi a ocasião em que Jesus foi batizado com o Espírito Santo. Considerando que dom (ou batismo) do Espírito Santo é quando o Eterno vem habitar com o crente, logo, se Jesus tivesse sido batizado neste instante, então era sinal que Nele não habitava corporalmente toda a plenitude da divindade até então, o que é mentira, como mostrado anteriormente.
É curioso como este trecho, tão usado pelos trinitarianos, é o que mais condena a doutrina da trindade. Afinal, se o Pai estava na voz do céu e o Espírito Santo na pomba, então no Filho do Homem estava apenas Jesus. Sendo assim, como em Jesus poderia estar CORPORALMENTE (e não apenas em espírito) toda a plenitude da divindade (Cl 2.9)?
O Eterno estava naquele corpo chamado Jesus. Para testificar que era Ele mesmo quem estava ali em semelhança de carne pecaminosa (Rm 8.3,4; 2Co 5.21) (com nossas fraquezas e limitações – Hb 4.14,15), Ele faz ouvir Sua voz no céu.
E para mostrar que a barreira que mantinha o céu separado da terra estava começando a ser rompida a partir daquele momento (a pomba era, para João, sinal de que era Jesus quem batizava a todos com Seu próprio espírito de santidade – Jo 1.33), Ele desce em forma corpórea como pomba sofredora (Is 59.11; Na 2.7), simples e inofensiva (Mt 10.16). A ideia é que todos pudessem associar o tipo de vida que se achega ao trono do Favor do Eterno (Hb 4.16) com a vida que Ele iria começar a viver na pele de Jesus Cristo.
Pode parecer absurdo o fato de o Eterno se manifestar de várias formas ao mesmo tempo. Todavia, não é isto que Ele faz diariamente ao falar ao mesmo tempo com alguém que está orando na China, Japão, Rússia, Alemanha, etc.? Não existe vários deuses como no catolismo (os quais chamam de santos, um para cada lugar e finalidade). Antes é o Eterno se manifestando das mais diversas formas, nas mais diversas ocasiões e lugares.
A pomba foi um sinal para João (Jo 1.32-34) e a voz, para todo o povo, para testificar quem realmente era Jesus (algo semelhante ocorreu em Jo 12.28-30).

5) Jesus foi ungido por Deus com o Espírito Santo

·         “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” (At 10.38).

O Eterno, no corpo chamado Jesus, aceita de bom grado mostrar que Ele é o único que pode ser aceito por Ele e que Ele é o único capaz de autorizar alguém a ser embaixador Dele. A ideia é que todos percebessem que ninguém pode fazer a obra de Deus com suas boas intenções e vontade. Muito menos tem poder para decidir quem está apto ou não para o ministério.
Embora Paulo ordene a Tito para eleger presbíteros (Tt 1.5), isto, de modo algum, quer dizer que era vontade absoluta do Eterno, muito menos que tal escolha era para ser firmada em sua capacidade de discernir coisas. Antes, era para confirmar a todos que, nem mesmo com Cristo o sistema religioso poderá funcionar.
Só podemos fazer aquilo que o Eterno nos autorizou a fazer (At 1.4), e isto com a constante companhia Dele em nossa vida nos guiando (Rm 8.14) com Sua voz (Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.23; Lc 14.35; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22).
Isto também tinha outra finalidade. Pense em como Pedro, João e Tiago (que experimentaram as maiores demonstrações de poder da parte de Deus para toda a humanidade) se sentiram ao ver Jesus morto. Uma coisa era andar lado a lado com o Eterno, em carne e sangue, simplesmente seguindo à risca Suas ordens e vendo tudo acontecer de forma harmoniosa e perfeita. Não havia medo ou possibilidade de falha. Outra coisa seria andar sozinho falando Dele.
No entanto, ao ficar manifesto que não foi o Eterno, vivendo na pele de um homem sem pecado que venceu o mundo, mas sim recebendo do Eterno, em Seu papel divino, toda a capacitação para isto, fica manifesto que todos também podemos.
Por isto é que Ele fazia questão de dizer que não falava nem fazia nada de Si mesmo. No que Ele renunciou Sua vida para que apenas a vontade do Eterno, em Sua divindade, se cumprisse, fica manifesto que qualquer um de nós pode também viver uma vida sem pecado (ver Rm 8.1-4; 1Jo 3.5-9; 5.3,18). Afinal, pensando em termos humanos, a única diferença entre nós e Jesus é que Ele não tinha pecado. Contudo, no que Ele aniquilou-se (esvaziou-se – Fp 2.5-8), ao invés de achar que, por ser Deus, Ele podia viver em total fidelidade à Sua palavra (tão somente por meio da Sua perfeição carnal), não há mais desculpa para o pecado na nossa vida.
Temos em nós o mesmo Espírito e poder que estava em Jesus, a saber, o poder do Eterno Deus vindo do alto (Tg 1.16,17; Cl 3.1,2), e não de alguma homem ou tecnologia fantástica deste mundo.
Contudo, não podemos ignorar que, se Jesus, que era perfeito, teve que morrer para Si mesmo para vencer o mundo (confiando no Eterno, em Sua divindade, para tudo - 1Jo 5.3), o que dirá de nós que somos pecadores?

6) Três são os autores da Escritura Sagrada?

·          “Quem não me ama, não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou” (Jo 14:24).
·         “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (Jo 14:26).

Foi o Eterno quem inspirou Seus servos a redigirem a Escritura Sagrada (2Pe 1.20,21):

·         Ele a elaborou baseada em Si mesmo (daí Jo 1.1), tendo em vista constituir uma família para Si;
·         Para que Ele próprio pudesse ser o primeiro ser humano desta imensa família da fé, Ele se fez o primeiro ser humano a viver integralmente Sua vontade;
·         Para que os fiéis pudessem conhecer dentro de si tudo que Ele é (a saber, o que vem a ser a verdadeira paz, felicidade, bondade, etc. – Gl 5.22), Ele decidiu viver Sua Palavra no coração deles. Afinal, uma coisa é ouvir falar de bondade e justiça, outra é vê-la na vida de outros e outra bem diferente é experimentar o significado disto em seu interior. Daí o Eterno, no papel de Espírito Santo, escrevendo Sua palavra no coração dos convertidos (Hb 8.10-12).

Enfim, o Eterno é o autor da escritura proferindo-a, vivendo-a e levando os nascidos de novo a experimentá-la em si.

7) Deus é cabeça de Cristo

·         “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” (1Co 11.3).

Isto não quer dizer que Deus é mais importante que Jesus. Antes, o que está sendo dito é que o Eterno, em Sua humanidade, não agia aqui no planeta de um modo completamente inédito, diferente de tudo que Ele foi no passado e no céu. Em outras palavras, ao invés de viver de acordo com as sensações, desejos e necessidades de Sua carne, Ele vivia apenas aquilo que era real no céu e em Sua divindade.
A presença do Eterno aqui em carne e sangue era um modo do trazer o céu à terra ou, se preferir, mostrar ao ser humano como é possível contemplar o céu ainda em vida, de modo que passassem  a ter como lugar de repouso os lugares celestiais (Ef 1.3; 2.6).

8) É para ouvir a voz de Jesus ou do Espírito Santo?

Nas sete cartas de apocalipse aparece escrito: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”. Embora o primeiro versículo de cada carta deixe claro que foi Jesus quem escreveu a carta, no entanto é ordenado que ouçamos a voz do Espírito Santo, a saber, o que Ele estava dizendo à Oholiau (cada grupo de duas ou três pessoas (Mt 18.20) que criam em Jesus a ponto de  entregarem Suas vidas a Ele).
Jesus não disse que era para ouvir Sua voz, mas a do Espírito Santo. Embora a revelação tenha sido dada a João, Paulo e demais apóstolos por Jesus, a voz que devemos escutar é a do Espírito Santo. É Ele quem nos fará lembrar de tudo que Jesus disse (Jo 14:26). Como explicar isto?
Foi o Eterno quem revelou o apocalipse a João, estando Ele no corpo humano que nos será dado após ressuscitarmos (1Co 15.47-49). Como dificilmente veremos o Eterno neste corpo antes da ressurreição, Ele nos ordena ouvirmos Sua voz falando ao nosso espírito e, porque não, até mesmo em voz audível como se deu com os apóstolos?

9) Quem criou o mundo: o Pai ou Jesus?

·         “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.” (Jo 1.1-3,10).
·         “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl 1.16);
·         “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11.36).

Foi o Eterno, em Sua divindade, quem tudo criou. Note que o mundo foi feito “por Ele” (e não “por Eles”, como que se referindo a mais de uma pessoa). É “Nele” (e não “Neles”) que todas as coisas foram criadas. Sem contar que:

·         “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” (Jo 5.39) - a Escritura Sagrada testifica “de mim” (Jesus falando), e não “de nós”.
·         “Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Is 43.10) – “minhas testemunhas”, e não “nossas “testemunhas.

No entanto, o corpo de Jesus no qual o Eterno haveria de habitar foi o primeiro a ser criado (Ele é o primogênito de toda a criação – Cl 1.15). Como foi com base neste corpo mortal que o Eterno baseou toda a Sua criação (Cl 1.16), logo, para que tudo pudesse dar certo, o Eterno criou tudo experimentando o resultado disto na carne mortal (daí em Gn 1 vermos o Eterno avaliando Sua criação – Gn 1.10,12,18,21,25,31) que Ele haveria de assumir (daí dizer que tudo foi criado Nele – Cl 1.16).
Em outras palavras, tanto o Eterno experimentou Sua criação em espírito (Pai), como em carne (Jesus). Isto pode parecer difícil de aceitar com nossa mente carnal. Contudo, lembre-se que o Eterno pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e ciente de tudo.

10) Quem estava falando com quem e por que (Sl 110.1; Mt 22.44; Lc 20.42; At 2.34)?

·         “Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.” (Sl 110.1).

O Eterno, como homem, estava falando com Seu ser divino. Isto pode parecer esquisito aos nossos olhos. No entanto, sendo o Eterno onipresente e com vários centros de consciência em Si, nada impede que um dos Seus centros de consciência converse com os demais a anos-luz de distância.
Em outras palavras, o que um centro de consciência falar, os demais ouvirão em todo o universo, já que é o mesmo e único Deus que está em toda parte.
Além disto, sendo Eterno em carne o nosso modelo (1Pe 2.21), no que Ele orou (Mt 27.46; Lc 22.42; 23.46; Jo 11.41,42; João 17), estava nos ensinando que, se até Ele que é Deus orou, quão dirá nós.
Esta passagem é profética (iria se cumprir no futuro) e retrata o Eterno recebendo seu corpo humano ressurreto no céu após todo o plano da salvação estar consumado (Jo 19.30). Ele, em carne, como representante de toda a raça humana no céu, agora recebia toda autoridade no céu e na terra (Mt 28.18). Ele podia se assentar (descansar – a morte do justo é vista como descanso – Ap 14.13), pois o plano havia sido bem sucedido.

11) Com quem Deus estava conversando?

·         “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” (Gn 1.26);
·         “Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,” (Gn 3.22);
·         “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.” (Gn 11.7);
·         “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6.8).

Um dos centros de consciência do Eterno, em Seu eterno Conselho (Jr 23.18,22), estava comunicando aos demais o que iriam juntos fazer.
Estes trechos também servem para mostrar que o Eterno não se deixa influenciar por ninguém, mas qualquer coisa que Ele venha a fazer, Ele busca conselho apenas em Si mesmo. Ele não se deixa pressionar por pessoas ou circunstâncias. Veja este exemplo.

·         “Então o Senhor, da sua parte, fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra.” (Gn 19.24).

Ou seja, o Eterno não usou Ha-Satan para mandar o fogo e enxofre, nem o fez por causa dos pecados de Sodoma e Gomorra. Todas as coisas vêm a existir e permanecem vivas porque assim é a vontade do Eterno (Ap 4.11).
Sodoma e Gomorra foram constituídas pelo Eterno em virtude do Seu desejo de exemplificar (Jd 7) o que acontece quando alguém se afasta Dele e o que Ele se vê “obrigado” a fazer para preservar Sua justiça, pureza e santidade diante de principados e potestades (ver Ef 3.8-10).
Outra ocasião de diálogo entre os centros de consciência do Eterno:

·         “Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste; holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.  Então disse: Eis aqui venho ( No princípio do livro está escrito de mim ), Para fazer, ó Deus, a tua vontade. Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram ( os quais se oferecem segundo a lei ). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.” (Hb 10.5-9)

Trata-se do cumprimento da palavra profética de Salmos:

·         “Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.” (Sl 40.6-8).
·         “Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.” (Sl 2.7).

Novamente temos o Eterno, em Sua encarnação, dialogando Consigo mesmo (mostrando a todos o relacionamento contínuo entre Seus centros de consciência), confirmando que não se pode separar os centros de consciência do Eterno, bem como a importância da comunhão contínua com o Eterno.
Pense: se nem o Eterno consegue ficar sem ter comunhão Consigo mesmo, como podemos nós supor que podemos ficar sem ouvir Sua voz e sentir Sua presença? Se o próprio Eterno considera a Si mesmo como superior (Deus), quão dirá nós.
Muitas vezes até os demônios estão em melhor situação que muitos crentes por aí, pois eles creem que o Eterno é um só e até tremem Dele (Tg 2.14) e O adoram (Mc 5.2,6). Até a natureza obedece prontamente (Sl 147.4; 148.3-10) ao chamado do Eterno. Só o ser humano é quem diz “não ou espera”.
E que o trecho acima fala do Eterno encarnado, veja:

·         “Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.” (Sl 8.4,5)

Mesmo que você queira dizer que o Eterno enviou outra pessoa da divindade para ocupar um carne que é menor que os anjos, Paulo é claro ao dizer que Jesus nada mais era do que o Eterno, em pessoa, reconciliando o mundo Consigo mesmo (2Co 5.18-20).
Além disto, se a trindade fosse correta, você não acha estranho que o Espírito Santo nunca participe das conversas entre Pai e Filho? Repare as inúmeras referências envolvendo apenas Pai e Filho.

12) Jesus conduz a pessoa ao Pai

·         “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14.6).

Jesus não disse “vai” ao Pai, como se o Pai fosse alguém separado Dele, a quem Ele iria conduzir.
Antes o que o Eterno, em Sua humanidade, disse foi que, para chegar à plenitude de tudo que Ele é, faz-se necessário estar em perfeito acordo com tudo aquilo que Ele foi e viveu enquanto estava neste mundo.
Para ser mais exato, imagine que o Eterno estivesse vivo ainda em carne e sangue. Considerando que para dois andarem juntos é necessário acordo (Am 3.3), a única forma de podermos nos aproximar Dele seria negando a nós mesmos, tomando cada dia a nossa cruz e seguindo-O (Mt 16.24), ou seja, vivendo com Ele, do jeito que Ele viveu.
Mas por que é necessário isto? Pense: o que significa “vem ao Pai”? Como se vai ao Pai, já que Ele está em toda parte? Sem Jesus, não havia um modelo de vida a ser seguido, mas apenas regras a serem obedecidas. O detalhe é que alguém pode muito bem obedecer todas as regras de outrem sem lhe estar sujeito. E mesmo que houvesse alguém sujeito, a impressão que se tinha é que cada um podia viver sua vida, contanto que ouvisse a voz de Deus e obedecesse. Não havia uma vida comum a ser vivida (comunhão), pois nenhuma fora perfeita a ponto de ser digna de ser modelo.
Mesmo que cada pessoa se entregasse por completo ao Eterno, não havia um modelo de perfeição central, alguém que pudesse servir de marca ou identidade, mas apenas uma unidade de caráter e espírito. A impressão é que cada ser humano era, em seu lugar, uma fonte de amor e verdade.
No entanto, o que o Eterno, como homem, estava a ensinar é que apenas vindo a Ele para fazer parte do Seu corpo é que poderíamos ter comunhão com Ele. Em outras Palavras, Jesus foi o tabernáculo (corpo, lugar de se reunir para ter comunhão uns com os outros e com Ele) que o Eterno usou para estar no meio do ser humano. Como este corpo físico não está mais presente, o Eterno fez da Igreja Seu corpo. Quem se aproxima de alguém que crê de verdade do Eterno, guiado pelo Ele na vida que Ele viveu enquanto esteve no meio de nós, está indo para o lugar onde Ele opera e fala.
No corpo de Eterno, o ser humano pôde mostrar também a semelhança do Eterno, a saber: tal como Ele possui vários centros de consciência em Si, Jesus, como o homem perfeito (imagem do Eterno), agora recebe em Seu corpo cada um que Nele crê (cada um com sua consciência no Eterno). É deste grande mistério que Paulo trata (Ef 5.31,32).
            Agora você compreende a importância do Eterno nascer, morrer e ressuscitar em carne (Mt 28.20)? Embora Ele pudesse se comunicar diretamente com o ser humano antes de se fazer carne, o máximo que se poderia ter é um grupo de pessoas seguindo um modelo espiritual. Não havia um modelo físico que confirmasse a imagem e semelhança do Eterno (Gn 1.26,27), capaz de vencer o pecado e a morte.

13) O Pai envia Espírito Santo para nos lembrar do que Jesus disse

·         Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (Jo 14.26).

Vem a questão: por que o Pai não ministra diretamente na vida da pessoa?
Como já dito, Espírito Santo é o Eterno ministrando no espírito da pessoa. O Pai enviando o Espírito Santo significa que a obra a ser realizada pelo Eterno nos corações não é diferente daquela que Ele operava no Antigo Testamento, muito menos de tudo que Jesus fez e falou.
Antes, o modo de o Eterno se relacionar com o homem foi externamente (com vistas a fazer de cada um Seu filho, ou seja, Sua continuação). Como ninguém conseguiu servi-Lo com perfeição, Ele próprio viver, na pele humana, o papel de servo do Eterno (finalmente, um ser humano pôde ser Seu modelo perfeito em carne). Agora, provado que é impossível servir ao Eterno sem entrega total, é possível haver quem confie no Eterno, de modo a ser uma confirmação de que Jesus não foi apenas O cabeça de um grande e belo movimento ideológico, mas sim a Vida do Eterno sempre presente neste mundo por meio cada um que é levantado para vivê-la.

14) 2Coríntios 13.8

·         “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.” (2Co 13.8).

Em primeiro lugar, o trecho não diz “o amor do Pai” (como é pregado pelo sistema religioso), mas sim “o amor de Deus”.
O Favor do Eterno tem em vista nos conduzir à plenitude do Seu amor (Ef 3.19), de modo que todos possamos estar ligados uns aos outros na vida comum que Ele deu para nós vivermos (ver 1Jo 4.9).
A ideia é justamente de combater esta teoria maldita da trindade, onde a pessoa crê que Jesus é mais amoroso e paciente que o Pai. Ou seja, o Favor manifestado pelo Eterno à humanidade é justamente porque Ele amou o mundo de tal maneira (Jo 3.16). E isto não aconteceu para que cada um pudesse ter prosperidade em sua vida egoísta, mas sim para que enxergasse a verdadeira beleza que há em uma vida de sacrifício por amor ao próximo e, então, quisesse isto para Si.
Em outras palavras, o Eterno, que poderia viver uma vida plena e abundante na área material quando esteve em carne neste mundo (afinal, Ele foi o único ser humano que não pecou), preferiu renunciar todo este privilégio e viver apenas aquilo que poderia levar os que quisessem vida verdadeira para junto de Si.
Pai, Filho e Espírito Santo são os títulos de Deus para quem abraça a aliança da intimidade com o Eterno (que costumaram chamar de Nova Aliança). Para quem está preso no regime do Antigo Testamento, os títulos do Eterno são YHWH-Jiré, YHWH-Rapha, etc.
Resumindo:

·         Amor de Deus -> o amor do Eterno (manifesto em todos os Seus títulos) expresso através do Seu gesto de dar o ser humano que Ele criou para Nele habitar, só para que ninguém perecesse, mas tivesse a vida eterna (Jo 3.16);
·         O Favor de Jesus -> o Eterno abrindo mão de todo conforto material para viver a nossa salvação;
·         A comunhão do Espírito Santo -> o Eterno trabalhando corações a fim de alinhá-los com Aquilo que Ele é.

15) Orar ao Pai em nome de Jesus

Quando oramos ao Pai em nome de Jesus, quem atende? Jesus ou o Pai?

·         “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14.13,14).
·         “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (João 15.16).
·         “E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.” (João 16.23).

Para que tudo que o Eterno é no céu possa ser reconhecido em Seu corpo físico (ou seja, para que ninguém tenha dúvida de que Jesus é o Eterno em pessoa), Ele próprio atende. Contudo, ao se dirigir ao Eterno, é preciso fazê-Lo em nome de tudo aquilo que Ele foi enquanto esteve aqui em carne.
Quem atende nossas orações é o Eterno. Mas não o Deus que nós imaginamos que Ele seja, muito menos pelos motivos que nossa mente limitada e mesquinha O busca. Antes, quem irá responder nossas orações é o Eterno em Sua humanidade.
Para ser mais exato: entendendo que Jesus é a mais perfeita imagem do Eterno (Hb 1.3), logo é através da Sua vida aqui neste mundo que nós melhor poderemos compreender Sua vontade e caráter a fim de, com isto, podermos orar com mais exatidão e termos nossas orações respondidas (1Jo 5.14).
Resumindo: O Eterno é um só! Todavia, em Sua divindade, fica difícil enxergarmos quem Ele é dentro da realidade limitada deste mundo. A impressão que se dá é que, como Deus, Ele transcende tudo que existe, sendo então impossível viver Sua Palavra num mundo caído como o nosso (como se tudo fosse bonito, mas uma bela utopia a ser real apenas após o juízo final). Contudo, em Sua humanidade é possível associar Sua Palavra espiritual com tudo que há neste mundo. Não é para vermos Ele como alguém meramente espiritual, distante (que espera que alguém faça por Ele aquilo que precisa ser feito), mas sim como Deus perfeito que nos entende, não só porque é onisciente, mas porque viveu tudo que vivemos (Hb 4.14,15).

16) Três testificam no céu

·         “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um.” (1Jo 5.7).

O céu é mais que um lugar físico. É onde podemos ter uma experiência viva e intensa com o Eterno. Podemos e devemos viver no céu (Mt 6.10; Cl 3.1; Ef 2.6). Para isto, devemos reconhecer os três modos do Eterno testificar de Si mesmo:

o   Como Pai, ou seja, como Aquele que tudo criou e nos fez justamente para que Sua glória (tudo aquilo que Ele é) pudesse ser vista (Ap 14.7). Contudo, enquanto os filhos na carne honram os pais porque os mesmos morrem (Dt 25.6-9), os fiéis honram o Eterno porque Ele quer se manter vivo na memória de todos. Enquanto os parentes de alguém que morreu tentam manter sua memória viva fazendo algum memorial, nós mantemos a memória do Eterno viva permitindo que Ele viva em nós tudo aquilo que Ele é (evidenciado principalmente no sacrifício que Ele fez através de Seu corpo físico). Ou seja, viver no céu implica em permitirmos que Ele nos use para que sempre todos se lembrem Dele (Jo 14.12; At 4.13);
o   Como a Palavra que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14), de modo que todos possam entender quem Ele é, bem como a beleza de tudo que Ele ordenou.
Ou seja, só pode viver no céu quem tem a vida perfeita, pura e santa como o Eterno. É lógico que isto só será possível deixando Ele viver Sua vida em nós (Gl 2.20).;
o   Como Espírito Santo, confirmando toda Sua Palavra no espírito de quem crê (Mc 16.20; Rm 8.3,4; Hb 2.4; 1Jo 3.5,9), de modo que a pessoa, não apenas viva Sua vontade, mas nela tenha prazer (Fp 2.12,13). Aliás, é isto que caracteriza o verdadeiro céu.

Diante dos principados e potestades, o Eterno usa estes três modos para mostrar Sua multiforme sabedoria (Ef 3.8-10): se relacionando com o homem externamente (Pai), no seu dia a dia através das circunstâncias e pessoas que Ele traz até nós (Palavra), internamente, deixando as pessoas livres de seu ego corrompido (ver 2Pe 2.9; Jd 24).
Os anjos, em particular, desejam perscrutar o melhor que puderem para conhecerem melhor ao Eterno (1Pe 1.12).

17) Jesus à destra do Pai

·         “E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.” (At 7.56).

O que foi que Estêvão viu, considerando que homem algum jamais viu a Deus, tampouco pode vê-Lo (João 1:18; I Timóteo 6:16; I João 4:12)? Sem contar que Ele é invisível (I Timóteo 1:17). Mesmo que Estêvão tivesse visto duas pessoas, porque ignorar uma delas? O correto seria ele orar ao Pai e a Jesus.
Atos 7.55 diz que Estevão viu "a glória de Deus” (e não o espírito de Deus). Assim como a glória de Deus foi vista temporariamente no rosto de Moisés, ela foi vista plenamente em Cristo (Êx 34.29-35; 2Co 3.7). Em outras palavras, o que Estêvão teve foi uma confirmação de que o Eterno, como homem, também era (e é) Deus.
Além disto, se fosse literal, vem a questão: “onde exatamente está Jesus?”.

·         No colo do Pai -> “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.” (Jo 1.18).
·         Assentado à Sua direita -> “Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita(At 2.34)
·         Em pé à direita do Eterno -> “E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.” (At 7.56).

Contudo, quando entendemos os trechos do modo correto, não há contradição. O Eterno, no papel de Filho, estava no seio do Seu papel como Pai, ou seja, no Seu interior, sendo Sua revelação mais íntima. No que Ele morreu e ressuscitou, Sua obra redentora ficou plenamente concluída (Jo 19.30), de modo que Ele pôde descansar de Suas obras (Hb 4.9-11). Hoje, em Seu papel de Espírito Santo, Ele está de pé, sempre pronto para interceder por nós junto às pessoas, ou seja, para agir no nosso lugar (Ele nunca dorme nem cochila – Sl 121.4).
Ao analisarmos outros trechos, podemos ver que a expressão “mão de Deus” é simbólica:

·         “Tenho posto o SENHOR continuamente diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei.” (Sl 16.8). – Se isto fosse físico, então o Eterno estaria fisicamente ao lado de Davi o tempo todo;
·         “E eu disse: Isto é enfermidade minha; mas eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo.” (Sl 77.10) – Quer dizer que houve época que o Eterno tinha mão e agora tinha ficado maneta?
·         “Pois se porá à direita do pobre, para o livrar dos que condenam a sua alma.” (Sl 109.31) – O Eterno fica fisicamente o tempo todo do lado do pobre?
·         “Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra mediu os céus a palmos; eu os chamarei, e aparecerão juntos.” (Sl 48.13);
“Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus.” (Lc 11.20) – O Eterno, com Sua mão gigantesca firmou a terra tal como se firma a muda de uma planta? Usou Seus enormes dedões para medir a terra e para expulsar demônios?
·         Jurou o SENHOR pela sua mão direita, e pelo braço da sua força: Nunca mais darei o teu trigo por comida aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu mosto, em que trabalhaste.” (Is 62.8) – O Eterno tinha uma mão para perder caso falhasse em cumprir o juramento?

Mas afinal, o que significa esta expressão? Analisemos os versículos abaixo:

·         “E vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve.” (Is 59.16);
·         “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Romanos 8:34);
·         “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade,” (Hb 8.1);
·         “Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus,” (Hb 10.12).

Note, nos versículos acima, como braço e mão do Eterno estão relacionados com a obra salvadora Dele, a saber, com o que Ele fez para nos manter perto Dele:

·         “Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt 26.64).
·         “Desde agora o Filho do homem se assentará à direita do poder de Deus.” (Lc 22.69).

Ao afirmar isto o Eterno, como homem, estava afirmando ser Deus. A prova é que o sumo-sacerdote o acusou de blasfêmia (Mt 24.65). Desde este instante o Eterno, como homem, descansou no em Seu divino poder e em breve, ou seja, no Gólgota, os membros do sinédrio veriam isto.
Ou seja, a crucificação do Eterno, como homem, é a melhor confirmação de que Ele descansava e esperava em tudo que Ele era como Deus, ao invés de tentar vingar a Si mesmo, seja pelo Seu poder carnal ou divino.
Para ser mais exato: embora o Eterno, como homem, sempre descansou em Seu divino poder e vontade, era naquele momento (na cruz) que isto mais seria notório.

·         A tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em poder, a tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo;” (Êx 15.6)
·         “O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” (1Pe 3.22).
·         “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,” (Ef 1.20-22).
·         “Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.” (At 5.31).
·         “Pois não conquistaram a terra pela sua espada, nem o seu braço os salvou, mas a tua destra e o teu braço, e a luz da tua face, porquanto te agradaste deles.” (Sl 44.3);
·         “Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque fez maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a salvação.” (Sl 98.1);
·         “Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o SENHOR ao meu Senhor: assenta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.(At 2.34,35).

Note a destra do Eterno sendo associado com Seu divino poder fazendo maravilhas, a fim de derrotar Seus inimigos, de modo que eles sirvam apenas para limpar nossos pés ou mantê-los limpos. Em outras palavras, a oposição dos inimigos do Eterno servem como instrumento Dele para tornar a nossa fé pura e preciosa (1Pe 1.6,7).
Além disto, pense: como alguém pode estar à destra do Eterno, uma vez que Ele é espírito e onipresente? Isto significa que o Eterno, em seu papel como homem permanecia agindo conforme o que Ele estabeleceu em Seu papel divino. Em outras palavras, mesmo experimentando todas as limitações da carne humana, nem por isto Ele mudou Suas convicções, nem passou por cima de nenhum dos Seus princípios. Em outras palavras, Ele mostrou que, seja como homem, seja como Deus, Ele não muda seu caráter.
Para visualizar isto, imagine que você pudesse, por algum tempo, viver na pele de um animal terrestre, depois na de um peixe, na de uma ave e, por fim, no corpo de uma árvore. Embora você continuasse sendo um só, você pôde experimentar naturezas diferentes de vida.
Pois bem: o Eterno cumpriu em Sua natureza carnal tudo que Ele estabeleceu em Sua natureza divina. Ele assumiu todos os limites de um ser humano, sem jamais romper, como homem, a “barreira” entre Sua humanidade e divindade. Antes, como homem, sempre esperou que Ele, em Seu papel divino, se manifestasse em Sua vida humana. E, como homem, Ele tinha necessidade de orar e ouvir Sua voz divina.

18) O Ancião de Dias e o Filho do Homem

·         “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.” (Dn 14.13).

Continuando o raciocínio anterior, como o Eterno é ilimitado, Ele pode viver as duas naturezas (divina e humana) ao mesmo tempo. Por isto Ele podia:

·         Estar em carne humana, falar com Sua voz no céu (ser um elemento físico) e, ao mesmo tempo, descer sobre Si mesmo na forma de uma pomba (ser um animal) para testificar como o ser humano em comunhão com Ele pode estar em paz até com as feras do campo e com as pedras (Jó 5.23; Os 2.18);
·         Estar assentado em Seu trono e, ao mesmo tempo chegar-se a Si mesmo através da figura de um Cordeiro;
·         Ser um Ancião de Dias e, ao mesmo tempo, o Filho do Homem.

Em particular, aqui, o Eterno estava mostrando Seu domínio sobre tudo e todos (Sl 24.1), confirmando que alguém só pode ter algo se do céu lhe for dado (Dn 4.17,25; Jo 3.27; 17.2; 19.11;  Ef 1.21-23) e já anunciando quem seria Aquele que receberia toda poder e autoridade no céu e na terra (Mt 28.18), a saber, Ele próprio em carne humana.
No entanto, numa análise acurada, vemos que Jesus é o Ancião de Dias e o semelhante ao filho de homem, a Igreja (os santos do Eterno, que, enfim, formam o corpo do Eterno).
Compare Dn 7.9 com Ap 1.13-15 e veja a semelhança. Isto, sem contar que Jesus é Aquele que há de julgar vivos e mortos (Mt 25.31,32, Jo 5.22 e 27; Rm 2.16; 14.10; 2Co 5.10; 2Tm 4.1). Ele estará assentado no Seu trono (Ap 3.21).
Além disto, note como o chifre fazia guerra até a chegada do Ancião de Dias (Dn 7.21,22) e, como é bem sabido, o anticristo irá reinar até a vinda de Jesus (Ap 19.11-21).
Sendo Jesus o Ancião de Dias, logo, considerando que Dn 7.18,22,26,27 afirma que o santos do Eterno possuirão o reino e que era isto que o semelhante ao filho do homem recebeu do Ancião de Dias (Dn 7.14), o semelhante ao Filho de Homem são santos do Eterno.
Além disto, não é dito que se tratava do Filho do Homem, mas sim de alguém semelhante a Ele (Dn 7.13). Considerando que a Igreja é o corpo de Cristo (Ef 1.21-23), logo quem melhor para se identificar com o Filho do Homem? Sem contar que a Igreja é co-herdeira com Cristo (Rm 8.17 e 29; 1Jo 3.1,2).
Além disto no Antigo Testamento, “filho do homem” podia se referir a um homem chamado pelo Eterno (Ez 2.1; Sl 80.17) ou a todos os seres humanos (por exemplo, em Sl 8.4; 146.3; Is 51.12).
Resumindo: o Ancião de Dias era o Eterno em Sua humanidade e o semelhante a filho do homem, a Igreja.
A expressão “filho do homem” significa que Jesus foi o resultado da fecundação do óvulo de Maria pelo Eterno, e não um corpo gerado de modo sobrenatural pelo Espírito Santo (daí Ele ser a semente da mulher que ia esmagar a cabeça de Ha-Satan – Gn 3.15). Para ser mais exato: o corpo de Jesus era 100% humano, e não um ser completamente desvinculado ao ser humano (como sugere o anti-cristo, alegando que só Jesus para ser perfeito e santo, incentivando as pessoas a se conformarem ao pecado – 1Jo 4.2,3) (seja por ser de outro tipo de carne (como anjo, por exemplo) ou por nada ter haver com Adão).

19) O Cordeiro e Aquele que estava assentado no trono

·         “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra. E veio, e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono.” (Ap 5.6,7).

O Eterno, em Sua natureza divina, estava confirmando Seu domínio sobre toda a história da humanidade (tal como no trecho anterior). Considerando o caos gerado pelos impérios humanos, parece difícil acreditar nisto (Hb 2.8).
Contudo, agora o Eterno estava passando, não só o domínio, mas também o total conhecimento de tudo que há de acontecer até o fim dos tempos a um ser humano (Ele próprio). No que o Eterno foi capaz de obedecer a tudo que Ele é e, como Cordeiro, aceitar toda a maldição da lei sobre Si (Fp 2.5-8) (embora isto fosse um ato injusto da parte dos homens), Ele pôde viver Sua semelhança dentro de Si e confirmar Sua imagem na pele de um ser humano.
Se o Eterno, em carne, tivesse reivindicado Seus direitos (Ele tinha todo poder e autoridade para isto), Ele ficaria como um grão de trigo solitário (Jo 12.24): o único homem perfeito. Contudo, ao se entregar nas mãos dos homens, ficou confirmado que nada nem ninguém pode impedir o plano do Eterno na vida de alguém.
Por mais que tentem restringir o acesso de alguém a algum bem deste mundo (Hb 13.5,6) ou retirar do seu corpo a saúde e vitalidade, ainda assim ninguém pode separá-la de tudo que o Eterno é (Rm 8.31-39 – apenas a própria pessoa pode se privar do favor do Eterno – Hb 12.15). Quem pegou todo o controle e revelação do universo foi um Cordeiro que havia sido morto.
Entenda: a semelhança do Eterno não é manifesta através do esforço (vontade) de cada um em glorificá-Lo. Antes, é na entrega (obediência) até à morte, pois só assim Ele pode ser tudo em todos (ver 1Co 15.28). Logo, é no que damos a nossa vida pelos outros (e nas mãos deles, como fez o Eterno em Jesus) que, aqueles que desejam o Eterno, podem recebê-Lo em nosso interior.
Enfim, o Eterno deu Sua vida a fim de que tivéssemos condições de dar a nossa e assim, livres do pecado, pudéssemos viver Sua semelhança dentro do Seu corpo, na vida uns dos outros.

20) Deus nosso Pai e do Senhor Jesus

·         “A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 1.7);
·         “Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (I Coríntios 1.3);
·         “Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;” (2Coríntios 1.2,3).
·         “A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo!” (Efésios 1.2);
·         “Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Colossenses 1.2);
·         “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 1.1);
·         “Para que o nome de nosso SENHOR Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.” (II Tessalonicenses 1.12)
·         “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do SENHOR Jesus Cristo, esperança nossa,” (I Timóteo 1.1);
·         “Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.” (I Timóteo 5.21);
·         “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,” (II Timóteo 4.1);
·         “Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Filemom 1.3);
·         “Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde.” (Tiago 1.1).
·         "Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, encaminhe a nossa viagem para vós." (1 Tessalonicenses 3:11).

Por que em nenhuma destas passagens o Espírito Santo é citado? O Pai é espírito, é santo, o qual se encarnou em Jesus.
Contudo, não basta acreditar no Eterno como Criador e Pai. Os israelitas do Antigo Testamento é que criam assim, vendo o Eterno como um mero concessor de bênçãos aos fiéis. Hoje, as instituições religiosas, em particular as evangélicas, embora professem crer em Jesus, insistem em crer Nele deste modo, ou seja, apenas para buscar bênçãos e salvação.
Contudo, é preciso crer Nele manifestado em carne, ou seja, como aquele que não cedeu diante de Sua própria lei nem mesmo para beneficiar Sua carne e ter bem-estar físico. Antes, Ele veio para ser o cumprimento da lei (Mt 5.17), de modo que a lei se cumprisse dentro de nós (Rm 8.3,4), e não apenas externamente como meros rituais da Antiga Aliança.

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